Familia: PARTE 4

Aquelas palavras de Dani ainda circulavam na mente de Lucca.

O celular de Lucca toca e ele ver a foto de seu pai na tela. Com cabelos ja grisalhos e olhos azuis, o pai de Lucca, tinha 50 anos mas aparentava 40. Ele frequentava academia cinco vezes por semana e tinha um ótimo porte físico.

"Oi pai" disse Lucca atendendo o telefone.

"Oi meu filho. Tenho uma notícia para você" disse Vicente ao telefone, Lucca pedi que ele explique então ele diz "Amanhã eu vou te buscar. Vamos passar o fim de semana juntos"

Lucca vibrou com a notícia e foi logo avisar a sua mãe.

"Ele é seu pai, tem todo o direito. Além de tudo, você é maior de idade e faz o que bem quer de sua vida" foi o que sua mãe disse.

Lucca saiu da casa e foi até o riacho, onde a alguns dias estava atirando pedras. Se sentou e começou a cantarolar "Vou dizer o que tem no meu coração, vou traduzir o que eu sinto e por nessa canção. Vou dizer o que tem no meu coração, não sei falar de amor mas vou dar voz a emoção. Te vejo perco o timbre e o tom, não sei se isso é bom. Me perco ao ouvir seu som. Só de pensar meu corpo faz arrepiar. Te vejo perco meu olhar, o rumo do andar. Me vejo sem saber falar. Só de pensar meu corpo faz arrepiar"

Sem ao menos se virar pra trás Lucca gritou "Você tem que parar com essa mania de me observar atrás de pedras. Parece um psicopata". Danielsaiu de trás da pedra e Lucca continuou "Isso está ficando ridículo, Dani. Esta parecendo um louco, uma criança"

"Eu não consigo segurar"

"Então seja forte. Por favor, não quero mais problemas." Lucca abaixou a cabeça as juntando com os joelhos. "Meu pai vai vir me buscar amanhã, e ele não pode nem sonhar com uma coisa dessas"

"Porque você não se assume?" sugeriu Daniel.

"VOCE É LOUCO?" gritou Lucca "MINHA MÃE ME MATA"

"Desculpa. Mas por que você se irritou assim?" perguntou Daniel.

"Deixa eu te contar uma historinha" Lucca puxou Daniel para mais perto "Quando eu tinha uns dez anos mais ou menos, eu já sabia que eu era gay. Eu arrumei meu primeiro namoradinho, acredita? Com dez anos? Minha mãe pegou a gente. Nunca apanhei tanto na minha vida. Não era tapinha não. Era soco, chute. Ela gritava 'Vou te ensinar virar homem' e coisas assim. Daí eu não tive coragem até hoje, de chegar perto dela e conversar sobre isso. Fim. The end.

"Não sabia disso Lucca."

"Então fique sabendo"

O silêncio estabelecia entre os dois. Daniel não sabia o que falar, então ele agiu. Beijou Lucca como se fosse o último beijo em Lucca.

"Está pronto, filho?" Vicente apressando Lucca. Lucca saiu da casa despedindo de sua mãe é sua avó. Ele avistou Juan de longe e acenou para ele. Daniel ele nem viu então não se despediu

Dentro do carro, Lucca estava com um olhar distante, seu pensamento sobrevoava o sítio de sua avó. Vicente percebeu que ele estava presente so de corpo.

"O que foi meu filhão? Tá tão distante. O que aconteceu?" disse Vicente

"Nada, pai. Só estou pensando na minha mãe." respondeu Lucca, mentindo. Ele estava pensando em Daniel e Juan.

"Eu quero te pedir desculpas filho"

"Desculpa por que?"

"Você foi embora, e eu nem me despedir de você"

"Sem problemas, pai. O que importa é que estamos aqui."

O final de semana foi incrível para os dois, fizeram as coisas que faziam quando seus pais eram casados: jogaram futebol, saíram com os amigos, pediram pizza. No domingo, Lucca estava sentado na sala jogando videogame e seu pai sentou ao seu lado.

"Eu já te falei que você fala dormindo" disse Vicente. Lucca pausou o jogo e olhou para seu pai e fez que não com a cabeca. Ele completou "Então meu filho. Você disse o nome do seu tio e do Juan quase a noite inteira"

O estômago de Lucca começou a revirar. "Como assim, pai? Eu falei?" ele disse gaguejando.

Lucca abaixou a cabeça e sentiu a mão de seu pai pousar sobre suas costas.

"Você quer me contar alguma coisa, filho?" Lucca não queria olhar nos olhos de seu pai, estava com medo de que vinha pela frente.

"Não tenho o que falar, meu pai." Lucca deixou uma lágrima cair

"Fale a verdade pro seu pai. Filho eu vou entender, compreender, aceitar qualquer coisa que você me disser aqui. Eu não sou sua mae"

"Esse que é o problema. Minha família é insana. Quem não tinha que me aceitar era você, não minha mãe. Eu nao posso nem viver a minha vida despreocupado sem correr o risco de magoar quem eu mais amo"

Vicente puxou Lucca para um abraço, deixando-o chorar em seu ombro.

"Mas você não vai poder ficar com os dois, né meu filho. Você vai ter que escolher" disse Vicente arrancando de Lucca um sorriso.

"Pior que eu não quero nenhum dos dois" disse Lucca "Deixe-me explicar: Juan e o Dani são incríveis, só que não é o que eu quero, não quero me jogar em uma relação com os primeiros de minha vida. Eu quero ser feliz experimentar"

"Fale isso com eles, Lucca. E também fale com sua mãe"

"Você tá louco? Nunca que eu vou falar com a minha mãe sobre isso. Prefiro ficar infeliz do que sem a Minha mãe" gritou Lucca.

"Desculpa, meu filho, mas você vai ter que falar. Se você não falar, eu vou ser obrigado a falar" disse Vicente.

"Isso me cheira chantagem"

"Desculpa"

Lucca pegou sua mochila que já estava pronta e saiu, sem ao menos falar tchau. Ele escutava seu pai correndo e gritando atrás dele, mas ele fingia que não era com ele.

Ele corria muito e sem querer esbarrou em um rapaz, o derrubando. Ele olhou para os olhos verdes estonteantes do rapaz e o pouco de cabelo que estava para fora da touca. Lucca não acreditava.

"Guilherme?" disse Lucca, com os dois ainda no chão.

"Luquinha?" disse o primeiro namoradinho de Lucca.

Rever Guilherme fazia Lucca relembrar cada tapa que ele ganhou naquele dia que sua mãe os pegou.

CONTINUA....

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DESCULPA PESSOAL A DEMORA.
EU ACABEI DANDO O FAMOSO "BRANCO", E DESSA MINHA MENTE NAO SAIA UMA SILABA CRIATIVA.