Capítulo 03
Na próxima vez nos chuveiros, o dedo embebido de Diego escorregou entre as bochechas de minha bunda.
Eu congelei. - Você disse que não me forçaria. – Eu disse.
- Eu não estou e não vou, - Diego disse, empurrando o dedo dentro de mim lentamente. - Eu tenho que te tocar para ter certeza que os outros me vejam tocando você. Se eu não fizer isso, eles vão começar a pensar que você tem me enrolado.
Eu bufei — eu não podia sequer imaginar isso — mas me forcei a relaxar. Diego estava certo, maldito.
O dedo empurrou mais fundo. Realmente não doía, mas parecia estranho. Muito estranho.
O dedo saiu, depois voltou para dentro. O meu rosto ficou quente. Eu tenho o dedo de outro homem na minha bunda. Eu não podia acreditar que eu tenho um dedo de homem na minha bunda.
O dedo roçou contra algo dentro de mim, e os meus olhos se arregalaram, me boca se abriu quando um raio de prazer me atingiu.
- Diga olá para sua próstata - disse Diego contra minha orelha por trás, roçando aquele ponto novamente.
- P-pare. - Eu sussurrei, odiando como insegura minha voz soou. Contra minha vontade, meu pau começou a endurecer.
- Isso é a única coisa que eu vou fazer, - disse Diego. - Você pode se masturbar.
- Vai se danar. - Eu disse fracamente enquanto Diego movia o dedo para dentro e para fora lentamente. Eu me perguntei quantas pessoas estavam assistindo. Eu não olhei.
- Você gosta disso. - disse Diego em meu ouvido.
- Eu não.
- Você gosta. - Diego disse, esfregando minha próstata novamente.
Eu não pude segurar um gemido. - Eu sou hétero.
- Claro que você é. - Diego começou a mover o dedo rapidamente. - Você gosta de ter o dedo no seu rabo.
Mordi meu lábio para evitar gemer. - Não.
- Não? Tudo bem. - Diego lambeu minha orelha e puxou o dedo. - Você estará me implorando por isso logo.
Eu fechei os olhos. Eu me sentia estranho. Vazio.
- Eu te odeio. - disse eu, virando a cabeça para olhar para Diego. Tentei não olhar a ereção de Diego.
- É claro que sim, Lindo.
* * * *
No dia seguinte, minha namorada veio me visitar.
Eu olhei para ela através do vidro que nos separava e tentei encontrar algo para dizer. Alice parecia linda, como de costume, seu rosto em forma de coração muito bonito e muito feminino. Ela também parecia muito fora do lugar.
- Como... Como você está? - Ela disse com o telefone.
Eu sorri ironicamente. - Como você acha?
- Você... Você está bem. - Alice disse depois de um momento.
Eu quase ri. Se ao menos ela soubesse. Se ao menos soubesse o quanto eu teria gostado de não parecer bem. Se eu fosse feio, ninguém teria me poupado de um segundo olhar. Se eu fosse feio, Diego—
Eu afastei o pensamento. Não; Eu não pensaria nisso. Não agora, não com minha namorada aqui.
- Obrigado - murmurei, sem jeito. - Como está a escola?
- Ótimo. - respondeu Alice.
Um silêncio constrangido se estendeu entre nós.
Olhei para ela, segurando seu olhar. Sentia saudades dela — perdi a vida antes de tudo isso. Eu a amava. E ainda... Eu me sentia tão desconectado dela. Ela pertencia a outro mundo. Um mundo em que eu era apenas um cara médio que não foi tateado publicamente e fodido por outro cara.
Com o rosto quente, desviei o olhar e olhei para baixo. - Você não tem que me visitar, você sabe. - eu disse sem olhar para ela. - Você não precisa esperar por mim. Um ano é muito tempo.
Silêncio.
- Você — você quer que eu espere?
Suspirei, passei a mão pelo rosto. - Não tenho o direito de perguntar isso a você. Eu fodi tudo, agora estou pagando por minha estupidez. – Eu deu a ela um sorriso torto. - Você não precisa esperar por mim, só se você realmente quiser.
Seus olhos azuis brilhavam com lágrimas não derramadas. Lentamente, ela assentiu.
- Seu tempo acabou - disse o guarda, caminhando até a mim.
Desliguei e deixou o guarda me levar embora, meu coração pesado.
Disse a mim mesmo que era o melhor. Alice não teria me desejado de qualquer maneira se descobrisse o que estava acontecendo.
Era melhor assim.