Meu adorável professor

A história que vou contar aconteceu comigo há mais de quinze anos. Nunca contei para ninguém. Ninguém sabe desse fato na minha vida. Na época morava em Santa Catarina. Na década de oitenta, mais precisamente no ano 1983 eu era caminhoneiro e transportava mercadorias de Minas Gerais para o sul do Brasil , na maioria das vezes sozinho, passando por aquelas cidadezinhas do interior, as estradas uma solidão sem fim, quilômetros e quilômetros de serra e matas. As estradas do Rio de Janeiro eram as que ficavam um pouco mais movimentadas, mas mesmo assim, bastante desertas.
   Raríssimas vezes dava carona, mesmo para mulheres desacompanhadas.Uma vez ou outra, quando percebia mães com filhos no colo, doentes, e só.
   Mas, a vida sempre é pródiga em nos querer pregar peças e fazer surpresas.
   Sem querer me gabar, eu era muito bem apessoado,alto, magro musculoso, aquela cara de macho, barba e cavanhaque meio sem fazer, por conta de viajar de um lado para o outro e não ligar muito para cara limpa e escanhoada..Estava com 30 anos, casado há 5. Minha mulher ficou grávida logo no início do casamento, mas perdemos o bebê quando ela teve um aborto espontâneo. Ainda estávamos nos recuperando desse acontecimento.
   Numa das vezes em que voltava de Minas Gerais, alguns quilômetros depois de atravessar uma ponte do Rio Paraíba do Sul e entrar no Estado do Rio de Janeiro, a estrada completamente deserta, um rapaz estava na estrada, pedindo carona, cheio de pastas, parecendo um funcionário de escritório. Como sempre, meu primeiro impulso foi não dar nenhuma atenção, desviar o rosto e seguir tocando em frente.
Mas...por um segundo, meu olhar cruzou com o dele e eu parei mais a frente, estacionando o caminhão e comendo a lona de freio. Ele veio correndo, desengonçado por causa das pastas.Eu observando a cena pelo retrovisor, aquela mistura de comédia e início de tragédia de toda história. Algumas pastas caíram no caminho e eu, no impulso, desci rápido do caminhão para ajudá-lo. Quando cheguei perto dele, ele me olhou com aquela cara misto de surpresa e acanhamento pelo desajeitado da coisa toda e eu só consegui falar, com aquela cara séria que tenho, como se estivesse dando uma ordem para ele, de mãos estendidas:
- Me dê as pastas.
Ele repassou as pastas que estavam nas mãos dele, pegou as outras que haviam caído no chão, e eu fui na frente dele, marchando, até a porta do caminhão. Quando cheguei na porta, mandei ele entrar, coloquei as pastas no chão da cabine, dei a volta e entrei pelo outro lado. Ele me agradeceu, coloquei o caminhão em marcha e ficamos calados por alguns minutos até que eu iniciei a conversa:
- Vai para onde?
- Para a casa de um amigo meu no Rio. E vc?
- Vou passar pelo Rio, te deixo lá e sigo em frente para Santa Catarina.Qual o teu nome?
- Fábio e o seu? (Fábio, fictício)
- Rui.(fictício) O que vc estava fazendo nesta estrada deserta, final da tarde, cheio de pastas? Tem algum escritório ali?
- Ah!! Não! As pastas? São trabalhos dos meus alunos, eu sou professor na escola distrital. Não deu para vc ver da estrada. São dois quilômetros andando, por trás das colinas.
Fazia todo sentido, ele com aqueles óculos de leitura, equilibrando-se na ponta do nariz.
Ele falou isso com um ar de riso lindo no rosto, todo iluminado!!
   Eu disso isso? Sorriso lindo no rosto iluminado? Vamos esclarecer uma coisa, para vcs entenderem: eu nunca, nunca mesmo, tive qualquer relação homo e nunca havia pensado nessa possibilidade, muito embora nunca tivesse me colocado contra ninguém nessa situação, nunca enxovalhara nenhuma das bichas da minha rua, do meu bairro, sempre fui adepto do cada um cuida do seu cú. Era simplesmente algo que para mim não dizia nada, eu não sentia nada. Mas aquele cara, aquele jeitinho, a conversa que foi desenrolando pelo caminho, a sensação de bem estar que eu fui sentindo, o clima que foi se formando, e que eu também sentia que ele estava curtindo ,tudo isso coroado por um entardecer lindo do sol para os lados de Teresópolis. Quase sem perceber, fui diminuindo cada vez mais a marcha do caminhão e, naquele ritmo, só chegaria ao Rio no dia seguinte. Perguntei pela idade dele:
- Eu tenho 25.
- Vc está mentindo. Com essa carinha de moleque de 18 anos?
-Eu sei, todos pensam a mesma coisa. Mas olha só minha identidade.E vc?
- Tenho 30. Mas pareço, não é?
- Tá, parece, mas tá muito bem!!
