"Até o cachorro tem um pinto maior que o seu!!" bradou Tati, naquela noite em que ele brigou e rompeu com a sua ex-namorada. E o pior é que parecia mesmo verdade, pois Robin, o arisco beagle que vivia subindo na cama e se enfiando no meio dos dois justamente quando as coisas começavam a esquentar, guardava recolhido no meio das patas um bilau canino que no mínimo fazia concorrência ao seu tímido e modesto similar humano.
E ali estava Alessandro, quase uma década depois daquele episódio, sentado na cama as quatro horas da madrugada, onde ao seu lado dormia profunda e relaxadamente a sua esposa, a jovem Nicole. Ela dormia nua e de bruços, com uma das pernas sobreposta a outra, conferindo assim uma excitante visão traseira do seu capô de fusca, caprichosamente estufadinho e minuciosamente depilado, pois bem sabia a jovem que o seu mais convincente argumento de sedução era o pacote coxas grossas, bunda grande e bucetinha fofa, daquelas que deixam uma irresistível dobrinha marcada na calcinha. Ela tinha a certeza de que só precisava disso para fazer o seu querido maridinho cair de boca babando pelo seu parque de diversão. A religiosa depilação era a garantia de que nada atrapalharia o serviço daquela língua.
Portanto, a visão que Alessandro tinha ali, e considerando que pouco antes dela ter adormecido haviam gozado uma terna sessão de sexo, teria tudo para preencher o seu peito com uma sensação de felicidade e plenitude, mas não era exatamente desse jeito que ele se sentia, assim como não era por espontânea falta de sono que ele despertou no meio da noite.
Sim, foi aquilo que Tati, sua antiga e agora longínqua "ex" lhe dissera tempos atrás, que teimava e tornava a atormentá-lo em forma de pesadelos, noite sim, noite não.
No entando, o pior era quando o tormento surgia sorrateiro e cruel durante as mais inapropriadas situações do dia-a-dia. Aí sim o baque era grande, pois não se tratava apenas de ficar travado e pensativo, ou simplesmente perder o sono e passar uma noite em claro e amuado, tal como passava aquela noite, mas Alessandro se via obrigado a encontrar uma forma de esconder, de despistar, de negar em tempo real esse...complexo! Tinha a impressão de que em algumas circunstâncias as pessoas podiam até enxergar um letreiro pendurado no seu pescoço com os dizeres: "Até um cachorro tem o pinto MAIOR que o meu!"
Dava por agradecido que a sua esposa nunca manifestou qualquer sinal de ciência sobre esse seu pavor. Mesmo naquela vez, quando ao sair do trabalho Alessandro foi de carro buscar Nicole no shopping, e quando a avistou, para a sua surpresa deu de cara com a esposa trajando uma justíssima calça legging preta e um singelo top branco, e para o seu terror, ela estava acompanhada do Arnold, o personal trainer responsável pela moderna academia que se instalava no shopping e na qual Nicole havia acabado de se filiar.
Alessandro travou, uma descarga de adrenalina banhada em hormônios de covardia e inferioridade – tanto faz o nome científico deles - tomaram conta do seu corpo e mente. E não era Nicole o problema, apesar dela assim ter entendido, pois a roupa que vestia fazia da sua bunda um verdadeiro destaque de escola de samba, ainda mais com a sua cinturinha estreita e fininha totalmente exposta pelo top e pelas coxas roliças, que faziam sala para as suas largas e polpudas nádegas, miseravelmente cobertas pelas calças de ginástica que grudam na pele mais do uma luva cirúrgica. Ela então ficou com a impressão de que aquela cara de derrota que seu marido fez ao encontrá-la toda gostosa e querendo fazer academia, era então uma expressão mista de ciúmes dela vestida daquele jeito, com o cansaço após um longo dia de trabalho. Mas como se sabe, não era algo assim tão simples.
