COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 14 – A NOITE DOS CORDEIROS E DOS LOBOS (PARTE I)



Siqueira, como sempre, se mostrou um homem de palavra. E de fato, passou a me 'treinar' na arte de ser passivo. O treinamento durou duas semanas, quatro encontros ao todo. Todas as segundas e as quintas. Assim mesmo, metódico. Com hora marcada.
Siqueira era profissional e objetivo. Eu chegava em seu quarto, ele me mandava tirar as roupas e ficar de quatro na cama. Sempre de quatro, nunca outra posição. Ele vinha, arriava a calça e metia, depois de amaciar bem a carne com sua língua eficiente.
No começo, tentei insistir na pergunta de para que tanto treinamento. Mas ele era irredutível.
- Não é da sua conta, Mendes. Saberá quando chegar a hora
Então desisti de perguntar. E como eu também era um homem que cumpria suas promessas, me entreguei àquele ritual esquisito sem reclamar. Em que eu me dispunha como um objeto a ser usado. Ou melhor: um animal a ser adestrado.
E devo admitir que foi útil. Por volta da terceira penetrada, não havia mais qualquer dor ou incômodo. Era tudo prazer. Apesar da maneira fria como aqueles encontros ocorriam, não pude deixar de negar que havia certos estímulos excitantes em ser tratado como objeto. Conseguia até entender o tesão que Pedro sentia quando o noivo o ofertava para outros homens antes mesmo de perguntar sua opinião. O último encontro, foi o único em que houve uma mudança no protocolo.
Quando cheguei em seu quarto, naquela noite de quinta, Siqueira estava sentado estudando. Me viu e sorriu.
- Olá, Mendes. Vejo que chegou cedo hoje. Ótimo. Diferente dos outros dias, não serei eu quem lhe darei o treino. Hoje você está a cargo do major Pinheiro - e indicou a cama
Só então o vi lá, Pinheiro sentado, relaxado. Sorriso fácil e sacana
- Fala aí, Mendes
- Boa noite, major - eu então dei de ombros e fui até a cama. Não esperei comandos. Já fui tirando a roupa e me colocando de quatro ao lado de Pinheiro.
- Obediente. Gostei - Pinheiro fez cara de surpresa e foi tirando a roupa também. Ao contrário de Siqueira, que apenas colocava o pau pra fora quando me treinava.
- Seria legal te pegar de frango e poder ver sua carinha enquanto leva rola - sugeriu por alto, mas Siqueira o cortou.
- Foco, major. Sabe que é melhor que seja de quatro. Quero ver se o Mendes vai aguentar bem sua rola. Aí saberei que está pronto
Pinheiro deu de ombros e concordou.
- Bem, tem razão, afinal. Outro dia tentamos
E depois de lamber bem meu cu, foi metendo aquele pau enorme. De fato era um desafio e eu teria penado se Siqueira não tivesse me amaciado o bastante ao longo daqueles dias. Nem perguntei o que significava tudo aquilo, pra que de tantas regras, já que não teria respostas. Apenas aproveitei a pica de Pinheiro. Ela me tocava fundo, me dando arrepios a cada estocada. Levei de boa e foi gostoso sentir o major gozar dentro
- Muito bem, Mendes. Levou rola como verdadeiro militar - Pinheiro me parabenizou. - se algum oficial me escuta falando isso, sou preso - completou com uma careta engraçada e rimos muito juntos. Até Siqueira, que queria se manter sério, teve de segurar seu lábio que tremia, querendo rir da piada.
Então Siqueira, satisfeito, me dispensou e eu voltei ao dormitório.
- O que você faz lá toda quinta, Fábio? - Pedro me perguntou quanto eu voltei naquela noite.
- Sinceramente, nem eu sei - respondi com sinceridade, achando graça daquela situação.
