Acordei bem no dia seguinte, e recebi a visita de algumas amigas de escola que me trouxeram as tarefas atrasadas, e me convidaram para ir jogar boliche em uma pista no centro da cidade, onde pudemos conversar e eu contei a elas o que havia acontecido na noite anterior. Certamente ocultei delas alguns detalhes, afinal de contas eu não tinha certeza se o que tinha acontecido fora algo tão bonito quanto eu tentei fazer parecer na última vez que conversamos, meu caro leitor, ou se era apenas um deslize provocado pelo excesso de álcool no sangue. De toda forma, cheguei em casa na hora do almoço e, naquele dia, resolvi dar uma procurada no facebook, afinal é geralmente o que fazemos quando queremos conhecer um pouco mais uma pessoa. Encontrei o que queria e confesso, fiquei pensando se estava dando tanta pinta assim no dia anterior, pois chamar a atenção de alguém no meio de tantos garotos que parecem estar muito bem com suas namoradas e minas é bem pouco discreto. Fiquei com esses pensamentos na cabeça, durante a tarde enquanto fazia meus deveres de casa.
Estava tirando uma daquelas incríveis fotos na frente do espelho quando recebi sua mensagem durante a tarde, me perguntando se ainda iria querer ir à casa dele naquela noite. Num surto de insegurança e decréscimo de estima, fiquei imaginando que talvez ele estivesse me dando a chance de recuar, afinal de contas ele não estava tão sobreo quando nos beijamos em seu carro no dia anterior. Até mesmo minha mente me traiu, parando para refletir que talvez ele não fosse tão esplêndido assim, notando seu nariz um pouco comprido e adunco, seu cabelo cortado e talvez um pouco duro e seus olhos murchos e débeis. Pode me julgar, meu caro amigo, mas eu estava buscando uma série de defeitos nele, com o único objetivo de engrandecer meu ex-namorado e alimentar a minha consideração por ele. Respondi que queria sim, e deixei um ‘porque?’ no final da mensagem, sem esperar uma boa explicação ou coisa do tipo.
Imagino que você riria da cara que eu penso ter feito quando recebi a resposta, pois me lembro de ter sorrido e ficado observando o celular, onde ele me dizia que achava que tinha sido um pouco precipitado e não sabia se eu gostava realmente daquilo. Eu poderia até mesmo chamar a minha vizinha de gostosa, deixar minha cueca aparecendo e sair pela rua coçando o saco depois dessa, me sentindo muito másculo e viril. Pois bem, essa sensação acabou quando fui me trocar no fim da tarde. Todos querem estar bonitos para um encontro, e comigo não era diferente. Oras! Talvez não fosse um encontro, era mais uma visita, entretanto nenhum desses seria satisfatório para minha mãe, por isso disse que iria comer um lanche com minhas amigas – ganhei até uns trocados com isso.
Léo passou me pegar na esquina da minha casa – que sugestivo! – às sete da noite, em seu Gol vermelho, ainda parecendo tão atraente quanto no dia anterior. Apertei sua mão e sentei-me, puxando o cinto de segurança e parecendo um pouco idiota por isso. Talvez por mera educação ou para fazer com que eu me sentisse melhor, ele fez o mesmo, ligando o carro e saindo no sentido de uma praça que ficava próxima ao meu bairro.
- Você é novinho mesmo ou só tem a cara? – perguntou ele, olhando para os dois lados da rua, enquanto esperava em uma placa de PARE.
- Depende do quanto novinho significa pra você. – vi-o dar uma risada discreta, com os lábios fechados e sacudir a cabeça negativamente. – Tenho dezessete, quase na idade de ser preso já.
- É novinho. Eu tenho vinte, já posso ser preso e acusado de atentado ao pudor.
