Já era inverno há um bom tempo, mas ainda assim o calor teimava em não me abandonar, Maceió estava desconfortavelmente quente naquela época.
Quando anunciaram as férias na faculdade vi nelas a oportunidade perfeita para voltar à fazenda, não só pelo calor, mas também pela copa do mundo – e não estou falando do apelido ridículo colocado em mim pelo meu avô – e é claro, também pelo Roberto. O carro que eu pegara emprestado com a minha mãe voava pela estrada parcialmente deserta devido aos jogos que ninguém queria perder, exceto eu aparentemente. Não estava aguentando mais, para todo o lugar que eu ia havia pessoas falando da copa.
“É que a Espanha isso, é que a Colômbia aquilo, é que a Croácia é assim e o Neymar é assado.”
Cansei.
Quando avisei lá em casa que estava indo para a fazenda do meu avô para passar uma semana todos tiveram o desplante de rir na minha cara sem nem se dar ao trabalho de disfarçar o deboche. Ainda tive que ouvir frases do tipo: “quem é você e o que fez com meu irmão?”. Mesmo assim lá estava eu, dirigindo, sozinho, em estradas que eu não conhecia de memória, sendo guiado apenas pelo GPS do celular. Acabei me perdendo duas vezes, fui parado numa blitz onde um policial rodoviário federal muito lindo – do tipo que eu não me importaria de pegar perpetua se ele fosse meu carcereiro - acabou me mostrando o caminho certo. Ele era um negro com olhos verdes e lábios carnudos, braços fortes e um rosto másculo sem barba, tinha uma bunda perfeita na calça justa. “Eu tenho que me perder mais vezes,” pensei.
Segui o caminho indicado pelo oficial maravilhoso e depois de meia hora comecei a reconhecer alguns pontos de referência, eu já estava perto da entrada da fazenda. Parei o carro quando cheguei à praça principal da cidadezinha a fim de comprar algumas guloseimas na mercearia, um dos poucos pontos fortes daquela cidade eram os doces da Dona Elsa, um pedaço do céu em cada dentada. Entrei no estabelecimento e me senti como num filme de faroeste, todos me olhavam como se eu fosse o forasteiro que veio desafiar o xerife para um duelo, mas a Dona Elsa rapidamente me reconheceu e todos os homens voltaram a assistir o jogo que tinha acabado de começar – era Brasil e Alemanha – ela me cumprimentou como sempre fazia, apertando as minhas bochechas como se o mundo fosse acabar. Uma bela jovem de longos cabelos negros que aparentava ser um ano mais nova que eu apareceu atrás do balcão, seu rosto corou quando me viu e ela ficou nitidamente envergonhada na minha presença. “Uma virgem do campo;” pensei.
A garota me olhava de soslaio ao mesmo tempo em que fingia tirar a poeira do balcão, meio brincalhão, eu lancei o que posso chamar de meu olhar quarenta e três na direção da jovem. Ela ficou com o rosto ainda mais vermelho e se retirou as presas para o deposito da mercearia. “Com certeza é uma virgem;” pensei. “Eu era do mesmo jeito quando conheci a Yara.”
Ao termino de minhas compras paguei pelos produtos que escolhi e fui em direção ao carro estacionado na calçada, quando repentinamente todos os homens ali presentes gritaram palavrões de diversos tipos e alguns deles eu nem sabia que existia. Fiquei sem saber o que estava acontecendo até que ouvi na TV a frase: “gol da Alemanha!” Agora estava explicada a raiva dos torcedores da mercearia.
- Até nesse fim de mundo a copa me persegue – disse baixinho para mim mesmo.
Entrei no carro e segui para a fazenda, mas antes de eu conseguir chegar até a porteira uma forte chuva desabou, o portão de madeira da entrada estava fechado, mas não trancado, sai do veículo rapidamente e abri a porteira, voltei para o carro e acelerei, uma vez dentro dos limites da propriedade voltei a sair do carro para fechar a porta novamente. Quando voltei a entrar no carro estava completamente molhado. “Vou pegar um resfriado com certeza”; pensei.
Acelerei o veículo devagar devido a pouca visibilidade e fui em direção à casa grande, parei em frente às escadarias que levavam até a varanda e mais uma vez sai na chuva. Agora, na varanda, protegido do pequeno dilúvio; passei as mãos nos cabelos, tirei a jaqueta e os sapatos e os coloquei numa cadeira de madeira que havia por lá – cadeira essa que era mais velha que o meu pai – e entrei na casa.
