MORANDO SÓZINHA (Parte 10)

Por causa da disposição de Theo, a janta acaba sendo trocada por sexo, mas pego um hamburguer num drive through da vida. Quando ele me deixa em casa, passa de 2 da manhã, exausta, mas nas nuvens.

Finalmente, consigo responder as mensagens de Arnaldo, agora são 4, uma delas dizia :

- “Oi, não consigo parar de pensar em você. Morrendo de vontade de te ver. Bjs “

Respondo :

- “ Ola, cheguei agora só. Adorei saber disso ! Quando pode ? Amanhã a noite ? “

Para minha surpresa a resposta vem quase em seguida. Meu telefone toca, atendo.

- Oi, garoto ! Tudo bem ?
- Oie, tudo e você ? Acordado ainda ?
- Sim, ainda ...
- Adorei saber que quer me ver de novo, sabia ?
- Não, mas fico contente ... E se eu fosse te ver agora ?
- Ia adorar, mas infelizmente não dá mais, tó morta de cansada e amanhã tenho um dia daqueles.
- Puxa que pena ! E amanhã a noite, tá de pé ?
- Ahhh, tá sim, mas tem que ser tipo umas 11 da noite ...
- Hummmm, tá ótimo e pra você ?
- Tambem ...
- Vou te ver tão linda como ontem ?
- (risadas) Pode ser ... depende ...
- Depende de ????
- Do jeito que eu chegar do trabalho ... Amor, preciso dormir !
- Tambem vou tentar ... Até amanhã !
- Sim, claro, mas me liga ! Beijos
- Ligo ! Dorme bem. Beijos

Na cama, fico pensando na situação toda, quase oficialmente tenho dois amantes, me sinto um tanto ordinária, mas fazer o quê, se aconteceu é porque tinha que ser. Essa é a última coisa que lembro.

Na manhã seguinte, o tempo continua feio e torno a ir à academia do condomínio, vazia como sempre. Dedico a maior parte do tempo a pernas e glúteos. Volto pra casa, começo a me preparar para o trabalho, enquanto faço isso, fico pensando em como receber Arnaldo mais tarde. Depois de umas olhadas nas gavetas, já tenho uma ideia que me agrada.

Quando estou saindo, Theo me liga, conversamos um pouco e ele me diz que teria um compromisso mais a noite e que a gente não poderia se ver. Uma pedra enorme sai de cima, a idiota tinha esquecido dele, mas no fim tudo se ajeita legal. Outra vez me sinto uma sem-vergonha, ordinária, mas fazer o quê ?

Depois que desligamos, começo a pensar no meu novo amante, uma situação totalmente nova para mim ! Nova e deliciosamente pecadora.

Na loja, as horas se arrastam e me sinto mais ansiosa do que seria normal. No meu intervalo, não me aguento e mando uma mensagem para Arnaldo :
- “ 11 Horas ... não se esquece ! Te espero ! Bjs “

Um tempo depois a resposta :

- “ Nunca ! Não vejo a hora ! Bjs “

Finalmente, o dia acaba, minha pressa é tanta, que resolvo pegar um onibus ao invés de voltar a pé. Rapidinho chego em casa, como alguma coisa, separo meu look, vou para o banho.

Escolho um look bem feminino, sentia falta de me montar, desde que comecei meu caso com Theo, quase não me montava mais, não que ele não gostasse, mas era uma questão de gosto dele. Na verdade, ele apreciava muito mais o viadinho de modos femininos, do que a “travesti” Livia. Mas gostava de me ver nua e de saltão, lingeries e outras coisas não faziam muita diferença para ele. Enfim, questão de gosto, mas ambos nos satisfaziamos de todo jeito.

O look que escolhi, era um micro vestido frente única, vermelho. A calcinha, uma tanguinha “ridícula” tambem vermelha, na frente grande o suficiente para “esconder” meu grelinho e quase um fio dental , onde as alças se encontravam num triângulo mínimo de algodão. Os sapatos, tambem vermelhos, de plataforma e salto agulha, acho que 12. Da caixinha de bijouterias, uma gargantilha preta com aplicação de pequenos cristais. Finalizo com um make mais levinho e um penteado simples, que fixo com gel.

No espelho grande, o resultado me agrada, na verdade, me faz sentir uma gp indo a uma boate, o que seria um reflexo perfeito de como estava me sentindo. Atravesso o apartamento e vou até a cozinha, o som dos saltos no piso me agrada, espero que o vizinho de baixo não se incomode. Acho uma rádio legal. Volto para o quarto, retoco o baton e me sinto pronta. Fazia tempo que não me sentia desse jeito, ansiosa e excitada. Telefone toca, é Arnaldo, dizendo que esta subindo.

Vou correndo para a sala, deixo apenas um abajur acesso. A campainha toca. Atendo.

Ao abrir a porta, ele me da um selinho no rosto, mas de repente se afasta de mi ando uns passos para trás, a luz do hall ainda não apagou. Com os olhos arregalados, ele me mede de cima abaixo, por longos segundos. Enquanto isso, vou girando sobre meus pés, dando chance a ele para me avaliar. Finalmente, ele entra e tranca a porta e me agarra forte.
Depois de um longo beijo, segurando na minha bunda.

- Você é absolutamente fantástica, fantástica e deliciosa ... caraca !
- Que bom ... Vem ...

Eu o pego pela mão e vamos para a sala. Antes dele se jogar no sofá, acende umas luzes da sala.

- Desfila pra mim, menina ! Deixa ver a obra de arte ...

==> segue parte (11)