Primeiras impressões

“Desculpe o atraso”, diz ele.

Enquanto ele rapidamente tira a jaqueta acolchoada e sacode a chuva do cabelo, gotas caem na toalha branca da mesa. Alguns caem no celeiro meio vazio, cujo conteúdo não está mais fumegante como quando o garçom o trouxe para a mesa.

“Eu sou Paulo”, diz ele, estendendo a mão para ela.

Laura zomba, revirando os olhos com o gesto – um pouco apropriado demais para alguém que nem se dá ao trabalho de levar em conta o tempo no trânsito da hora do rush. Sem mencionar que agora ele está interrompendo onde quer que a noite estivesse indo com a linda estranha no bar, aquela que Laura estava fodendo com os olhos o tempo todo em que estava esperando por ele.

Ela aperta a mão estendida de Paulo de qualquer maneira, esperando que ele não confunda o rubor em suas bochechas e o suor frio nas palmas como um efeito colateral de sua presença.

“Laura,” ela diz, tensa. Por um momento horrível, quando ele hesita, ela suspeita que ele possa levar os dedos dela aos lábios, alheio ao seu aborrecimento. Para seu alívio, ele solta o aperto e estreita os olhos para a garrafa aberta de vinho esfriando em um balde de gelo entre eles.

Suas sobrancelhas arqueiam. “Oh”, diz ele, franzindo a testa para a peça central, tirando a carteira do bolso. “Vejo que você se ajudou. Não é muito caro para um primeiro encontro, acredito?

Não são apenas as palavras dele, mas o barulho da cadeira e o cheiro de colônia barata que a fazem torcer o nariz. Suspirando, ela olha e vê novamente a loira bonita no bar, que parece estar se divertindo, rindo e esbarrando em um dos homens com quem ela entrou. Ele está vestindo um terno clássico sob medida e cabelo penteado para trás, sorrindo para ela com ternura, enquanto se coloca por cima do ombro dela.

Mas ela não perde a forma como a atenção da loira continua se desviando de suas barbas e antebraços bem torneados e voltando para a mesa de Laura. Seu olhar oscila entre Laura e seu intruso.

Laura reprime uma risada. Para começar, ela não investiu muito em se estabelecer com o filho colega de sua mãe. Mas ela acha um pouco engraçado, agora que ele finalmente está aqui, que está se intrometendo em seu próprio encontro.

Seu admirador claramente ainda está interessado, agora olhando para as pernas nuas de Laura. Respirando fundo, Laura se fortalece antes de cruzar os joelhos. Seus dedos se contraem, mas ela luta contra o instinto de impedir que a saia suba na lateral onde a fenda revela sua coxa. Ela aperta as coxas enquanto se inclina para frente e oferece uma bela vista de seus seios, nada para o benefício de Paulo.

Seria uma pena desperdiçar este vestido de qualquer maneira.

“Você está livre,” Laura diz, não fazendo nada para esconder o sarcasmo que escorre de seu tom. “Foi um presente.”

Suas sobrancelhas despenteadas desaparecem atrás da franja. “Alguém que você conhece?”

Ainda não.

“Não”, ela responde, cruzando os braços, o dedo indicador batendo em seu bíceps.

Ele espera que ela explique.

Inclinando a cabeça para o lado, ela opta por se fazer de boba.

“Bem, acho que devemos um agradecimento ao nosso misterioso espectador”, ele comenta após um momento de silêncio desconfortável.

“Meu Deus,” Laura corrige.

Seus lábios se pressionam em uma linha apertada. "O que?"

“Você não estava em lugar nenhum”, ela o lembra. “Então ela é minha espectadora misteriosa, não?”

Suas pupilas dilatam, a mandíbula se abre. "Ela?"

Ela enrijece e balança a cabeça, detestando o quanto ela pode antecipar a próxima resposta dele.

“Bem, acho que não tenho nada com que me preocupar então.”

“Eu não diria isso”, ela rebate, suspirando diante da expressão perplexa dele.

Estamos em 2025, Paulo.

“Eu sou bissexual.”

Demora alguns segundos para que suas palavras sejam absorvidas e então, “Oh!” Seu rosto se ilumina, transformando-se em alegria, enquanto ele olha ao redor do restaurante, como um cachorro farejando seu novo brinquedo favorito.

“Você poderia—”

“Preciso usar o banheiro feminino”, ela retruca, interrompendo o que certamente seria outro pedido de sexo a três de um homem hétero.

Não é que ela tenha algo contra eles – sexo a três ou homens heterossexuais em geral. Mas ela certamente não vai entreter nada com este tão cedo, sozinha ou com um parceiro.

