ENCONTRO ÁS CEGAS (2ª PARTE)

Chamo-me Eloisa. Faço-vos um breve retrato físico para os que não me conhecem ainda. Estatura média, olhos castanhos, um rosto moreno, oval, agradável, emoldurado por um cabelo louro, corte meio curto, de beleza discreta. Estou na idade de me permitir algumas loucuras. O tempo e a maturidade sexual têm-me refinado a sensualidade e o prazer pelo erotismo.
Encontro-me à porta de um quarto de Motel, para um encontro com um desconhecido, às cegas. Ou melhor, com um amigo virtual, com quem tenho partilhado o mesmo gosto pelo erótico, a sensualidade e a sedução. É o que apimenta o desenrolar dos meus dias.
Sinto-me segura, sexy e muito feminina, dentro de um vestido preto, justo que me molda o corpo. Um lenço colorido dá o toque de bom gosto, sem modéstia! O roçar da cinta de ligueiro e das meias, nas firmes e torneadas coxas, dão-me o sinal de que está tudo perfeito. O combinado foi entrar e ler as instruções que me são dadas num envelope fechado. Assim faço. Entro. O quarto é amplo e está ligeiramente na penumbra. O que me agrada! Uma réstea de luz, apenas, perfila-se entre umas cortinas de veludo, vermelho. Chama-me imediatamente a atenção um espelho, enorme, no teto, sobre a cama ampla e redonda. Sorrio. Compõe o mobiliário um toucador e uma mesa mais alta que serve de secretária. Lá, encontra-se diligentemente pousado, como era suposto, o envelope. Abro-o rapidamente, na expectativa. Numa letra perfeita e segura, o meu cúmplice, a quem chamarei de Mister John, escreve: - “Querida Eloísa. É chegada a hora de cumprir com todas as nossas fantasias e, se possível, ultrapassá-las. Mas sem delongas. Quero que cries o ambiente ideal e o cenário perfeito. Põe a tocar a música, que eu próprio escolhi, e veste essa combinação curta de seda preta, o meu presente, que eu sei ser do teu agrado e do meu! A fita preta que está junto é para vendares esses lindos olhos. Vou-te pedir que, deitada na cama, aguardes, serenamente. Confiámos um no outro. Por isso se sentires algo, inusitado, não interrompas, não te alarmes. Simplesmente, deixa-te levar. Não te vais arrepender, my love!”
Durante alguns segundos deixei acalmar a ovação do meu coração e do meu corpo, alarmados pela emoção expectante. Segui as instruções fielmente. Finalmente, sinto-me acalmar, deitada naquela cama macia, com o toque da seda sobre a minha pele morena e a suave e sedutora melodia. Instintivamente, acariciei-me, deixei percorrer a mão pelas coxas e com suavidade pelo meu sexo, até que aflorei o clitóris, já proeminente, pelo que comecei a imprimir ao dedo médio, um impulso ritmado que me deixou os músculos tensos e a vagina vibrante e ardente de desejo.
Sem saber como, pois nada ouvi, sobressaltei-me com uma mão forte de homem que se sobrepôs à minha. Ouvi apenas um “Shiuuuuu…” ténuamente soprado pelo personagem, que eu calculei ser Mister John. Pelo simples peso e a pressão da sua mão na minha, senti um alvoroço, uma intensa sensação de calor, que aumentava com o roçar de mão e dedo sobre o clitorís, permitindo-se a intervalos, penetrar-me a vagina com o dedo polegar, o que intensificou o prazer de forma indescritível. Nada disse. Queria prolongar aquele momento eternamente. Não demorou muito, senti outras mãos, e outra presença. Sobressaltei-me. Então pensei que estava totalmente exposta e às mãos de dois desconhecidos e agitei-me, momentaneamente, esboçando o gesto de tirar o lenço que me vendava.
Como se me adivinhasse os pensamentos, uma voz rouca, calma e intensa, que eu julguei reconhecer, ordenou-me “não faças isso querida”, lembra o combinado!” A sua mão tomou na palma o meu sexo húmido e palpitante, acariciando-o como para o acalmar, sem pressa, deslizando-se pelos cachos ásperos do pelo púbico. Acalmei e sorri, pois, foi uma das coisas que Mister John me fez prometer. Manter virgem e incólume a “mata” que simboliza a feminilidade na mulher, para garantir, em seu entender, o mistério e as promessas que escondia. Senti-me segura e relaxei.
