A Fazenda

Às vezes fazemos coisas por mera pressão da família, mas às vezes somos recompensados pelo sacrifício.
       Era outono e um convite havia chegado a minha casa, era a anunciação do apocalipse, meu primo iria finalmente se casar. No começo todos achávamos que não passava de uma grande brincadeira, mas era verdade, ele realmente estava noivo. "É o fim do mundo," pensei. Meu primo sempre odiou duas coisas: feijoada e casamento, e agora ele estava nos convidando para o seu próprio. Não pude deixar de rir quando imaginei meu belo primo esperando sua senhora no altar da igreja, mas fui arrancado de meus pensamentos pelo “pedala Robinho” que meu irmão mais velho me deu.
       Seis horas antes da data marcada para o matrimonio caímos na estrada, meus pais e minha irmã mais velha – gêmea com meu irmão – foram em um carro a nossa frente e eu, meu irmão e a namorada dele fomos em outro logo atrás. Eu estava sendo forçado a comparecer aquela festa, não que eu não gostasse do meu primo, pelo contrário, eu o amava como um irmão, mas odiava a cidade natal do meu pai. Era pequena e longe, muito longe, era além do reino de “Tão, tão distante”. Era uma cidadezinha no interior do Estado onde todos pareciam saber da vida de todos, eu odiava aquilo. Mas meus avós insistiram que eu fosse, meu avô até me apelidara de copa do mundo, por que só me via a cada quatro anos. A cerimonia seria na igreja da cidade que ficava na praça principal e a festa na fazenda da família, a fazenda que era também culpada por eu odiar aquele lugar. Quando eu era criança fui perseguido por uma vaca por quase vinte minutos e desse dia me diante eu sempre como hambúrgueres de carne bovina como vingança pelo ataque daquela besta selvagem.
       Depois de muito tempo confinado dentro daquele carro finalmente chegamos, a praça estava cheia de gente, mas com poucos carros, cerca de nove ou menos, isso me fez lembrar que meu pai e dois de meus tios eram os únicos filhos de meu avô que tinham ido morar na capital. Todos os outros ficaram na cidade e trabalhavam na fazenda.
       "Obrigado pai por ter ido morar em Maceió e conhecer a mamãe," pensei.
       A igreja estava cheia de gente que se eu conhecia não me lembrava, mas todas as senhoras que viam falar com os meus pais apertavam as minhas bochechas com tanta força que eu achei que fosse chorar de dor. Quando chegamos ao nosso lugar – nos bancos da família do noivo – meu irmão ainda estava rindo da minha cara, parecia que eu estava maquiado tamanha era vermelhidão das minhas bochechas, e como todo castigo para loiro é pouco, aparece a senhora minha avó, que também tenta arrancar as minhas bochechas.
       "Misericórdia Senhor!" Clamei ao Pai em pensamento. "Perdi aula na faculdade pra isso?"
       A cerimonia finalmente teve inicio - para o meu bem estar físico -, meu primo estava lindo, vestido de terno e gravata naquele calor das duas tarde. A decoração era simples mais ao mesmo tempo refinada, nada de exageros ou coisas bregas, eu realmente fiquei surpreso. Todos já estavam no altar quando aquela musica tradicional tocou, e lá estava ela, a noiva, linda e de branco, um vestido modesto e lindamente estruturado. Acompanhada pelo pai ela foi até o senhor seu esposo e todo o resto seguiu-se como todo e qualquer casamento, o padre fez as perguntas e as respostas foram sim.
       A entrada da fazenda ficava no fim de uma rua a noroeste da igreja, não muito longe e dava para ir a pé, a festa foi regada a muita musica nordestina, churrasco e claro, muita cerveja. As comemorações foram até a meia noite, depois disso os convidados começaram a se dissipar e em pouco tempo apenas a família restava nas terras de meu avô. Minha irmã e eu dividimos uma cama de solteiro que nos coube confortavelmente durante toda a noite, acordei às seis e meia da manhã e nem eu mesmo acreditava nisso. Mas não era novidade, sempre acordava sedo quando dormia naquela casa. Fui ao banheiro e tomei um banho gelado, depois me vesti com uma bermuda jeans acima dos joelhos e uma camisa de manga curta. Todos ainda estavam dormindo devido à festa de ontem e eu não fazia a menor ideia de como se ligava aquele dinossauro da cozinha que a minha avó chamava de fogão. Meu estomago deu um leve ronco – como o motor de um carro velho – então peguei uma maçã na fruteira e sai para a varanda.
       Era uma fazenda produtora de raízes como macaxeira e batatas, meu avô também investia na pecuária, mas não tinha tantos bois para ser um rei do gado. Não podia negar a beleza daquelas terras durante a parte da manhã, o sol fraco deixava o vento fresco e o ambiente revigorante.
       Sentei-me no para peito da varanda e mordi a maçã.
       - Bom dia senhor – disse uma voz de homem.
       - Bom dia. – Quando virei meu rosto para fora da varanda a fim de ver quem me cumprimentara fiquei estonteado, era um rapaz que devia ter a idade do meu irmão, tinha a pele acobreada e olhos castanhos, cabelos curtos e negros e vestia apenas um macacão jeans sem camisa por baixo. Seu peito musculoso estava suado devido ao trabalho matinal. – Nossa... – Disse num sussurro.
       - Perdão? – ele perguntou sorrindo.
       "Puta que pariu!" Pensei; "ele ouviu."
       - Nada – retribui o sorriso -, eu sou Felipe, neto do João e da Dona Margarida.
       - Sei – ele sorriu e veio até mim -, a copa do mundo?
       - Oi?
       - Você, seu avô me falou de você, ele te chama de copa do mundo. – Estendeu a mão para mim. – Prazer, Roberto.
       - Prazer. – Apertei a mão dele e senti que era áspera, cheia de calos e forte. – Ele fala pra todos que sou a copa do mundo?
       - Sim! – ele sorriu. – O seu João gosta muito de falar dos netos.
       - Eu sei bem disso – soltamos as mãos e eu mordi a maçã. – Faz quase quatro anos que não venho aqui, não me lembro de você, é novo?
