Os dias seguintes foram de muitas tentativas frustradas de falar com o Roberto por telefone. Mas eu sabia que seria difícil reconquistar a confiança dele, então, acabei deixando que a vida cuidasse disso. Um dia, enquanto saia do apartamento dei de cara com um senhor carregando algumas caixas, logo atrás um moço vinha gritando: - Pai, preciso da sua ajuda com essas aqui, estão muito pesadas – disse enquanto colocava uma a caixa que carregava no chão e apontando para algumas que estavam mais para baixo. - Oi, vocês são novos aqui? – já me intrometendo na conversa dos dois. - Ah não! Meu filho está de mudança de volta para a casa da mulher dele, eles tiveram um pequena briga mas já se acertaram. – disse o homem mais velho. Sem ao menos me dar tempo para ligar os pontos e perceber de quem eles estavam falando, logo ouço outra voz: - PUTA MERDA! Por que parecia que eu tinha menos coisas quando levei minhas embora da primeira vez? Naquele momento ele para de falar e me olha extremamente abalado e acaba derrubando a caixa que carregava. - Roberto! Cuidado com as caixas! – disse o pai dele. - Tudo bem, essa aqui só tem roupas. – disse Roberto ainda olhando para mim. - Algum problema entre vocês dois? – o pai dele pergunta vendo o jeito que ele me encarava. Depois de alguns segundos de silêncio, ele finalmente diz: - Claro que não! Vamos continuar a levar que ainda temos muitas caixas. Assim os três continuaram a subir com a mudança, enquanto eu fiquei parado ali no corredor, olhando para o nada, e tentando entender o que estava acontecendo. O Roberto tinha voltado com a Carol e eu simplesmente estava sem saber o que fazer. Algum tempo depois ouço uma voz do além: - Moço? Moço? Está tudo bem? Instantaneamente saio daquele estado de transe e vejo o pai do Roberto me balançando: - Está tudo bem? Você está parado aí desde a hora que nos escontramos? Posso saber o que está acontecendo entre você e meu filho, deu pra sentir o clima que ficou quando vocês se encontraram. - Nada não, não se preocupe. Isso é só um treino de meditação que eu faço, e percebi que estava fazendo fora de casa. – inventei qualquer coisa que me veio a cabeça. - Ah sim, e eu vou fingir de acredito. Bom, até mais. Resolvi voltar pra dentro de casa, não estava mais com vontade de fazer nada. Acho que a partir desse momento eu sabia o que fazer, eu tinha que esquecer o Roberto de vez e seguir com a minha vida. Desisti de tentar procurar algo pelos aplicativos e fui a um bar bem conhecido e frequentado pelo público lgbt. Estava sentado no balcão, pensando e olhando pro nada, enquanto tomava uma caipirinha e o bartender percebendo minha cara de tristeza, perguntou: - Qual é a fonte de tanta felicidade. – ele disse ironicamente. - Não é nada. – e dei um sorriso pelo canto da boca. Até aquele momento eu não havia reparado em como ele era bonito. Que homem maravilhoso. - Sou Caique, não deveria estar puxando papo com você, mas você parece que precisa de alguém pra conversar. - Prazer, Lucas. Seria bom mesmo ter uma boa companhia. – eu disse. - VIU MOÇO, ESTOU HÁ MEIA HORA AQUI ESPERANDO. – de repente uma garota grita olhando em direção do Caique. - Já volto. – ele sussurrou e saiu pra atendê-la. O bar começou a ficar cheio e ele mal conseguia parar pra conversar comigo. - Hoje eu tenho que ficar até fechar, mas o que você acha de amanhã você e eu pegarmos um cinema ou qualquer outra coisa. – ele veio me dizer enquanto entregava o copo de bebida pra um cliente próximo a mim. - Ah, acho que tudo bem! – Eu disse. - Aqui está meu telefone – Ele anotou o celular num cartão e me entregou – me manda uma mensagem depois. Peguei o cartão, disse boa noite e fui embora, pensando já na roupa que eu iria vestir pra poder ver aquele deus grego no dia seguinte. (continua)
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