- Time de corno! – ouvi alguém dizer furioso e pela voz era o meu avô.
- Esse Felipão não presta! – disse outra pessoa.
- Meu irmão, “véi”! Cinco a zero é foda! – essa voz eu conhecia, era o “H”. Na verdade seu nome era Hércules, mas todos o chamavam pelo apelido colocado pelo meu avô, é claro.
Dei mais alguns passos para dentro do recinto e cheguei na sala de TV, todos estavam lá discutindo como se fizessem parte da comissão técnica da seleção brasileira, uns falavam do ataque e outros da defesa e mais alguns da arbitragem. No total eram mais de nove homens, meu avô, meu primo “H” e alguns funcionários e ninguém notou minha presença.
- Quem tá ganhando? – perguntei com voz ativa para que me notassem.
- A Alemanha. – Disse o “H” sem tirar os olhos da TV de plasma.
- Por quanto?
- Cinco a zero.
- Sério? – eu não era nenhum expert em futebol, mas até eu sabia que numa copa do mundo cinco a zero era demais. Alguma coisa estava errada. – O Brasil não tem goleiro em campo não é?
- Tem Felipe, mas o Júlio sozinho não faz milagre.
Mesmo sem olhar com quem estava falando “H” reconheceu minha voz, mas estava tão fixado no jogo que nem se deu conta disso. Já meu avô ao ouvir meu nome olhou para trás e me viu.
- Meu filho! – ele sempre me chamava de filho. – Tomou um banho de chuva foi? – ele também tinha o dom de perguntar o óbvio.
- Foi vô, acabei de chegar. – Ele se levantou da cadeira de balanço e veio até mim, dei um leve abraço nele para não molha-lo. – E a vó cadê?
- Ela foi num café de bebê da filha de comadre Regina.
- É chá, vô! – disse “H” olhando para nós. – Oxe! Chegasse quando? – ele sorriu e como sempre era um lindo sorriso.
Hércules assim como eu também era loiro, mas era mais alto e tinha um corpo musculoso, era três anos mais velho, olhos castanhos e com certeza o primo que eu mais amava. Ele havia morado em Maceió comigo e minha família durante dois anos. Ele, eu e meu irmão brincávamos muito quando crianças: pega-pega, pique esconde, rouba bandeira, sete pedras e por aí vai. Após os esses dois anos ele voltou para o interior e foi morar com os pais. Mantivemos contato por telefone e depois pela internet, mas com o tempo nos distanciamos um pouco. Ele tinha ido morar em Pernambuco, onde trabalhava como operador de máquinas pesadas ou alguma coisa do tipo. Anos se passaram e ele conseguiu ficar ainda mais belo. Agora estava com uma barba cerrada meio ruiva e cabelos num corte social impecável. Ele estava divino!
- Acabei de chegar – disse com o melhor sorriso que pude encontrar.
Ele levantou do sofá e veio até mim, deu-me um abraço apertado e eu pude sentir o seu cheiro. Lembrou-me Roberto. “O Roberto”, pensei. “Quase me esqueci dele.” Hércules me libertou daqueles braços fortes.
- Todo mundo aqui assistindo – olhei em volta -, só não vejo o Roberto. – Disse quando não encontrei.
- Nem vai vê – disse meu avô -, ele foi embora para Juazeiro com a menina dele.
- Menina dele?
- Sim. Ele arrumou uma prenda na cidade e se casou, foi morar com ela lá em Juazeiro, onde a menina tem família.
- Quem bom pra ele. – Sorri.
Eu estava feliz pelo Roberto, afinal eu o mandei viver e ele viveu. Não tínhamos nada então eu não tinha o direito de ficar aborrecido pelo fato de ele ter casado, é claro ele podia ter me ligado ou sei lá feito sinal de fumaça, não sei. Mas não importava mais, eu tinha percorrido um longo caminho pra chegar naquela porcaria de fazenda e não iria embora.
O fim do primeiro tempo do jogo foi anunciado e todos os homens saíram da sala, uns foram para o banheiro, outros foram fumar um cigarro na varanda e outros foram discutir o fracasso do Brasil na cozinha.
- Vá tirar essas roupas molhadas antes que pegue uma gripe. – Disse meu avô.
- Deixa parar de chover vô, o carro ficou lá fora e a mochila tá no porta malas. Depois eu troco.