       - Faz três anos que estou aqui, mas poderia ser mais – ele passava a mão na alça do macacão e aquilo prendia meu olhar. – Você só saberia se perguntasse a alguém, afinal só aparece em anos bissextos. – Ele sorriu.
       - Errado – disse e mordi a maçã da forma mais sexy que eu podia imaginar, e pelo que vi nos olhos dele tinha dado certo. – Se eu já o tivesse visto, por mais que se passasse toda uma era eu não me esqueceria.
       - Sério garoto da cidade?
       - Sério garoto do campo, minha memória é ótima para se lembrar do que vale a pena. – Dei a ele uma piscadela com olho o esquerdo e ele lambeu o lábio inferior.
       Ele continuou a passar a mão pela alça do macacão quando um volume começou a crescer entre suas pernas. "Trabalha sem cueca;" pensei. Roberto se aproximou um pouco mais de mim e eu pude sentir seu cheiro de macho dominante, era rustico e delicado, agressivo e pacifista. Eu queria saber com seria ficar com um cara como ele, criado no cabo da enxada, embaixo do sol quente, seria diferente dos rapazes de Maceió ou era a mesma coisa? Só tinha um jeito de saber.
       - Você mora na cidade ou aqui na fazenda? – perguntei.
       - Durmo num quartinho lá nos fundos – apontou ele levantando o braço e mostrando propositalmente sua musculatura definida. – É pequeno, mas sempre cabe mais um.
       - Bom saber.
       - E quando o senhor vai embora de volta para a capital? – ele se aproximou ainda mais e colocou uma mão em minha coxa.
       - No fim da semana – disse sem tirar os meus olhos do dele.
       - Se o senhor quiser eu conheço uns lugares que posso apresentar por senhor.
       - Que lugares? – perguntei com a voz doce.
       - Tem um rio a meio quilometro daqui...
       - Não sei nadar – disse interrompendo.
       - Eu ensino – ele sorriu.
       - E posso confiar em você?
       - O seu Joao confia e...
       - Não sou o meu avô, sou Felipe. – Mordi a maçã – Posso confiar?
       - É claro senhor – ele sorria de uma maneira única em todo o mundo.
       Foi-se a manhã e a tarde estava quente, muito quente. Meu pai, meu avô e meu irmão tinham saído com mais alguns empregados para comprar sabe-se lá o que. Eu tinha acabo de acordar do cochilo depois do almoço e resolvi dar uma passada no estábulo para pensar se eu aceitava ou não a proposta do Roberto para dar um mergulho de rio, a fazenda contava com vinte e dois cavalos, dentre eles um garanhão negro chamado Gengis-kan – meu presente de aniversário. Meu avô avia me dado aquele cavalo na vã esperança de poder me prender a fazenda por mais tempo, não deu certo, Gengis-kan me odiava. Eu não o culpo, afinal eu não sabia nem colocar uma sela direito.
       Comecei a andar pelo espaço e vi que estavam faltando alguns animais, inclusive Gengis-kan. Meu avô sempre recusara as mais de mil ofertas que havia recebido pelo animal alegando que não era dele para vende-lo, que apenas eu e ninguém mais poderia se desfazer do cavalo, como nunca tive essa coragem, Gengis-kan nunca havia sido vendido. Mas onde ele estaria então?
       - Deseja algo senhor? – era voz do Roberto, ainda não tinha falado com ele desde aquela conversa pela manhã.
         Quando me virei para vê-lo ele estava montado no meu cavalo, lindo como um cavaleiro de eras muitos antigas. E Gengis-kan parecia feliz por está com ele. "Parece que meu cavalo e eu temos o mesmo bom gosto," pensei.
       Depois de colocar o animal na coxia Roberto se aproximou de mim.
       - Desculpe pelo cheiro de suor é que está fazendo muito calor lá fora.
       Ele estava vestido de calça jeans meio justa e camisa listrada num xadrez de azul e preto, usava também um chapéu a lá Sergio Reis que lhe deixava ainda mais sexy e calçava botas de cano longo.
       - Tudo bem – disse numa voz doce e firme. – Andei pensando no seu convite de dar uma passada naquele rio.
       - E?
       - E não confio em você para me ensinar a nadar em um rio.
       - Serio? – ele franziu o cenho meio desapontado.
       - Sério. Mas podemos ter a nossa primeira aula aqui mesmo. – Me aproximei do Roberto, segurei em sua camisa e forcei ele a baixar um pouco a cabeça, dei-lhe um beijo na boca. – Tem um feno bem macio atrás dos caixotes – sorri.
       - Aqui? – ele sorria.
       - Tem medo?
       - Não, mas e se alguém aparecer?
       - A maioria dos funcionários saiu com meu avô naquela armadilha com quatro rodas que ele chama de carro e as mulheres nunca entram aqui – dei-lhe outro beijo. – Elas têm mais o que fazer.
       Ele retribuiu meu beijo com outro bem afetuoso.
       - Mas eu tô todo suado – ele sorriu. – Salgado.
       - Ótimo! – sorri de volta. – Odeio carne ensossa.
       Dito aquilo Roberto não precisou de mais incentivo nenhum, tirou o chapéu e o lançou no chão, agarrou-me pela cintura e forçou seus lábios nos meus. Seu beijo era quente e suado, o garoto do campo tinha experiência. Suas mãos vadiaram por todo meu corpo e sua pegada era firme, como a de um verdadeiro macho dominante. Ainda com a sua boca na minha ele nos conduziu pelo estabulo até o feno atrás dos caixotes de sementes. Percebi que um volume montanhoso surgiu entre suas pernas e eu não pude me conter, agarrei com a mão esquerda e ele gemeu em meu ouvido.
       - Você nunca usa cueca? – perguntei com ele lambendo meu pescoço.
       - Eu não gosto – disse ofegante -, fica me apertando. Gosto das minhas partes livres.
       - Então ponha para fora – sussurrei em seu ouvido com a língua a lambê-lo levemente e percebi que ele ficara arrepiado.