- Muito bem como? O que vc quer dizer?
- Muito bem, de cara, de corpo. Vc é bem bonitão,parece o Clint Eastwood quando jovem !
- Quem? (até essa data eu não sabia quem era o tal Clint).
- Clint Eastwood. Um ator de cinema americano.
- E vc acha ele bonito...
- Muito!Bonito e charmoso.
-Vc também é muito charmosinho e parece ser delicioso!!! (caramba!eu nem acreditava que tinha dito isso!)
Ele me olhou, meio sério, meio irônico, e eu berrei intimamente comigo: “Porra! Caralho! Vc estragou tudo!! Ele ficou com receio de vc; vai pensar em curra!!!.”
Ele ficou um pouquinho retraído e eu tentando consertar as coisas, passei a mão na perna dele e falei:
- Está tudo bem, relaxa, eu não sou nenhum bicho papão.
Ele segurou a minha mão e olhou fixo nos meus olhos,voltando ao tom irônico, mas carinhoso:
- Eu sei disso, Clint!
Segurei firme sua mão, entrelaçando meus dedos nos dele e trouxe-o para mais perto,ficando colado comigo.
A partir daí eu simplesmente não sabia mais o que estava acontecendo comigo, ou melhor, eu sabia bem demais. Eu estava experimentando sensações que nunca tinha experimentado na minha vida inteira. Depois de 30 anos eu me descobri vivo, meu coração palpitando, saindo pela boca, nada mais parecia fazer sentido, a não ser eu, aquele carinha do meu lado, o finzinho da tarde. Não podia mais continuar dirigindo.Perguntei a ele se podia sair um pouquinho da rodovia. Ele concordou. Entrei por uma estradinha de chão, ainda mais deserta que a própria rodovia .Encontrei a sombra enorme de um flamboyant, estacionei o caminhão, e sem querer saber de mais nada, abracei aquele cara e cobri sua boca de beijos, enquanto minha mão explorava aquele corpo lisinho, cheiroso, maravilhoso .Foi então que ele começou a fazer algo que eu simplesmente já havia me habituado a que não fizessem comigo.. Ele começou a falar, a gemer, a sussurrar um monte de coisas no meu ouvido. Isso simplesmente foi me levando a loucura. No início do meu casamento,e com algumas outras mulheres que transara, tentei incentivá-las a fazer isso comigo, pois sempre fiquei excitado com alguém gemendo e falando durante o sexo.Nunca encontrei uma que fizesse espontaneamente e, quando eu pedia, sempre parecia algo mecânico, sem emoção. Isso na melhor das hipóteses, quando não começavam a rir depois de alguns minutos e meu tesão ia pras picas, eu ficando puto da vida.
A espontaneidade com que ele fazia isso e ia abrindo a minha camisa, passando a mão no meu corpo, enfiando a mão dentro da minha bermuda, procurando meu sexo, segurando firme meu pau,me pedindo, implorando que abraçasse ele forte, que roçasse meu peito no corpo dele,dizendo que eu era seu macho, que ele queria ser meu viadinho, que ele queria me fazer feliz, me dar tesão, queria se abrir todo pra mim. Tirei a roupa dele quase rasgando, para sentir aquela bunda linda que se empinava toda para mim, se abrindo totalmente sem pudor. Eu suava por todos os poros e ele cheirava meu suor forte, sentindo o odor do macho, me lambendo até tomar todo meu pau latejante em sua boca maravilhosamente quente.Essa coisa de me lamber, eu estando todo suado foi outra loucura. Eu já terminei muita transa antes de começar por causa de mulheres que insistiam em que eu chegasse da rua e tomasse banho, quando eu estava cheio de tesão.
Eu pensava que estava sonhando e que acordaria a qualquer momento. Mas, felizmente, isso não aconteceu.
Eu jamais imaginaria,até o dia anterior, que pudesse ficar parado dentro de um caminhão, aos beijos, com outro homem. E aí estava eu,sem parar, dando beijos de língua cada vez mais demorados, mais molhados e chamando ele por todos os nomes carinhosos que vinham na minha mente: meu lindo,meu amor, meu putinho, meu machinho, meu viadinho. A desenvoltura dele, e a minha própria, foram contagiando tudo ao redor. Não satisfeito em lamber todo meu pau, me encher de prazer, aquela boca que me enlouquecia a cada minuto, num determinado momento atingiu meu cú, lambendo ele deliciosa e demoradamente. Como aquilo podia estar acontecendo, um carinha, lambendo meu cú, passando a língua nele com vontade, sem que eu sentisse a mais leve sombra de repressão? Eu, que nenhum homem tinha nem mesmo passado a mão na minha bunda? Meu pau latejava tanto que eu parecia que ia morrer. Desci até o cú do meu professorzinho , e caí de boca, vorazmente, tentando enfiar a minha língua o mais fundo que podia naquela bunda