Sem mais aviso, sou arrancada do meu transe artístico-pornográfico pelo Adamastor, o professor de fala lenta e monótona que atormenta minhas tardes neste semestre. O velho saiu lá da frente e veio ver o que eu desenhava, nem percebi quando se aproximou. Faço estas gravuras só para mim, não costumo mostrar a ninguém, quase morro de vergonha quando o vejo de pé ante minha carteira, observando a baixaria que eu estava representando no grafite.
O velhote retirou o caderno de minhas mãos, deu uma folheada e viu boa parte dos desenhos que fiz durante aquele semestre. Estou esperando o maior sermão na frente da turma, já penso que sentirei tanta vergonha que nem poderei mais voltar às aulas, imagino mil respostas impertinentes para devolver-lhe a humilhação, tudo isso enquanto o Adamastor vira as páginas do maldito caderno e se limita a arquear as sobrancelhas com espanto.
Só que não. Ele me olha com um ar curioso, apenas diz que deseja falar comigo após a aula e se afasta lentamente em direção à sua mesa com meu caderno em mãos. Meu caderno, meu amado caderninho... Ele é uma prova de minha devassidão precoce, nele estão registrados os sonhos eróticos mais lúgubres e lascivos que já me ocorreram, minha fascinação por homens de caralho grande e mulheres que trepam sem medo, está tudo ali!
Até o final da tarde, o tempo passa mais lentamente ainda e eu não consigo pensar em outra coisa que o meu caderno confiscado. O Adamastor é um cara sisudo, sempre muito sério, provavelmente vai me denunciar à reitoria, perderei minha bolsa de estudos, terminarei expulsa... Fora a vergonha de ter todo mundo comentando sobre os desenhos, meus sonhos mais íntimos sendo devassados assim, para quem quiser ver, uma invasão, uma agressão!
Quando finalmente a aula termina e a classe se esvazia, dirijo-me à mesa do Adamastor. “Pode devolver-me o caderno?”, peço. “Não. Isso aqui é pornografia baixa, material rasteiro, barato, vulgar, sujo. Não condiz com a imagem da faculdade. Não devia trazer isso para cá, mocinha. Além de não prestar atenção nas aulas, ainda distrai os demais colegas. Você não pode fazer isso aqui. Alguém tem que detê-la, vou ter que levar este assunto à direção. A menos que...”
A frase suspensa no ar acompanhada de uma expressão sinistra estampada na cara do professor enquanto tamborila os dedos enrugados sobre meu caderno me fazem gelar dentro da calcinha. O velho tem algo em mente, e não é nada lícito, posso supor. “A menos o quê?”, perguntei, olhando o piso em sinal de humildade e submissão. “A menos que você queira evitar o transtorno de ser expulsa e a vergonha que passará ante o corpo docente”, completou ele.
“E o que o propõe para superarmos esta questão?” pergunto ainda vacilante, esperando que ele proponha comer-me ali mesmo, na sala de aula. Contudo, em vez de algo tão óbvio nesta situação desconcertante, o velhote ordena: “Quero a calcinha que você está usando... Retire-a e deixe comigo até o final das aulas, e manterei seu caderno baixo sigilo.”
Medito alguns segundos sobre a proposta. Como pode ser tão simples assim? Não, não é possível, deve haver alguma armadilha escondida... Mas, ao mesmo tempo, quais são minhas opções? A expulsão? A vergonha e a humilhação pública? Não me parece restarem escolhas. Constrangida com a proposta, enfio a mão por baixo da saia e vou puxando pelas pernas a calcinha fio dental de seda cor-de-rosa que tinha posto mais cedo.
Quando estirei a mão oferecendo-a ao professor, ele mais que rapidamente a agarrou e a enfiou no bolso do casaco. “Tem mais uma coisinha que exijo”, disse ele com um olhar mais circunspecto ainda. Suspirei, aquilo parecia não ter fim, fiquei imaginando o que estava por vir, ele certamente diria neste momento que eu teria que dar para ele ou alguma imundície deste gênero.
