Em famíla

        Têm fatos que a gente não consegue esconder.
        Mas neste caso, fica difícil. Muitos aqui me conhecem, mas nada sabem sobre a minha vida. Pensei com cuidado. Conto ou não? Ora conhecem só a mim, e não aos meus familiares. Assim, conto.
        Fazia frio. Estava estudando sobre o parnasianismo. Assunto para quem estuda literatura e quer ir além. Tenho objetivos certos.
        Escutei, do meu quarto, isto tem mais de quinze anos, umas vozes nada estranhas. Uma de Kaká, meu irmão. Outra de Cintia, minha mãe.
        Kaká é lindo, não tem mulher que, ao menos, dê um olhar minucioso para ele. Minha mãe Cintia, é uma pedrada de mulher. Com quarenta e seis anos de idade, por onde passa escuta elogios galanteadores ou mesmo pornográficos. Sou sua filha e a conheço. Diria, e digo com certeza, que ela gosta e ambos se gostam, mãe e filho. Cintura fina, rosto bonito, quadris largos e coxas maravilhosas, atraem olhares e desejos.
        Estava, na manhã daquela quinta-feira, com jeans de licra, que modelava o corpo perfeitamente e um colante de ginástica, que a tornavam incrivelmente sexy. Com seu celular, andava pela casa, inquieta. Eu estava deitada no sofá da sala de estar elegante, olhando o que se passava.
        Kaká, inquieto, observava atentamente o que se passava. O celular da mãe tocou. Rápido, ele apanhou e a tendeu o chamado.
        — Cintia?
        — Vá para a puta que o pariu! Se ligar de novo, vai virar lixo, seu filho da puta.
        A mãe tomou um susto. “Que foi?”
        — Um idiota perguntando por você. Eu quebro ele, mãe!
        — Está com ciúmes de mim, filhão?
        — Claro. Você não é puta para estes caras ficarem chamando no seu celular.
        — Não foi isso que disse. Está com ciúmes?
        — Claro!
        — Amor, eu nunca poderia imaginar isso. Eu tenho tesão e carinho por você há anos. Mas ou sua mãe! Tinha que me manter comportada.
        — Comportada, é? E fica saindo com estes marombeiros da academia?
        — Queria que eu desse em cima de você?
        — Sei lá, não queria é que minha mãe andasse em apartamentos e motéis com estes estranhos. Se tiver que dar, que dê para mim.
        Eu fingia dormir, mas não pude deixar de ver o saldo que mamãe deu, agarrando e beijando Kaká na boca. Ela estava transtornada. Não deram bola para mim, foram para o quarto de Kaká, ela já com o colante abaixado, exibindo uns seios maravilhosos, cintura finíssima e quadril muito largo, qualidades que colocam qualquer homem louco.
        Não fecharam a porta, estavam tarados e não acreditavam que a irmãzinha fosse presenciar tudo. Em poucos segundos minha mãe rebolava provocando o Kaká. Levou um tapa.
        — Filho, você me bateu!
        — Bati não, mãe querida! Seja honesta comigo, de hoje em diante você vai ser só minha.
        — Ahhhhhhhh? Não posso acreditar em milagres.
        — Não é milagre! Diz que vai ser só minha. Não precisa jurar!
        — Mas eu juro, prometo, me mato se não for verdade. Eu tive você. Kaká! Amamentei, limpei, segurava seu pinto, limpava você. Fiquei apaixonada pelo meu próprio filho!
        — É, e os filhos também ficam apaixonados pelas mães! Nunca leu Édipo? Nem Freud?
        — Já, amor! Mas agora eu quero que você goze na minha boca, na minha cara. Sou sua, inteiramente sua e não existe mais homem para mim.
        O pau de Kaká estava junto ao rosto de Cintia, sua mãe. Duro, muito duro, grande e com as veias dilatadas. Ele esfregou no rosto dela, que só chorava e gemia, de prazer.
        Nunca alguém ira saber o selo de amor que eles trocaram, a mãe apaixonada pelo filho, gozada na cara, e ele fascinado, por um amor que sempre julgou impossível.