Estávamos todos bem bebidos. O gin como aperitivo, o champagne ao jantar e finalmente o whisky… A descontracção era total. Meia dúzia de dias antes era a esposa fiel que não conhecera outro parceiro sexual além do marido. Tudo acontecia a uma velocidade estonteante… era uma vertigem.
Fomos até à sala. O Luís abre a porta do bar de onde retira uns cigarros.
Uns minutos depois sentia-me completamente desinibida…
O Luís comenta:
- Este foi o aperitivo… vamos ao prato principal… Rui, ajuda aqui…
Os dois dirigem-se a uma arrecadação de onde retiram um grande colchão insuflável que colocaram na meio da sala. Com um pequeno compressor encheram-no rapidamente.
O Luís voltou-se para a mulher e para mim, com um sorriso maroto disse:
- Está na hora de termos uma demonstração vossa. Sabem que uma das fantasias mais comuns dos homens é assistir a uma cena lésbica…
O Rui aplaudiu a ideia e sugeriu:
- Não querem começar por um Striptease?… Não se esqueçam que a tradução correcta da expressão inglesa é: provocação ao se despir. Esperamos ser provocados, muito provocados.
Depois colocou um disco de música suave e foi sentar-se, no sofá, ao lado do Luís.
A Sara iniciou logo uma dança sensual, diria mesmo libidinosa. Lentamente foi tirando a roupa… de forma bem lasciva, deixando os homens loucos de tesão...
Eu estava imóvel, pregada ao chão, com os olhos bem esbugalhados, inebriada com toda sensualidade de Sara. Excitadíssima… Com a cabeça a latejar, sentia-me transportada a um estado superior de erotismo.
A última peça que caiu foram as calcinhas. Completamente nua, em todo o seu esplendor! Continuava a dançar de forma impudica, aproximou-se de mim e puxou-me. Enlaçou-me e começou a dançar comigo. Enquanto dançávamos foi puxando as alças do meu vestido, que em pouco tempo estava no chão. Fiquei só com uma tanga minúscula.
Apertou-me contra si e beijou-me demoradamente. A sua língua penetrou na minha boca fazendo estremecer todo o meu corpo… Correspondi com todo o meu ser entregando-me completamente. Que loucura! Ali à frente dos dois homens… Terrivelmente excitante!
Em seguida enfiou as mãos dentro das minhas calcinhas que fez descer até aos meus pés… Ficou com a cara à altura do meu sexo e beijou, beijou muito. Empurrou-me atá à cama insuflável e aí entregámo-nos uma à outra sem o menor pudor… As nossas pernas ficaram entrelaçadas com os nossos sexos a esfregarem-se um no outro. Com os nossos corpos encaixados voltámos a beijar-nos na boca, sofregamente. Procurei sugar toda a sua saliva, chupando a sua língua. Sentia-me à beira do orgasmo e o sermos observadas só aumentava a minha excitação.
Beijei-lhe o pescoço, os seios, o ventre… à medida que a beijava fui rodando o meu corpo. Em breve estávamos num perfeito 69. A iniciativa tinha sido minha. Sentia um misto de orgulho e de vergonha… Sim, apesar de tudo ainda havia um pouco de vergonha a toldar-me a mente.
Eu chupava, com a ponta da língua brincava com o seu clítoris que depois sugava e prendia-o nos meus lábios.
A Sara explorava todo o meu corpo, a certa altura sinto que sou penetrada pelos seus dedos ao mesmo tempo que continuava a chupar deliciosamente o meu pequeno botão…
Só mais tarde soube que ela procurava atingir o meu ponto G. Confesso que na altura nem sabia o que era!
Senti um orgasmo intenso, como nunca antes tinha sentido. Todo o meu corpo estremecia, arfava, arfava convulsivamente… Senti que a Sara também tinha chegado ao fim…
Estava feliz, imensamente feliz! Tentei levantar-me um pouco para procurar saciar a minha sede naqueles lábios carnudos… As pernas estavam trémulas. Foi um beijo doce o que trocámos. Eu balbuciei um obrigada… Ela chamou-me de tola.
Só então reparei no Luís e no Rui que entretanto se tinham despido e estavam ali nus, à nossa frente, com os paus completamente tesos, apontando ao céu…
Estavam a preparar-se para se lançarem sobre nós… Então, de repente a Sara rodopia sobre si mesma e num ápice está de pé. Ajuda-me a levantar e incita-me a, com ela, atirar os homens para a cama.
Foi o que fizemos. Eles não esperavam e caíram redondos.
Então a Sara, com voz grave, proclama:
- Quiseram ver duas mulheres a ter sexo. Espero que tenham gostado, mas agora é a nossa vez… queremos ver como dois homens se comportam e se isso nos dá tanta tesão como aquela que vos proporcionámos.
Instalámo-nos no sofá onde eles tinham estado antes.
- Estamos à espera – insistiu a Sara – ou vão fazer com que fiquemos aqui o resto da noite a olhar para nada?
- Não seja por isso! – retorquiu o Rui – Vamos Luís, vamos mostrar às mulheres as delicias do prazer gay!
E, sem mais, aproximou-se do Luís e deu-lhe um beijo na boca… bem molhado. Enquanto se beijavam iam procurando, com as mãos, o sexo do outro, iniciando uma masturbação mutua bem suave. Não tardou muito e começaram a arfar… a respiração estava já alterada.
A Sara intervém dizendo:
- Ei pessoal, não queremos que se venham assim!... Vá, sejam mais imaginativos!
