Amor de verão

Dizem que amor de verão não sobe a serra. Longe de mim julgar o mérito da afirmação, mas me permita ressaltar a parte implícita que o dito invoca: existem amores que, simplesmente, têm data certa para acabar. Foi assim que aconteceu com A. nos breves e exatos 10 dias de nossa coexistência.

Ainda estávamos nos primeiros dias do ano de 2017 e eu, no meu último dia de férias e com a casa a meu dispor, surfava o crepúsculo de uma era que não tinha nenhuma data para voltar. Convidei novamente A. para um cinema, a maior desculpa para vê-lo e ter uma boa tarde de sexo prazeroso para ambos.

Eram 16h quando ele chegou, o porteiro nem o anunciou - ele já era de casa. Era a 4a vez que o via neste curto e intenso espaço de tempo. Trajava uma calça jeans apertada e uma camisa escura. Gato como sempre, aceitou uma água gelada e rapidamente sentou no sofá para conversarmos alegremente.

Mas nesse dia eu não estava muito para papo.

Já estava há pouco menos de 48 horas sem bater uma e isso já era o suficiente para me fazer subir pelas paredes. Eu sabia que tinha que o comer antes da sessão do cinema começar, além do mais, tinha esperança de uma foda repeteco pós-cinema, o que seria lindo.

Dei corda na conversa por alguns minutos e logo cortei o assunto, avançando e beijando-o. Fui correspondido. O beijo de A. era gostoso, não tenho o que reclamar, mas desde o começo, eu nunca o senti completamente entregue ao momento. Talvez isso me atrapalhasse mais do que eu imaginava inicialmente.

Vamos ficar nos beijando aqui na sala na frente de todo o mundo? Melhor ir para o quarto, você não acha? Eu insinuei descaradamente. Ele respondeu Fecha a janela, ué! Será que ele estava brincando? Fiquei sem graça. O comportamento esperado seria que ele corresse para o quarto e arrancasse toda a roupa, como fizera das outras vezes.

Finalmente o arrastei para o quarto. Nos beijamos demoradamente deitados em minha cama. Estava gostoso. Abri os botões de sua camisa que revelaram um peito liso e branco e antes de tirá-la vi a ponta do seu pau já saindo da calça. As coisas pareciam ir bem. Dei uma bela apalpada e brinquei Está animado, em? Ao que ele contestou Claro, tenho 20 anos, até um abraço me deixa assim. Segui o jogo.

Já pelados, seguimos nos beijando enquanto rolava a pegação. Esfregação pau com pau comigo por cima, uma punhetinha mão amiga lado a lado, uma chupada no mamilo para dar aquele tesão. A. sentia cocegas no pescoço quando eu roçava minha barba, o que me incentivava ainda mais a fazer o movimento. Tínhamos tempo, mas eu já estava a ponto de bala.

Posso por uma camisinha? E eu, esperando um vibrante sim, tomei um Foi para isso que você me trouxe aqui? Eu estava tão perdido de tesão que minha única resposta possível foi a verdade Sim, foi. E ele continuou Ser ativo é mais fácil, né? E a minha pureza permaneceu intacta Sem dúvidas, é o que eu acho. Ele riu e seu sorriso me contou algo que eu estava postergando a acreditar... Hoje não ia rolar penetração.

Eu não tenho nada contra pessoas que não queiram dar o cu, porque eu acredito que aquele que agasalha um pau é um verdadeiro herói. Em todo o caso, trata-se de um problema de expectativas. A pessoa tem que estar preparada para, esperando comer um rabo guloso numa foda espetacular, acabar numa pegação padrão. Claramente, eu não estava preparado para aquilo.

Ainda assim, tratava-se de um jogo que eu poderia virar. Abaixei e chupei seu pau. O pau de A. é grande, até. Torto para a esquerda, uma graça. Como retribuição, A. virou-se em um 69. Chupava bem, até. Estava gostoso. Ficamos assim por um tempo até que eu pedi para ele deitar com sua bela bunda para cima. E ele o fez.

Curte que chupem seu cu? E finalmente obtive uma resposta positiva. A bunda grande de A. escondia um cuzinho liso e cheio de pregas. Abri bem e cai de língua arrancando muitos suspiros do garoto. Um pouco de saliva a mais e aproveitei que A. já estava de bruços para dar uma sarrada no seu buraco.

A. estava gostando da situação. Prensei meu pau contra sua bunda e simulei os momentos de vai e vem. O cu melado ajudava o deslise e às vezes o meu pau procurava involuntariamente o seu alvo tão desejado. Quando isso acontecia A. parava com a brincadeira.

Ele fechou as pernas e eu, por cima, comecei a fuder suas coxas. Era uma delícia. O segurava firme. As mãos de A. procuraram as minhas, juntei meu corpo no dele, o pressionando e o dominando com toda a minha força. Suávamos. O ritmo das estocadas foi ficando cada vez mais frenético. Não era um cuzinho, mas por estar sem camisinha e sentir meu pau deslizar na pele de A. aquilo estava me deixando louco.   

Assim dá para gozar, em? E ele riu. Goza.

Perguntei onde ele gostaria que eu gozasse. Em você mesmo, claro. Foi a reposta. Era isso. Batia uma enquanto nos beijávamos. Minha porra só não voou mais porque me segurei. Minha esporrada foi tão forte que me deixou todo melado, de sêmen e suor. Necessariamente precisava de um banho.

Eu sabia que meu momento com A. já tinha passado. Ele foi um produto de uma falha no espaço-tempo: eu de férias com a casa só para mim. Um caso de verão que não tinha chance nenhuma de subir a serra. Adicionalmente, tínhamos 8 anos de defasagem de idade. A. foi ótimo enquanto durou.

A gota d'água para o menino foi saber que ninguém sabia da minha opção e que eu também curtia mulheres. Deste ponto em diante ele fechou a cara. Coitado, ainda o fiz assistir Rogue One antes de o levar para o metrô. Espero reencontrá-lo daqui alguns anos, talvez mais maduro e, quem sabe?, relembrar esse inesquecível começo de verão, nem que seja tomando uns drinks no bar da esquina.


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Ficha do conto

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Nome do conto:
Amor de verão

Codigo do conto:
132292

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
02/02/2019

Quant.de Votos:
1

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