maravilhosa. Eu arfava, inundado de adrenalina e também gemia no ouvido dele, pedindo, implorando, que ele se abrisse para eu entrar todo dentro dele. Ele virava a cabeça, me pedia beijos, e dizia que sim, que eu podia fazer com ele tudo que quisesse, que ele era meu. Forcei a cabeça do meu pau naquele cu maravilhoso e fui enterrando minha vara, centímetro por centímetro, ele gemendo, empinando o quadril, abrindo a bunda com a mão para que eu pudesse entrar com mais facilidade, até eu colar os pentelhos do meu pau com os pelinhos dourados da sua bunda.Depois de estar todo dentro dele, dei muitas estocadas deliciosas naquela bunda; inundei aquele traseiro delicioso de leite e fiquei colado com ele abraçado, enquanto ele gozava na minha mão, por alguns momentos que me pareceram séculos de felicidade.
Nenhum de nós queria falar nada, nada era preciso ser falado, a sensação de felicidade era demais para qualquer comentário. Ficamos em silêncio por vários minutos, abraçados, enquanto a noite se fechava em torno do caminhão. Quando conseguimos (conseguimos?) sair daquele momento mágico, arrumamos mais ou menos as nossas roupas e voltamos para a rodovia principal. Minha vontade era dirigir com ele sentado no meu colo, mas era impossível. Contentei-me em ter ele bem coladinho, perto de mim, passando a mão nele de vez em quando. O mundo virara de pernas para o ar e eu estava com o botão do foda-se ligado. Fui o primeiro a reiniciar a conversar.Por algumas vezes consegui dirigir e roubar um beijo dele.
- Eu estou muito cansado, não vou conseguir dirigir direto até o Rio. Preciso dormir.
- E o que vamos fazer?
- Parar. Parar em um posto de gasolina, com segurança, e vamos dormir na cabine do caminhão.Tem espaço bastante para nós dois. Tem algum problema para vc?
- Se vc está me convidando, não tem problema Rui.
- Posso te pedir uma coisa?
- O que?
- Não me chama mais de Rui. Para vc eu sou Clint. O teu Clint. Para vc eu sou outra pessoa.
Paramos em um posto de gasolina, jantamos, tomamos banho e dormimos a noite toda abraçados no caminhão. Durante a noite, nos meus pensamentos, eu só imaginava como ia ser no dia seguinte. A manhã chegando, todo aquele encantamento sumindo das nossas vidas, eu indo embora para Santa Catarina, ele ficando no Rio. Mas nada disso aconteceu. Quando acordei com ele nos meus braços, oferecendo a boca para um beijo, tudo reiniciou, o tesão, a vontade de estar juntos, não querer me separar dele. Não imaginei ir sozinho para minha cidade deixando ele no Rio. Falei com ele para que seguisse viagem comigo. Era seu último dia antes das férias de julho na escola e ele poderia aproveitar viajando comigo. Ele aceitou, deixamos sua coisas no Rio e partimos para Santa Catarina. Eu sem saber como administraria a situação quando chegasse na minha cidade, mas me recusando a deixá-lo. Quando chegamos em Santa Catarina, minha esposa me dá a notícia de que estava grávida. Contei toda a minha vida para ele. Ele entendeu que eu não tinha como prometer nada a ele, mas que aproveitaríamos aqueles dias da melhor maneira possível. Chegamos na minha cidade, aluguei uma casa em uma praia afastada e passamos as férias de julho namorando, transando, ele me fazendo o homem mais feliz do mundo.Passamos dias lindos, maravilhosos, com muito amor e sexo. Durante esse período conversamos muito e concordamos os dois que queríamos levar esses dias conosco, para o resto das nossas vidas.Algo que jamais acabasse, que o tempo não transformasse em rotina, obrigações, dores,ressentimentos, remorsos e frustrações,como tantos relacionamentos.O último dia das férias foi o dia mais terrível da minha vida. Pensei que iria morrer. Ele voltou para o Rio e nunca mais nos vimos, mas penso nele todos os dias.Dei um jeito na vida para nunca mais dirigir caminhão.Nunca mais fui ao Rio nem a Minas Gerais.Por vezes, a emoção me trai, e eu andando no rua, penso que vou encontrá-lo. Sou um fã incondicional do Clint Eastwood. Um dia,em Florianópolis, esbarrei com um rapaz na rua, ele estava carregando várias pastas e elas esparramaram pelo chão.Eu simplesmente fiquei paralisado e não consegui ter nenhuma reação.No início do ano seguinte meu filho nasceu Minha família diz que depois que o meu filho nasceu eu virei outra pessoa. Ninguém consegue entender como virei fã do Clint Eastwood da noite para o dia e coleciono fotos de arvores, especialmente flamboyants.   


