Eu percebi que não adiantava mais negar, e então respondi:
— Cara, tu é meu amigo. Eu jamais daria em cima de você ou dos caras.
— Eu sei, mas relaxa, ninguém precisa saber disso. Eu tô de boas com isso, pô. Por tu ser meu amigo é que achei que seria a melhor pessoa pra eu fazer aquilo lá.
Mais sério agora, eu olhava diretamente para ele: — Eu não sei, cara. Eu tenho medo de algo ficar estranho entre a gente depois. Como a gente ia explicar aos caras o motivo de a gente ter se afastado?
Ele tentava me acalmar: — Não vai ter climão nenhum, mano. Vai ser só uma noite. A gente fica, curte, e o que acontecer lá, fica lá. Depois a vida segue normalmente. — Nesse momento ele colocou a mão sutilmente em minha coxa, olhou bem em meus olhos e disse: — Faz isso por teu amigão?
Eu sabia que talvez fosse me arrepender, mas o desejo falou mais alto. Eu falei que sim, e a gente combinou de acertar direto depois. Eu fui ao banheiro e quando desci, o Flávio já tinha chegado. A noite seguiu normalmente, até quando eu cheguei em casa e recebi uma mensagem dele.
— Ei, André, blz?? Então, aquele rolo lá, tu acha que dá esse final de semana?
Eu ainda esperava que ele pudesse esquecer aquilo tudo, mas como vi que não, e como também não sou bobo, falei que sim, que estava livre. Então ele respondeu:
— Pode ser no sábado à tarde? Eu vou pegar o carro do meu pai, invento um motivo pra sair com ele, e como a gente mora distante, a gente pode se encontrar no centro da Cidade (Recife). O que tu acha?
— Tranquilo, por mim. Te espero no sábado às 15h em frente ao Shopping Boa Vista.
— Fechado.
...
— Olha, eu não tenho camisinha e gel.
— Eu tenho, pô. Relaxa, que eu levo.
— Falou, então.
Era noite de quinta-feira, e como não teríamos aula na sexta, eu só iria encontrá-lo no sábado mesmo.
O dia finalmente chegou, e, como combinado, eu estava lá na frente do shopping às 15h. Eu até pensei que ele não fosse aparecer, que talvez ele tivesse marcado com os outros caras pra zoar de mim, ou algo do tipo. Eu estava muito ansioso, e então recebi uma mensagem dele no celular:
— Vou atrasar um pouco. Devo chegar de 15h30m. É melhor tu ficar dentro do shopping, e eu te aviso quando estiver chegando.
— OK.
Às 15h20m recebi uma mensagem dele falando que estava próximo, que eu podia ir para a rua, porque ele não ia entrar no shopping. Saí para a calçada e fiquei esperando, até que um carro businou para mim na esquina. Vi que era ele. Fui até o carro e abri a porta. Ele deu um sorriso espontâneo e falou:
— E aí, cara, beleza? Entra aí.
Ele estava usando um calça de moletom, com estampa do exército e uma camisa preta mais apertada que as que ele geralmente usava, o que deixou seu peitoral bem nítido. Estava cheiroso. Sentei ao seu lado, meio desconfortável. Ele percebeu e falou:
— Relaxa, pô. Nada vai mudar depois. Só vamos curtir hoje.
— Tá bom. Espero que seja assim mesmo.
Seguimos para um motel no mesmo bairro, eu entrei primeiro no quarto e sentei na cama. Ele entrou logo após, trancou a porta, ligou a TV, mas não faz o padrão de colocar um DVD pornô, colocou um DVD de música qualquer que estava lá. Me deu um sorriso e entrou no banheiro. Após alguns minutos, ele saiu, sem camisa, e enxugando os cabelos com uma toalha. Naquele momento deu pra ver o quão gostoso ele realmente era. Por usar camisas mais folgadas, na maioria das vezes, raramente dava pra ver o contorno exato dos músculos, mas ali estava em minha frente, aquele corpo bem distribuído, másculo, liso, peitoral farto e definido, braços fortes, tudo nele me exalava tesão.
P. S. Vou postar uma foto dele. Não está muito boa, mas é só pra vocês terem uma noção de como ele é gostoso.