       - Sim senhor. – Ele me ergueu no ar e me jogou nos fenos compactados, não era nenhum coxão de plumas, mas eu sempre tive a fantasia de foder naquele lugar.
       Roberto tirou a camisa numa velocidade que deixaria o Flash no chinelo, seus músculos pareciam que iriam saltar do corpo de tão volumosos que eram, aquela pele acobreada de um dourado amarronzado lembrava as antigas tribos indígenas da era colonial e aquele homem agora retirava o cinto. Não perdi tempo e também comecei a tirar as minhas roupas, enquanto Roberto descalçava as botas de cano longo eu despi-me da camisa e depois da bermuda, fiquei apenas de cueca. Ele também não usava meias e tinha um pé enorme.
       "Se aquele ditado estiver certo eu estou ferrado," pensei.
       Roberto desabotoou a calça e eu me vi com água na boca, aquele homem estava na minha frente, e retirou a calça e aquele pênis saltou, era lingo e grande. Salivei.
       Ele veio andando até mim e rapidamente percebi que o bronze de seu corpo era totalmente uniforme, inclusive nos países baixos. "Ele toma banho de sol nu em pelo," pensei. Roberto se deitou em cima de mim e espremeu seus lábios nos meus. Nossas mãos vagaram pelos corpos um do outro e meu pênis ainda na cueca latejava. Roberto começou a descer com sua língua pelo meu pescoço e foi assim até minha barriga, onde parrou e começou a mordiscar, me fazendo rir baixinho. Suas mãos ásperas alisaram a parte de dentro das minhas coxas e meu pênis latejou. Ele puxou alguns pelinhos das minhas pernas e eu gemi baixo.
       - Eu já não tenho muitos – disse ofegante -, e você ainda me arranca os poucos que possuo?
       - Não resisti – ele sorria –, são tão loirinhos como os seus cabelos.
       Eu sorri.
       Roberto retirou a minha cueca aos poucos, centímetro a centímetro e a cada puxão ele me dava um beijo na barriga. Quando finalmente me despiu por completo meu pênis estava pulsando loucamente. Aquele homem começou a me lamber do pé esquerdo até a coxa, depois passou para a outra perna e continuou a subir, bem devagar, sua língua era sorrateira e quente, podia sentir o calor do seu hálito na minha pele nua. Eu gemia.
       - Quer que eu te chupe quer? – ele perguntava.
       - Quero! – gemi. – Quero que você chupe agora e... hã!
       Não tive tempo de terminar a frase, Roberto pois sua boca no meu pau e o engoliu por completo. Eu gemi e ele não parou, ele chupava e babava, e lambia e sugava, e mordicava e batia com o meu pau duro na cara dele e dizia que era doce. Ele começou a lamber as minhas bolas e eu gemia, ele sabia como usar a boca. Roberto era incrível.
       Suas investidas orais no meu pênis não pararam, ele continuava e continuava e continuava. Era um homem insaciável. Ele sugou meu pau por inteiro novamente e antes que eu pudesse avisa-lo já estava gozando. A sensação foi muito boa e ele não se importou por levar porra na boca, não era como os rapazes da capital, não, ele havia tomado toda a minha gala de uma vez só. Aquilo é que era homem. Suado e cansado eu me ajoelhei e alguns fenos vieram juntos, presos as minhas costas e bunda, com tapinhas leves e safados Roberto me livrou de todos eles. Ambos ajoelhados nos beijamos novamente e foi longo e demorado, pude sentir o cheiro e até o sabor da minha gala na boca dele. Olhei para baixo e vi que seu pau estava duro como pedra; era a minha vez de domar a serpente. Fiz o mesmo que ele e fui beijando-o do pescoço e desci até a barriga, aquele tanque cheio de músculos, comecei a sacudir um pouco a cabeça lutando contra os meus cabelos e Roberto rapidamente usou suas mãos calejadas para tira-los dos meus olhos. Desci mais um pouco e comecei a lamber seus pelos pubianos, ele não cheirava a suor, era um cheiro de macho, um cheiro de homem. Aquele pau enorme começou a latejar logo a ali embaixo e eu não pude resistir, abri a minha boca o máximo que consegui e engoli aquele monstro. Tentei chupa-lo por completo, mas não consegui, era muito grande. E Roberto tinha razão, estava salgado, temperado na medida certa, ele pulsava na minha boca e eu podia ouvir seu dono gemer. Fiquei por alguns minutos ali, chupando e lambendo aquela perfeição da natureza humana, mas fui destituído de meu prazer por outro melhor, Roberto segurou minha cabeça com ambas as mãos e levou meu rosto até o dele e me deu um beijo quente.
       - Quero comer você – disse com a boca na minha.
       - Então foda-me – falei quase sem voz com um pouco de saliva a escorrer pelos meus lábios.
       Roberto virou-me e me colocou de quatro, veio por trás e começou a alisar minhas costas, deu um leve tapa na minha bunda e eu gemi, ele começou a roçar seu pau duro na minha bunda e aquilo me deixava ainda mais louco de prazer, era grande eu sabia e queria dentro de mim. Ele se deitou um pouco em cima das minhas costas e beijou minha nuca.
       - Pode doer um pouco no começo – disse ele em meu ouvido.
       - Não tenha piedade – respondi com a voz rouca. – Apenas foda-me.
       - Sim senhor – ele deu outro beijo.
       Sem cerimonias eu comecei a sentir seu pênis forçando passagem para dentro do meu ânus, era uma dor agonizante e ao mesmo tempo maravilhosa, meu pau começou a ficar duro novamente e eu gemi alto. Ele forçou passagem e enfiou seu pau dentro de mim de uma só vez. Eu gritei. Gengis-kan levou um sustou dentro da coxia e começou a relinchar, mas depois de um tempo ele voltou a ficar calmo. Roberto realmente não teve piedade e fincava sua estaca cada vez mais fundo no meu ânus, aquilo machucava e agradava, doía e anestesiava, ardia e suavizava. Era muito bom. Senti algo escorrendo pelas minhas coxas e me assustei, Roberto sentiu meu desconforto e me acalmou.
