Cap. 37 Flutuando
Minha manhã foi um alvoroço, todos queriam saber onde eu estava, com quem estava, como eu estava. Acordei descalço, com o olhar distante, como se milhões de flores tivessem desabrochado naquela manhã, como se o céu estivesse pintado de um azul diferente, o cheiro do café estava mais gostoso. Tudo estava diferente, porque dentro de mim, tinha mudado.
- Estou bem mãe! - Foi só o que respondi!
Eu estava contando os minutos. Esperando por algo que me surpreenderia. Voltei pro quarto, tinha muito barulho me desconcentrando. E eu só pensava naquele beijo, naqueles olhos verdes, aquele sorriso de lábios finos que sempre me fez ferver de dentro para fora.
- Será que você pode me responder? - Disse Artur.
Ele havia entrado no meu quarto e eu não tinha notado. Até aquele momento.
- Que Arthur? -
- O que aconteceu com você? -
- Nada. -
- Você saiu daquele jeito... -
- Estou bem! Muito bem! - Disse sorrindo.
- Acho que eu estou sobrando aqui. -
- Olha Arthur, eu nunca te prometi nada. Você mesmo não queria nada mais além do que... -
- Tudo bem, e você não quer mais? -
- Não Arthur! Obrigado! -
Ele sentou se ao meu lado, e alisou meus cabelos, me olhou dentro dos olhos.
- Você é diferente de tudo que já conheci. Eu queria ser o motivo do seu sorriso. Mas eu estarei aqui sempre que precisar! -
Ele me roubou um beijo rápido, antes que eu pudesse lhe dizer alguma coisa, ele se levantou e saiu do quarto. Me levantei e fui tomar banho, eu mal acabei de me vestir e escutei a moto dele estacionando. Eu sabia que era ele. Eu estava no portão antes que ele tirasse o capacete. Me lancei em seus braços e o beijei.
- Você disse que estaria aqui antes que eu acordasse. -
- Hmm! Desculpe. Mas você trapaceou... – Disse Fábio.
- Não é verdade. – Retruquei.
- É sim! Você costuma acordar mais tarde. -
Sorrimos, ele afagou meus cabelos ainda molhados, fez carinho em meu rosto, e ficou me admirando por alguns segundos.
- Eu senti sua falta. Esse tempo que fiquei longe. Nem sei como aguentei! -
- Eu fiz várias idiotices... – falei mordendo os lábios.
- Eu também fui idiota em te abandonar. – ele respondeu, passando o dedo em minha boca.
- Mas foi a última vez! -
- Sim! - Fábio me beijou. - Não vai me convidar pra entrar. -
- Você quer entrar namorado? -
- Será um imenso prazer namorado! -
Assim que entramos minha mãe nos olhou ergueu a sobrancelha direita, ela já tinha entendido. Ou achava que tinha. E apenas sorri puxando Fábio pela mão até meu quarto, antes que Diana se tornasse inconveniente. A casa estava um pouco cheia era difícil estar junto dele, e não poder fazer nada. A todo momento eu queria beija-lo, sentir o corpo quente dele.
E entre um beijo e outro, ficamos conversando sobre os assuntos inevitáveis.
- Contou ao seu irmão? - Perguntei.
- Ainda não, não nos vimos. - Fábio respondeu.
- Ele precisa saber, e melhor que seja por você. -
- Hum! Você tem razão. -
- Ele vai surtar. Espero que não fique agressivo. -
- Nos conversamos uma vez sobre isso... -
- Sobre o que? -
- Quando você fugiu. A gente conversou sobre isso. Se você me escolhesse. -
- E como foi? -
- Ele tinha certeza de que nunca ia acontecer. Mas ele disse que se acontecesse, ele nos deixaria em paz. -
- E você acredita que ele nos deixe? -
Sorrimos, e ele me beijou, para não ter que responder a pergunta. Ele me acariciando as coxas pela brecha da perna da bermuda. Me deixou muito excitado, eu o beijava com mais vontade, enfiando a mão por baixo de sua camiseta.
Até que escutamos batidas na porta. E tivemos que parar, e nos recompor.
- Entre! - Disse eu.
- O almoço está servido. - Disse minha mãe. - Fábio você fica pra almoçar conosco? -
- Ah! Claro dona Laura, você cozinha muito bem, será um prazer! - Respondeu ele.
- Ótimo! Então venham. -
- A gente já vai mãe. Obrigado! -
Assim que ela virou as costas, comecei a rir. Fábio me abraçou por trás e beijou minha nuca.
- Você tinha que ver a sua cara, você ficou vermelho igual tomate. -
- É a sogra. Todo cara tem medo da sogra. – Rimos juntos.
- Nem me fale, eu vou ter que tomar chá com a senhora Paola? –Perguntei.
- Podemos só descer para almoçar. – ele coçou a cabeça sorrindo.
Ele estava fugindo de novo, mas eu não vou ficar forçando. Não agora. Seria um almoço absolutamente perfeito, não fosse pelos comentários inconvenientes de Diana.
- Isso me lembrou quando seu irmão veio aqui se declarar para o meu irmão. - Disse ela apontando pro Fábio.
- É irmãzinha, só que hoje não tem declaração, nem aliança nem nada. Só um delicioso almoço em família. - Respondi.
- Sem querer ofender, onde ele se encaixa no "almoço em família"? – Diana apontou Para Fábio com o queixo.
- Em muitas formas, querida irmã! Por exemplo meu namorado, seu cunhado, genro da mamãe. E por aí vai. -
Eu estava me servindo, de salada, e olhei para Fábio, que tinha um sorriso bobo e um brilho no olhar. Ele sempre quis isso, eu podia ver na cara dele.
- Não acham que está sendo rápido demais filho? - Perguntou mamãe.
- Sem querer me intrometer, dona Laura. Mas já nos conhecemos a mais de três anos. Eu acho que esperei tempo demais por isso. -
- Nos esperamos! - Eu o corrigi.
Assim foi o almoço, Diana tentando deixar Fábio constrangido, eu o defendendo, pois Fábio ainda não se sentia íntimo o bastante para responde-la.
O resto do dia passamos tão juntos que parecia até que estávamos colados. Eu nunca me cansaria de seus beijos, e o jeito que ele me tocava, me deixava quente, eu sentia a excitação dele e ficava excitado também.
Mas a gente se controlava, quando ficávamos ofegantes demais. A gente ficava rindo e falava de qualquer assunto, pra distrair. Mas meio minuto depois estava com a língua enroscada na dele.
Já era fim da tarde, e ele tinha que ir, e eu não queria me separa dele, o tempo era curto demais junto dele, e longo quando ele não estava perto. Com muito esforço ele conseguiu subir em sua moto e me deixar ali, ansioso por sua volta!
Tomara que de tudo certo agora.
MT bom.