No Sitio do Tio Carlos... Parte 1

- Hoje não, tenho que ir visitar um tio meu no interior de Minas e vou viajar de tarde até a noite para lá levando a minha mãe!!

Dizia Lígia a uma amiga que a convidava para uma festa daquelas… Ligia era muito atraente, loirinha, 24 anos, seios médiose firmes, cintura bem marcada e um bumbum bem redondo... Por tudo isso que suas amigas gostavam de sempre sair com ela, pois a mesa em que ficassem chamaria a atenção dos rapazes mais bonitos e apolíneos que pintassem no pedaço…

Mas aquele era o momento em que ela mais estava angustiada devido à vida que ela vinha levando e queria aproveitar o clima do interior para relaxar um pouco e curtir a natureza na fazenda do seu Tio Carlos, em Lima Duarte, no interior de Minas…

- Vamos mãe, assim nos atrasamos e viajar de carro à noite tendo que pegar estrada de chão é dose, né, falava em bom português para a sua estimada mãezinha!…

As duas, mais uma ampla bagagem, embarcaram no carro e foram ‘estrada a fora bem contente’…

- Pare que eu quero fazer um pipizinho, pode ser no primeiro posto que encontrar – falava Dna. Luzia, louca para poder descer e esticar as pernas, após as primeiras três horas da viajem que era prevista para durar entre seis e sete horas, se tudo corresse bem...

– Por favor, filhinha, mamãe não agüenta mais ficar dentro deste carro com as pernas encolhidas… Ao chegarem no primeiro posto elas pararam e a Dna. Luzia foi ao WC apressada enquanto Ligia colocava mais algum combustível e o frentista gentilmente jogava água no vidro…

Tomando a estrada novamente ela observa que a mãe pegou no sono e se sente muito sozinha, dirigindo pela estrada quando já em terras Mineiras, o dia começa a soluçar e se debruçar sobre as montanhas e a noite ligeira vem a cobrir tudo pelo caminho…

Ainda faltam cerca de 120 Km de estradas, sendo que 50km destes em estradas de terra batida e ocasionalmente precárias…

Fazia uns 04 anos que ela não ia a fazenda do Tio, pois tinha passado a adolescência inteira por lá, e após os 18 anos estava sempre a inventar desculpas, pois queria era distância de cavalos, vacas, porcos e galinhas, alem dos terríveis insetos, em especial as nuvens de mosquitos que sempre cobriam os campos a noite…

Nas boas lembranças de menina, adolescente e inicio da Juventude, estavam nas noites de cantorias com os amigos e fazendeiros vizinhos do Tio Carlos, nas comidas gostosas da Tiana (Tia Ana era uma empregada e amante do Tio Carlos), nos passeios à cavalo e nas caminhadas até a cachoeira que ficava escondida entre uma vasta vegetação nativa que protegia o riacho que nasce na propriedade dele e lá tomávamos banhos nuas, eu e minha prima Elisa, da mesma faixa de idade que eu e onde as duas se descobriram já nem tão meninas assim, ali pelos 18/19 anos cada uma, e trocávamos caricias e beijos na boca em brincadeiras nada convencionais…

Mas Ligia não lembrava apenas disto pelo caminho, mas também que havia deixado para trás um romance com um filho de um fazendeiro vizinho de seu tio, onde perdeu a virgindade no meio do pasto com ele aos 18, observando os garanhões da criação do pai dele a trepar com suas fêmeas sem cerimônias, imaginando toda a loucura que a égua devia sentir ao ter aquela monumental ferramenta do macho a lhe transpassar a entrada de sua gruta, o que ela e o jovem tentavam reproduzir em menor escala... Ela lembrava-se que o filho do fazendeiro, mais velho que ela 02 anos, tinha um pau grosso e enorme, e ela o chamava de meu ‘mangalarga’ e o jovem mais e mais metia a pirocana nela com prazer impar...

Na cidade Lígia havia deixado um jovem advogado que conhecerá numa das noitadas do Rio e que parecia ser um cara bem interessante… Ficar oito dias longe da civilização para ela seria uma tortura e tanto, não fossem os livros e a matéria que iria poder preparar para o jornal da faculdade de Comunicação com seus dias de exílio rural…

Eram quase 18:30h da tardinha quando imbicou o carro na estradinha que levava até a Fazenda do seu tio e só conseguia se lembrar das crateras e da poeira que subia até conseguir chegar lá nos tempos que era seu pai Humberto que ia dirigindo, que por sinal, em sábia decisão, desistiu de ir e preferiu ficar no Rio para cuidar da casa…

Ah ela se lembrava da mais cruel das coisas da Fazenda, o precário sistema de eletrificação rural da região, o que levava a haver eterna falta de energia elétrica, alem do sistema de canalização de água, o que lhe fazia ter calafrios em pensar ter que ficar acendendo lampiões para pegar água no velho poço para um banho no fim do dia…

Já na estradinha começa a perceber muitas melhoras, não haviam tantos buracos mais e a precária eletrificação rural, já havia sido substituída por um pipocar aqui e ali de lâmpadas de sinalização pelo caminho, como os vaga-lumes dos seus tempos infantis…

Com a estrada tão bem conservada foi rápida e muito menos árdua a tarefa de se chegar a Fazenda Santa Leocádia, propriedade do seu tio…

(segue parte 2)