Mas a resposta para essa e outra grande pergunta, chegou na madrugada de sexta da semana seguinte. Não tive treinamento naquela semana, pois Siqueira disse que eu precisava descansar
No meio da noite, a sirene tocou e eu e os demais calouros nos colocamos em posição de sentido diante de nossas camas. O terceiro ano entrou, trajando calças e blusas camufladas. Nos mandaram por sapatos e segui-los, de pijamas mesmo. Obedecemos, indo até os fundos do colégio, onde ficava uma mata mais fechada e também a área da obra abandonada. Lá, Siqueira nos aguardava. Com um baú ao lado. Paramos em fila, posição de sentido. O terceiro ano, idem.
Siqueira deixou um breve silêncio dramático antes de começar a falar. Voz firme.
- Senhores, essa é uma das noites mais importantes do colégio Pracinhas. Uma noite que provavelmente estão se perguntando tem alguns dias: a noite dos cordeiros e lobos. Essa noite consiste num treinamento militar de simulação a nós, do terceiro ano. E vocês, do primeiro, servem voluntariamente para que possamos testar nossas habilidades. A simulação consiste em uma fuga da prisão. Nós, militares, tendo eu como general, somos convocados a perseguir vocês e recuperar, vivos ou mortos, até o último homem antes do amanhecer
Ele foi ao baú e abriu. Pegou um monte do que parecia pano branco e foi dando um para cada membro do primeiro ano.
- Vistam, senhores
Quando peguei o meu, consegui identificar o que era. Um gorro felpudo branco, com a forma da cabeça de uma ovelha. Eu e os alunos vestimos.
Siqueira então entregou aos veteranos outros gorros, com as cabeças de lobos.
- As regras, são simples, senhores - continuou - primeiro, não é permitido que nenhum aluno, calouro ou veterano, saia dessa área, que envolve a parte em obra e a mata. Sair dos domínios do colégio, muito menos. Segundo, nenhum de nós, calouros ou veteranos, estamos autorizados a machucar o colega. Esse é um treinamento leve, podemos usar o que aprendemos nas aulas de defesa pessoal apenas no intuito de imobilizar. Sem danos. Só usaremos nossos músculos, soldados. Nossos músculos e isso aqui
Ele pegou do baú o que parecia uma pistola d'água.
- Essas senhores, são nossas armas de tinta. Não são como as de paintball. Não machucam. Lembram mais pistolas de água mesmo. Observem que elas possuem um bom alcance - e demonstrou, atirando contra uma árvore relativamente próxima. Um jato vermelho atingiu com pressão o casco - essa tinta, senhores, é facilmente lavável e não tóxica - e foi entregando uma arma para cada aluno do terceiro ano - mas eu quero que levem o treinamento a sério. Quero que ajam como se estivessem diante de armas de fogo letais. Se forem atingidos por um tiro desses no braço, não poderão mais utilizar o mesmo. Se forem atingidos na perna, não poderão andar. E se forem atingidos em qualquer parte vital, morrem. Os alunos mortos deverão vir até essa área e ficar quietos e em silêncio, até a simulação acabar. Não estão autorizados e falar nada do que acontece lá dentro. Alguma dúvida até então?
Eu ergui minha mão
- Sim, Mendes
- E nossas armas, senhor? - lembrei.
Todos do terceiro ano caíram na gargalhada. Siqueira se recompôs, depois chegou perto de mim e falou.
- Vocês não tem armas, senhores. Isso aqui é uma caçada. É claro que estarão na desvantagem. Os lobos nunca perderam, Mendes. E eu não quero ser o primeiro general a realizar esse feito. A grande vitória de vocês será se ao fim da noite, conseguir que pelo menos um dos cordeiros tenha se escondido bem o bastante para não ser localizado - e me olhou bem nos olhos - mas eu espero, sinceramente, que não consigam. Em especial, você.
Eu engoli seco. Coração disparado. Era incrível, mas a maneira como ele falava, como os alunos se posicionavam, pareciam estar diante de uma coisa séria. Só então senti o peso daquela tradição no colégio.