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Comentários


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Comentou em 21/09/2015

Muito bom, espero que você continue escrevendo,conte mais sobre as sua experiências.

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goodboy Comentou em 20/09/2015

muito bom teu conto! parabéns! abraço...

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poetacretino Comentou em 15/09/2015

Melhor conto que já li. Me envolvi muito com a história porque já passei por algo bem semelhante , esse rapaz tem a personalidade parecida com a minha e o homem que eu me envolvi parecida Com a sua, lindo como você narra de forma nostálgica , intensa, descrevendo essa aventura com um sexo completo , físico e mentalmente magnético. linda temporada de amor. Se quiser conversar sobre, Sou de SC.

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poetacretino Comentou em 15/09/2015

Melhor conto que já li. Me envolvi muito com a história porque já passei por algo bem semelhante , esse rapaz tem a personalidade parecida com a minha e o homem que eu me envolvi parecida Com a sua, lindo como você narra de forma nostálgica , intensa, descrevendo essa aventura com um sexo completo , físico e mentalmente magnético. linda temporada de amor. Se quiser conversar sobre, Sou de SC.

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dantejr Comentou em 14/09/2015

Nunca li um conto tão excitante e tão cheio de romantismo e sensibilidade ao mesmo tempo! Talvez parte dessa emoção se deva ao fato de eu também ser professor e ter uma queda por caminhoneiros. Parabéns pelo seu conto! Muito bem escrito! Votado!

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moah Comentou em 14/09/2015

Adorei seu conto, me vi no lugar do professorzinho, eu tbm sou professor quem dera encontrar um caminhoneiro como vc nessas estradas do Brasil, bjs

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raphalov Comentou em 14/09/2015

Cara se isso é verídico, que delícia. PQP me lembrou muito a história do filme "O Segredo de BrokeBack Montain". Como essas travessuras da vida são gostosas!




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Meu adorável professor

Codigo do conto:
70761

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
13/09/2015

Quant.de Votos:
15

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