Seu marido permaneceu cabisbaixo e mudo praticamente durante o tempo todo em que ela lhe anunciava a decisão de começar a fazer academia, e ficou assim por causa de Arnold. Sim, aquele personal trainer era a encarnação no seu subconsciente do que seria um gajo pintudo, um cara bem-dotado. Era mais alto, mais forte, mais atlético. Apesar do ar simpático e de exibir um sorriso cortês no rosto, típico de quem quer se esforçar para se tornar seu amigo e jamais lhe causar problemas, Alessandro tinha a impressão de que por trás daquele sorriso largo e branco, se escondia um homem sagaz e confiante, daquele tipo de confiança que só o "poder absoluto" consegue conferir as pessoas, o tipo de confiança que faz alguém tomar, possuir, vencer tudo e se preciso humilhar a todos. E o poder absoluto na mente complexada de Alessandro, era traduzido na figura tirânica do pau grande. Sim, para ele era fato consumado que Arnold era dono de uma pica enorme e grossa, massuda e cheia de veias, ávida por jorrar litros e litros de porra no corpo entregue das mais variadas mulheres. Da virgem moça que tem o seu selo rompido pela pica mestra, até a mais madura e experiente das senhoras, que confia o seu gozo somente ao mais dotado e másculo dos garanhões cobridores.
Onde estaria então sua esposa nessa lista, pensava Alessandro, aflito, enquanto notava o bombado Arnold prestar atenção em Nicole toda vez que ela tomava a palavra. Pretendia ele fazer um jogo de sedução? Ou tinha em mente simplesmente aproveitar um momento oportuno para mostrar-lhe sua ferramenta e convencê-la de que estava perdendo tempo desperdiçando toda a sua tara de mulher jovem, e todo o tesão que a sua portentosa bunda despertava, ao viver com um homem de meia-tigela? Pior ainda, e se ela, que havia se casado tão cedo, estivesse agora tomando consciência de que existe sim coisa melhor e principalmente, maior do que ele, e que deveria curtir o que era bom?
De qualquer forma, Alessandro suou frio durante os dez ou quinze minutos que aquele insólito confronto - na verdade, uma simples conversa - durou entre os três. Valores, aparelhos, programação, em nada disso ele conseguiu prestar atenção, sua mente apenas conseguia simular insistentemente um final trágico e humilhante envolvendo sua esposa e o garanhão super-dotado da vez, Arnoldão. Via a sua Nicole trocando de roupa no vestiário vazio e esfumaçado, pronta para remover com dificuldade a sua legging que além de justa, ficava ainda mais entalada no seu rabo após uma suada sessão de exercícios, quando então surgia Arnold...sorriso no rosto, sunga apertada que mal conseguia esconder o meninão, que mesmo "molão" era maior e exibia ao menos o dobro da grossura do seu pequeno estilingue. Sua esposa não era tola e perceberia as intenções do mancebo, e mais do que isso, também já devia ter notado as dimensões e as intenções do seu treinador. Ele lhe agarraria por trás, roçando na sua bunda nua ainda de sunga, com uma das mãos prenderia os braços dela e com a outra levaria maliciosamente os dedos até a sua lisinha e depilada racha, alisando-lhe capô. Ela cerraria os olhos de prazer e instintivamente empinaria o seu já naturalmente largo e arrebitado rêgo, mas ainda lançaria mão de um protocolar e intermitente "Não! Pare com isso...eu sou uma mulher casada!" que pouco ou nenhum efeito teria sobre as intenções do escolado garanhão, que rindo lhe responderia ao pé do ouvido "E daí? Eu sei que você também não para de olhar pra mim!" e dito isso, tiraria o seu espadão da bainha para repousa-lo nas pequenas e ágeis mãos da sua princesa-esposa. Aí estaria o ponto sem retorno, o caminho sem volta.