Quando tocaram a minha pele, e me agarraram as coxas e as abriram, senti percorrer um arrepio e um espasmo que me percorreu todo o corpo, como uma descarga elétrica. Então uma boca se colou à minha, num beijo intenso e prolongado, deixando-me quase sem folego. Ao mesmo tempo outra boca se grudou ao meu sexo, penetrando-o habilmente, com a língua. Iniciando um lento movimento de vai e vem e de sucção dos pequenos e grandes lábios, que me deixou arquejante e tensa, senti um vulcão de fogo e lava incandescente, escorrer-me das entranhas, inundando tudo, inclusive a boca e rosto daquele personagem que me devorava, afundando-se, profundamente, nas mucosas húmidas da vagina, com sabedoria. Alternam-se, os dois, nesse beijar o orifício da matriz até às profundezas da vagina e nesse beijar de bocas e lábios, arquejantes ávidos por misturar as nossas salivas.
No mesmo momento, duas mãos soergueram-me da cama. Sinto agora nitidamente, essas duas presenças, masculinas, posicionando-se um de cada lado de mim. Intuitivamente, avalio as suas estaturas e pressinto estarem nus. Não tarda que o confirme. Os dois conduzem as minhas mãos, num convite exploratório, aos seus corpos e sexos. Mapeando-os tactilmente, exploro, pela primeira vez, os seus corpos fortes, quentes, musculados, um deles intensamente coberto de pelo, que lhe dá uma sensual textura.
Exploro os rostos, e deixo-me guiar pela curiosidade, dos pormenores da face. Mas sou abruptamente, interrompida e as minhas mãos são conduzidas para os membros, rígidos, ambos, encorpados e inflamados pela intensidade do tesão, da manipulação e do momento. Concentro-me. Sei o que se espera de mim. Gozo com isso, o me permite intensificar o desejo, aumentar a expectativa do momento final, retribuindo a intensidade do prazer que eu senti, com as suas bocas e línguas. Subo e desço com suavidade primeiro, envolvendo aqueles falos viris, com as minhas duas mãos, pressionando à medida que os movimentos se intensificam. E então, introduzo, alternadamente, na minha boca ora um ora outro membro, sentindo, à medida que as carícias de língua nas suas glandes aumentam, e percorro ritmadamente, as grandes veias inchadas dos seus pénis retesados. Eu mesma, fico numa excitação crescente, desmesurada e lasciva que desconhecia em mim. Um líquido viscoso e quente derrama-se pelas minhas coxas e lubrifica-me a vagina palpitante de desejo.
Antecipo o momento da penetração, daqueles pénis, que eu massajo com grandes movimentos do punho ou com fortes e hábeis sucções de língua e lábios, o que faz com que os seus membros dupliquem de tamanho, inflamando de desejo, até parecer que vão explodir, a todo o momento. Estou em brasa e a fasquia da excitação, da tensão acumulada pelo erotismo da situação, envolvendo o trio, o tesão contido e potenciado, atingiu o limite.
A minha voz, sem comando, em total rebeldia pelas regras do silêncio, e do decoro, grita urgente:- “Penetra-me, agora!”. Pressinto sorrisos de satisfação e então o meu cúmplice faz a pergunta que me bloqueia: - Só se permitires tirar a venda, para veres tudo com teus próprios olhos.
Fico por alguns segundos calada, estonteada. Mas a urgência do meu estado de excitação falou por si, sem o meu consentimento. Limito-me a abanar a cabeça, afirmativamente. Mais sorrisos, mal disfarçados, pelos dois.
Retiram-me a fita que me ocultava e impedia de conhecer a identidade e fisionomia daqueles dois amantes. Um homem másculo, rosto de traços fortes e agradável, sorriso franco aparece-me, pela primeira vez, depois de milhares de vezes imaginado. Fico feliz com o que vejo, porque encaixa na construção mental que eu fizera dele. Sou intensamente abraçada e ao mesmo tempo beijada, lambendo-me a língua, sugando-me os lábios, misturam-se as salivas, num reconhecimento. Reparo só agora no outro homem. Mais jovem, belo, quase feminino. Físico de desportista, moreno, bem proporcionado. Sorri-me, aproxima-se e beija-me a mão, num gesto inusitado. Sorrio francamente e balbucio de forma atabalhoada um “muito prazer”, o que os faz arrancar duas sonoras gargalhadas! É essa a ideia, respondem.
