O corpo é um ditador. Somos vassalas da sua luxúria, subjugadas pelo prazer que a sua veneração nos confere, amantes da sua figura que enaltecemos em detrimento de qualquer outro porque sabemos que afinal de contas, somos meio para alcançar um fim.
O corpo é um ditador. Impõe-nos as suas regras e os seus princípios, as suas ideologias e vontades. Cerceia-nos a liberdade, agrilhoa-nos os sentidos, determina-nos o futuro sem sequer nos perguntar. É egoísta, autocrático, embriagado pelo poder de nos manipular e consegue-o sem resistência, sem rebeliões, sem contestações. Somos súditos das suas leis, que lança ao desbarato e entram em vigor consoante os seus caprichos e apetites, sem aviso prévio ou tempo de transição. Somos marionetes e peões dos seus ímpetos, das suas ordenações de libido, somos peças de xadrez no jogo da sua vontade, da sua auto satisfação, da sua masturbação de poder.
Encaixe-me com ardor...
Desejo essas tuas palavras sussurradas
em pleno auge do meu gozo!
Implorando pelos meus gemidos sedentos de prazer!
Quero tua potência, teu gemido...
Tua fome. Quero-te animal...
Vem!