“O quê deseja mais?”, falei fitando-o diretamente nos olhos. “Quero que de hoje em diante você só venha às minhas aulas de minissaia, e sem calcinha. Que abra as penas e deixe aparecer suas intimidades sempre que eu olhar para você em classe”, respondeu mirando os desenhos de meu caderno. “Só isso, e nada mais? Jura?” perguntei. “Isso será suficiente para ensinar uma lição à senhorita. Faça-o, e teremos um acordo.”
Nas primeiras vezes que volto à aula do Adamastor, sinto-me um lixo. Minha carteira está logo na segunda fila, sento-me lá sem calcinha e fazendo um esforço enorme para não dar bandeira. Contudo, quando ele me fita com seu olhar sinistro e levanta uma das sobrancelhas, eu sei o que devo fazer: automaticamente, abro as pernas o máximo possível, de forma que minha pequena amiga depilada surge entre minhas coxas.
A situação me incomoda de tal forma que, um dia após a aula, vou à sala do Adamastor para argumentar com ele. Para minha surpresa, pela porta entreaberta vejo a figura sóbria do velhote com minha calcinha enfiada na cabeça cobrindo-lhe o nariz grande, enquanto se masturba compulsivamente olhando os desenhos do meu querido caderno. Neste dia entendo que sua tara é irremediável, e que é melhor deixar as coisas como estão.
Contudo, o tempo vai passando, as aulas vão seguindo seu curso e vou acostumando-me ao nosso acordo, até quase parecer um jogo particular entre nós dois. Sem perceber, eu passo a prestar uma imensa atenção ao Adamastor, pois para mim tornou-se uma questão de honra não vacilar e mostrar minha intimidade a ele sempre quando sua sobrancelha ameaça levantar em minha direção. Acostumei-me a ser o objeto de desejo do velhote, simples assim.
Mais ainda, não raro me surpreendo à noite pensando em seu olhar vidrado quando abro minhas pernas. Nestas ocasiões, sinto um fogo dentro de mim a consumir minhas entranhas, meu sexo esquenta e dilata-se ao mais leve toque e, confesso, mais de uma vez me masturbo pensando que ele está ali com seu nariz grande e olhar de coruja, à minha frente, sentindo o cheiro do meu gozo impregnado na calcinha que confiscou.
Já perto das aulas terminarem, sou uma das melhores alunas da classe. Sei a matéria toda, presto atenção nas aulas como ninguém e me torno uma referência entre os alunos. Em paralelo, sento-me sempre na primeira fila, fico ansiosa à espera que o velho me olhe, me deseje, que arqueie aquela sobrancelha grossa para que eu possa instigá-lo exibindo a depilação daquele dia, feita especialmente para ele.
Até o final da faculdade, não vou mais a uma aula usando calcinhas, seja lá quem for o professor. Torna-se algo tão usual que já nem percebo, por vezes me pego com uma das pernas levantada expondo minha pequena amiga, enquanto me masturbo com a caneta e presto atenção na matéria. Os professores em geral me notam com certa perturbação, disfarçam, nenhum deles sequer é capaz de fazer como o Adamastor e me encarar.
Quanto ao Adamastor, o que dizer? Ele devolveu-me o tal caderno, mas eu fiz questão de deixar minha calcinha com ele, o homem que me libertou, que me fez assumir meu tesão de uma forma que jamais imaginei. É mais, fiz questão de inscrever-me em todas as disciplinas que ele ministrou, passei a assistir às suas aulas sem sutiã também e não perdi nunca uma oportunidade de mostrar-lhe qualquer parte proibida do meu corpo.
Hoje estou firmada no mercado de trabalho como uma das consultoras mais competentes em Direito Internacional, graças ao nada santo Adamastor, de quem não há uma vez que me recorde sem que sinta uma coceira nas entranhas e uma vontade imensa de masturbar-me, esteja onde estiver. Todos os profissionais da área me conhecem por ser extremamente bem preparada e auto confiante - e também pela peculiaridade de nunca usar calcinhas!