- Senhores. O que acontece na mata, fica na mata. Todos nós, alunos, só tomamos conhecimento desta tradição quando chega o dia, e desde então somos fiéis em guardar esse segredo conosco pra sempre. Vocês são fugitivos perigosos, cordeiros. Então é normal que sejamos implacáveis com vocês. Lá dentro, não há direitos humanos. Não há a quem recorrerem. Lá, senhores, é onde o filho chora e a mãe não vê.
Deixou o silêncio reinar, a tensão ganhar dimensões em nossos corações.
- Vocês tem a vantagem, cordeiros. Nós lobos cantaremos o hino nacional, ao final, ouvirão, onde quer que estejam, nosso grito de guerra. E aí saberão que estaremos indo atrás de vocês. Vão! Corram! Escondam-se se forem capazes!
Foi como se grilhões tivessem sido tirados de nossas pernas. Ao comando de Siqueira, disparamos em direção a mata, como se nossas vidas dependessem disso.
Acabamos nos separando, cada um para um lado e eu corri sozinho por um tempo incalculável. Desespero tomando conta. A barreira entre a ficção e a realidade quase imperceptível. A medida que me afastava, não ouvi mais o hino nacional que era cantado. Mas depois de um tempo, um uivo alto rompeu a noite, adentrando a mata como uma canção de morte.
Meu sangue gelou e eu corri mais. O lugar era no geral escuro, mas estrategicamente iluminado por alguns postes em seu interior e clareiras onde as árvores eram mais espaçadas.
Corri muito, sem olhar pra trás, sorte haver luz ali, caso contrário teria me machucado sério entre as raízes das árvores e troncos. Ou pior, teria dado de cara com o muro que marcava o fim daquela terreno. 'Fim da linha'. O espaço da mata era maior do que eu pensava. Mas ainda assim insuficiente para me manter distante deles por toda a noite. Uma boa ronda iria garantir que eles vasculhassem toda a área e encontrassem todos, há menos que nos escondêssemos muito bem.
Encontrar aquele muro me deixou tenso, mas eu estava muito cansado da corrida e tive de sentar. Encostei no muro, tentando fazer minha respiração voltar ao normal e a cabeça voltar a funcionar como se devia. Precisava me manter calmo. Era um jogo. Mas parecia tão real. Eu queria vencer, queria mesmo. Mas como? Olhei para as árvores e algumas eram bem altas. Eu poderia escalar uma e ficar empoleirado. Era bom nisso. Podia funcionar.
Foi quando ouvi alguém se aproximando. Acho que tinha ficado ali parado mais tempo do que imaginei. Já haveriam me alcançado?
Me escondi atrás da árvore, mas acabei fazendo barulho.
- Tem um cordeirinho aí? - Era a voz de Soares. Praguejei internamente - vou te pegar cordeirinho. Fica quietinho. O lobo mal tá chegando
Devagar, cauteloso e bastante minucioso, Soares foi se aproximando, olhando bem cada árvore. Não demoraria até ele chegar. Eu não podia enfrentar ele, afinal ele estava armado
'Pensa, Mendes, pensa' vasculhei minha mente atrás de uma solução, foi quando vi um pedaço de tronco seco. O peguei e o arremessei em uma direção. O som atraiu Soares.
- Vai tentar fugir? - Sua voz era divertida, de quem sentia muito prazer com a caçada.
- Quem será que tá ai? Pedro? Gouveia? Sampaio? Pascoal? Mendes?
Mas a voz dele ia se distanciando, para o local onde havia arremessado o tronco. Olhei rapidamente e ele estava de costas. Esperei se afastar mais e então disparei na outra direção.
- Hei. Porra! - Ouvi ele praguejar e vir atrás de mim. Acho que nunca corri tanto na minha vida. Saltei cada obstáculos como uma verdadeira ovelha, fugindo em desespero do predador.
Tinha que agradecer nosso treinador de educação física, pelas horas de exercícios de corrida. Meu corpo era leve e ágil e eu consegui me salvar. Vendo estar sozinho. Tentei escalar uma árvore, mas o cansaço e o nervosismo me fizeram pisar em falso. Eu escorreguei e ralei um pouco o joelho.