- Depois não, agora. Depois fica doente e não quer tomar os chá da sua avó.
- Aquilo não é chá não.
- A vó ainda faz aquelas pajelanças? – perguntou “H” sorrindo lindamente.
- Sempre que alguém tosse. Uma vez ela se meteu naquele matagal atrás da casa e voltou até com capim dizendo que ele era santo, tacou tudo na panela e me obrigou a tomar. A vó tá achado que é indígena.
“H” e meu avô riram ao mesmo tempo e eu não tinha entendido nada, estava com a famosa cara de paisagem quando meu primo explicou.
- Capim santo é uma erva.
- Maconha também é, vai fazer chá com aquilo.
E eles riram novamente.
- Vem comigo, minha mala tá no quarto. – “H” foi na frente pelas escadas e eu o segui. - Eu te empresto umas roupas, vão ficar folgadas, mas vão servi por enquanto.
Entramos em um dos quartos de hospedes e ele fechou a porta, pegou uma mochila de viagem em cima da cama e abriu o zíper, começou a tirar algumas calças e camisetas.
- Tira logo essa roupa molhada. – Disse ele e eu obedeci.
Tirei minha camisa de manga longa e depois a calça jeans, depois as meias ensopadas, ficando apenas de cueca. “H” continuava a vasculhar a mochila enquanto eu morria de frio, minha pele estava arrepiada, meus mamilos endurecidos e eu tremia um pouco.
- Caralho, cinco a zero em menos de vinte minutos? – ele disse para se mesmo.
- Acho que nem a Volkswagem faz tanto gol em tão pouco tempo. – O comentário saiu meio que sem querer, mas ele estava rindo lindamente.
- Eu concordo! – e ele ria novamente, agora com mais vontade.
Por mais que o som da risada dele me encantasse eu iria morrer congelado sem nada para me cobrir.
- “H”.
- Fala – disse ele sem olhar pra mim.
- Eu tô com frio – meus lábios tremiam.
- Poxa! – disse ele quando me olhou.
- O que foi?
- Tá de parabéns em priminho! – ele começou a aplaudir. – Você não merece só palmas não, merece é o Tocantins inteiro! Tá gostosinho!
Não sei por que, mas aquilo me deixou envergonhado. Ele estava lá, na minha frente, com aquele sorriso divino e eu de cueca, com frio e tremendo. As palmas do “H” terminaram quando ele viu meu lábio inferior tremendo. Sem pensar ele tirou a jaqueta que estava usando e a colocou sobre meus ombros, sua face chegou perto da minha e eu corei. A jaqueta tinha o cheiro dele, era quente, pesada e tinha o cheiro dele, cheiro de homem. Era como o cheiro do Roberto. Idêntico.
- Vai ficar quente por enquanto – ele disse depois que pôs a jaqueta em mim.
- O brigado.
Hércules finalmente encontrou o que tanto procurava - uma calça jeans que ficava apertada nele e que talvez ficasse boa em mim -, ficou um pouco folgada, mas dava pra usar. As camisas dele ficaram enormes em mim, então optei pela jaqueta mesmo. Foi-se o resto do dia e a noite caiu. A chuva não dava a menor trégua e o frio só aumentava, o que fazia com que eu me encolhesse dentro da jaqueta e nisso sentia o cheiro do “H”, um cheiro de homem.
Tomei banho e vesti a mesma calça e a mesma jaqueta, coloquei a cueca que eu estava usando para lavar e fiquei sem nada por baixo da calça mesmo. O frio aumentou e fui para o quarto de hospedes, o mesmo que o “H” estava. Havia duas camas de solteiro, uma ao lado da outra, separadas por um criado mudo muito antigo. A chuva lá fora ainda castiga a fazenda violentamente. Subitamente lembrei que meu celular, minha carteira e até as chaves do carro ainda estavam dentro dele. “Muito inteligente”; pensei. Por outro lado ainda era seguro, o índice de criminalidade nas redondezas era quase nulo e o carro estava dentro da fazenda, na entrada da casa grande, não havia perigo. Pelo menos era nisso que eu queria acreditar.
Deitei na cama da direita e fiquei olhando o teto, não sabia o que fazer, não estava muito cansado e não tinha ninguém com quem conversar, ainda era oito e meia da noite, mas meus avós e a maioria dos funcionários já estavam dormindo. Fora a chuva lá fora não se ouvia mais nada, era assustador.