         - Não precisa ter medo – disse ele sem parar de foder. – É natural sangrar às vezes. – Continuou a meter enquanto eu gemia alto.
       Ele mexia seus quadris e o pau mexia junto dentro de mim e aquilo me fazia gemer ainda mais alto. Ele sabia foder, e sabia muito bem. Roberto continuou com as estocadas e cada fincada a força aumentava. Estávamos ambos, suados e cansados. Nossos corpos pareciam apenas um, ligados pelo sexo e pela paixão. Ele fodia e eu gritava, ele fodia eu gemia, ele fodia e eu rebolava. Por fim ele finalmente gozou. Senti um jorro de esperma forte e abundante dentro de mim e aquilo me deixou louco.
       Roberto saiu de dentro de mim se deitou no feno, seu peito musculoso subia e descia com a sua respiração pesada e ofegante.
       - Cara... assim você mata o papai – disse ele quase sem voz.
       - Sínico! – disse deitando ao lado dele com a cabeça em seu peito. – Quem quase morreu aqui fui eu.
       - Sabe que não podemos ficar aqui por muito tempo não é? – ele fazia um cafuné nos meus cabelos. – Sua família pode chega a qualquer momento.
       - Eu sei, mas não se preocupe – dei-lhe um beijo no peito -, ainda temos muito tempo antes de eu voltar para Maceió. E acho que vou acabar com essa fama de copa do mundo, talvez eu apareça por aqui mais cedo do que você imagina. Aí sua pessoa poderá me ensinar a nadar e a montar aquele cavalo que me odeia, mas que parece ama-lo.
       - Terá um bom professor meu senhor – deu-me um beijo afetuoso na testa.
       - Assim espero – dei-lhe outro beijo no peito.
       O dia seguiu e o jantar fora bem apetitoso, durante todas as noites que permaneci naquela agora adorável fazenda. Todos os dias eu e Roberto íamos da uma volta com a desculpa de aprender mais sobre cavalo e plantação, o que deixou o meu avô bem feliz, mal sabia ele que a única macaxeira que me importava estava entre as pernas do seu empregado. Roberto e eu sempre dávamos uma passada no quartinho dos fundos a fim de aprofundar um pouco mais os tais conhecimentos sobre criação e agricultura. Mas o que é bom um dia acaba, e chegara o dia de voltar para Maceió, na manhã do dia da viagem ele me encontrou no estabulo onde fodemos pela primeira vez.
       - Quando você volta? – ele perguntou.
       - Talvez em um mês... talvez em seis – aproximei-me dele e lhe dei um beijo nos lábios. – Vai saber.
       - Não tem uma data especifica? – ele sorriu.
       - Só posso lhe garantir que não vai levar quatro anos.
       - E o que eu faço até lá?
       - Divirta-se, garoto do campo. – Sorri.
       - Não vai me querer só pra você? – ele fingiu desapontamento e fez beicinho.
       - Quero qualidade e isso eu sei que você tem – pisquei o olho. – Exclusividade é algo que não preocupa no momento. – Sai andando para fora e ele ficou onde estava.
       - Então vai se divertir também lá em Maceió? – perguntou.
       - Tanto quanto eu puder – disse me virando e olhando ele sorrir. – Até outro dia, garoto do campo! – dei as costas e sai do estabulo.
       - Até outro dia... garoto da cidade. – ele disse.
       E foi assim que comecei a deixar de odiar aquela cidade pequena, cheia de pessoas fofoqueiras e longe de tudo. A fazenda agora era especial, pois além de Gengis-kan havia outro garanhão a minha espera, e esse eu queria montar nu em pelo todos os dias até o fim dos tempos.

Já era inverno há um bom tempo, mas ainda assim o calor teimava em não me abandonar, Maceió estava desconfortavelmente quente naquela época.
       Quando anunciaram as férias na faculdade vi nelas a oportunidade perfeita para voltar à fazenda, não só pelo calor, mas também pela copa do mundo – e não estou falando do apelido ridículo colocado em mim pelo meu avô – e é claro, também pelo Roberto. O carro que eu pegara emprestado com a minha mãe voava pela estrada parcialmente deserta devido aos jogos que ninguém queria perder, exceto eu aparentemente. Não estava aguentando mais, para todo o lugar que eu ia havia pessoas falando da copa.
       “É que a Espanha isso, é que a Colômbia aquilo, é que a Croácia é assim e o Neymar é assado.”
       Cansei.
       Quando avisei lá em casa que estava indo para a fazenda do meu avô para passar uma semana todos tiveram o desplante de rir na minha cara sem nem se dar ao trabalho de disfarçar o deboche. Ainda tive que ouvir frases do tipo: “quem é você e o que fez com meu irmão?”. Mesmo assim lá estava eu, dirigindo, sozinho, em estradas que eu não conhecia de memória, sendo guiado apenas pelo GPS do celular. Acabei me perdendo duas vezes, fui parado numa blitz onde um policial rodoviário federal muito lindo – do tipo que eu não me importaria de pegar perpetua se ele fosse meu carcereiro - acabou me mostrando o caminho certo. Ele era um negro com olhos verdes e lábios carnudos, braços fortes e um rosto másculo sem barba, tinha uma bunda perfeita na calça justa. “Eu tenho que me perder mais vezes,” pensei.
       Segui o caminho indicado pelo oficial maravilhoso e depois de meia hora comecei a reconhecer alguns pontos de referência, eu já estava perto da entrada da fazenda. Parei o carro quando cheguei à praça principal da cidadezinha a fim de comprar algumas guloseimas na mercearia, um dos poucos pontos fortes daquela cidade eram os doces da Dona Elsa, um pedaço do céu em cada dentada. Entrei no estabelecimento e me senti como num filme de faroeste, todos me olhavam como se eu fosse o forasteiro que veio desafiar o xerife para um duelo, mas a Dona Elsa rapidamente me reconheceu e todos os homens voltaram a assistir o jogo que tinha acabado de começar – era Brasil e Alemanha – ela me cumprimentou como sempre fazia, apertando as minhas bochechas como se o mundo fosse acabar. Uma bela jovem de longos cabelos negros que aparentava ser um ano mais nova que eu apareceu atrás do balcão, seu rosto corou quando me viu e ela ficou nitidamente envergonhada na minha presença. “Uma virgem do campo;” pensei.