- Droga! - Acabei falando alto e meu coração gelou quando eu ouvi mais sons próximos. Fiquei quieto, sentindo o suor escorrer e encharcar minha roupa. O som não se aproximou e eu pensei então em ir na direção oposta dele. Era a coisa lógica a se fazer. Mas não foi o que fiz
Minha curiosidade me fez ir em sua direção, cauteloso.
Cheguei a uma clareira e a cena que ali se desenrolava era estarrecedora.
Um colega meu do primeiro ano estava em apuros. Albuquerque, estava abraçado a uma árvore, calças arriadas. Do outro lado da árvore, um aluno do terceiro ano cujo nome não me recordava o segurava pelos pulsos, o mantendo junto da árvore. Atrás de Albuquerque, estava Santos. O aluno do terceiro ano que no primeiro trote mijou na minha cara e também que tinha por hábito chupar o pau do traficante em troca de um baseado. Mas se na noite em que eu o flagrei, Santos era uma vítima. Ali ele era o algoz.
Santos estava também de calça arriada, penetrando com vontade Albuquerque, enquanto ria em companhia do companheiro veterano.
- Não adianta gritar, cordeirinho - ele falou - ninguém vai vir te ajudar. O máximo que vai atrair serão mais lobos.
Santos era um dos terceiro ano que eu menos gostava. Tinha tomado ranço desde que ele mijou no meu rosto por maldade. Por isso seu abuso por Sequela não me comoveu. Mas ver ele rindo daquilo, me deixou bastante desgostoso.
A cena era pesada e me faria o sangue ferver ainda mais - se não fosse um detalhe: o pau de Albuquerque estava duro. Então, talvez, em algum ponto de sua mente, meu colega estava tirando algum prazer daquela experiência. Aprendi muito cedo a não julgar os terrenos obscuros do prazer no Pracinhas e aquilo acabou me confortando um pouco. Já ia embora quando outra ideia clareou em minha mente.
Olhei novamente para eles, distraídos em sua sodomia. Rindo, relaxados e, também, vulneráveis. Vasculhei o chão e a arma de Santos estava junto de sua calca, muito arriscado. Mas a do outro aluno estava no chão, há uma boa distância. Salivei e fui me dirigindo sorrateiro até ele.
O garoto estava de costas pra mim e entre nós e os outros, tinha a árvore. Logo eu estava bem oculto. O cordeiro havia virado um lince e se aproximava de seu inimigo natural pelo domínio do território de caça.
Peguei a arma e então o peguei pelo pescoço e tampei sua boca, apontando a arma para sua cabeça.
- Quietinho - sussurrei ao seu ouvido. Imobilizando bem - ou estouro seus miolos
No susto, o garoto largou as mãos de Albuquerque, mas meu colega não se mexeu, continuando a abraçar a árvore em que estava. E a julgar pelos gemidos de Santos, este sequer havia percebido o que estava acontecendo.
Então, levei meu refém ainda atônito para a luz e rendi Santos.
- Parado aí
Santos levou um susto, saltando para trás de calças arriadas e quase caindo no processo. Pau ainda duro balançando.
- O que tu tá fazendo, Mendes? - Perguntou sem reação, fazendo menção de pegar a arma
- Não, não, não, não - adverti, apontando pra ele a arma e mantendo meu refém bem preso no mata leão - esqueceu que está apontado por uma arma de fogo, colega? Mãos para o alto.
- Mas isso é contra as regras! - Ele tentou argumentar, rosto vermelho.
- Que parte? - eu ri, voltando a apontar a arma para a cabeça do colega dele - isso é um treinamento, Santos. Estão preparando vocês para a vida real. E você acha mesmo que na vida real o inimigo vai correr e se esconder o tempo todo - E ri. - Fala aí, Albuquerque, tudo bem?
Meu colega ainda estava perdido. E um pouco sem graça, tentando cobrir o pênis duro.
