Era feriado.
A fim de termos alguns dias apenas para nós mesmos, viajamos ao litoral. Nosso erro foi não verificar a previsão do tempo antes. Mas sobre isso eu falo daqui a pouco. Agora eu só quero deixar claro que já não sei mais o nome que se dá para isso que sinto por Ashton. Durante todo o trajeto ele me fez rir, esquecer da vida, pensar que no mundo só existia ele, com toda sua beleza e generosidade, e eu, com toda a minha vontade de amá-lo e mantê-lo em meu caminho enquanto nele eu caminhasse.
Os assuntos não acabavam. E não falávamos apenas de trivialidades. Mas mesmo os assuntos mais sérios e importantes eram tratados entre nós com uma simplicidade que me deixava confortável diante do mais turbulento abismo que pudesse se colocar entre nós.
Estávamos na praia quando o céu fechou.
Depois de termos chegado em sua casa no litoral e deixado nossas coisas, fomos à praia tirar proveito do máximo que pudéssemos. Mas a chuva forte não permitiu. Corremos de volta para o carro aos risos. Peguei o celular e vi a notificação das autoridades dizendo que uma frente fria acabava de chegar e deveria manter os próximos dias chuvosos. Não tivemos escolha, precisamos voltar para a casa.
Era um ambiente bastante agradável e espaçoso. Se Ashton quisesse se mudar para lá quando terminássemos a faculdade eu não precisaria pensar muito para aceitar. Era também confortável na medida certa. A sala tinha um tapete de veludo que nos fazia tirar os calçados sem nem percebermos, só para que nossos dedos sentissem o macio que ali imperava. Os sofás eram largos e fofos, como aqueles que a gente vê na TV. O feriado não sairia como planejamos, mesmo assim seria um dos melhores da minha vida.
“Só nos resta fazer uma coisa”. Ashton, com aquele olhar travesso, vestindo apenas uma calça de moletom e exibindo o peito nu, apareceu na sala com algo nas mãos.
“E o que seria?”. Sentei-me curioso, encarando-o com um interesse íntimo.
“Titanic!”. Havia pensado em algo mais estimulante, confesso que me decepcionei. “É o único que achei nessa casa. Da última vez que estive aqui levei os outros filmes para o apartamento. Mas dá para quebrar o galho, não acha?”. Falou enquanto ligava a TV e conectava o aparelho de DVD.
“Claro que dá”. No meio do filme ele mudaria de ideia, era o meu plano. “Não importa como vamos passar esse feriado. O plano não pode mudar. Ele é todo nosso!”.
Enquanto o filme iniciava, Ashton se deitou no mesmo sofá em que eu estava. Atrás de mim. Envolvendo-me com aqueles braços fortes, atraentes, que eu adoraria contemplar esticados, apoiando seu tronco, enquanto seus movimentos me levavam à loucura. Procurei afastar aqueles pensamentos tórridos. Era para termos um feriado tranquilo. De namorados fofinhos e comportados...
Confesso que me surpreendi. Eu já havia assistido àquele filme algumas vezes, certas vezes eu sabia as falas de cor, mas a experiência de assistir com o meu namorado me abraçando, fora diferente de todas as outras. Prestei uma atenção que eu nunca havia prestado. Vi aquele casal que todos conhecem de uma maneira diferente. Não importava se era um casal heterossexual. Era mais do que isso. Era a história de um amor grande demais que faz um rejeitar a própria vida para ver o outro em segurança. O mesmo amor que eu sentia por Ashton. Eu morreria por ele.
“Acabou”... A voz rouca de Ashton soou em meu ouvido quando as letras miúdas começaram a subir.
“Se o navio em que estivéssemos afundasse...”.
“Eu daria um jeito de salvar a nós dois”.
“Mas e se só um pudesse se salvar? Você viu o que aconteceu...”.
“Eu já te falei que te amo ao ponto de alcançar o impossível?”.
“Algumas coisas estarão muito além da nossa capacidade”.
“Não para mim...”. O beijo em minhas costas arrepiou minha pele. “Eu te amo, Jake. Nunca falei que amava alguém. Mas eu amo você. Amo de verdade”.
Virei-me para si. Encarei os olhos castanhos que brilhavam em reflexo à fraca luz do entardecer. Tudo começava a escurecer. O ambiente ficava mais íntimo. O silêncio permitia que um ouvisse a respiração do outro.