A boca de Paulo abre e fecha como um peixe boquiaberto na praia. Ela poderia ter pensado que ele era moderadamente bonito em circunstâncias diferentes, mas ela tem o hábito de detestar qualquer coisa que agrade a sua mãe, uma das razões pelas quais ela se recusou a trazer um homem para casa durante anos.

Laura endireita a coluna e se afasta da mesa. Seu pescoço arrepia quando ela passa pela loira, que ainda bebe o mesmo copo de uísque, e por sua comitiva. A ardência de seus olhos de cristal acompanhando sua trajetória arrepia cada centímetro da pele exposta de Laura.

Laura corre para o banheiro e respira fundo quando entra. Ela pisca para seu reflexo e arruma o vestido, e se certifica de que está sozinha antes de ajustar os seios descaradamente. Suas palmas permanecem, acariciando e apertando, imaginando outro par de mãos cobrindo as suas.

Ela poderia ir embora se quisesse. Basta rabiscar o número dela em uma toalha de papel para sua nova paixão e depois sair furtivamente pelos fundos. Em seguida, comece um bom banho quente quando voltar ao apartamento, provocando-se com seu vibrador de coelho favorito. Arrastando seu orgasmo até gozar, fantasiando sobre aquelas mechas iluminadas pelo sol emaranhadas em seus dedos e suaves beijos rosados ??entre suas coxas.

Sua mãe ficaria furiosa por abandonar Paulo, tornando tudo ainda mais tentador.

Com um suspiro, Laura abre a água fria da pia, mas quando ela está prestes a molhar o rosto corado, a porta se abre, assustando-a. Ela engasga e aperta o peito. A beleza de olhos oceânicos no espelho mantém contato visual com Laura enquanto a porta se fecha atrás dela.

“Olá,” ela diz, calma e doce, com um leve zumbido de aprovação enquanto seu olhar abaixa um pouco e os mamilos de Laura endurecem sob seu olhar.

Esquecendo momentaneamente como falar, a boca de Laura se fecha. Os lábios da outra mulher se curvam em um sorriso suave, diminuindo a distância para se inclinar em torno de Laura e fechar a torneira.

“Eu sou Vivian”, diz ela, apoiando o quadril no balcão, puxando os cabelos dourados para o lado para expor o pescoço e inclinando o corpo na direção de Laura no processo. A respiração de Laura falha quando ela se imagina passando os dedos pela clavícula de Vivian.

Laura engole em seco. “Oi”, ela diz. Vivian arqueia uma sobrancelha com tanta precisão que Laura está convencida de que ela deve ter praticado aquele olhar pelo menos uma dúzia de vezes antes. Ela limpa a garganta antes de acrescentar: “Eu sou Laura”.

“Oi, Laura,” ela murmura, como um amante faria entre os lençóis. "Prazer em conhecê-la." Ela não estende a mão para pegar a mão dela. Em vez disso, ela parece estar esperando pelo próximo passo de Laura.

Laura limpa as palmas das mãos no vestido, antes de juntá-las. “Você tem um bom gosto”, ela murmura e imediatamente se arrepende. Os olhos de Vivian se iluminam, os dentes afundando em seus lábios pintados de rubi para abafar o riso. “—no vinho!” Laura termina rapidamente, o sangue correndo para seu rosto novamente.

Há um contraste surpreendente entre o quão controlada ela é quando os homens a bajulam e a rapidez com que ela é reduzida a uma poça de mingau quando é flagrada na mira de uma bela dama. Vivian lambe os lábios e de repente a única coisa em que Laura consegue se concentrar é em como sua boca parece tão convidativa, vermelha e doce quanto o vinho derramado em sua taça, vazia e abandonada na mesa.

Junto com seu encontro.

Deve haver algo em sua expressão que seja fácil de ler, porque a próxima coisa que Vivian diz é: “Quanto tempo falta para você voltar?”

Laura poderia dizer a ela que já está planejando uma rota de fuga, talvez até convidar Vivian para voltar para casa com ela. Mas a voz rouca de Vivian e o brilho de perigo em seus olhos despertam a curiosidade de Laura além do ponto sem volta. Até onde elas estariam dispostos a ir aqui?

O coração de Laura acelera quando ela levanta o queixo e reúne coragem para dizer: “Não importa quanto tempo leve”.

Os olhos de Vivian se arregalaram um pouco, aparentemente surpresa com essa súbita ousadia. Laura se pergunta se cometeu um erro terrível.

Ela não fica pensando por muito tempo.

