A vida me impôs uma situação contraria a todos os conceitos que regiam minha existência.
Primeiro por obrigação tenho de conhecer a fundo os significados de conceitos e preconceitos, assim...
No resumo e não indo muito a fundo, concei-to nada mais é do que tudo que aprendemos ao longo da nossa vida, no básico conceito é a linha que determina o nosso limite na sociedade...
Preconceito nada mais é que a linha abaixo da sociedade que nos alerta para o fundo do poço...
Como não somos perfeitos, conceitos e pre-conceitos fazem parte da formação do nosso caráter, e facilmente ajustado para seguir a linha entre a so-ciedade e a marginalização.
Em resumo se não somos perfeitos com cer-teza não somos símbolo representativo da perfeição...
Sendo assim, virar à mesa ou juntar os cacos recomeçando de cabeça erguida, reformulando meus conceitos e me adaptando a realidade a minha frente com respeito e compreensão.
Não era sobrenatural, na verdade simples questão de mudar a minha visão e me ver e ver as pessoas com naturalidade, apoiar a mulher digna do meu respeito, independente de sua escolha, não era lá algo extraordinário.
Assim meses depois tudo se encaixava nos devidos lugares, eu não tinha tido o desprazer de conhecer minha rival, ela já me conhecia e morava com Cintia; ela chegava tarde do hospital onde tra-balhava como médica cardiologista e pelos elogios uma excelente profissional.
Yasmin e eu estávamos em banho Maria, rolava, não assumíamos papel de marido e mulher oficialmente, ela por medo de ferir o filho, eu confu-so com um novo relacionamento sério.
No dia a dia as pessoas sabem ser má quando querem, claro que por mais cuidados que tomávamos não dava para esconder o que rolava em nossas vidas, e as butucas de alerta não perdiam um só deta-lhe.
Cintia e eu não tínhamos como esconder que nosso casamento havia terminado e as vendo juntas logo deduziram.
Piadas aqui e acolá são bisturis afiados que dilaceram sem dó e sem piedade.
Cristina era forte escondendo as lágrimas, Cintia sofria com a situação.
Todo o esforço por parte da família sempre sobrava um espinho em forma de cobrança...
Em outras palavras, famílias normais têm fuxicos, na minha, assunto é o que não faltava.
Risos pelas escadas, nos corredores, elevador onde as manifestações eram claras, alguns chegavam ao absurdo de se recusarem entrar com Cintia e Mo-nica...
Quanto a Yasmin pegaram o bonde errado, de santa ela não tinha nada e botava pra correr qual-quer um que insinuasse algo entre nós dois deixando logo claro que ela mandava no pedaço.
Certo dia uma metida a bons costumes insi-nuou, “no prédio, não mais toleraria certos tipos de relacionamento” deixando claro por ela viver com o cunhado não era digna de ser moradora.
Yasmin respirou fundo diante da abelhuda e a olhou nos olhos e não deixou barato.
Yasmin - Quanto ao amante que a trás em casa todos os dias?
- A senhora largará o corno rico e viverá maritalmente com o Ricardão pé de chinelo?
Todos têm uma ou outra sujeirinha debaixo do tapete e próximo a Yasmin o silencio era total.
Claro que isso não era importante, na verdade a situação fugia dia após dia ao controle.
Preconceitos visíveis feriam minha princesa, Cintia e Monica tinham planos de viver suas vidas assumindo a relação publicamente.
Da minha parte torcia por elas, mesmo não estando preparado para encarar essas situações e as surpresas não parariam por ai...
Domingo pela manhã acordei com uma mão conhecida alisando meu peito, confundi com Yasmin e puxei a pessoa pra mim, sem resistência deixou o corpo repousar ao meu lado na cama.
Quando ai beijá-la, Cintia estava preparada para me receber como no passado.
Embora eu a desejasse o cheiro de sua com-panheira estava impregnado em seu corpo e me afas-tei, sorri e disse.
- O que faz aqui, sua companheira pode não entender?
Cínica respondeu.
