Clara agora é Rafaela.
Cabelos curtos. Sempre de casaco, mesmo no calor.
Os médicos chamam de “síndrome do trauma extremo”.
Mas à noite...
ela se toca ouvindo os gritos.
Flashbacks:
Ísis lambendo o pé dela enquanto ela era presa.
O Mestre gemendo palavras antigas no ouvido dela enquanto a penetrava devagar.
Luiza olhando de cima, montada, suada, e dizendo "eu te amo" com voz de clímax.
Ela acorda encharcada.
Chorando.
E às vezes... gozando no sonho.
Um dia, recebe uma carta. Sem remetente. Só uma frase:
“A serpente troca de pele, mas não esquece o gosto.”
E dentro… uma foto atual de Luiza.
Loira. Olhos vazios. Com o colar da Serpente no pescoço.
Ela está viva. E voltou.
Clara entra em pânico.
Troca de endereço.
Queima a carta.
Mas os pesadelos aumentam.
Ela começa a ver sombras. Pessoas de preto.
Sente ser seguida.
Portas abertas que ela jura ter fechado.
Gemidos saindo do rádio mesmo desligado.
Clara entra no banho.
Água quente. Fecha os olhos.
De repente...
duas mãos seguram seu pescoço por trás.
Ela grita. Mas não tem ninguém.
No espelho embaçado...
só um desenho com o dedo: uma serpente em espiral.
Ela cai no chão, nua, tremendo.
A Serpente voltou.
Clara cansada de fugir ela decide lutar pela sua liberdade.
A primeira morte foi fácil.
Uma das caçadoras — “Alba”.
Ela a seguiu até um clube de fetiche.
Esperou.
E no quarto escuro... Clara a estrangulou enquanto gemia no ouvido:
— Lembra da cruz? Agora sou eu que te penduro, vadia.
Matou gozando.
Nem sentiu culpa.
Clara mudou.
Treinou tiro.
Aprendeu a hackear.
Tatuou uma cobra morta nas costas — de propósito, por cima das cicatrizes.
Criou um codinome: "Sangue de Sofá."
E toda vez que matava alguém do culto…
marcava o corpo com batom vermelho: uma serpente cortada.
Próximo alvo: Ísis.
Agora ela é terapeuta sexual de luxo — trabalha com submissas ricas em uma cobertura de vidro.
Clara se disfarça de cliente.
— Quero me libertar dos meus traumas.
— Vamos explorar isso juntas — diz Ísis, sem reconhecer.
No meio da sessão... Clara a algema de cabeça pra baixo.
— Agora sou eu que comando essa porra.
E com um vibrador envenenado, ela goza Ísis até a mulher tremer, sangrar e apagar.
Depois... explode o quarto.
O culto sente.
O novo líder — alguém chamado "Servo da Serpente" — manda um aviso:
“Você acha que nos destrói com prazer e fogo. Mas o prazer é o fogo. E ele arde dentro de você, Clara.”
Clara responde com vídeo:
Ela se grava nua, com sangue nos peitos, sentada sobre uma faca cravada no símbolo do templo.
— Eu sou o novo ritual.
— Eu sou a dor do gozo que mata.
E aperta play no cronômetro da próxima armadilha.
Clara entra sozinha no que restou do primeiro templo.
Vazio. Silencioso.
Mas no centro... uma cama.
E amarrada nela... Luiza.
— Finalmente te achei — Clara sussurra.
Luiza chora.
— Eu nunca parei de te amar...
Clara caminha até ela, lenta.
— Eu também te amo, irmãzinha.
Mas isso... não vai doer só no corpo.