Doce Veneno

Me olhava como quem sabia do assunto, mas fugia.
Puxava assunto como quem queria puxar minhas mãos pra dentro da calcinha. Mas fingia que não. Ela era safada, se era. E eu, ainda muito medrosa. Mas queria provar do doce veneno que só a mesma carne pode prover. Um fruto de dar inveja aos homens, pois só nós mulheres poderíamos conhecer.

Estava chovendo. Do lado de fora, batia vento.
Do lado de dentro, batia prosa.
Com essa história, tem muito homem é que vai bater punheta.

Já tinham sido mais de três tequilas, e eu fervia. Antes daquele dia a gente já tinha arriscado, mas foi só aquele abraço pra sentir o peito uma da outra. Aquilo tinha me deixado louca! Seus mistérios salientes provocavam minha escassa fonte sexual.

Tonturas e quenturas, quando vi já estava molhada. Sua boca me provocava, seus olhos giravam e eu me perdia, ia direto pro decote. Me assustei com aquela vontade toda! Afinal, será que a vida inteira me enganei?! Mais tarde descobri que gostar de uma mulher era um acréscimo, não uma troca, mas naquela noite meu coração dançava virgem feito louco na pista de dança, pronto pra meter tiro no primeiro corpo à frente, no caso ela.

Fomos para sua casa. Éramos conhecidas de trabalho, no dia seguinte iríamos juntas para o escritório. Ela me ofereceu uma camisola. Foi quando aproveitei e soltei 'vamos economizar tempo?'. Ela me olhou, já vermelha. Deixou a camisola cair enquanto eu tirava minha camiseta. Sinal aceito, cheguei perto. Aí tanto faz se o coração acelerava ou parava, já não sentia mais ele. Rocei minhas mãos em seus cabelos, como quem já entendia do assunto. Estranhamente, eu sentia que sim. Meus lábios, já em seu pescoço, beijam sua respiração ofegante. Hesitante, ela segurou meus braços. Achei que ia me parar, mas os levou para sua cintura. Eu trouxe ela pra perto e comecei a me esfregar. Ela soltou seu primeiro gemido e eu fui pra boca, sem beijar. Lábios com lábios, numa primeira conversa de apresentação. Nos olhamos por alguns instantes. Ela fechou os olhos. Eu também. Nos beijamos loucamente, por bons e longos minutos. Língua com língua, arrisquei um dedo. Molhadinha como eu estava. As duas começaram a meter o dedo uma na outra, até a hora que não aguentei e tirei a camiseta dela. Nunca pensei que fosse gostar de chupar um peito tão gostoso na vida. Fui beijando seu corpo, forte, intensa, mas com delicadeza como toda mulher merece. Desci na sua buceta, e comecei a beijar a virilha. Ela tremia. Eu adorava. Beijei seus pelos, babei um pouco no seu clitóris e cai de boca. Tudo muito esquisito, aterrorizante e delicioso ao mesmo tempo. Ela rebolava na minha boca e eu intercalava dedo e língua, numa xana toda molhada. Então, tirei minha calcinha e encostei minha xana na dela. A gente começou a dançar uma na outra, se beijar, se apertar e gemer muito. Nem sabia como ia olhar pra ela no dia seguinte, mas nossos olhos se prometiam lealdade naquela noite. Ali, a gente podia se provar. Tudo podia, numa noite proibidamente livre. Não era mais o álcool que embebedava a gente.
Era puro e irresistível tesão.

Uma hora ela parou de respirar. Gozou tão gostoso que se arrepiou inteira. Eu segurei os cabelos dela e num sorriso malicioso, mordi seu pescoço.

"Só mais um pouco, por favor".