- Embora não sei se te salvei ou atrapalhei - alfinetei, com um sorrisinho e Albuquerque deu um sorriso amarelo - agora me ajuda e pega a arma do Santos
Albuquerque vestiu as calças e correu para o veterano, que tentou impedir ele.
- Santos! - Chamei sua atenção - não seja um mal perdedor - e enfim ele deixou.
Albuquerque veio para meu lado e eu larguei meu refém, deixando os dois lado a lado
- Muito bem, rapazes. Tirem as roupas - mandei
- O quê?
Dei um tiro ao lado dele, passando rente o jato de tinta
- Agora! - Falei com a voz grossa e ameaçadora. Depois segurei o riso, pois estava achando graça da maneira como eu comecei a levar aquilo a sério. Albuquerque, do meu lado, me olhava maravilhado. Dava para ver a animação em seu rosto - eu poderia tirar suas roupas dos seus cadáveres. Mas preferia que elas viessem sem sangue. Ou tinta, tanto faz - me corrigi
Eles enfim obedeceram, ficando só de cuecas.
- Vamos comer eles? - Albuquerque perguntou, arrependendo-se logo depois, pois ficou evidente em sua voz como ele estava ansioso pra isso. Eu fingi pensar.
- Olha, não é uma ideia ruim não... Mas tenho um plano maior e queria sua ajuda
Ele sorriu e concordou. Então me voltei para nossos reféns.
- Joguem as roupas pra cá - e eles o fizeram. Eu então sorri e agradeci, logo antes de disparar contra seus peitos.
- Vamos lá, Albuquerque. Vista aquele
E fui trocando de roupas.
- O que está acontecendo aqui? - Santos ainda estava atônito.
- Bem, vocês dois estão mortos e nós estamos nos vestindo de lobos - simplifiquei.
- Vocês não podem trocar de lado. É contra as regras
- E quem disse que estamos trocando de lado? - Questionei, achando muito divertida toda aquela situação - pense em nós, companheiros, como agentes infiltrados. E vamos acabar com os lobos de dentro pra fora - ele arregalou os olhos - e devo lembrar a vocês, que mortos não falam. Então, por favor, sigam as regras e vão para a área dos mortos e, de preferência, sem chamar a atenção. Podem usar nossas roupas, pra não terem de ir de cuecas
Então o colega de Santos pôs a mão em seu ombro e, conformado, o chamou. Eles seguiram para fora da floresta.
- Então, capitão. Qual o plano? - Albuquerque estava visivelmente excitado. Eu gostei do som de 'capitão'. Parece que eu havia sido promovido em ação.
- Primeiro, precisamos de mais pessoal. Minha ideia é... Esconde - e o empurrei pra uma árvore a tempo de ouvir um grupo se aproximar. Eram cinco. Dois cordeiros a frente sendo levados sob a mira de armas por três lobos.
- Pra onde vocês estão nos levando? - Reconheci a voz de Pedro vindo de um deles
- Cala a boca e anda, Araújo - ordenou. A voz também não me era estranha. Era Mathias
Fiz sinal pra Albuquerque atirar neles quando passassem por nós. O que ele confirmou com o gesto. Então ficamos quietinhos, esperando eles se aproximarem. Estávamos em duas árvores lado a lado e tivemos a sorte deles virem bem pelo meio da emboscada. Primeiro passou Pedro com outro calouro chamado Valente, um loirinho de óculos, estilo intelectual. Mas a coisa não saiu como eu quis. Valente nos viu e acabou levando um susto. O que chamou a atenção sob nós.
- Quem está aí? - Mathias perguntou. Olhei para Albuquerque e, sem precisar trocar palavras, nos movemos em sincronia. Circulamos pelo lado de fora das árvores e disparamos contra os três. No susto, revidaram, mas sem precisão. Ao olhar, vi que os três alvos haviam sido atingidos.
- Que porra é essa. Quem atirou na gente? - Mathias estava irritado.
- Morremos? - Outro veterano perguntou.
Eu então saí, com as mãos para o auto.
