Me lembro exatamente do dia que eu sai da cidade de Goiânia (no mês de julho de 2009), juntamente com meus pais e meu irmão gêmeo. Somente eu não queria me mudar, já estava lutando com as mudanças que ocorriam em meu corpo e minha mente. Estava confuso, perdido e solitário naquele momento, meu pai de uma família mega religiosa e preconceituosa, o que faria com a revelação que um de seus filhos era homossexual e o que isso impactaria na relação com seus pais e meu irmão completamente idêntico a mim. Sempre odiei mudança em todos os sentidos e naquele momento da minha vida ter me apaixonado, beijado e ter sido traído não me levou a ter uma saúde mental muito adequada durante um tempo.
Meu nome é Richard e tenho 15 anos, meu irmão chama-se Robert e fisicamente somos totalmente iguais: altura 1,75, 70 kilos, pele branca, corpos atléticos devido aos inúmeros esportes praticados (musculação, natação, futebol, jiu jitsu e muay thai), olhos azul e loiros. Personalidades completamente diferentes, Robert sempre foi lider nato, tomava frente em tudo, me defendia e me protegia caso fosse necessário. Já eu era o oposto, inseguro, calado, tímido e totalmente isolado. Robert era o representante de turma, capitão do time de futebol, já havia perdido a virgindade sendo o cara mais cobiçado pelas meninas do bairro. Ele não queria namorar pra não perder a oportunidade de ficar com a garota que ele quisesse.
Estávamos no inicio de fevereiro na mesma turma de sempre, turma C só que agora no segundo ano do ensino médio. Para mim nada estava igual, passei minhas férias inteiras pensado o que havia de errado comigo por não conseguir me relacionar tão bem com as pessoas quantos meu irmão. É isso estava realmente me afetando e entristecendo, até que no primeiro dia de aula a primeira mudança surge, devido a grande quantidade de alunos novos, além das turmas novas que foram abertas, novos alunos foram adicionados as antigas turmas. E foi nesse instante em que adentrei a sala que vi o garoto que iria me apaixonar a primeira vista e sofrer calado por alguns meses. O nome dele: Álvaro.
Eu não entendi na hora o que havia comigo, fiquei obcecado em saber quem era aquele garoto e o porque da minha necessidade de querer ser amigo dele desde o primeiro momento. Ao mesmo tempo, foi ali também o principio de todos os meus problemas. Não por culpa dele mas sim a falta que me fez ter sido acolhido de forma adequada e não ter sido bombardeado com as formas mais cruéis de bullyng e terror psicológico.
No próximo como vai realmente começar a historia e o inicio das descobertas sentimentais e sexuais.