Aquário, um momento de descoberta - 3 parte



Parte 3


Meu celular toca e não queria atender. Tento puxar para ignorar a chamada, mas era a Lara. Olhei com tédio enorme para tela. Atendi.

- Oi.
- Oi amor. O que tá havendo? Você não me responde. Já te mandei tanta mensagem! Quer conversar?
- Sobre o que?
- Sobre o que estar havendo. Bora meu amor. Posso te encontrar. Meu irmão tá indo jogar bola e posso te ver. Onde você?
- Estou indo para praça perto da praia. Minhas palavras saiam espontaneamente. Não queria que ela fosse me encontrar. Mas teria que encarar aquilo já.
- Tudo bem meu amor! Já já to chegando aí.Te amo

Desliguei o celular. Me enojava ouvir aquilo. Cheguei a praça e procurei logo a sentar. Estava cansando de tanto andar, mas dava pra sentir a brisa do mar ali. Era muito bom ouvir o barulho das ondas. Uns vinte minutos tinham passados e vi se aproximando a Lara. Ela estava fechada. Calada. Sentou ao meu lado. Passamos uns 30 segundos sem levantar a voz.

- Você vai querer conversar comigo. Sei que não estamos bem. Quero saber o que ta acontecendo. Ela falava de uma forma como se fosse natural aquilo. – Preciso saber o que ta havendo.
- Você sabe muito bem o que estar havendo. Não se faça de besta. Eu mexi no seu celular e vi tuas mensagens. O que tem a falar?
- Que mensagens? Não sei do que tá falando. Olhei pra ela assustado com a palavras de filha da puta me dava. Ela estava negando?
- Acho que o nome Paulo irá clarear tua mente. Vi tudo. Sei de tudo. Alias, acho que falta alguma coisa, falta? Observei que agora ela ficava calada. Sem nenhuma palavra.
- Victor, o que tenho a te dizer é que TE AMO e quero você. Perdoe-me pelos meus erros. Não queria, mas aconteceu.
- O que tenho a te falar é que estou TERMINANDO com você. Espero que esteja sendo bem claro.
- Nãooo. Por favor. Quero você. Só você.
- Você não me tem mais. Comecei a me levantar dali. Minha cabeça doía. Dei dois passos e ouvi algo absurdo.
- Sei que vai me perdoar um dia e voltara para mim. Tudo volta. Virei pra ela e não me aguentei.
- Tudo volta menos EU. Voltei a sair dali. Caminhei para o mar. Queria sentir melhor o mar e tirar meu corpo dali antes que perdesse a paciência. Se não, iria lagar mão na cara da minha ex.

O tempo passava e começava a observar o sol se esconder dentro das águas salgadas azuis. Aquilo era lindo. Estava tão concentrado que não senti alguém sentar do meu lado. Já ouvi a pessoa tentando chamar minha atenção.

- Lindo, não é? Olhei para meu lado assustado. Não acreditava. Era o Eduardo ali comigo. Voltei a olhar para frente e minhas palavras quase não saíram da minha boca.
- S-i----m. Foi a máximo que tinha conseguido.
- Tô sabendo de tudo que aconteceu contigo e com a Lara. Se quiser conversar sobre isso, estou aqui. Ouvir aquilo do Eduardo era inesperado. Não sabia nem o que esperar dali.
- Obrigado. Agradeço-te, mas acho que consigo encarar sozinho.
- Vamos fazer assim. Te pago um rodada de bebida e vamos sair hoje a noite. Eu e você. Quero que relaxe.
- Poderia ser agora? Tem um bar aqui perto muito legal e em conta.
- Então, levanta que vamos lá.

Acompanhei Eduardo até o bar. O ambiente é estilo beira mar. Ficamos numa mesa de frente para o mar. A primeira rodada estava ótima. Ele falava sobre o seu namoro tinha acabado. Qual faculdade pretendia fazer. Como gostava de jogar bola e se aventurar pela mata. Mas eu, não estava bem mesmo. Estava ainda frio. Meio distante.

