Inicialmente, teria que apresenta-lo a minha mãe, contar muito resumidamente nossa história e finalmente, contar nossas intenções.
Haviam dois motivos para problemas, a diferença de idades ( uns 22 anos ), o fato de não ter idade mínima e não ser emancipada, mas a aquela altura estava disposta a tudo.
Combinamos que ele iria à minha casa na próxima terça-feira, e como a conversa tomou um rumo agradável ficamos ali agarradinhos e satisfeitos um com o outro. O fim de semana passou voando, mas a segunda feira se arrastou demais, a terça-feira seguiu pelo mesmo caminho de lentidão, mas minha ansiedade foi lá em cima e minha cabeça a mil, imaginando tudo que podia dar certo, tudo que podia dar errado.
Pouco depois do horário combinado o interfone toca, é ele, mando subir. A mãe e a mana estão em casa.
A mãe perguntou o que era, respondo que é um amigo meu que quero que ela conheça. Só isso já a deixa curiosa, muito curiosa, já que apenas uma vez levei algum amiguinho em casa.
Apresento minha mãe a Willy, noto seu olhar estilo AVALIAÇÃO nele, ao ouvir uma voz desconhecida dentro de casa, minha irmã aparece na sala, eu os apresento.
Cada um acha um lugar para sentar, claro que me sento muito perto dele, a conversa flui agradável por algum tempo, até que eu não me aguentando mais, descarrego de uma vez o meu “discurso”. Um resumo dramático dos meus argumentos seria o seguinte :
- Estou apaixonado por ele
- A gente namora, mas eu agora vou morar com ele
- É tudo que eu quero agora pra mim
- Você (mãe) não pode me impedir de ser feliz de ter minha vida ... (bem dramática nessa hora)
Minha mãe tentou contra-argumentar essas coisas, deixando bem claro minha idade, o fato de que se ia me mudar como iria fazer com a escola e outros tantos argumentos válidos, hoje em dia; mas que não tinham peso nenhum naquele dia. Eu achava que havia pensando em tudo. Confesso, havia esquecido da escola, a resposta que dei simplesmente enfureceu minha mãe ainda mais, e a coisa toda saiu do controle, percebia que Willy esta muito desconfortável, minha mãe uma fera (comigo) e minha irmã escondendo o riso.
Bem, a resposta que enfureceu minha mãe, foi de que ia pedir transferência para uma escola perto da casa de Willy. O detalhe ficava por conta de que estavamos em fins de setembro, o que tornava qualquer coisa de transferência muito complicada. Minha mãe disse que se eu fizesse isso não ia mais pagar escola, etc ... Geniosa que sou, dei uma resposta pior ainda, o que provocou uma reação ainda mais irritada da parte de minha mãe e a discussão toda se encerrou na seguinte frase :
- Se você sair por essa porta, não precisa mais voltar e nem falar comigo !
Dei uma olhada para Willy, todo constrangido pela discussão, fui até meu quarto, joguei umas coisas dentro de uma bolsa enorme. Voltei para a sala, estiquei a mão para meu homem e disse :
- Wil, vamos embora, não moro mais aqui pelo jeito ...
Sem nos despedirmos, fomos embora. Antes de subir na moto, olhei pra ele :
- Amor, parece que agora você vai ter que cuidar de mim !
- Bebêzão, é o que mais quero, vai ser meu nenezão de agora em diante.
Subo na moto, ajeito aquela bolsa enorme e me agarro à sua cintura. Feliz por estar com ele e triste por sair de casa.
Bem, na verdade, o fato de sair de casa acabou sendo a solução para uma série de problemas que vinha tendo com minha mãe.
Por causa dessa discussão boba, fiquei praticamente um ano falar com minha mãe, tendo notícias de tempos dela só pela minha irmã, com quem conversava pelo telefone.
Era pouco depois das 11 da noite quando chegamos à casa dele, como ele tinha que levantar cedo fomos direto para a cama. Até tentamos fazer sexo, mas eu não estava muito bem e desabei a chorar. Foi quando ele se mostrou um marido em tanto, me confortou em seus braços, dizendo palavras de amor e de apoio, e que estava contente em estar comigo dali pra frente ... Adormeci abraçadinha a ele.
No dia seguinte, cedo, ele me acorda para se despedir e diz que falaria comigo na hora do almoço, para que eu ficasse de olho no celular. Um beijinho de despedida e ele se vai.
Pego no sono outra vez e so vou acordar perto de 11 da manhã. Tomo um banho demorado, controlando o relógio e o telefone.
Pouco depois do meio dia o telefone toca,
- Bebê, talvez hoje é melhor você não sair de casa sozinho, pelo menos até eu acertar a nossa situação ai no prédio. De resto, agora você esta em sua casa também ! Então fique o mais confortável que quiser...
A conversa dura mais uns minutos e nos despedimos.
Era a primeira vez que ficava sózinha no apartamento dele e também a primeira vez que não “tinha” minha casa. Fiquei andando pela casa e sem muita coisa para fazer, resolvi dar início a uma faxina. Tirei a toalha que estava usando enrolada desde a saída do banho, achei vesti um shortinho justo e uma camiseta. Começando minha tarefa pelo que era ou seria o escritório dele.
E assim teve início minha vidinha de casada, que durou quase 2 anos depois desse dia.
(segue 21)