Quando ele atende o celular e vai indo para o hall do quarto, de lá ele me olha.
- Desculpa Baby, a gente vai precisar ir embora ... Probleminhas domésticos ...
- Eu entendo, Amorzinho, caras casados passam por isso ! Eu entendo ...
- Caraca, você não existe mesmo. Vamos pr’o banho ???
Ele me puxa da cama. Enquanto esperamos a água da ducha ficar legal, nos pegamos de novo, existe um imã que nos atrai. Entramos na ducha, ameaço ensaboar meu homem. Inicialmente, me impede.
- Tem perfume esse sabonete ?
Dou uma cheiradinha nele e depois olho a embalagem para confirmar.
- Não sem cheiro, olha !
O banho é mais ou menos rápido. A gente se enxuga “mutuamente” e começamos a nos vestir. Nem terminei de pegar minhas roupas, espalhadas pelo chão e ele já estava calçando as meias. Quando percebe que vou vestir minha calcinha e fica totalmente imovel, apenas me olhando. Retribuo o olhar.
- Sabe acho absolutamente LINDO ver uma menina como você se vestindo, tem uma coisa sexy, quase celestial nisso !
Apenas sorrio de volta. Visto minha calça (com algum esforço), minha camisa toda amassada, sapatos. Confiro meu rímel, batonzinho e finalmente estou pronta. Nem preciso dizer que ele estava todo vestido e engravatado MUITO antes de mim.
Aquela conferida básica no quarto e saimos, abraçadinhos.
A recepção esta uma balbúrdia de tanta gente chegando ou saindo. De novo, algumas meninas, incluindo uma possível trans, encaram a mim e a meu homem; sim, sou possessiva e o abraço. Os olhares em mim são tipo de avaliação, nele de aprovação, fico puta da vida e orgulhosa ao mesmo. Puta da vida pela “cobiça” delas, orgulhosa por ele ser realmente um gato. Tão logo ele paga a conta, o cara da recepção me entrega um ticket colorido. Pego o dito, mas sem entender nada. Olho para meu homem , tipo “ o que é isso ?”
- Já te explico, mas guarda !
Obedeço. Ele entrega o bilhete do estacionamento para um manobrista e logo trazem meu carro. Saimos e vamos em direção ao shopping. Então, ele me explica o lance do ticket da recepção.
- O rapaz da recepção, achou que você fosse uma garota de programa e eu acho que se você juntar uma quantidade desses tickets deve ganhar alguma coisa depois de um tempo juntando ... Tipo prêmio fidelidade ou tipo isso.
- Você acha que ia me dar bem fazendo programas ?
Faço a pergunta rindo muito por dentro. (Existe um motivo que depois eu posso contar.)
- Tá brincando comigo, não esta ?
- Não, tô muito séria !
- Bom, se é assim é o seguinte, você foi uma das minhas melhores trepadas e ganhei o mais fantástico boquete da minha vida, sério, muito sério ... Sim você ia fazer muito sucesso, sendo menina, menino, trans ou sei lá o quê ...
Não falo mais nada, mas deixo minha mão confortavelmente sobre seu pau. Depois disso o assunto muda para outra coisa que não lembro ao certo. Por conta do horário, chegamos ao shopping onde nos encontramos e estava o carro dele.
A gente se despede, ele sai do carro, assumo o volante e sigo para casa, feliz, plena. Aquele tinha sido um dia perfeito, na verdade mais que perfeito.
Depois desse dia, eu e Paulo, nos encontramos várias vezes por quase dois meses e as trepadas cada vez melhores. Até que um dia, no meio de uma de nossas conversas, ele solta :
- Lembra daquele hotel onde a gente foi a primeira vez ?
- Claro, né Amor, como eu ia esquecer ? Foi tão bom ...
- Então, quer me dar um SUPER presente de aniversário ?
- Vou ADORAR , Amor ! Mas o que seria ????
Desse instante em diante, ele passa a descrever boa parte da sua fantasia, que pelo menos dentro daquilo que me contou / descreveu não tinha nada do outro mundo. Mas ele foi bem específico sobre alguns itens. Mesmo arisca e cismada com certas coisas como eu sou, não vi nada do outro mundo naquilo tudo e aceitei sua fantasia.
Nos dias seguintes passei a organizar meu lado da brincadeira, o único “detalhe” naquilo tudo é que deveria rolar no meio da semana, mas graças a minha simpatia e empatia com a minha chefe/patroa, consegui uma dispensa do trabalho naquele dia determinado.
O resto se meio que foi acontecendo por conta própria. E depois de quase um mês de preparação, chegou o dia. Nada de aula, nada de trabalho. Acordei cedo, 8 da manhã já estava no salão. Depilação, unhas (pé e mão), cabelos, sobrancelhas. Quando sai, por volta das 11:30 estava me achando a DIVA. Em casa, separo as coisas que ele pediu. O banho legal e começo a me arrumar, conforme suas ordens. Sim, literalmente foram ordens.
(segue 06)