Em meus sete anos de idade sofri uma grande tragédia ao perder meu pai em um acidente de trânsito. Minha mãe ficou sem chão e procurou ajuda de seus irmãos e parentes. Tivemos anos muito difíceis e minha mãe foi pai e mãe para mim, sendo obrigada a jornadas de trabalho duras e muita coragem para enfrentar e superar as dificuldades para cuidar de nós duas, sem depender de parentes.
Já adulta, morando com meu marido, mas sem estar oficialmente casada, eu lhe lembrava, vez ou outra, do meu sonho em casar na igreja. Muitas vezes fechei os olhos e me imaginei chegando na igreja e me encontrando com meu marido no altar.
Devido ao trabalho e afazeres cotidianos, sempre adiávamos esse ritual e formalização de nosso relacionamento, até que, durante uma viagem, ele decidiu oficializar nossa relação - o que surpreendeu a mim, minha mãe e todos os nosso parentes.
Fizemos todos os preparativos para o casamento na igreja e decidi convidar o meu padrasto - o mesmo que comento em meus textos e que mexe comigo - para me levar até o altar. De alguma forma, eu achei que esse convite e essa atitude iria retirar de mim toda a fantasia que eu nutria em relação a ele. Acreditei que isso afetaria positivamente meu universo psicológico o colocando como o substituto de meu pai.
No meu dia de noiva, eu, minha mãe e minhas amigas conversávamos sobre este momento, inevitável, diferente, prazeroso, único em nossas vidas. Minha mãe se emocionava e todas nós também nos emocionávamos. Era divertido e ansioso de se viver e experimentar: maquiagem, detalhes, cuidados, cabelo etc. As horas passaram e o carro veio me buscar e me levar até a igreja.
Durante o caminho até a igreja eu imaginava tudo o que iria ocorrer e tinha que me conter para não chorar, porém, comecei a lembrar que seria o meu padrasto que me levaria até o altar. Eu o imaginava impecável, arrumado, sorridente, muito atraente e muito gostoso. A sensação de pai substituto não durava muito tempo em minha imaginação.
Quanto mais me aproximava da igreja, mais existia em mim a curiosidade de vê-lo abrir a porta do carro. Comecei a visualizar, repetidas vezes a cena dele abrindo e me vendo de noiva. Cheguei a me imaginar emocionada, chorando e ele abrindo a porta e entrando no carro para me consolar. Fechávamos a porta, eu o abraçava e o beijava na boca.
Notei que estávamos já chegando à igreja, e pude perceber as pessoas nos esperando na escadaria na escadaria do lado de fora. Eu não conseguia distingui-las, mas podia imaginar serem fotógrafos, meu padrasto e pessoas de apoio ao casamento. Meu coração acelerou, minhas fantasias pararam, e eu sabia que iria viver a maior emoção da minha vida. Comecei a me imaginar já com meu marido, realizando a cerimônia de casamento.
O carro ficou parado por alguns minutos e eu já não imaginava mais nada, só queria sair. Eu ouvia diálogos e meu coração me sacudindo por bater tão forte. Pensei em como iria sair da melhor forma possível para não me atrapalhar com o vestido e, de repente a porta é aberta e vejo a cerimonialista conversando com meu padrasto, e eu o ouço perguntando: E agora, o que eu faço? E a porta do carro levemente volta a ser encostada.
Aquela pergunta e aquela voz me fizeram imaginar inúmeras vezes a cerimonialista respondendo: agora, você entra no carro, a beija na boca e a come… e eu tive vontade de rir de mim mesma sozinha, aliás, eu comecei a rir com a situação e minhas fantasias.
A porta novamente é aberta e a cerimonialista orienta meu padrasto sobre a forma como irá se posicionar e ser fotografado comigo. Eu pude então vê-lo, sorrindo, lindo, gentil, gostoso e impecável. Pude notar nos olhos dele o brilho ao me ver, pude vê-lo olhar-me inteira e por muito tempo ficou olhado para minha boca. Quando ele mordeu de leve os próprios lábios, gemi em meus pensamentos.
Ele segurou minha mãe e os fotógrafos se posicionaram, fui movendo o vestido aos poucos para fora do carro, mas tive a vontade de puxar meu padrasto para dentro, mesmo que ele caísse acidentalmente sobre mim - é claro que não fiz isso - e ao me posicionar, bem devagar ele veio a mim para me beijar. Beijou primeiramente minha testa, a pedido da moça e depois se posicionou para beijar meu rosto, e em meios ao diversos flashes pude ligeiramente mover meu rosto e meu beijo encontrou o beijo dele nas laterais de nossos lábios, eu senti que ele tentou recuar, mas eu o trouxe para mim enquanto as fotos ocorriam. Nunca mais esqueci ou esquecerei desse beijo.
Quando nos afastamos para ele me ajudar a sair, ouvi de sua boca: você está absolutamente linda! Saí do carro e fiquei ao lado dele vendo as pessoas nos olhando e nos orientando. Eu estava sorrindo e imaginando parar o tempo para poder abraçá-lo e beijar-lo com se eu fosse a noiva dele. Eu tiraria fora o meu vestido e ficaria só de lingerie com ele. O puxaria de volta para o carro e treparia como louca. A calcinha que eu estava usando, escolhi por causa dele, ousada como todas as minhas fantasias.
Me contive então em minhas fantasias e deixei meu lado noiva responsável assumir novamente o controle. Eu sorria por fora e dava gargalhada por dentro de mim mesma, pois eu só poderia ser louca para deixar imaginações e desejos tão insanos tomarem conta de mim em uma ocasião tão importante, o meu casamento.
A cerimônia foi linda, emocionante, me senti feliz e realizada e a minha “segunda-personalidade” - que desejava o proibido, ficou quietinha.
Durante a festa não foi diferente da felicidade plena. Eu e meu marido estávamos felizes, realizados, e todos os convidados disseram coisas lindas para nós. Nos distraímos completamente na festa. Bebemos e curtimos demais. Tudo foi mais do que perfeito.
Ao final da festa, quando algumas pessoas estavam indo embora, inclusive minha mãe e meu padrasto, os dois vieram até mim, me abraçaram e meu padrasto disse: estou muito feliz e agradeço muito por ter me dado a honra de ter te levado ao altar. Quando eles estavam se afastando, antes de eu beber um pouco mais de champanhe, falei: eu que agradeço, seu gostoso. Não percebi que ao meu lado estava uma de minhas melhores amigas e ela ouviu tudo e ficou com olhos arregalados sorrindo pra mim.
“Que isso?” Ela perguntou, e eu simplesmente sorri e respondi: ah, fica quieta, depois eu te falo.
Muito bom conto…a naturalidade com vc descreve é incrível…votado.
Votado antes de eu beber um pouco mais de champanhe, falei: eu que agradeço, seu gostoso. Não percebi que ao meu lado estava uma de minhas melhores amigas e ela Hoje vc ainda tem o desejo por seu padrasto
muito bom parabéns votado
Delícia demais
Super maneiro...conto original...conte me mais, atravéz de e-mail,outras aventuras e etc. Moto tbm Rio,z.oeste...e tenho minhas fantasias que estão aqui,e no outro saite. Caso queira vê Los... agradeço. Votado...nota dez
Bela descriçao. Gostei e votei Escreves bem