O tempo acelera. Num momento os pés de Laura estão firmes no chão e no próximo seu traseiro pressionado contra a pia enquanto dedos ridiculamente macios percorrem seu torso, subindo para traçar seu queixo, pedindo permissão. Laura solta um suspiro trêmulo e as palavras lhe escapam, antes que ela acene freneticamente para o beijo, as mãos deslizando pela blusa de seda de Vivian para massagear sua carne quente.

Laura engole o gemido de Vivian enquanto se move para arrumar o vestido azul marinho de Laura. "Posso..."

“Se você não fizer isso, eu farei”, Laura admite.

Vivian sorri para ela e ela derrete em uma poça sob seu toque. “Para cima”, ela ordena e depois acrescenta, provocadoramente: “Quero ver quão bom é o meu gosto”.

Laura enterra o rosto no pescoço de Vivian, deixando uma marca em seu pulso e mordiscando seu ombro antes de obedecer, pulando em cima do balcão. Um suspiro estrangulado sai da boca de Laura quando sua pele nua atinge o metal frio.

Vivian a manda se calar, um gentil “te peguei”, passando pelos lábios, a respiração fazendo cócegas em seu queixo.

O estômago de Laura se revira enquanto Vivian desliza entre suas pernas. Ela puxa o vestido para baixo como se estivesse desembrulhando um presente e gira a língua em volta do mamilo como se fosse seu sabor favorito de sorvete.

Laura sibila com o súbito arranhão de seus dentes. "Espere..."

Vivian fica imóvel, recuando instantaneamente para verificá-la. "O que está errado?"

“A porta...” ela ofega. “Está trancada?”

O sorriso de Vivian é predatório. "Talvez", ela se esquiva, "se você quiser." Seus lábios roçam a orelha de Laura. "Mas não da mais tesão, não saber se aquele seu namorado imprudente virá correndo por aqui apenas para encontrar minha língua enterrada profundamente em sua buceta?"

Seu gemido é selvagem e sim, talvez ela devesse explicar que Paulo definitivamente não é seu namorado, mas ela não vai estragar esse momento.

Seus olhos se encontram novamente, a boca caindo depois. A determinação de Vivian sai dela em ondas, vasculhando cada centímetro de sua pele, agarrando-se a qualquer carne sensível que a faça estremecer e ofegar. O vestido de Laura nem parece mais um vestido, dobrado acima da curva de sua bunda e para baixo, expondo seus mamilos duros ao ar. Vivian rola um deles entre o indicador e o polegar, sugando o outro em sua boca com lambidas e mordidas de gatinho.

“Você não está jogando limpo”, Laura murmura, enquanto Vivian afasta os lábios com um estalo, recompensando-a com um sorriso sedutor.

“Eu não gosto de regras.” A confissão sai de sua língua como se fosse o segredo mais sujo do mundo. “Mas gosto de acompanhar aqueles que quebram.”

“Você está usando roupas demais,” Laura geme enquanto arqueia as costas enquanto Vivian desliza a calcinha de renda encharcada pelas pernas e a enfia na bolsa.

“Vou compensar mais tarde”, ela promete, e a implicação por si só já causa um arrepio na espinha de Laura. Vivian cai no chão. “Abra as pernas para mim, amor.”

A cabeça de Laura cai para trás e bate no espelho ao ouvir as palavras. O fantasma de um beijo encontra a parte interna de seu joelho.

“É isso”, Vivian dá a entender. Seu elogio faz maravilhas ao corpo de Laura, causando um arrepio direto em seu clitóris. Laura se pergunta brevemente se isso é obra de algum deus benevolente, já que ela estava orando por esse cenário exato há menos de cinco minutos.

Ela se preocupará com qual religião se converterá mais tarde.

Ela olha para baixo bem a tempo de ver Vivian deslizando dois dedos pelos lábios, chupando-os e cobrindo-os com saliva. Provavelmente não é necessário, visto que Laura está praticamente vibrando de excitação, mas Vivian faz um show e ela é uma foto tão bonita assim.

Inferno, eu certamente não vou impedi-la.

O sorriso de Vivian é tímido quando ela pega Laura olhando para ela, como se ela conhecesse todos os pensamentos imundos que passam pela mente de Laura.

“Relaxe”, ela diz entre respirações rápidas enquanto se aproxima mais. Laura agarra a mão livre de Vivian. Vivian o vira entrelaçando os dedos, fazendo o coração de Laura parar e gaguejar contra suas costelas. “Nós duas vamos aproveitar isso.”

