Ao chegarmos na casa de Ashton, que agora eu lutava para me acostumar a chamar de minha também, arrumamos as minhas coisas junto ao guarda-roupa daquele que eu amava. Ele parecia feliz, exuberante, como se ter aceitado o seu convite fosse o melhor presente que eu poderia ter lhe proporcionado. Eu também me sentia empolgado. Era um passo importante na minha vida. Sempre desejei ter alguém para amar, com quem viver, com quem construir uma história. Alguém com quem, lá na frente, pudesse olhar para trás e refletir sobre as coisas que vivemos, sobre os momentos que compartilhamos, sobre as emoções que sentimos.
Mas ele havia reservado algo especial.
Quando saí do banho, já vestido, procurei por ele no apartamento. Ao encontrá-lo senti o coração pulsar com ansiedade. A mesa estava posta. Velas a iluminavam. Pratos já estavam preparados. E o anfitrião era o cara mais gato que poderia existir nesse mundo: vestia um smoking preto, que modelava cada curva do seu corpo e o deixava ainda mais sexy.
Você saberia me dizer como eu me senti com o meu pijama do Mickey?
Antes que eu voltasse atrás para colocar uma roupa melhor, senti sua mão pegar em meu pulso. Seus olhos me encararam com profundidade. E daqueles lábios carnudos soou o melhor som que pode existir.
“É para ser especial para você. Não pra mim”.
“Mas você merece algo melhor...”
“Tudo o que eu quero já está aqui”. Levou-me até a mesa e puxou uma cadeira. “Só preciso que me deixe fazê-lo se sentir importante”.
“Ashton...”. Eu estava emocionado. Já me sentia importante. Ele já conseguira tal proeza. “Eu não sei nem o que dizer por tudo isso... Nunca pensei que pudesse acontecer. Nunca pensei que fosse se transformar em realidade...”. Minha vontade era de chorar. Colocar em lágrimas tudo o que eu sentia. “Mas está acontecendo. Está sendo com você”. Naquele momento não consegui mais conter as emoções. “E sou muito grato por isso”.
“Jake, meu amor...”. Seu jeito tão carinhoso de ser era o que mais me impressionava. É claro que na hora das coisas mais íntimas eu adorava o seu lado selvagem. Mas na vida normal, quando nossos hormônios nos davam descanso, seu jeito carinhoso me deixava sem reação. Ele limpou a lágrima que escorreu pelo meu rosto. Beijou-me suavemente nos lábios. E foi ao seu lugar. Bem do meu lado. A poucos centímetros de distância. Exalando o perfume ardente que emanava de seu corpo. “Eu também sonhei com um dia como esse. Com momentos como os que temos vivido. Um dia sonhei tanto, mas no outro já não acreditava nesses sonhos. Então desisti disso. Passei a viver em busca de um prazer que é passageiro e primitivo. Eu só quis satisfazer a minha carne. E foi o que tenho feito nesses últimos tempos. Até que você apareceu”. Tocou em minha mão. Vi lágrimas se formarem em seus olhos. Foi quando ele desviou o olhar rapidamente e colocou um sorriso na face tornando a me encarar. “E eu não pude fazer o mesmo com você embora o tivesse desejado de maneira quase insana. Eu não poderia apenas usá-lo e ir embora. Aqueles sonhos voltaram a acontecer. Aquela vontade de ter alguém e confiar a esse alguém o meu coração retornou com uma força quase insuportável. Ou melhor... Foi insuportável. Se você não estivesse aqui, agora, eu ainda estaria sofrendo pela sua ausência”.
Quem era aquele cara?
Eu não me importava em chorar. E foi o que aconteceu.
Aproximei-me de sua boca sedutora. E o beijei com intensidade. Aquela era a minha resposta para uma declaração tão profunda, tão tocante, tão inspiradora.
Afastei-me antes que as coisas esquentassem.
“E eu não pretendo ir embora”. Assegurei.
Começamos nosso jantar. E rimos sobre bobagens. Falamos sobre assuntos desconexos pelo simples prazer de estarmos juntos, tendo a oportunidade de ouvirmos os sons que nunca nos enjoariam: nossas vozes.
Como garotos comportados, que sabem que entre eles só existe uma pura e inocente amizade, lavamos a louça. Era engraçado ver um engravatado atrás de uma pia. E era provocativo.
Enquanto ele lavava eu secava. Já percebi quais seriam as nossas funções compartilhando a mesma cozinha. Dei risada quando lembrei de uma coisa e ele notou.
“O que seria de tão divertido?”
“Minha mãe não se cansava de brigar comigo para eu secar a louça. Eu sempre fugia desse tormento. Mas olha só agora!”
“Esse é o seu jeito de dizer que prefere lavar?”. Ele terminou o último talher e dirigiu sua atenção para mim.
“Não. É o meu jeito de dizer que por você eu faria coisas que não gostaria...”
“Mas você sabe que eu não te forçaria ao que não gosta, não sabe?”. Aproximou-se aos poucos.
“Eu sei que agora estou vulnerável e você poderia fazer o que quisesse”.
Sua boca foi atraída para o meu pescoço enquanto suas mãos apertavam minha cintura. Eu acariciava suas costas com firmeza enquanto seu corpo se apertava ao meu. Seu calor era tanto que atravessava o smoking e aquecia minha pele.
Suas mãos ágeis tiraram minha camisa e percorreram por todo o meu corpo. Arfei pelo seu gesto tão intenso. Senti que uma bela noite não poderia terminar de maneira melhor.
Ele voltou a me beijar.
Enquanto eu tentava desnudá-lo.
Foi quando conteve minha mão.
E com toda a sua sensualidade, olhando-me com aquele olhar pervertido, tirou a gravata aos poucos. Abriu a os primeiros botões da camisa. Envolveu-me com a fita brilhante e me puxou para si.
Beijou meu peitoral.
Lambeu meu abdômen.
Tornou a dar atenção para os meus lábios que suplicavam por sentir os seus.
Consegui desabotoar a camisa branca enquanto, encostados na pia, beijávamo-nos loucamente. Finalmente meus dedos tocavam a sua pele. Sentiam o seu peito ardente. Sentiam seu coração pulsante.
Seu corpo tenso começou a roçar em mim. Seu membro enrijecido encontrou o meu igualmente duro e começou a se esfregar ignorando os panos que se colocavam entre nós. Suas mãos se mantiveram firmes na minha cintura enquanto a sua boca se alternava entre os meus lábios e a minha clavícula. As minhas procuravam ansiosas pelo seu peitoral sempre tão irresistível e o abdômen tão confortável ao toque.
Consegui desabotoar o smoking.
E o tirei desesperado.
Ele se afastou.
“Não dá pra segurar”. Arrebentou os botões da camisa com fúria tirando-a com desespero. “Você me descontrola”. Agora o meu corpo sentia o seu corpo. Os beijos ficaram mais quentes. Senti minha cueca umedecer pelo tesão que já me consumia. Eu estava rendido. Queria ser possuído por ele. Queria o amor da minha vida conectado a mim de maneira ainda mais íntima e avassaladora!
(Continua na próxima parte. Muito prazer a todos nós!)
Cada leitura gosto ainda mais