       A garota me olhava de soslaio ao mesmo tempo em que fingia tirar a poeira do balcão, meio brincalhão, eu lancei o que posso chamar de meu olhar quarenta e três na direção da jovem. Ela ficou com o rosto ainda mais vermelho e se retirou as presas para o deposito da mercearia. “Com certeza é uma virgem;” pensei. “Eu era do mesmo jeito quando conheci a Yara.”
       Ao termino de minhas compras paguei pelos produtos que escolhi e fui em direção ao carro estacionado na calçada, quando repentinamente todos os homens ali presentes gritaram palavrões de diversos tipos e alguns deles eu nem sabia que existia. Fiquei sem saber o que estava acontecendo até que ouvi na TV a frase: “gol da Alemanha!” Agora estava explicada a raiva dos torcedores da mercearia.
       - Até nesse fim de mundo a copa me persegue – disse baixinho para mim mesmo.
       Entrei no carro e segui para a fazenda, mas antes de eu conseguir chegar até a porteira uma forte chuva desabou, o portão de madeira da entrada estava fechado, mas não trancado, sai do veículo rapidamente e abri a porteira, voltei para o carro e acelerei, uma vez dentro dos limites da propriedade voltei a sair do carro para fechar a porta novamente. Quando voltei a entrar no carro estava completamente molhado. “Vou pegar um resfriado com certeza”; pensei.
       Acelerei o veículo devagar devido a pouca visibilidade e fui em direção à casa grande, parei em frente às escadarias que levavam até a varanda e mais uma vez sai na chuva. Agora, na varanda, protegido do pequeno dilúvio; passei as mãos nos cabelos, tirei a jaqueta e os sapatos e os coloquei numa cadeira de madeira que havia por lá – cadeira essa que era mais velha que o meu pai – e entrei na casa.
       - Time de corno! – ouvi alguém dizer furioso e pela voz era o meu avô.
       - Esse Felipão não presta! – disse outra pessoa.
       - Meu irmão, “véi”! Cinco a zero é foda! – essa voz eu conhecia, era o “H”. Na verdade seu nome era Hércules, mas todos o chamavam pelo apelido colocado pelo meu avô, é claro.
       Dei mais alguns passos para dentro do recinto e cheguei na sala de TV, todos estavam lá discutindo como se fizessem parte da comissão técnica da seleção brasileira, uns falavam do ataque e outros da defesa e mais alguns da arbitragem. No total eram mais de nove homens, meu avô, meu primo “H” e alguns funcionários e ninguém notou minha presença.
       - Quem tá ganhando? – perguntei com voz ativa para que me notassem.
       - A Alemanha. – Disse o “H” sem tirar os olhos da TV de plasma.
       - Por quanto?
       - Cinco a zero.
       - Sério? – eu não era nenhum expert em futebol, mas até eu sabia que numa copa do mundo cinco a zero era demais. Alguma coisa estava errada. – O Brasil não tem goleiro em campo não é?
       - Tem Felipe, mas o Júlio sozinho não faz milagre.
       Mesmo sem olhar com quem estava falando “H” reconheceu minha voz, mas estava tão fixado no jogo que nem se deu conta disso. Já meu avô ao ouvir meu nome olhou para trás e me viu.
       - Meu filho! – ele sempre me chamava de filho. – Tomou um banho de chuva foi? – ele também tinha o dom de perguntar o óbvio.
       - Foi vô, acabei de chegar. – Ele se levantou da cadeira de balanço e veio até mim, dei um leve abraço nele para não molha-lo. – E a vó cadê?
       - Ela foi num café de bebê da filha de comadre Regina.
       - É chá, vô! – disse “H” olhando para nós. – Oxe! Chegasse quando? – ele sorriu e como sempre era um lindo sorriso.
       Hércules assim como eu também era loiro, mas era mais alto e tinha um corpo musculoso, era três anos mais velho, olhos castanhos e com certeza o primo que eu mais amava. Ele havia morado em Maceió comigo e minha família durante dois anos. Ele, eu e meu irmão brincávamos muito quando crianças: pega-pega, pique esconde, rouba bandeira, sete pedras e por aí vai. Após os esses dois anos ele voltou para o interior e foi morar com os pais. Mantivemos contato por telefone e depois pela internet, mas com o tempo nos distanciamos um pouco. Ele tinha ido morar em Pernambuco, onde trabalhava como operador de máquinas pesadas ou alguma coisa do tipo. Anos se passaram e ele conseguiu ficar ainda mais belo. Agora estava com uma barba cerrada meio ruiva e cabelos num corte social impecável. Ele estava divino!
       - Acabei de chegar – disse com o melhor sorriso que pude encontrar.
       Ele levantou do sofá e veio até mim, deu-me um abraço apertado e eu pude sentir o seu cheiro. Lembrou-me Roberto. “O Roberto”, pensei. “Quase me esqueci dele.” Hércules me libertou daqueles braços fortes.
       - Todo mundo aqui assistindo – olhei em volta -, só não vejo o Roberto. – Disse quando não encontrei.
       - Nem vai vê – disse meu avô -, ele foi embora para Juazeiro com a menina dele.
       - Menina dele?
       - Sim. Ele arrumou uma prenda na cidade e se casou, foi morar com ela lá em Juazeiro, onde a menina tem família.
       - Quem bom pra ele. – Sorri.
       Eu estava feliz pelo Roberto, afinal eu o mandei viver e ele viveu. Não tínhamos nada então eu não tinha o direito de ficar aborrecido pelo fato de ele ter casado, é claro ele podia ter me ligado ou sei lá feito sinal de fumaça, não sei. Mas não importava mais, eu tinha percorrido um longo caminho pra chegar naquela porcaria de fazenda e não iria embora.
       O fim do primeiro tempo do jogo foi anunciado e todos os homens saíram da sala, uns foram para o banheiro, outros foram fumar um cigarro na varanda e outros foram discutir o fracasso do Brasil na cozinha.
