Senta-se à cabeceira e toca um sininho de prata para indicar a uma das criadas que é hora de seu desjejum de grape-fruit e brioches com manteiga de ervas, como de costume.
Suspira aborrecida enquanto sorve os últimos goles do forte café produzido na fazenda, servido na pequena xícara de porcelana. Todos os dias são assim, essa mesmice.
Sabe que se dedicaria a não fazer nada além da rotina e de fúteis tratamentos de beleza até à noite, quando seu aristocrático marido chegará do trabalho herdado na diretoria do banco, para então jantarem mudos um em frente ao outro.
Está acostumada, pois sabe ainda que a existência de uma mulher, bibelô da sociedade, casada com um jovem executivo sem outro interesse que multiplicar dinheiro, é assim mesmo: uma chatice a ser suportada em silêncio e sem questionamentos internos.
Em seu costumeiro passeio vespertino pelos vastos jardins gramados da mansão, permanece alguns minutos olhando à distância o feio casebre pintado de verde e já descascando, que guarda as ferramentas de manutenção da propriedade.
O abandono em que se encontra o barracão assemelha-se tremendamente a Don Porfírio, o velhinho de poucos cabelos brancos e muitos anos, encarregado dos serviços gerais, que já trabalha na família de seu marido há gerações, a ponto de confundir-se com o próprio lugar.
Quando abre a porta que quase se desmancha em sua mão, o rangido familiar das dobradiças gastas anuncia seu ingresso e pode ouvir desde o escuro no fundo do barracão a voz de Don Porfírio: “Quem está aí? Ah, sim, é a senhora... Bom dia, patroinha!”
Sem responder à saudação, ela apenas caminha alguns passos até a mesa de marcenaria coberta de serragem e cacarecos, onde se reclina e pousa os cotovelos suavemente após suspender a camisola e o penhoar até a altura da cintura.
Deixa exposto um par de nádegas branco e volumoso, mas firme como carne de primeira, e seu pequeno sexo cor de rosa e depilado, de lábios gordinhos e grelo avantajado como o peito de uma pomba.
Don Porfírio, já acostumado ao mau-humor da patroinha que nunca diz palavra alguma, limita-se a ficar em silêncio e apenas abre o zíper de seu macacão sujo de terra e graxa.
Retira dali seu membro escuro, grande e ereto como uma rocha, usa suas mãos enrugadas de unhas um tanto sujas para afastar as carnes da moça e penetra-lhe com a violência usual, já agarrando lhe os cabelos com uma das mãos e dando tapas em sua bunda com a outra, como se domasse uma das éguas do haras da família.
Ela, a sua vez, permanece alheia às estocadas do velho, pensando em como odeia o cheiro de mofo predominante naquele quartinho e quão horríveis são aquelas ferramentas cobertas de terra penduradas na parede à sua frente.
Don Porfírio continua na função de meter o caralho com vigor na patroinha, ora movimentando seu pênis dentro dela, ora agarrando-a pela fina cintura e fazendo-a ir e vir ao longo de seu membro.
Em instantes a ouve sufocar com a própria respiração tornando-se densa, a vê arrepiar os pelos das costas, crispar as unhas na mesa em meio à serragem e emitir uma pequena sucessão de urros abafados, quase surdos.
Então, como habitualmente fazia, permite-se gozar em profusão dentro da vagina inchada da patroinha, a tal ponto que pode ver o sêmen escorrer dali em gotas espessas após retirar-lhe a verga.
Calmamente, Don Porfírio recolhe os respingos com o membro e puxa a patroinha pelos cabelos para que o limpe, aproveitando para dar uma ejaculada final em seu rosto angelical, tal como ela gostava.
Depois de engolir a porra, ela limpa seu lindo rosto de bochechas róseas com um pouco de estopa, para em seguida abandonar o barracão imundo sem mencionar nenhuma palavra, em momento algum.
Já Don Porfírio, coitado, apenas fecha o zíper do macacão já surrado de tanto uso e permanece ali com um sorriso de poucos dentes amarelados estampado na face, tal como sempre fizera após comer a mãe do patrãozinho, que gostava de começar encaixando o pau de Don Porfírio no cú, rebolando sobre ele enquanto sussurrava impropriedades imundas.
O mesmo sorriso que tinha décadas antes, quando sueus cabelos ainda eram negros e inundava de gozo a bucetinha da avó do patrãozinho, que fazia questão de antes mamar bem babadinho na sua rola, lambendo suas bolas e elogiando o tamanho exagerado de seu caralho.
O mesmo sorriso de quando tinha mais dentes na boca, e emprenhava a bisavó do patrãozinho, que gostava que Don Porfírio lhe lambesse o cú antes de levar rola na buceta apertadinha, pra então ficar gritando “Ai Jesus, ai meu Jesusinho, ai meu santinho, me acuda que me venho!”
O mesmo sorriso de quando era apenas um adolescente e o tal barracão sequer existia, quando comia a trisavó do patrãozinho por trás, com ela em pé apoiada numa das árvores do pomar, depois que ela cuspia em seu cacete e pagava uma bela punheta para deixar-lhe o membro bem rígido.
O ainda o mesmo sorriso de quando tudo começara, sendo ele ainda um menino que trabalhava no estábulo e que rolava nos montes de feno com a tataravó do patrãozinho, ela então uma menina cheia de vigor que adorava quando ele lhe chupava a bucetinha enfiando dois dedos, deixando-a bem encharcada antes do coito extraconjugal de costume.
Don Porfírio, com seu sorriso humilde e seu pouco entendimento do mundo, entendeu nestas últimas seis gerações de patrõezinhos que encarregar-se de satisfazer as esposas de seus filhos ilegítimos era a única forma de preservar o valor mais sublime aprendido naquele lugar desde que era pequeno: a importância de se manter a tradição, a família e a propriedade.
Em uma palavra: ESPETACULAR! Uma leitura que fluiu dentro de um clima de expectativa suave e excitante! Parabéns, parceiro! Votado!
Delícia demais
Muito bom, votado! Um bom servidor esse Porfírio, fiel à família por longo e longo tempo.