Beijei-o com amor.
Mas o que começou suave, acabou se intensificando, quando sua mão se arrastou por baixo da minha camisa e acariciou meu peito. As minhas se prenderam ao seu pescoço enquanto eu o trazia para mais perto sem romper a ligação entre nossos lábios.
Algo entre nós pulsou.
Eu não sei dizer se havia sido o meu ou o seu.
Mas pulsou...
Ofegantes, interrompemos o beijo. Ele se encostou em minha testa enquanto eu aproximava meu rosto de seu corpo nu. Percebi que ele sorria enquanto tentava recobrar o fôlego. Mas se dependesse de mim ele perderia o ar ainda mais.
“A gente não vai aguentar, né?”. Ele perguntou.
“Não”. Coloquei-me sobre ele contendo suas mãos. “A gente nunca vai...”.
Desci pelo seu corpo lambendo-o com calma. Cada centímetro. Cada quente centímetro daquele peitoral confortável ao nele repousar, daquela barriga firme que ficava ainda mais sexy quando ele gargalhava estando sem camisa. Aquele homem era todo meu. E eu precisava aproveitar isso.
“Não”. Mordisquei um de seus gominhos. “Se”. Chupei um dos mamilos eriçados. “Mexa”. Tirei sua cueca libertando o pau formoso que já estava pronto para a guerra.
Corri ao quarto. Peguei uma surpresa. E voltei.
Ashton estava na mesma posição que eu havia deixado. Ereto. Visivelmente excitado. Não apenas pelo membro atraente que pulsava no meio das suas pernas, mas pelo olhar tenso, pelos lábios entreabertos, pela respiração pesada.
Fiquei na altura do seu quadril. Pinguei algumas gotas em meus dedos do lubrificante que havia trazido. E lambuzei o pênis de Ashton. Aquela era uma versão que proporcionava uma sensação quente. Meu namorado ergueu o tronco quando toquei seu membro com a mão lambuzada. Parecia espantado. Deliciosamente espantado.
“Lubrificante que esquenta”. Respondi simples enquanto lambuzava todo o seu pau. “Você vai gostar”.
“Já gostei”. Respondeu com a voz densa. Grossa. Sensual.
Aproximei meus lábios da glande de seu pau. Abri um sorriso antes de fazer biquinho e soprar lentamente. Seus dedos se fincaram sobre o sofá. Ele levou o olhar para cima enquanto arfava pesadamente.
Comecei movimentos serenos.
Parei.
Tornei a assoprar.
Ele voltou a gemer.
Tornei aos movimentos de sobe e desce por toda a extensão daquele membro volumoso.
Parei.
Assoprei.
Seu corpo estremeceu.
“Jake...”. Suas mãos se posicionaram na minha cabeça. Mas eu as retirei.
“Apenas se renda”. Pedi.
Ele relaxou.
Abri a boca. Coloquei a cabeça de seu pau para dentro. Mas não fechei os lábios. Apenas bafejei o ar quente contra a glande molhada. Afastei minha boca. Voltei a masturbá-lo com um pouco mais do lubrificante. Seus gemidos ficaram mais altos. Ele parecia mais solto. Não tínhamos vizinhos curiosos ali. Poderíamos fazer o barulho que quiséssemos.
Assoprei na cabeça rosada.
O pau pulsou vezes seguidas.
Pensei que iria gozar. Mas Ashton estava se contendo. Quando o pau pulsou seus lábios se fecharam, suas mãos se firmaram sobre o sofá, sua respiração ficou mais limitada. E seu abdômen se contraiu com força. Ele tentava se controlar.
Abri a boca. Encaixei sua glande. Soltei o ar quente outra vez. Foi o estopim.
“Me chupa, caralho”. Ele suplicou.
Era aquilo que eu queria ouvir.
Abocanhei seu membro rijo. Comecei a chupar do jeito que ele gostava. Engolindo com vontade. Até o final. Deixando-o ainda mais molhado. Minha boca esquentava, efeito do lubrificante. Eu ficava imaginando o quanto que seu pau não fervia. Ele era mesmo um boy magia. Eu já teria me transbordado...
Quanto mais eu chupava, mais ele gemia. Falava meu nome em alta voz. Falava palavrões. Falava mais alto que o habitual. Enlouquecendo-me ao me permitir saber que conseguia lhe proporcionar o prazer que ele merecia.