       - Vá tirar essas roupas molhadas antes que pegue uma gripe. – Disse meu avô.
       - Deixa parar de chover vô, o carro ficou lá fora e a mochila tá no porta malas. Depois eu troco.
       - Depois não, agora. Depois fica doente e não quer tomar os chá da sua avó.
       - Aquilo não é chá não.
       - A vó ainda faz aquelas pajelanças? – perguntou “H” sorrindo lindamente.
       - Sempre que alguém tosse. Uma vez ela se meteu naquele matagal atrás da casa e voltou até com capim dizendo que ele era santo, tacou tudo na panela e me obrigou a tomar. A vó tá achado que é indígena.
       “H” e meu avô riram ao mesmo tempo e eu não tinha entendido nada, estava com a famosa cara de paisagem quando meu primo explicou.
       - Capim santo é uma erva.
       - Maconha também é, vai fazer chá com aquilo.
       E eles riram novamente.
       - Vem comigo, minha mala tá no quarto. – “H” foi na frente pelas escadas e eu o segui. - Eu te empresto umas roupas, vão ficar folgadas, mas vão servi por enquanto.
       Entramos em um dos quartos de hospedes e ele fechou a porta, pegou uma mochila de viagem em cima da cama e abriu o zíper, começou a tirar algumas calças e camisetas.
       - Tira logo essa roupa molhada. – Disse ele e eu obedeci.
       Tirei minha camisa de manga longa e depois a calça jeans, depois as meias ensopadas, ficando apenas de cueca. “H” continuava a vasculhar a mochila enquanto eu morria de frio, minha pele estava arrepiada, meus mamilos endurecidos e eu tremia um pouco.
       - Caralho, cinco a zero em menos de vinte minutos? – ele disse para se mesmo.
       - Acho que nem a Volkswagem faz tanto gol em tão pouco tempo. – O comentário saiu meio que sem querer, mas ele estava rindo lindamente.
       - Eu concordo! – e ele ria novamente, agora com mais vontade.
       Por mais que o som da risada dele me encantasse eu iria morrer congelado sem nada para me cobrir.
       - “H”.
       - Fala – disse ele sem olhar pra mim.
       - Eu tô com frio – meus lábios tremiam.
       - Poxa! – disse ele quando me olhou.
       - O que foi?
       - Tá de parabéns em priminho! – ele começou a aplaudir. – Você não merece só palmas não, merece é o Tocantins inteiro! Tá gostosinho!
       Não sei por que, mas aquilo me deixou envergonhado. Ele estava lá, na minha frente, com aquele sorriso divino e eu de cueca, com frio e tremendo. As palmas do “H” terminaram quando ele viu meu lábio inferior tremendo. Sem pensar ele tirou a jaqueta que estava usando e a colocou sobre meus ombros, sua face chegou perto da minha e eu corei. A jaqueta tinha o cheiro dele, era quente, pesada e tinha o cheiro dele, cheiro de homem. Era como o cheiro do Roberto. Idêntico.
       - Vai ficar quente por enquanto – ele disse depois que pôs a jaqueta em mim.
       - O brigado.
       Hércules finalmente encontrou o que tanto procurava - uma calça jeans que ficava apertada nele e que talvez ficasse boa em mim -, ficou um pouco folgada, mas dava pra usar. As camisas dele ficaram enormes em mim, então optei pela jaqueta mesmo. Foi-se o resto do dia e a noite caiu. A chuva não dava a menor trégua e o frio só aumentava, o que fazia com que eu me encolhesse dentro da jaqueta e nisso sentia o cheiro do “H”, um cheiro de homem.
       Tomei banho e vesti a mesma calça e a mesma jaqueta, coloquei a cueca que eu estava usando para lavar e fiquei sem nada por baixo da calça mesmo. O frio aumentou e fui para o quarto de hospedes, o mesmo que o “H” estava. Havia duas camas de solteiro, uma ao lado da outra, separadas por um criado mudo muito antigo. A chuva lá fora ainda castiga a fazenda violentamente. Subitamente lembrei que meu celular, minha carteira e até as chaves do carro ainda estavam dentro dele. “Muito inteligente”; pensei. Por outro lado ainda era seguro, o índice de criminalidade nas redondezas era quase nulo e o carro estava dentro da fazenda, na entrada da casa grande, não havia perigo. Pelo menos era nisso que eu queria acreditar.
       Deitei na cama da direita e fiquei olhando o teto, não sabia o que fazer, não estava muito cansado e não tinha ninguém com quem conversar, ainda era oito e meia da noite, mas meus avós e a maioria dos funcionários já estavam dormindo. Fora a chuva lá fora não se ouvia mais nada, era assustador.
       - Onde é que eu estava com a cabeça quando resolvi vir para cá? – falei baixinho comigo mesmo.
       - Se arrependeu? – era a voz do “H”.
       Quando olhei para a entrada do quarto quase cai da cama. Hércules estava só de toalha, os cabelos ainda bagunçados e os pés calçados com um par de sandálias bem velhas. Ele tinha acabado de sair do banho. “Ele está sem nada por baixo da toalha,” pensei. “Assim como eu por baixo da calça”. Ter esses pensamentos fez meu pênis começar a endurecer, eu estava sem cueca, se meu pau ficasse duro seria rapidamente notado, então mudei a minha posição na cama e deitei de bruços.
       - Não, não me arrependi. – Respondi enquanto ele adentrava o quarto e vasculhava a mochila de viagem em busca de algumas roupas. – É que não tem nada pra fazer aqui.
       - Relaxa amanhã a gente faz alguma coisa. Sei lá, anda de cavalo ou vamos para o rio que eu fui ontem. Fica aqui perto. Acho que você nunca foi nele. – “H” falava enquanto separava uma cueca “samba-canção” e guardava o restante das roupas. Ele estava de costas para mim, o contorno que a bunda dele fazia na toalha era lindo, as costas ainda um pouco molhadas e aqueles cabelos bagunçados. Meu primo era lindo. Vê-lo naqueles trajes me deixava excitado e meu pênis endurecia ainda mais.