- Acabou, galera. Vocês morreram. Sem choro, por favor
- Mas... mas como? - Mathias gaguejou.
- Tomamos as armas de colegas seus e agora vocês estão mortos. Simples assim
Eles ainda precisaram de um tempo para absorver aquela informação. Eu não esperei e peguei as armas de suas mãos. Infelizmente não daria pra aproveitar as roupas, já estavam sujas de tinta vermelha.
- Valente, Araújo. Como estão? - Albuquerque perguntou. E depois olhou para as costas de Araújo. - Que merda, cara
Eu olhei e praguejei quando vi os jatos de tinta em suas costas. A arma do inimigo o havia atingido
- Puta que pariu. Que merda, Pedro.
- Eh, acho que morri - comentou.
- Foi mal gente. Tomei um susto e acabei denunciando vocês - Valente pediu.
- Tudo bem, foi fogo cruzado - consolei.
- Mas como vocês conseguiram essas armas? - Perto ficou encantado.
- Nosso capitão Mendes aqui. Salvou minha pele e ainda matou dois - Albuquerque explicou, cheio de orgulho.
- Que legal! - Pedro exclamou.
- Pena você ter morrido, amigo - falei com sinceridade.
- Tudo bem - ele aceitou bem.
- Pelo menos não nos levaram para longe. Pra onde vocês iam nos levar? - Valente perguntou para os majores mortos
- Mortos não falam, Valente - lembrei e me voltei para os demais - senhores, foi uma honra. Já sabem pra onde ir
Pedro riu e nos desejou boa sorte. Depois chamou os do terceiro que, ainda sem acreditar, o seguiram.
- Vamos lá, galera - chamei Albuquerque e Valente, que me seguiram.
Fomos conversando pelo caminho, andando com cuidado.
- Mendes, diz aí, qual o plano? Acha que damos conta? Ainda tem uns 16 do terceiro vivos
- Não precisamos matar todos, Albuquerque. - Informei - é como xadrez. Precisamos pegar o rei
- Mas onde Siqueira vai estar? - Albuquerque perguntou. - Essa mata é grande.
- Ele é o general. Não vai estar na mata - descartei logo.
- Acho que os que me pegaram, estavam me levando até ele. - Valente supôs.
- E eu tenho um bom palpite onde seja - comentei. - Me sigam
E os dois obedeceram sem questionar. Fomos andando até os fundos do colégio, onde chegamos à área em obra. E lá estava ele. Nosso rei. O general Siqueira. Me voltei para meus homens e sussurrei.
- O lance é o seguinte. Vamos levar você, Valente, como prisioneiro. Albuquerque, cabeça baixa pra ele não nos reconhecer. Vamos chegar perto pra não dar chance dele reagir. Quero ele vivo
- Ok - Albuquerque não se continha de emoção. Então fomos atrás de Valente, que andou de mãos para o alto em sinal de rendição. Nos posicionamos de forma a ele não poder nos ver e com a cabeça um pouco abaixada para aparecer a touca de lobo.
- Caramba, até que enfim - Siqueira falou, impaciente - esse tempo todo e só um? E precisaram dois pra trazer? Ou os calouros desse ano são muito bons ou nós estamos deixando a dese... - Sua voz morreu quando me reconheceu, mas já era tarde, pois não teve tempo de pegar a própria arma. A minha já estava apontada para seu rosto.
- Xeque e mate, major. Ou melhor, General
***
ATÉ SÁBADO PESSOAL, COM A CONTINUAÇÃO DESTA AVENTURA
Em breve, “Diários de caça”, nova novela de Fábio Mendes...
Aguardem novas atualizações...

                                


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Comentários


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damiaogomes Comentou em 18/11/2023

Porra o calouro tirou toda tesao do conto que merda




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Nome do conto:
COLÉGIO PRACINHAS - CAPÍTULO 14 – A NOITE DOS CORDEIROS E DOS LOBOS (PARTE I)

Codigo do conto:
206590

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
18/08/2022

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