Entre O Amor E O Ódio - Capitulo 1

Não existe nada de completamente errado no mundo, mesmo um relógio parado, consegue estar certo duas vezes por dia.
(Paulo Coelho)
Sexta feira –– Narrada por Hugo:
Quando ouço gritos da minha mãe é sinal que tenho que levantar; bato a mão no relógio e putzzzzz. 6.30 da manhã e preciso ir á aula, pois tenho prova no segundo tempo.
Sou Hugo; 1.72 de altura, 17 anos, corpo magro, pele morena clara, jeito simples, porém sou um pouco tímido.
Engulo um pão com queijo, tomo café e corro até a escola que fica umas 7 quadras de casa, ao virar a esquina caiu no chão com o impacto de uma trompada e ouço.
- Pó mano me desculpe!
Eu) - Você e cego?
Putz que mancada, analiso o cara e lá esta ele com óculos escuro e uma bengala na mão esquerda.
Eu) - Ahhh Eu quem peco desculpas, não sabia que...
Na hora gelei pela vergonha.
Ele) - Sem problemas mano! Eu não sou cego tenho baixa visão.
Eu) - Mesmo assim fui ignorante, novamente me perdoe.
Ajudei o rapaz pegar suas coisas e naquele instante tive um choque social, não por ele ter uma deficiência visual, mas por às vezes sermos tão pequeno diante de algumas situações.
Entreguei as coisas dele e o vi caminhando.
Eu) - Quer ajuda?
Ele) – Não Obrigado.
Fui pra aula e ao chegar fui falar com Roberta
Eu) - Oi. Acordei mega atrasado, e as novidades.
Roberta) - Temos um aluno novo.
Eu) - No meio do ano? Aff.
Roberta) - Aquele ali...
Quando olho noto ser o carinha que trompei antes de chegar à escola, voltei ao misto de vergonha pessoal; contei pra Ro o que aconteceu..
Roberta) - Deu bola fora, pois ele e maior gatinho. Kkk
Naquele momento reparei que realmente Roberta tinha razão, ele é meu número. Kkk
Eu) – Você não perde uma hemmm rsrsrsrs (rimos)
Professora) – Temos um novo aluno, ele veio transferido de outra cidade, bem vindo Matheus.
Ele se levanta e logo os babacas do fundo dão sinal de vida.
- Ohhh cequim
Tinha que ser Alex e sua turma de babacas em conjunto.
Alguns riram e então a professora pede respeito à sala, agora eu sabia o nome dele.
Chega o intervalo.
Eu) - Seja bem vindo Matheus, eu me chamo Hugo, e esta é Roberta.
Matheus) - Obrigado.
Ele estendia as mãos e eu ficava ali parado, me perguntava como ele sabia onde estava minha mão.
Apertei sua mão e Roberta fez o mesmo.
Matheus) - Eu tenho baixa visão, não sou cego totalmente, por isso vejo todos numa forma reduzida visual.
Fiquei ali na minha ignorância tentando entender estas coisas, porém realmente ele é uma graça.
Roberta) – Então você consegue ver o quanto a gente é bonito né? rsrsrsrs
Eu) – Estava faltando esta perola rsrsrs Vamos para o intervalo?
Tentei fazer ele se enturmar e ficamos conversando vendo o povo bagunçar.
Noto que vem em nossa direção Alex com sua turma.
- Agora o time ta certo. Um cego, um gay e uma loira burra.
Levantei e respondi.
- E um aleijado.
Sem nem esperar ele respirar dei-Lhe um chute no meio do saco.
Só ouvia o povo zuar e ele cair no chão de dor, sendo amparado pelos seus amigos; um deles avança pra uma briga e lá vem Filipe.
-Tenta a sorte!
Respirei aliviado, pois se não fosse ele eu provavelmente iria tomar uma surra.
Eu) - Vlw amigo. Devo essa.
Filipe) - Nada que um beijo da Roberta não pague.
Ouço minha amiga falar.
- Vai ficar devendo ele a morte Hugo!
Eu) - Que fora hemmmmmmm
O papo continua e então voltamos pra sala; Ro e Filipe vão a frente ficando eu e o boy magia.
Matheus) – Então, você é gay?
Eu) – Mas que indelicado, mal me conhece e pergunta a minha orientação sexual rsrsrs
Matheus) –Desculpe! Fui indelicado mesmo.
Eu) – E se eu fosse, algum problema pra você?
Matheus) – Jamais, até porque eu mesmo sofro preconceito todo dia por ter uma deficiência e seria errado minha parte ignorar alguém.
Aquele papo acabava ali, afinal a aula começava a então lá vem à professora de matemática.
Professora) – Formem um grupo com quatro integrantes, cada grupo ficará com uma folha e na aula da próxima segunda quero todos os exercícios resolvidos; valendo a nota do bimestre.
Pequei a folha e fui colocando o nome da Roberta, do Filipe convidei o Hugo pra vir com a gente, seria uma forma de integrar ele, mas também de me redimir pelo vexame do primeiro encontro. Ele aceitou e marcamos que amanhã todos estariam na minha casa pra fazer o trabalho, anotei meu endereço em um pedaço de papel e entreguei a Matheus.
Narrado por Matheus:
Toda minha vida vem baseada numa deficiência, nasci de 07 meses e tenho baixa visão, cegueira no olho esquerdo e 10% do direito, porém as pessoas pensam que o deficiente visual é somente aquele que tem perda total; moro com minha mãe e meu pai, ela é psicóloga e ele advogado, víamos para Campo Grande MS depois de ele passar num concurso.
Mudança sempre é meio traumatizante, afinal vocês deixa vários amigos e tal, porém não é meu caso, afinal sempre tive um ciclo de amizade escasso e às vezes no meu entender pela superproteção dos meus pais ou até mesmo por eu não me permitir, sei lá.
Como todo primeiro dia de aula a coisa é meio estranha, mas ao conhecer aquele garoto que trompou em mim pude sentir uma energia diferente, às vezes penso ser por pena de mim, ou por tentar se redimir por algo que talvez ele tenha me integrado ao seu grupo, mas vale o desafio, pois sinto a necessidade disto depois do que passei.
Mãe) – Filho como foi seu dia?
Eu) – Foi bom, melhor do que pensei, já até fiz amigos, e já ate tenho um trabalho em grupo.
Mãe) – Fico feliz!
Eu) – Amanhã a senhora me leva na casa do líder do grupo?
Mãe) – Combinado!
Recebo uma ligação e então subo para o quarto pra atender.
Eu) – Oi.
Pessoa) – Saudades de você!
Eu) – Já te falei pra não me perturbar mais, depois do que você fez não tem volta.
Pessoa) – Já te pedi perdão.
Eu) – Por favor não me perturbe mais.
DESLIGO.
Continua
Próximo capitulo TERÇA DIA SEIS DO NOVE
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Quero desde já agradecer cada leitura, se você gostou comente e deixe seu voto, afinal ele me ajuda a melhorar e a seguir em frente com esse novo desafio pessoal que é levar uma historia que traga além do sexo, mais também uma pitada de analise social num misto de amor e sexo.
Att:Daniel