       - O Roberto já havia me falado desse rio, mas eu nunca fui. – Disse tentando pensar em outra coisa, Hércules me fazia lembrar muito do Roberto. – É que eu não sei nadar.
       - Eu te ensino – ao falar essas três palavras ele tirou a toalha e a jogou na cama, aquela bunda com pequenos pelos loiros estava a menos de cinco palmos dos meus olhos, era firme e sedosa, os músculos das coxas dele se contraiam e se expandiam a medida que ele passava as mãos pelas pernas. Com o “samba-canção” em mãos ele se virou e ficou de frente para mim, Seu pênis mesmo mole era lindo, circuncisado e com pelos dourados, dourados como os meus pelos lá de baixo. Seu abdômen musculoso e seu peitoral largo se alinhavam de uma forma majestosa, ele realmente era um Hércules. – E então você topa?
       Não sabia do que ele estava falando, mas fosse o que fosse eu já tinha topado. No entanto, antes que eu pudesse voltar à Terra e responder a pergunta, um relâmpago se uniu a chuva e um trovão o acompanhou, logo depois, não havia mais luz. Dei uma espécie de grito abafado quando as trevas dominaram tudo e fiquei em pé na cama, assustado. Estava chovendo, no interior, a noite, sem luz e meu celular e estava dentro do carro parado em frente a casa. Logo veio na minha cabeça o filme do massacre da serra elétrica.
       - Calma, cara – ouvi meu primo dizer -, só faltou luz.
       Uma pequena luz surgiu e era o “H” com um pequeno objeto de ferro que guarnecia uma pequena redoma de vidro e dentro desta havia uma chama.
       - Lampião, é praticamente obrigatório em toda casa de gente velha. – Ele sorria e mesmo com pouca luz era lindo. – Felipe, tu tá em pé na cama?
       Quando viu a minha situação ele começou a rir baixinho e eu me contagiei pelo som daquela voz. Hércules colocou o lampião no criado mudo e este tratou de iluminar todo o ambiente, mais calmo eu me sentei e percebi que ele ainda estava pelado, segurado o “samba-canção” na mão esquerda. O brilho amarelado do fogo no lampião dava aos pelos do peito dele um tom de dourado semelhante ao ouro, meu pênis latejou dentro da calça. “Eu o quero”; pensei. “Quero muito.” Meu pênis latejou mais uma vez.
       O frio do inverno percorria toda a casa, e o nosso quarto não era exceção, minha pele se arrepiou como nas histórias antigas que minha avó contava quando um espirito do mal chega perto de você, seus pelos se arrepiam para alertar o perigo, pois bem, se o perigo fosse o Hércules, seria um perigo muito bom.
       - Pois é né? Sete a um? – disse ele puxando assunto sentado na cama, me olhando ainda com o “samba-canção” na mão direita. – Fomos humilhados dentro de casa.
       - Fomos? – eu quis rir. – Eu não estava em campo jogando.
       - É seu país, seja patriota! – ele disse em tom de desdém.
       - Aquela camisa amarela representa apenas um time de futebol, não uma nação inteira.
       - Concordo – ele bufou -, mas foi uma surra que vai entrar para história.
       - Disso não tenha dúvidas. – Disse tirando a jaqueta e percebi que ele desviou o olhar um pouco. Devido a luz fraca não pude ter certeza, mas no momento também achei que o pênis dele deu uma leve balançada. Como quem acorda de um longo sono.
       “Então minha nudez o deixa assim?” Pensei. “Bom saber”.
       Me levantei e fui até a porta, traqueia e voltei para cama, desabotoei a calça e abri o zíper, segurei a roupa e com olhos dengosos fitei meu primo meu sem jeito querendo esconder o que se erguia entre as pernas com o travesseiro.
       - Se importa se eu dormir sem roupa? – disse para ele. – Eu sei que está frio, mas não consigo dormir de jaqueta e jeans.
       - Tudo bem por mim, mas e você se importa se eu dormir sem roupa?
       - “H”, você está sem roupas há muito tempo.
       - É verdade. – Ele sorriu.
       Tirei a calça emprestada e fiquei nu em pelo, meu pênis estava duro, por tanto virei-me de costas para Hércules e deixei que ele contemplasse a minha bunda loira. O brilho da chama do lampião deixa meu corpo ainda mais dourado. Eu não tinha pelos no peito, nem muitos nas pernas ou na virilha, mas ainda assim eu estava dourado como ouro reluzente, límpido em minha nudez.
       Deite na cama de bruços e virei meu rosto para o lado onde o “H” estava, era notável sua ereção, ele estava excitado.
       - A noite está fria, chuvosa e barulhenta. Seria ótimo ter alguém para esquentar meus pés na madrugada. – Disse olhando para ele com um sorriso malicioso nos lábios mesmo sem saber se ele iria conseguir vê-lo.
       - Talvez eu possa da um jeito nisso... Li em algum lugar que dois corpos nus podem gerar calor. – Disse ele olhando não o meu rosto, mas sim o meu corpo.
       - Onde você leu isso?
       - Não interessa, o importante é que eu li – ouvi ele sorrir.
       - Bom, então vamos ver ser é verdade.
       Fiquei de joelhos na cama com as mãos a tampar o meu sexo, parecia uma virgem de desenhos japoneses. Hércules levantou e deixou cair o travesseiro, seu pau estava duro e era grande, grosso e cheio de veias. As bolas não eram muito grandes, na verdade eram do mesmo tamanho que as minhas, mas o pênis dele valia por dois. Antes dele chegar até mim eu fiquei com medo, com medo que os meus avós acordassem, com medo de que pudesse doer muito, mas agora era tarde, eu tinha atiçado a fera e ela caminhava para me devorar. Eu seria comido.
       Ele sentou na minha frente e pôs uma mão na minha bochecha esquerda, trouxe seus lábios nos meus e os beijou. Meu pênis latejava, eu fiquei quente, o frio já não era mais um incômodo. A língua daquele homem adentrou minha boca a vasculhou por completo.
