Me solta, deixa livre quem quer ficar somente dentro.

Meu corpo queima, doendo meu penis, ereto o dia todo o medo toma conta de mim. Medo de transformação, que caia em tentação e devore quem não é inocente. Medo de ser um leão sem pena caçando sua presa. Ele está ereto, e algumas pessoas avistam em meio a tanto algodão algo inevitável, um sonho de consumo e uma perdição.

Aos poucos a umidade se mostra visível por fora e somente a posição esconde aquilo que quero usar urgentemente.

O desejo aumenta e a paixão aflora de dentro para fora, trazendo a tona a fantasia de satisfazer alguém, se ouvir que foi inesquecível, e de ver que existe algo a mais para pensar. E os pensamentos sufocam o bom senso, tanto que penso devagar e a lógica transpassa o desejo, evitando alguns receios e deixando para trás todo aquele medo.

Qualquer algo perto vira presa, uma mão, um cotovelo, uma cadeira, uma pia, uma coxa, uma boca... ou qualquer outra.
Quero só sentir que ele está aquecido, úmido e gerando gemidos agudos, quero escutar o sim do prazer e sentir o cheiro de tesão no ar. O ar fica escasso e a respiração dificultada, dispneia gostosa, taquicardia temporária, e cefaléia inferior pelo tempo de ereção.

Me solta, me deixa, pede para que eu goze, deixa livre quem quer ficar preso dentro, saindo para um fôlego tomado de gemidos creptantes. Goza pra mim, deixa eu te fazer feliz, olha nos meus olhos e diz que sou e seu você é minha.