Nicole admiraria o trabucão, perceberia que apesar de casada ainda não sabia o que era ter prazer com um homem de verdade, e aos poucos, se renderia aos caprichos do malandro. Não, ela não entregaria suas maravilhosas ancas logo de cara pro rapagão, mas ele estaria precavido e paciente com relação a isso. Ela se renderia sim aos encantos hipnóticos daquela anaconda de um olho só, e naquele primeiro dia ao menos entregaria sua boca e o rosto aos caprichos eróticos do seu novo macho, que então esboçando aquele sorriso de confiança, sorriso de quem tudo pode, batizaria a esposa alheia com uma primeira surra de molão, arracando-lhe "ais" e "uis" até entorpecer de vez a sua resistência e deixando-lhe a boquinha cheia de saliva, facilitando assim a primeira sessão de boquete dela em um exemplar de grande porte. A porra, porra real e genuinamente máscula, seria sorvida garganta adentro com certeza! Mas o coito não aconteceria tão depressa, primeiro ela daria uma chance ao maridinho, um voto de misericórdia para o seu pouco afortunado esposo tentar fazer o que já era impossível, fazê-la esquecer o que é uma pica de verdade.
Ela chegaria em casa e na cama, após o jantar, se atracaria aos beijos com Alessandro, com ele, que corresponderia como sempre, com aquela ereção mais acanhada que a de um cachorro. Cumprindo o protocolo, ela montaria sobre o seu pau, que podia mais ser comparado a um dedo da mão de Arnold, e que não demonstraria muita resistência às cavalgadas excepcionalmente safadas que Nicole exibia. Pronto, em questão de minutos o gozo ralo do seu agora definitivamente chifrudo marido acabava com quaisquer dúvidas que ela ainda tinha sobre a traição. E no próximo encontro dela com o treinador naquele esfumaçado vestiário, era certeza que aquela bela bunda mudaria de dono e de mãos, ou pelo menos, estaria sob nova direção.
O personal-trainer arrancaria a roupa dela, ele próprio é quem teria o prazer de arrancar rispidamente, de uma só vez e como macho, aquela legging preta que colava nas coxas grossas e na bunda firme da sua jovem esposa, pouco mais de vinte aninhos, que deixaria escapar um pequeno grunhido de fêmea tarada e entregue. Sem cerimônias, Nicole se ajoelharia e trabalharia a língua por sobre a respeitosa glande do seu objeto de desejo, mas por pouco tempo, só o necessário para lubrificar o monstro que em seguida invadiria a sua buceta. A sua "ex-buceta", porque depois de uma pica como aquela, o seu capôzinho jamais seria o mesmo, o seu tenro capôzinho perderia enfim a inocência. Nicole sentiria dor, dor e desconforto nas primeiras estocadas, mas o seu instinto de mulher a faria aceitar, acomodar, e se adaptar aquele que é o verdadeiro e legítimo pau de homem. Ao final daquela primeira incursão do Arnoldão no maravilhoso mundo de Nicole, a mesma já não mais sentiria dor e desconforto, mas ao invés disso, estaria gemendo e chorando de tesão, soltando gritinhos que entre palavras sem nexo e entrecortadas, seria possível distinguir algumas "quero mais...mais!" "mais fundo, me fode porra" e claro "mete, mete, mete tudo seu PAUZUDO!" Suas vidas jamais seriam as mesmas.
Mas havia um porém, essa possibilidade acima descrita só existia na cabeça complexada dele próprio. Só Alessandro chegou a pensar numa possibilidade dessas. A verdade verdadeira é que Arnoldão era gay, muito gay. O seu apelido Arnold lhe fora dado por ninguém menos que um grande produtor de filmes homoeróticos, pela semelhança da sua voz grave com a voz do famoso ator norte-americano. Nicole se inscreveu naquela academia justamente porque a maioria dos instrutores lá eram gays, e foi sua amigona Gisele quem fez essa recomendação porque sabia que a última das intenções de Nicole era desfilar o rabão recém-casado na frente de um bando de cueca tarado. A verdade, verdadeira é que Alessandro não tinha o que temer e nunca correu risco algum ao ter sua esposa frequentando aquela academia, mas perdia, como de fato perdeu, uma ótima oportunidade de se livrar de vez daquela sombra do passado, daquele complexo que uma cruel e revoltada ex-namorada lhe incutiu na cabeça, o de que o seu pau seria ridiculamente menor que o de um cachorro.