       Minha pele se arrepiava quando a outra mão forte do homem percorria minhas coxas, era uma mão grande e firme, suave e imponente.
       - Felipe... – disse ele com a boca na minha. – Eu... é que...
       - Fale menos e faça mais – sussurrei mordiscando seus lábios.
       “H” passou um braço pela minha cintura e me trousse ainda mais perto de seu corpo, sua boca desceu para o meu pescoço e pude sentir um forte beijo seguido de um chupão. “Vai deixar marcas”; pensei. Ele me deitou e depois veio por cima, olhos nos olhos, os castanhos e os azuis, suas mãos não paravam quietas, andavam por todo o meu ser e desvendavam todos os meus segredos. Meus mamilos endureceram novamente e minha pele agora quente voltou a se arrepiar, meu coração batia forte e a chuva lá fora destruía o silencio da noite. Hércules deitou-se sobre mim e o calor daquele corpo veio para o meu, peito com peito, pênis com pênis. Finquei minhas unhas em suas costas e ele gemeu, depois senti uma de suas mãos a puxar meus cabelos. Ele me beijava, lambia e chupava. Tentei tocar em sua face, mas ele foi mais rápido e segurou minhas duas mãos e as manteve fixas no colchão. “Fui dominado”; pensei.
       Ele continuava a me beijar e lamber a cama rangia a cada movimento e aquilo no começo me assustou, mas logo percebi que qualquer barulho seria camuflado pela chuva lá fora. “H” foi descendo e seus lábios chegaram até meus mamilos, onde ele passou suavemente sua língua, depois para minha barriga e logo tinha chegado no meu pênis. Meu pau latejava e meu primo brincava com ele usando os lábios, o queixo e a língua. Senti uma de suas mãos o segurando enquanto sua boca engolia minhas bolas. Eu gemi baixo. Depois um dedo sorrateiro adentrou meu ânus e eu gemi novamente, depois uma mão começou a me masturbar enquanto o dedo entrava e saia, entrava e saia. Gemi.
       Meu pau se debatia de tão duro quando uma boca que babava libido o engoliu por completo. Ela sugava e soltava, sugava e soltava e engolia novamente. Eu me contorcia na cama e ela rangia, eu suava de tão quente, fechei os olhos. Eu apenas sentia a língua, os lábios e a saliva. Entrava e saia quando repentinamente parou. Abri os olhos.
       Hércules estava sorrindo.
       Ele segurou meus tornozelos um com cada mão e os levou até os ombros, depois foi baixando a cabeça até sua boca chegar na minha virilha. Ele abriu minhas pernas e sua língua foi parar no meu ânus, gemi mais uma vez. Sua língua era quente e macia. Um dedo a acompanhava na massagem anal que fazia meu pau se debater. Eu coloquei minhas mãos em sua cabeça e puxei-lhe os cabelos, e como punição “H” colocou três dedos dentro de mim. Abafei um grito.
       Ele saiu do meio das minhas pernas e veio até minha boca, onde explodiu mais uma vez meus lábios nos seus.
       - Eu quero foder você, priminho. – Disse ele ofegante.
       Eu não sabia onde começava sua pele ou onde terminava a minha, na luz do lampião nós dois éramos de ouro.
       - Então me foda. – Respondi.
       “H” me pôs de “frango assado” e se colocou onde seu pênis encontrasse meu ânus. Suas mãos fortes seguravam minhas pernas como que para evitar a minha fuga. Aos poucos senti seu pau forçando passagem para dentro de mim e aquilo começou a doer. Hércules não parava e tentava novamente, não, ele simplesmente continuava a forçar caminho. Eu gemi e ele não parou. Fixei meus olhos no homem que lutava para estar dentro de mim o suor do meu rosto escorreu por minha bochecha quente quando senti uma dor lacerante e ao mesmo tempo maravilhosa. Gemi alto e me contorci. Ele havia conseguido. Estava dentro! Latejava dentro de mim.
       A dor era grande, mas acompanhada dela vinha uma enorme sensação de prazer e satisfação, ao mesmo tempo em que “H” empurrava aquele pênis para dentro de mim ele também me masturbava e aquilo me fazia ir até a lua e voltar. Ele fincava cada vez mais fundo seu pau no meu ânus e eu lutava para não gritar, um relâmpago iluminou todo o quarto e o dourado de nossos corpos por um breve momento ficara azul. A chuva lá fora não parava e o prazer naquela cama apenas aumentava. Ele me segurava com força e metia mais fundo, eu gemia, sua mão livre masturbava meu membro eu me contorcia. As vezes ele lambia minhas pernas que jaziam em seus ombros, outras vezes mordia de leve.
       - Hã! – gemeu ele um pouco alto, depois um mar de porra invadiu o meu ânus e aquela gala quente dentro de mim começou a me aquecer. Segundos depois eu também gozei. Minha gala jorrou no abdômen dele e o ouro ficou sujo de branco.
       O suor escorria por nossos corpos nus e quentes, nossa respiração estava pesada e todos os músculos do meu corpo gritavam por descanso.
       - Isso foi... uau! – disse Hércules deitando ao meu lado, sua voz fraca e rosto cansado.
       - É, foi uau! – sorri para ele. – Me abraça e dorme comigo. – Minha voz saiu num sussurro devido ao cansaço, virei meu rosto para o outro lado e fechei os olhos, senti o corpo quente e suado dele se aninhando atrás de mim formando uma concha de dois jovens nus. Um beijo perdido em minha nuca e o sono dos justos.
       Dormi em meio a uma tempestade tropical, relâmpagos iluminavam a noite, ouro tocando em ouro, pelo tocando em pelo, loiro com loiro e uma barba meio ruiva a roçar minha nuca. O frio se foi, dormi como um anjo.

                         Fim.


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Comentários


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kzdopass48es Comentou em 03/08/2016

Dar o cu na fazenda, faz um bem da porra!Betto




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Ficha do conto

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chubbyjay

Nome do conto:
A Fazenda

Codigo do conto:
76641

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
03/01/2016

Quant.de Votos:
5

Quant.de Fotos:
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