- Onde é que eu estava com a cabeça quando resolvi vir para cá? – falei baixinho comigo mesmo.
- Se arrependeu? – era a voz do “H”.
Quando olhei para a entrada do quarto quase cai da cama. Hércules estava só de toalha, os cabelos ainda bagunçados e os pés calçados com um par de sandálias bem velhas. Ele tinha acabado de sair do banho. “Ele está sem nada por baixo da toalha,” pensei. “Assim como eu por baixo da calça”. Ter esses pensamentos fez meu pênis começar a endurecer, eu estava sem cueca, se meu pau ficasse duro seria rapidamente notado, então mudei a minha posição na cama e deitei de bruços.
- Não, não me arrependi. – Respondi enquanto ele adentrava o quarto e vasculhava a mochila de viagem em busca de algumas roupas. – É que não tem nada pra fazer aqui.
- Relaxa amanhã a gente faz alguma coisa. Sei lá, anda de cavalo ou vamos para o rio que eu fui ontem. Fica aqui perto. Acho que você nunca foi nele. – “H” falava enquanto separava uma cueca “samba-canção” e guardava o restante das roupas. Ele estava de costas para mim, o contorno que a bunda dele fazia na toalha era lindo, as costas ainda um pouco molhadas e aqueles cabelos bagunçados. Meu primo era lindo. Vê-lo naqueles trajes me deixava excitado e meu pênis endurecia ainda mais.
- O Roberto já havia me falado desse rio, mas eu nunca fui. – Disse tentando pensar em outra coisa, Hércules me fazia lembrar muito do Roberto. – É que eu não sei nadar.
- Eu te ensino – ao falar essas três palavras ele tirou a toalha e a jogou na cama, aquela bunda com pequenos pelos loiros estava a menos de cinco palmos dos meus olhos, era firme e sedosa, os músculos das coxas dele se contraiam e se expandiam a medida que ele passava as mãos pelas pernas. Com o “samba-canção” em mãos ele se virou e ficou de frente para mim, Seu pênis mesmo mole era lindo, circuncisado e com pelos dourados, dourados como os meus pelos lá de baixo. Seu abdômen musculoso e seu peitoral largo se alinhavam de uma forma majestosa, ele realmente era um Hércules. – E então você topa?
Não sabia do que ele estava falando, mas fosse o que fosse eu já tinha topado. No entanto, antes que eu pudesse voltar à Terra e responder a pergunta, um relâmpago se uniu a chuva e um trovão o acompanhou, logo depois, não havia mais luz. Dei uma espécie de grito abafado quando as trevas dominaram tudo e fiquei em pé na cama, assustado. Estava chovendo, no interior, a noite, sem luz e meu celular e estava dentro do carro parado em frente a casa. Logo veio na minha cabeça o filme do massacre da serra elétrica.
- Calma, cara – ouvi meu primo dizer -, só faltou luz.
Uma pequena luz surgiu e era o “H” com um pequeno objeto de ferro que guarnecia uma pequena redoma de vidro e dentro desta havia uma chama.
- Lampião, é praticamente obrigatório em toda casa de gente velha. – Ele sorria e mesmo com pouca luz era lindo. – Felipe, tu tá em pé na cama?
Quando viu a minha situação ele começou a rir baixinho e eu me contagiei pelo som daquela voz. Hércules colocou o lampião no criado mudo e este tratou de iluminar todo o ambiente, mais calmo eu me sentei e percebi que ele ainda estava pelado, segurado o “samba-canção” na mão esquerda. O brilho amarelado do fogo no lampião dava aos pelos do peito dele um tom de dourado semelhante ao ouro, meu pênis latejou dentro da calça. “Eu o quero”; pensei. “Quero muito.” Meu pênis latejou mais uma vez.
O frio do inverno percorria toda a casa, e o nosso quarto não era exceção, minha pele se arrepiou como nas histórias antigas que minha avó contava quando um espirito do mal chega perto de você, seus pelos se arrepiam para alertar o perigo, pois bem, se o perigo fosse o Hércules, seria um perigo muito bom.
- Pois é né? Sete a um? – disse ele puxando assunto sentado na cama, me olhando ainda com o “samba-canção” na mão direita. – Fomos humilhados dentro de casa.
- Fomos? – eu quis rir. – Eu não estava em campo jogando.
- É seu país, seja patriota! – ele disse em tom de desdém.