Adoraria narrar que disse à ele aquela frase de efeito que me engrandeceu e tudo mais, mas apenas respondi “talvez”, enquanto ria incontrolavelmente. Por algum motivo aquilo me soou engraçado, e não quero ser acusado por isso. Chegamos rápido à casa dele, que não era muito longe dali. Na realidade não era uma casa, era um apartamento em um condomínio fechado – nada tão elegante quanto possa parecer, era apenas um condomínio em um bairro afastado do centro. Descemos e subimos pelas escadas (elevador quebrado) conversando sobre o fato dele odiar escola e ter terminado o ensino médio no ano anterior. Chegamos ao número vinte e sete, entramos e então estávamos lá. Era um apartamento bem grande, ou talvez parecesse assim pelo fato de ter poucos móveis. Levei algum tempo para perceber que ele morava sozinho ali, e que talvez tivesse saído de casa há pouco tempo – não cheguei a perguntar. Ele foi até a cozinha e disse em voz alta que havia guardado alguma coisa, mas não sabia se eu ia gostar. Voltou de lá com uma jarra pela metade de alguma coisa alaranjada e muito atraente.
-Vi que você gostou da batida de ontem, tentei fazer igual a do Thiago, espero que agrade.
Você deve estar pensando, meu caro amigo leitor, que era apenas uma forma de fazer com que eu me soltasse e fossemos para a cama mais rápido. Eu também pensava nisso, motivo pelo qual eu bebi e rapidamente me mostrei bem descontraído. Lamento confessar à você que ficamos pelo menos duas horas conversando e jogando vídeo-game antes que qualquer tipo de sinal diferente pudesse ser exibido. Estávamos sentados no sofá, quando ele – suspeito que propositalmente – perdeu no jogo e deixou o controle sobre o sofá. Eu continuei jogando, vendo-o pelo canto dos olhos espreguiçar-se e deixar seu braço, acidentalmente descer por trás do sofá, pousando em meus ombros. Comecei a deixar meu corpo mais leve então, encostando-me cada vez mais em seu corpo até que meu personagem simplesmente parou no meio da tela do jogo. Talvez se ele olhasse através da tela, me visse deitado no colo do Léo, de lado, com as pernas dobradas sobre o sofá, tentando sugar sua alma pela boca.
Passei meus braços pelo pescoço dele, sentindo o cheiro de seu perfume, que lembrava um pouco aquele cheiro forte de madeira quando se aproxima de determinadas árvores. Minha camiseta já estava amarrotada, quando ele acariciou minha barriga por debaixo dela, subindo e tocando com força meu peitoral. Pobres adolescentes, que por qualquer estímulo ficam visivelmente ligados e na posição que eu estava – deitado de costas no colo dele – não conseguia disfarçar a excitação diante daquele momento. Apertei seus ombros com a ponta dos dedos, a respiração acelerada, e o corpo todo ficando rígido ao sentir aquele aperto feroz subindo pela minha perna. Ele puxou minha camiseta para cima, e eu ergui os braços para ajuda-lo a tirá-la, deixando à mostra meu corpo bem pouco malhado, porém um pouco largo devido à prática de esportes.
Ele me pareceu muito hábil ao puxar sua camiseta com apenas uma das mãos e ficar sem ela diante de mim – seu corpo parecia um pouco menos com o que eu tinha sonhado, mas era igualmente excitante: bem forte, porém menos definido do que eu imaginava, tinha o peitoral enorme que era visível sob a camiseta, braços largos e uma tatuagem no ombro esquerdo. Sentei-me de frente para ele, com as pernas abertas enquanto esfregava a mão pelos pelos desenhados da sua barriga, voltando a beijá-lo em seguida. Ouvi seus sapatos caindo atrás de mim, e um abraço forte fez meu corpo se reposicionar sobre ele, me ajeitando e ficando mais alto que ele. Deixei que ele mergulhasse com a boca em meu mamilo, sugando devagar enquanto eu suspirava e pressionava sua cabeça contra meu corpo, apertando meus dedos dos pés e sentindo suas mãos bem posicionadas apertando-me.