- Ela sabe da minha atração por você, o as-sunto não é esse, claro se não tivesse parado teria rolado, então quer conhecê-la?
Com certeza não queria.
Cesar - Tá bom assim, ela entra e sai, pra que complicar...
Cintia - Você me prometeu, então?
Cesar - Vou tomar banho, depois vou ao teu apartamento...
Cintia - Vamos agora!
Cesar - Preciso pelo menos me vestir!
Cintia - Lindo como sempre, não é justo es-conder isso tudo, vamos nessa...
Puxado pela mão e arrastado ao seu aparta-mento, na sala sua companheira de roupão sorriu e disse.
Monica- Entendo por que não consegues re-sistir; simplesmente uma miragem...
Ficaria lisonjeado, claro se ela não fosse a mulher linda que estava transando com a minha ex, tipo, não dava...
A minha frente de roupão semitransparente, belo corpo desnudo, bumbum com curvas afinadas, pernas torneadas, seios médios e firmes, violão afi-nado e ao mesmo tempo ela não era estranha, voltei no tempo aos meus dezesseis anos.
Pedro, Carlos e eu, amigos do peito, amigos que quando te via em uma boa davam cobertura para o lance rolar na boa, não aqueles urubus disfarçados de amigos que entram de cara na carniça estragando o lance.
Certas viagens que aconteciam nos fins de semanas, destino cidades vizinhas para jogarmos futebol de campo.
Cada um arcava com suas despesas e íamos de ônibus normal, ou como gostávamos de zoar “vamos de cata-corno”.
Desta vez na volta nós três viemos em pé no fim do ônibus que apanhava passageiro até sair da cidade e entrar na rodovia, aos poucos ficamos es-premidos lá no fundo.
Miragem desfilava em minha direção, cabelos esvoaçados ao vento, vestido de tecido leve cobria lindos joelhos dançando nos movimentos sedutores.
Chegou diante de mim, parou, frente a frente, sorriu, mordeu o lábio inferior, jogou o cabelo para o lado, mediu distancia, virou de costas pra mim e ao mesmo tempo obrigou o namorado a virar de costas para ela.
Logo se aproximou, sentindo meu corpo tocar o seu recuou, logo relaxou e se apoiou em mim deixando rolar.
Adrenalina a mil no molejo do ônibus, ela deixou claro que me desejava com o corpo curvado para trás posicionado para me receber.
Carlos e Pedro fizeram barreira de costa para nós dois prestando atenção no companheiro dela.
Ela percebendo que estava coberta aos olhos do noivo e protegida dos outros passageiros...
Desinibida com carinho abriu meu zíper, com uma das mãos conduziu e com a outra afastou a cal-cinha; tudo corria bem, entrava e saia ao seu coman-do, derrepente freada brusca e a penetração forçada no orvalho de sangue espirrado em minha calça.
Assim que terminamos, ela guardou e fechou meu zíper, joguei a camisa pra fora escondendo o sangue escorrido em minha calça; descemos e ela fez questão de me cumprimentar e apresentar o noivo; ela inventou um nome qualquer para mim, eu correspondi; desde então não mais nos encontra-mos...
Agora ela estava diante de mim e comendo minha ex, destino traiçoeiro me cobrou com juros exorbitantes; sorri e disse.
– Algo em você não me é estranho, nos co-nhecemos em um desses fins de semanas que eu via-java para jogar com o time, ou estou enganado?
Um lindo sorriso brilhou no seu rosto e sem censura soltou o verbo.
Monica - Como poderia esquecer, na minha adolescência buscava meu caminho, com certeza você me mostrou um novo horizonte e que horizonte;
- Pena que o destino nos separou, aos do-mingos na velha rodoviária aguardava o ônibus chegar, infelizmente você nunca mais desembarcou...
Cintia estava pasma tentando entender, Mo-nica percebeu e descreveu a cena da nossa primeira vez.
Monica - Minha família pressionava para eu conhecer rapazes, para eles puta tudo bem, lésbica, crime ou aberração, assim decidi namorar certo rapaz, mamãe afirmava que ele era tudo que qual-quer mulher sonhara...