Então o Rui rodou sobre si mesmo e foi chupar a verga do Luís que, imediatamente, correspondeu com uma chupada no sexo do amigo. Agarraram-se com força, unindo os seus corpos. Os dedos não ficaram quietos e cada um procurou o cu do outro numa caricia prolongada que se tornava cada vez mais excitante… para eles… e para nós!
Os corpos estremecem e, quase em simultâneo, inundam a boca um do outro de esperma com o qual lubrificam os dedos que se vão enterrar no cu do parceiro. Continuam a chupar o pau um do outro procurando sorver a última gota daquele precioso néctar, até que exaustos caiem, cada qual para seu lado.
Recobrando o folego o Rui pergunta:
- Então, gostaram?
- Estiveram muito bem – retorquiu a Sara – mas para acabar em beleza queríamos ver uma boa enrabadela – salta uma sonora gargalhada e conclui – vocês estão sempre a querer comer o nosso cu… queremos ver como se comportam.
- Por mim tudo bem… adoro dar o cu… mas tem uma condição.
- Qual?
- Enquanto o Luís me enraba quero estar a comer uma coninha… adoro estar no meio de dois prazeres!... Aceitas Noémia?
Respondi não ver inconveniente nenhum, antes pelo contrário, uma vez que a visão daquela cena gay me tinha excitado tremendamente. Estava bem húmida, sentia que os meus fluidos, estavam prestes a deslizar pelas minhas pernas.
- Esse é um licor digno dos Deuses, não se pode perder!
Dizendo isto o Rui inclina-se sobre mim e introduz a sua língua chupando o meu sexo, depois vem beijar a minha boca, fazendo-me sentir o meu próprio gosto!
O Luís tinha ido buscar camisinhas e um gel lubrificante. Voltou com ar triunfante:
- Vamos à festa?
O Rui pediu-me para me deitar, abriu as minhas pernas e introduziu sem dificuldade a sua verga na minha vagina. Suspirei profundamente… sentia a falta de uma penetração bem gostosa.
Depois fez com que eu unisse as pernas e com as suas apertou as minhas. Foi bom, embora só existissem movimentos muito lentos o facto de ter as pernas unidas fez com que eu sentisse melhor o seu sexo a pulsar dentro de mim.
O Luís colocou a camisinha e não poupou no gel, que colocou abundantemente no cu do Rui e no seu caralho. Depois foi forçando e entrou inteiro. Parou por mementos com a verga toda atolada no amigo. O Rui estremeceu, suspirou profundamente, e pediu para que o Luís o fodesse…
Começaram os movimentos de vai vem… Eu estava nas nuvens… O Rui fodia-me à mesma cadência que era fodido… Eu estava a ser fodida pelo Luís através do Rui? A ideia excitou-me ainda mais… O fogo que me consumia continuava bem vivo dentro de mim.
Depois de nos virmos ficámos mais um pouco todos ligados. Sara veio juntar-se a nós felicitando-nos pelo nosso desempenho. Quando Rui saiu de dentro de mim, ela passou a boca pela verga já meia murcha e de seguida veio beber na minha cona todo o esperma que já me escorria pelas pernas. Com a boca cheia de porra veio beijar-me a boca e depois as bocas dos dois machos.
Sem combinarmos nada, como que instintivamente, começámos os três a acariciar a Sara, beijando todo o seu corpo. Os nossos dedos foram sendo introduzidos em todas as aberturas… Sara agitava-se e em breve gritava o seu orgasmo.
Estávamos exaustos, caídos no colchão, sem forças para nos levantarmos…
A conversa foi fluindo… o riso era fácil.
Sara foi a primeira a erguer-se.
- Esperem um pouco, volto já.
Ficámos com um ponto de interrogação estampado no rosto…
Nem tinham passado 3 minutos quando ela retorna. Trazendo ao pescoço uma tira de seda com uma cruz em cada ponta feita com fita cola. Nas mãos uma gravata, um laço de homem, um pedaço de tecido (chiffon de seda) e uma bandolete.
Pediu para que nos levantássemos, colocou a gravata no Luís, o laço no pescoço do Rui e o chiffon na minha cabeça preso pala bandolete, como se fosse um véu. Depois mostrou a tira de seda que trazia ao pescoço dizendo tratar-se de uma estola sacerdotal e que iria celebrar a minha união com o Rui. Todos nus, só com aqueles pedaços de tecido em cima do corpo, estávamos divertidos.
- Os noivos ficam à minha frente. O convidado atrás.
Fez um ar sério e uma voz grave.
- Rui aceita como sua amante a Noémia aqui presente?
- Sim
- Noémia aceita como seu amante o Rui aqui presente?
- Sim
Declaro-vos amantes. Podem beijar-se
O Luís foi ao frigorifico e trouxe uma garrafa de champagne que abriu com estrondo. Os brindes foram muitos: ao sexo, ao erotismo, à sensualidade, ao deboche…
- Às nossas mulheres putas e aos seus maridos cornos.
O brinde do Rui foi o mais aplaudido.
Estávamos exaustos. Fomos para os nossos quartos: eu com o Rui, a Sara com o Luís.
Acho que quando caí na cama já estava a dormir… mesmo assim ainda fui capaz de me enroscar no meu amante…
Amante… que palavra linda!
(continua)
Errata
Um leitor mais atento verificou que as datas do meu primeiro conto não batiam certas… e tinha toda a razão: casei em 1980 e não em 1960 como por lapso escrevi. Os meus agradecimentos a este leitor e as minhas desculpas a todos os outros.