- Ei Victor! Acorda. Ele estalou os dedos nesse exato momento.
- Oi. Fala. Tava ouvindo.
- Estava? Ele fez uma cara muito feia de desconfiança. – Vamos lá então. O que estava falando nesse exato momento?
- Estava...fa---lando... de... praia?
- RSRSRSRS. Gostei de você. Nunca tinha sentado para conversar com você. Bora era numa brincadeira. Parece verdade e desafia, mas se chama “honestidade”. A cada rodada, você terá que falar uma coisa que acha sincero em mim. Aparência, cabelo, habilidade, estudo, qualquer coisa. Mas não é para mentir. Honesto. Feito?
- Tudo bem, mas você começa.
- Tá. Você é muito perna de pau no futebol rsrs
- kkkk Não vale. Você é muito inteligente.
- Opa! Acho que se enganou nessa parte. Rsrs

Assim ficamos com pequenas rodadas e outras conversas a serem jogadas fora. Já era tarde da noite e decidimos ir embora, mas não estávamos lúcidos para dirigir. Ele acabou pagando mais de uma rodada. Começamos a caminhar para a pista principal, a fim de pegar um táxi. O caminho estava deserto e andávamos calados. Tinha que colocar pra fora. Tudo. Ele estava ali como amigo e era minha chance de me abrir.

- Não estou me sentindo bem. Me sinto frio.
- Mas ta quente a temperatura.
- Nâo Eduardo. Falo dos meus sentimentos de me cercam. Me sinto tão pra baixo. Fui traído e isso me afeta muito. Não consigo encarar isso de boa. Sentia minha voz falhar as vezes. Olhava muito para baixo. Meus olhos começavam a lacrimejar. - Não tô me aguentando.

Nesse momento, comecei a sentir os braços do Eduardo me entrelaçarem. Passaram por voltar do meu corpo. Levando minha cabeça até seu ombro. Sentia naquele momento, minhas lágrimas escorrerem pela minha pele. Meu peito levantava rápido. Me lembrava quando era criança e chorava com soluço. Tentei me recompor aos pouco, enquanto Eduardo descia e subia suas mãos como forma de conforto. Começava a me recuperar aos poucos. Desfiz um pouco o abraço, mas ainda fiquei bem perto dele e de seu rosto.

- Posso ser sincero, Victor? Ele me olhava com sedução e desejo. – Você é puro. Te desejo a muito tempo. Eu gosto muito de você. Naquele momento senti seu corpo se aproximar do meu mais ainda até seus lábios chegarem bem perto. Seu toque era macio e sedutor. Sentia o profundo consumo de me querer a cada beijo. Me entreguei tanto a relação que comecei a aumentar o ritmo. Não era velocidade e sim paixão. Um fogo queimava dentro do meu peito. Era um desejo incontrolável. Sentia minha ereção aparecer. Minhas mãos passavam pelas costas cheias de músculo dele. Seus braços grandes e fortes me pegavam com todo fogo que podia sentir. Começamos a diminuir o ritmo e olhar um para o outro.

- Você quer sair daqui a ir para um lugar melhor. Acenei com a cabeça que sim. –Então Vamos logo pegar um táxi. Quero te levar lá em casa.
-Não. Não quero encontrar com a Lara tão cedo.
- Relaxa. Ela me avisou que iria sair. Iria na casa da tal pessoa que você conhece muito bem.

Imaginei quem seria mesmo. Paulo. Contudo, aquilo já não me afetava mais. Existia um fogo em mim, e quem me ajudou tá começando a tomar lugar daquela que um dia foi minha namorada.


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Ficha do conto

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Nome do conto:
Aquário, um momento de descoberta - 3 parte

Codigo do conto:
124390

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
20/08/2018

Quant.de Votos:
2

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