Então, de seguida o meu cúmplice, deita-me de novo, na grande cama redonda. Olho para o espelho do teto fascinada com aqueles corpos em movimento. Sinto, novamente, o meu corpo em convulsão, arquejante e a latejar de desejo, ao sentir as suas mãos por todo o meu corpo. Ele coloca-se sobre mim, com o seu sexo tenso, hirto, a balançar-se sobre os meus seios. Arrepio-me. Então eleva-me as pernas à altura dos seus ombros. Com a sua mão ensalivada, abre caminho, afastando os grandes lábios injetados e sobredimensionados, expondo a entrada da vulva agora completamente encharcada. Agarra-me com força as nádegas, que estão rígidas e tensas, e realiza a estocada, com mestria. Sinto pelas pulsações do seu membro, que aumentam com a intensidade dos movimentos e o aprofundamento da penetração, que o meu parceiro está prestes a ejacular. Mas antes mesmo de eu própria chegar ao clímax, interrompe, o que me deixa em brasa. E perante os meus olhos, ejacula nos meus seios, barriga, monte de vénus, abundantemente. Fico perplexa, como hipnotizada pela imagem daquele jacto de esperma, quente e leitoso a derramar-se em mim. Sensação única e íntima.
Sem me dar tempo a me recompor, o meu cúmplice deita-se na cama e posiciona-me em cima dele, pernas abertas, à altura da sua boca, iniciando novamente, o intenso lamber e chupar do meu sexo e clitorís, misturando-se a sua saliva com os meus abundantes sucos vaginais. Enquanto o meu segundo amante, que até ali se masturbara longa e repetidamente, observando toda a cena anterior, também no auge dessa excitação contida, me agarra pela cintura, desta vez ficando na posição de quadrúpede, me inclina ligeiramente, penetrando-me ele, no exato momento em que eu estou prestes a explodir de prazer e tesão orgásmica, intensificados pela estimulação, em simultâneo, do clitorís.
Grito e contorço-me de prazer, no espasmo supremo, no exato momento do clímax, logo seguido pela explosão seminal daquele membro jovem, ligeiramente curvado pelo considerável tamanho. Quase desfaleço de prazer, gratificada pela partilha desse momento sublime de tesão e erotismo.
É então que o meu cúmplice troca de posição com o jovem amigo e sem que eu contasse, mas ainda totalmente recetiva a nova investida, deixo-me penetrar novamente por si, profundamente, não esperando muito tempo, para voltar a sentir e ouvir, agora sim, em uníssono, no momento das ejaculações em simultâneo, um grito de prazer, a duas vozes.
Num colapso, lágrimas de emoção incontida e agora desbloqueada, saltam-me dos olhos. Uma felicidade desconhecida, de plenitude e de bem estar, me invade completamente. Ficamos, por breves momentos, deitados os três, eu, entre os dois corpos quentes e suados. Numa comunhão, de quem partilhou, uma experiência única e rara de cumplicidade, de erotismo e sexo consentido.
São 4 horas da manhã e as imagens intensas dessa tarde provocam-me a vigília. Ainda disfruto de prazer em diferido. Tenho a certeza que as emoções vividas, que me foram proporcionadas por Mister John e aquele jovem desconhecido (que eu nunca mais verei) irão embalar e alimentar, para todo o sempre, a minha líbido e incrementar a minha já fértil imaginação. Para a busca incessante de novas experiência e o prazer irreprimível pela escrita erótica.

Eloisa.
17 de Maio de 2013

Foto 1 do Conto erotico: ENCONTRO ÁS CEGAS (2ª PARTE)


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Comentários


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cota português Comentou em 10/06/2013

Ai Heloísa, algumas famtasias são para realizar... Beijos doces.

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Comentou em 28/05/2013

putz... escreva mais....

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sol45ma Comentou em 19/05/2013

Uau que conto chique, a mascara muito bonito quero ler mais beijos, ja votei




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Ficha do conto

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Nome do conto:
ENCONTRO ÁS CEGAS (2ª PARTE)

Codigo do conto:
29396

Categoria:
Fantasias

Data da Publicação:
17/05/2013

Quant.de Votos:
8

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