Ele me levou no colo até seu quarto, que tinha apenas a cama, o guarda-roupas e um criado-mudo. Deixou-se cair sobre a cama junto comigo, voltando a me beijar enquanto descia lentamente minha calça. Passei meus pés um pelo outro, tirando meu tênis e erguendo as pernas para que ele puxasse a calça para fora, jogando-a no chão. De joelhos na cama, ele tirou sua bermuda e mostrou o belo conjunto de pernas grossas com pelos clarinhos que possuía. Sei o que dizem a respeito de caras que malham demais (ou abusam do uso de esteroides), porém o que era possível e se ver contornado na cueca vermelha dele não me parecia muito fora do comum. Senti seu corpo pesado sobre o meu, e envolvi suas pernas com as minhas, deixando que beijasse meu pescoço e explorasse meu corpo com suas mãos, me apertando a favor de algo que começava a criar vida na parte de baixo. Me colocou de bruços, e começou a descer lambendo todo meu lombo, parando e baixando minha cueca com as duas mãos. Quase tive um ataque quando senti sua língua quente me molestando, contorci meu corpo todo e gemi alto, apoiando-me com os cotovelos na cama e tentando manter a cabeça um pouco para trás. Ele apertava e separava meus glúteos, indo cada vez mais longe e me incentivando a mover os quadris a favor do movimento da sua boca.
Quase não resisti neste instante, tendo que me virar e puxar ele para cair deitado ao meu lado, beijando-o rapidamente e começando a descer por aquele corpão até alcançar o que apalpei por cima da cueca. Ele estava deitado de lado, e ergueu a perna para que eu pudesse baixar sua cueca. Fiquei sentado com os joelhos dobrados em frente à sua virilha, cabeça baixa e mergulhando naquele pedaço de carne quente e largo, indo e vindo com a mão dele sobre minha cabeça. Aproveitava uma das minhas mãos livres para poder apertar e acariciar suas pernas, com as canelas bem mais cabeludas.
Depois de algum tempo fazendo sexo oral nele, deitei em sua frente e voltei a beijá-lo, me esfregando de frente à ele, compartilhando da ereção que provocávamos um ao outro. Deitei de costas, e pela primeira vez na vida fui presenteado pela boca dele. Movia-se com força, com fome, sugando e passando a língua por toda minha extremidade, tocando em pontos que me faziam aumentar o tom de voz e quase gritar por mais. Parou antes que eu pudesse mergulhar fundo no mar do orgasmo, e inclinou-se para abrir a gaveta do criado mudo. Eu estava de olhos fechados, respirando ofegante enquanto sentia-o deitar-se sobre mim, entrelaçando seus dedos por entre meus cabelos e esfregar seu membro ereto em mim.
Muito rápido, ele vestiu o preservativo com apenas uma das mãos, e eu encantado com seu feito me surpreendi com a sensação gelada do gel em seus dedos melando minha entrada. Sempre ouvi que a diferença está na medida de largura, e admito que senti isso profundamente, agradecendo pelo efeito do lubrificante quando abri as pernas e deixei que ele deitasse sobre mim, penetrando meu corpo e me fazendo gemer por tempo prolongado, apertando os lençóis da cama e mordendo meus lábios. Ele me beijou, para trás e para frente, indo cada vez mais fundo e começando a transpirar. Foi assim até que senti suas mãos na minha perna e virei-me, erguendo-me sob os joelhos e deixando que ele se encaixasse ali, deitando seu torso sobre as minhas costas e entrando suavemente – sentia-me mais solto e mais intenso, afinal a sensibilidade naquela posição era maior.
Terminei sentindo aquele líquido viscoso e quente sob minhas costas, ele deitando e me abraçando por trás enquanto me masturbava. Fechei os olhos e tentei me concentrar em todos aqueles fatores que me excitavam: o cheiro de madeira no perfume dele, suas pernas entrelaçadas nas minhas, seu braço forte e sua mão me acariciando, aumentando a velocidade e sendo batizada com minha recompensa que explodia nela. Respirei fundo e deixei-me relaxar sob a cama, ouvindo alguns múrmuros dele no pé do meu ouvido. Adormeci logo depois.
caraca!!! muito bom seu conto quero mais