- Namoramos, noivamos; nada sentia por ele, em minha opinião, coitada da mulher, ele não tinha pegada e na sedução não levava jeito, finan-ceiramente concordei...
- Sentia no peito e acreditava que para rolar deveria ser bom; logo a vida me apresentou um ros-tinho de anjo lá no fundo do ônibus lotado...
- Eu andei na direção do anjinho, minha res-piração ofegava e sentia de cara de que ali e com o safado seria minha primeira vez...
- De costa pra ele, logo o safado não perdeu tempo e me bolinou, molhei a calcinha no toque dos seus dedos; dois safados davam cobertura e não deu outra, minhas mãos desgovernadas, zíper pra baixo, calcinha para o lado, virgem, firmou e me deixou fazer os movimentos para não me machucar...
- Movimentos sutis, gemidos sufocado entre dentes para não sermos percebidos...
- O ônibus freou bruscamente, penetração forçada me obrigou a gemer alto...
- Sem vê-lo percebi que estava preocupado; disse; “Calma, estou bem, alias, estou ótima”; meu noivo estranhou e quase se voltou de frente pra mim, contornei e continuamos.
- Sangue esguichou na calça dele, dor e pra-zer; logo chegaríamos ao orgasmo; safado recuou, senti sua mão umedecida de cuspe no meu bum-bum...
- Desesperada, sem poder dizer não, braço esquerdo apoiado no ombro do noivo; mão nem por decreto largava a calcinha transposta na nádega deixando o caminho livre...
- Contrai meu corpo tentando impedir a pe-netração, carinhoso subia e descia batendo na porta minando minhas forças; logo estava dentro de mim...
- Ai, não; vai doer; doer, ai, não, ai, sim, é bom; meus lábios oferecidos atrofiados aos dele, consumamos juntos; difícil foi nos separarmos; sa-fado me desvirginou frente e verso dentro de um ônibus lotado, se eu não estivesse acompanhada acabaríamos no motel; amei.
Não parecia zangada, pelo contrario Cintia disse certa frase que me deixou preocupado.
Cintia - Droga, droga; agora estamos enros-cados...
Sem entender perguntei.
Cesar - Como assim?
Vendo meu espanto não aliviou.
Cintia - Nós queremos ser mãe, ter um filho nosso...
Irônico.
Cesar - Legal, constituir família sonho de to-do casal, no caso de vocês, rola certa incompatibili-dade para gerar uma criança...
Riram e Cintia deixou claro minha participa-ção.
Cintia - Engraçadinho; o toque final é teu...
Com certeza ser pai de uma criança que seria criada por duas mulheres, não era parte dos meus planos e tentei ser irônico.
Cesar - Nós já temos uma linda menina, com certeza não teremos outra...
Ofereceu com olhar a companheira.
Cintia - Não seria você e eu, não seria nosso, digo, nosso, no sentido de nós duas, entendeu...
Rezava para Yasmin aparecer.
Cesar – Entendi e não entendi...
Descobriu-se do roupão uma miragem diante dos meus olhos, sorriu e disse.
Monica – Com certeza me concederá o pra-zer de termos um lindo filho, pelos velhos tempos, por favor?
Até tentei dizer não, mas elas sabiam como quebrar minhas resistências; rolou e rolou a três, logo depois ela disse.
Monica - Sem sombra duvida nessa vida te-mos nossa metade, a minha com certeza é Cintia, também afirmo que haja uma segunda opção qual venha substituir na ausência de não a encontrar-mos...
- Você me completou no passado, hoje divino, pena que o destino escreveu nossos caminhos com opções diferentes.
Com lágrimas nos olhos admitiu.
Cintia - Assino embaixo, você completa nós duas, infelizmente tua metade é Yasmin e você é a metade dela, assim como Monica é a minha metade.
- Obrigado por ser essa pessoa maravilhosa; por favor, entenda que nós não somos bissexuais, o que sentimos uma pela outra é verdadeiro.