- Aquela camisa amarela representa apenas um time de futebol, não uma nação inteira.
- Concordo – ele bufou -, mas foi uma surra que vai entrar para história.
- Disso não tenha dúvidas. – Disse tirando a jaqueta e percebi que ele desviou o olhar um pouco. Devido a luz fraca não pude ter certeza, mas no momento também achei que o pênis dele deu uma leve balançada. Como quem acorda de um longo sono.
“Então minha nudez o deixa assim?” Pensei. “Bom saber”.
Me levantei e fui até a porta, traqueia e voltei para cama, desabotoei a calça e abri o zíper, segurei a roupa e com olhos dengosos fitei meu primo meu sem jeito querendo esconder o que se erguia entre as pernas com o travesseiro.
- Se importa se eu dormir sem roupa? – disse para ele. – Eu sei que está frio, mas não consigo dormir de jaqueta e jeans.
- Tudo bem por mim, mas e você se importa se eu dormir sem roupa?
- “H”, você está sem roupas há muito tempo.
- É verdade. – Ele sorriu.
Tirei a calça emprestada e fiquei nu em pelo, meu pênis estava duro, por tanto virei-me de costas para Hércules e deixei que ele contemplasse a minha bunda loira. O brilho da chama do lampião deixa meu corpo ainda mais dourado. Eu não tinha pelos no peito, nem muitos nas pernas ou na virilha, mas ainda assim eu estava dourado como ouro reluzente, límpido em minha nudez.
Deite na cama de bruços e virei meu rosto para o lado onde o “H” estava, era notável sua ereção, ele estava excitado.
- A noite está fria, chuvosa e barulhenta. Seria ótimo ter alguém para esquentar meus pés na madrugada. – Disse olhando para ele com um sorriso malicioso nos lábios mesmo sem saber se ele iria conseguir vê-lo.
- Talvez eu possa da um jeito nisso... Li em algum lugar que dois corpos nus podem gerar calor. – Disse ele olhando não o meu rosto, mas sim o meu corpo.
- Onde você leu isso?
- Não interessa, o importante é que eu li – ouvi ele sorrir.
- Bom, então vamos ver ser é verdade.
Fiquei de joelhos na cama com as mãos a tampar o meu sexo, parecia uma virgem de desenhos japoneses. Hércules levantou e deixou cair o travesseiro, seu pau estava duro e era grande, grosso e cheio de veias. As bolas não eram muito grandes, na verdade eram do mesmo tamanho que as minhas, mas o pênis dele valia por dois. Antes dele chegar até mim eu fiquei com medo, com medo que os meus avós acordassem, com medo de que pudesse doer muito, mas agora era tarde, eu tinha atiçado a fera e ela caminhava para me devorar. Eu seria comido.
Ele sentou na minha frente e pôs uma mão na minha bochecha esquerda, trouxe seus lábios nos meus e os beijou. Meu pênis latejava, eu fiquei quente, o frio já não era mais um incômodo. A língua daquele homem adentrou minha boca a vasculhou por completo.
Minha pele se arrepiava quando a outra mão forte do homem percorria minhas coxas, era uma mão grande e firme, suave e imponente.
- Felipe... – disse ele com a boca na minha. – Eu... é que...
- Fale menos e faça mais – sussurrei mordiscando seus lábios.
“H” passou um braço pela minha cintura e me trousse ainda mais perto de seu corpo, sua boca desceu para o meu pescoço e pude sentir um forte beijo seguido de um chupão. “Vai deixar marcas”; pensei. Ele me deitou e depois veio por cima, olhos nos olhos, os castanhos e os azuis, suas mãos não paravam quietas, andavam por todo o meu ser e desvendavam todos os meus segredos. Meus mamilos endureceram novamente e minha pele agora quente voltou a se arrepiar, meu coração batia forte e a chuva lá fora destruía o silencio da noite. Hércules deitou-se sobre mim e o calor daquele corpo veio para o meu, peito com peito, pênis com pênis. Finquei minhas unhas em suas costas e ele gemeu, depois senti uma de suas mãos a puxar meus cabelos. Ele me beijava, lambia e chupava. Tentei tocar em sua face, mas ele foi mais rápido e segurou minhas duas mãos e as manteve fixas no colchão. “Fui dominado”; pensei.