O nariz de Vivian roça o clitóris de Laura, inspirando-a e enviando pequenas lufadas de ar sobre seu centro. Então, ela faz uma pausa, deixando Laura ansiosa por um momento. Vivian espera até que Laura comece a se contorcer, até que um suave por favor saia de seus lábios. E então, como se fosse isso que ela estivesse esperando, um longo dedo desliza dentro de Laura com facilidade, a pressão familiar fazendo com que os olhos de Laura revirassem.

Já faz muito tempo que alguém fez isso por ela.

Vivian dá um beijo casto no clitóris de Laura antes de mergulhar a língua entre suas dobras, cantarolando e vibrando contra ela. Laura está absolutamente louca de necessidade, cada nova sensação acendendo um fogo branco em suas veias. Ela explora a buceta de Laura assim como explorou o resto dela, mapeando minuciosamente todo o seu corpo com boca, língua e dedos.

Vivian prolonga isso, até que Laura está pingando e implorando para que ela volte sua atenção para aquele monte de nervosismo, antes de deslizar outro dedo para dentro, enrolando os nós dos dedos e tocando o ponto G de Laura como uma tecla de piano. Ela aprende rápido, descobrindo onde aplicar mais pressão cada vez que Laura solta os ruídos mais embaraçosos e exatamente quanto é necessário para fazer Laura cantar. Seus dedos dos pés se curvam enquanto Vivian encontra aquele ponto ideal repetidas vezes.

"Calma", Vivian murmura acima de seu clitóris, fazendo-a empurrar contra a boca de Vivian. “Você não quer que ninguém invada aqui para nos verificar agora, não é?” Laura involuntariamente aperta os dedos e sente o sorriso malicioso de Vivian percorrer sua coxa. “Ou talvez sim,” - tsc-tsc - “Garota travessa.”

Com essas palavras ecoando em sua mente, o orgasmo de Laura cresce dentro dela. Cada impulso dos dedos de Vivian e cada torção de sua língua aproximam Laura do orgasmo.

Laura passa os dedos pelos cabelos de Vivian com a maior delicadeza que consegue, mas quando eles apertam e puxam, apesar de seu cuidado, os movimentos de Vivian ficam mais ansiosos. Ela rola a língua com mais força contra o clitóris de Laura, curvando os nós dos dedos mais profundamente.

Há uma batida forte na porta e Laura engasga; o salto a manda direto para o limite. Ela aperta e estala, aproveitando seu orgasmo no rosto de Vivian, mordendo o punho para abafar seus gritos. Sua visão clareia e suas pernas tremem. Vivian diminui o ritmo, lambendo suavemente as dobras de Laura enquanto ela desce do barato.

As vozes profundas atrás da porta ficam mais altas e mais urgentes. Laura quase entra em pânico, mas Vivian cuida disso. Ela se afasta o suficiente para gritar: — Só nos dê um minuto, estamos lidando com alguns problemas femininos, se você me entende.

Laura poderia ter rido se não estivesse tão exausta.

Assim que os passos desaparecem, Vivian apoia a cabeça na coxa de Laura, olhando através dos cílios. "Você está bem?" ela pergunta suavemente.

Laura acena com a cabeça e sorri de volta para ela, levantando-se para ajudar Vivian a puxar o vestido para baixo. Laura pensa em pedir a calcinha de volta, mas decide que seria melhor guardá-la como desculpa para ver Vivian novamente.

Ela desce e pega a mão de Vivian, acalmando-se. “Serei capaz de retribuir o favor?”

Vivian inclina a cabeça, lambendo o gosto de Laura na costura de seus lábios. Ela tenta não fazer isso, mas Laura não consegue evitar o arrepio que percorre sua espinha com a visão.

“Essa é a sua maneira de pedir meu número?” Vivian pergunta, tímida.

Hesitando apenas por um momento, Laura responde: “Na verdade, eu estava perguntando se você gostaria de voltar para casa comigo”.

A testa lisa de Vivian se enruga, os olhos se arregalam. “Isso é bastante ousado da sua parte.”

Laura morde a bochecha para não bufar. “Não é tão ousado quanto foder o namorado de outra pessoa no balcão de um banheiro público.”

“Isso é justo.” Ela cantarola. “Você vai partir o coração daquele pobre garoto, você sabe.”

O nariz de Laura enruga. “Duvido, acabamos de nos conhecer.”

“Nós também”, rebate Vivian.

Laura se inclina para frente, entrelaçando os dedos. “E eu tenho o poder de partir seu coração, Viv?”

Vivian pega seu sorriso entre os dentes. “Acho que gostaria de descobrir, amor.”


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Ficha do conto

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Nome do conto:
Primeiras impressões

Codigo do conto:
227576

Categoria:
Lésbicas

Data da Publicação:
20/01/2025

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