- Destino o colocou em nossas vidas em tem-pos diferentes, por mais que pareça ironia, Yasmin, Monica e eu, sabe Deus quantas mais loucas e apai-xonadas por você.
- Em outras palavras, seja feliz com Yasmin e nos visite quando quiser...
Resultado, um mês depois elas me ligaram avisando que eu seria pai dos filhos delas.
Voltando ao momento, voltei ao apartamen-to, no banho, Yasmin chegou, nos seus olhinhos lágrimas diziam que eu não tinha como negar, olhou-me e disse.
Yasmin - Vamos combinar, não tem como eu te deixar livre, então?
Hora de escolher Yasmin ou perde-la para sempre, decidido a assumi-la como minha esposa e única em minha vida disse.
Cesar - Pra sempre, por completo, fidelidade e tudo mais, ta pronta para enfrentar o mundo ao meu lado?
Não pestanejou.
Yasmin - Prontíssima; fidelidade é meu nome por você...
Puxando as minhas calças Junior reclamou...
Junior - Padrinho, essa que o senhor está beijando é minha mãe?
Olhando nos seus olhos disse ao meu filho.
Cesar - Sim meu filho, tua mãe agora é mi-nha esposa e eu sou teu pai, tenho teu consentimen-to?
Junior - Com certeza papai!
A resposta feliz me levou a crer que Yasmin nesses anos todos o criou como meu filho; olhei e na lata ela respondeu.
Yasmin – Sim, ele sabe que você é o pai; meu ex sabe que não é o pai...
- Tá eu sei da minha irmã e sua companheira, não havia como impedir; deveria ter ido ao nosso encontro...
- Tá nós éramos quatro, minha irmã abenço-ou nossa primeira noite juntos e nos deu o direito a nossa lua de mel na suite...
- Sim, nós duas apaixonadas por você, não pecamos, não, não traímos, sim nos duas pronunci-amos o sim a você e nos tornamos perante Deus tuas legitimas esposas...
- Sim, elas se encontravam, não, não tinham certeza, levou certo tempo pra rolar...
- Minha resposta seria não, sei que elas que-rem que você seja o pai do filho delas...
- Sim eu concordei, pode parecer fútil de mi-nha parte, não veja assim, por favor...
- Acredite, eu amo minha irmã e amo muito você, sim eu sempre estive ao lado dela, sim muitas e muitas vezes choramos abraçadas no chão do nosso quarto...
- Por favor, perdoa por não poder voltar no tempo em relação a nós dois, por covardia deixei essa situação chegar a esse ponto...
- Prometa-me que nunca dormira na casa das duas, prometa-me que todas as noites teus braços serão meus na nossa cama?
Deus simplesmente era maravilhoso em minha vida, eu tive a maior sorte do mundo, sim valeu todas as lágrimas, sim valeu a espera por Yasmin, e nesse momento nós estávamos nas nuvens e afirma-mos o que sentíamos um pelo outro do fundo dos nossos corações.
Cesar - Tem duvida da minha fidelidade a você?
Yasmin - Não, nunca, estava escrito, não es-tava?
Cesar - Escrito com lagrimas de felicidade, pra sempre?
Yasmim - Melhor se for eterno...
Com certeza Yasmin sempre foi à única e eterna em minha vida.
Nossas vidas recomeçaram ali, esperança re-nasceu das cinzas, três anos depois a certeza que escolhei a mulher certa, fiel e apaixonada.
Do meu lado com certeza fiel, Yasmin ocu-pava cada segundo do meu dia.
Mesmo com um casal de filhos com Cintia e Monica, juro que nunca mais rolou...
Quando ai beijá-la, Cintia estava preparada para me receber como no passado. Embora eu a desejasse o cheiro de sua com-panheira estava impregnado em seu corpo e me afas-tei, sorri e disse. - O que faz aqui, sua companheira pode não entender? Cínica respondeu. - Ela sabe da minha atração por você, o as-sunto não é esse, claro se não tivesse parado teria rolado, então quer conhecê-la? Com certeza não queria. Cesar - Tá bom assim, ela entra e sai, pra que complicar... Cintia - Você me prometeu, ent