Suas mãos tornaram a se posicionar na minha cabeça.
Foi quando me afastei.
“O controle é meu, Ash”. Falei. “Quando eu disser que ele é seu, então faça o que quiser”.
“É um jogo perigoso”.
“Eu adoro esse perigo”.
Tornei a chupá-lo. E ele continuou se contorcendo.
Àquela altura, por todo o tesão que dele emanava, o meu já estava alto.
Tirei minha roupa com pressa.
E posicionei minha entrada em seu quadril, na altura do umbigo, levando seus braços para trás, contendo-os com firmeza e penetrando em seu olhar.
“Vamos ver se esquenta mesmo”. Arrisquei.
Posicionei seu pau na minha entrada.
E o coloquei para dentro.
A cada centímetro que entrava eu arfava intensamente.
Até que ele estava todo dentro de mim.
Continuei olhando-o com profundidade. Acostumando-me ao pau pulsante. Sentindo meu próprio corpo esquentar.
Comecei os movimentos.
Ele me olhava com desejo. Com excitação. Aposto que também praguejava querendo assumir de uma vez o controle.
Meus movimentos começaram lentos.
Discretos.
Afastei minhas mãos das suas e passei a percorrer pelo peitoral convidativo.
Seus gemidos eram fortes.
Segui a sua deixa e libertei a minha voz.
Intensifiquei meus próprios movimentos permitindo que seu pau me invadisse com mais agilidade.
Isso me fazia gemer com mais vontade. Dizer coisas que não estava acostumado a dizer. O calor que me consumia me descontrolava. Minhas cavalgadas ficaram mais selvagens. Ele dizia o meu nome com prazer. Eu pronunciava o seu com êxtase. Nossos corpos pulavam sobre o sofá.
Suas mãos se firmaram na minha cintura.
“Ainda não, Ash”.
“Por favor, Jake”.
“Está gostando?”. Venci a dificuldade para falar, continuei cavalgando com energia, sentindo seu peito entre os meus dedos.
“ Estou enlouquecendo”.
“O calor tá demais”.
“Você não sabe o que fez”.
“Provoquei seu tesão”.
“Por favor, Jake...”. Parecia suplicar como se seu pedido fosse capaz de salvar a sua vida.
“Ash...”. Peguei em suas mãos, posicionei-as em meu peito, fechei os meus olhos, embriaguei-me naquela cavalgada que me levava à loucura. “Agora sim eu sou todo seu”.
Em questão de segundos eu estava deitado de frente para ele com o seu corpo em cima de mim. Seus lábios furiosos perseguiam minha clavícula, desciam pelo meu peito, voltavam ao pescoço e procuraram a minha boca. Em meio a tudo isso suas estocadas eram violentas. Ardentes. Quanto mais ele metia, mais calor eu sentia.
O som das suas bolas batendo contra a minha carne.
Minhas unhas cravadas nas costas largas e musculosas.
Minhas pernas envolveram o seu quadril e, como da nossa primeira vez, meu corpo se ergueu ficando grudado ao seu, sendo sustentado por ele, enquanto meu pau roçava em sua barriga.
Seus beijos eram furiosos.
Nossos gemidos eram destemidos. Desinibidos. Espalhavam-se por toda a silenciosa casa.
Apenas víamos a sombra de nossos corpos.
Aquilo era estonteante.
Senti meu corpo estremecer, os espasmos ficarem potentes, até que meu pau colocou para fora todo o tesão acumulado.
Não era apenas eu quem chegava ao clímax.
Gemendo como um homem desesperado pelo gozo, Ashton se libertou dentro de mim. Mais do que o normal. Preencheu-me com fartura.
Soltei-me dele voltando a repousar o corpo no sofá.
Ainda me penetrando, ele se deitou sobre mim. Ofegante. Exausto. Derramando seu suor sobre o meu corpo. Permitindo que o meu se misturasse ao seu.
Ambos estávamos sem ar.
Mal conseguíamos entender o que acabara de acontecer.
“Foi a melhor foda da minha vida”. Ele disse.
“Prefiro dizer que foi a melhor noite de amor da minha vida”. Respondi sorrindo.
“Então foi a noite de amor mais foda das nossas vidas”.
Havia mesmo sido.
Até aquele dia.
(E aí? A história deve continuar? O que poderia acontecer? Não deixem de dizer e que tenhamos uma semana de muito prazer!)