Ele continuava a me beijar e lamber a cama rangia a cada movimento e aquilo no começo me assustou, mas logo percebi que qualquer barulho seria camuflado pela chuva lá fora. “H” foi descendo e seus lábios chegaram até meus mamilos, onde ele passou suavemente sua língua, depois para minha barriga e logo tinha chegado no meu pênis. Meu pau latejava e meu primo brincava com ele usando os lábios, o queixo e a língua. Senti uma de suas mãos o segurando enquanto sua boca engolia minhas bolas. Eu gemi baixo. Depois um dedo sorrateiro adentrou meu ânus e eu gemi novamente, depois uma mão começou a me masturbar enquanto o dedo entrava e saia, entrava e saia. Gemi.
Meu pau se debatia de tão duro quando uma boca que babava libido o engoliu por completo. Ela sugava e soltava, sugava e soltava e engolia novamente. Eu me contorcia na cama e ela rangia, eu suava de tão quente, fechei os olhos. Eu apenas sentia a língua, os lábios e a saliva. Entrava e saia quando repentinamente parou. Abri os olhos.
Hércules estava sorrindo.
Ele segurou meus tornozelos um com cada mão e os levou até os ombros, depois foi baixando a cabeça até sua boca chegar na minha virilha. Ele abriu minhas pernas e sua língua foi parar no meu ânus, gemi mais uma vez. Sua língua era quente e macia. Um dedo a acompanhava na massagem anal que fazia meu pau se debater. Eu coloquei minhas mãos em sua cabeça e puxei-lhe os cabelos, e como punição “H” colocou três dedos dentro de mim. Abafei um grito.
Ele saiu do meio das minhas pernas e veio até minha boca, onde explodiu mais uma vez meus lábios nos seus.
- Eu quero foder você, priminho. – Disse ele ofegante.
Eu não sabia onde começava sua pele ou onde terminava a minha, na luz do lampião nós dois éramos de ouro.
- Então me foda. – Respondi.
“H” me pôs de “frango assado” e se colocou onde seu pênis encontrasse meu ânus. Suas mãos fortes seguravam minhas pernas como que para evitar a minha fuga. Aos poucos senti seu pau forçando passagem para dentro de mim e aquilo começou a doer. Hércules não parava e tentava novamente, não, ele simplesmente continuava a forçar caminho. Eu gemi e ele não parou. Fixei meus olhos no homem que lutava para estar dentro de mim o suor do meu rosto escorreu por minha bochecha quente quando senti uma dor lacerante e ao mesmo tempo maravilhosa. Gemi alto e me contorci. Ele havia conseguido. Estava dentro! Latejava dentro de mim.
A dor era grande, mas acompanhada dela vinha uma enorme sensação de prazer e satisfação, ao mesmo tempo em que “H” empurrava aquele pênis para dentro de mim ele também me masturbava e aquilo me fazia ir até a lua e voltar. Ele fincava cada vez mais fundo seu pau no meu ânus e eu lutava para não gritar, um relâmpago iluminou todo o quarto e o dourado de nossos corpos por um breve momento ficara azul. A chuva lá fora não parava e o prazer naquela cama apenas aumentava. Ele me segurava com força e metia mais fundo, eu gemia, sua mão livre masturbava meu membro eu me contorcia. As vezes ele lambia minhas pernas que jaziam em seus ombros, outras vezes mordia de leve.
- Hã! – gemeu ele um pouco alto, depois um mar de porra invadiu o meu ânus e aquela gala quente dentro de mim começou a me aquecer. Segundos depois eu também gozei. Minha gala jorrou no abdômen dele e o ouro ficou sujo de branco.
O suor escorria por nossos corpos nus e quentes, nossa respiração estava pesada e todos os músculos do meu corpo gritavam por descanso.
- Isso foi... uau! – disse Hércules deitando ao meu lado, sua voz fraca e rosto cansado.
- É, foi uau! – sorri para ele. – Me abraça e dorme comigo. – Minha voz saiu num sussurro devido ao cansaço, virei meu rosto para o outro lado e fechei os olhos, senti o corpo quente e suado dele se aninhando atrás de mim formando uma concha de dois jovens nus. Um beijo perdido em minha nuca e o sono dos justos.
Dormi em meio a uma tempestade tropical, relâmpagos iluminavam a noite, ouro tocando em ouro, pelo tocando em pelo, loiro com loiro e uma barba meio ruiva a roçar minha nuca. O frio se foi, dormi como um anjo.
Fim.
Dar o cu na fazenda, faz um bem da porra!Betto