O fim de semana chegou, a gente não ia ter a desculpa de fazer o trabalho juntos, mas na sexta-feira de tarde depois de transar muito, eu e ele estávamos deitados na cama, quando ele me fala:
- O que você acha de a gente sair pra algum lugar amanhã de noite?
- Que tipo de lugar Alisson? - Eu já estava pensando em algum motel ou coisa assim.
- Ah, sei lá, vamos pra algum barzinho gay pra descontrair um pouco, dançar, se divertir.
Na hora eu fiquei meio inseguro, porque nunca tinha frequentado lugares do tipo, mesmo quando morava em Campinas eu não ia a lugares GLS, até porque eu e o Paolo, meu ex sempre fomos bem discretos. Mas ao ver a carinha do Alisson me olhando foi irresistível. Eu dei um beijinho nele e respondi:
- Tá bom, mas só se você me prometer que não vamos ficar muito expostos, você sabe que a gente não é assumido.
- Ihh relaxa Ariel, é que você não conhece São Paulo direito - ele respondeu - aqui tem tanto gay que a gente até passa despercebido.
- Então ta meu gostoso, eu vou pedir uma graninha pra minha mãe e a gente sai.
Eu passei a noite de sexta e o sábado inteiro apreensivo pra sair com o Alisson. Comentei com a minha mãe e ela me deixou sair com ele, apenas recomendou que eu tomasse cuidado porque ainda não conhecia a cidade. Então lá pelas sete da noite eu comecei a me arrumar. Tomei banho, passei uns creminhos no rosto e fiz um penteado bem bonito no cabelo. Coloquei uma calça branca bem justa e uma camisa verde escuro também muito bonita. Quando era umas oito e meia ele chegou lá em casa. Ele estava lindo, com um jeans escuro e uma camiseta preta com uns detalhes brancos e um aba reta preto. Ele cumprimentou a minha mãe, de todos esses dias fazendo o trabalho comigo ele estava almoçando lá em casa e por isso eles já estavam até íntimos. Mas ele não conhecia o meu pai, e ele estava em casa nesse dia, então eu os apresentei, o meu pai ficou bem confortável com ele, alias, meu pai nunca foi de implicar com nada que eu faço, e eu sempre respondi da melhor forma, respeitando ele e obedecendo a minha mãe.
Nós saímos e fomos até o metrô conversando sobre o que faríamos nessa noite. Ele me contou que estávamos indo em um barzinho no centro e que ele tinha marcado com alguns amigos dele lá.
- Então quer dizer que o senhor tem vários amigos gays senhor Alisson? - perguntei
- Não vários, mas pode-se dizer que eu tenho uma vida bem diferente daquilo que parece na escola - ele respondeu
- E você não tem vontade de sei lá, assumir e terminar com a Aline?
- Eu tenho, mas não tenho coragem, você sabe como é o povo daquela sala, todo mundo ia me zoar eternamente.
- Não acho que seja pra tanto, eles iam implicar um pouco no começo mas depois ia ficar de boa - eu argumentei – porque pode até não parecer mas a nossa sala é bem cabeça aberta.
- Sei lá, não me sinto a vontade de fazer isso agora, e tem a Aline também, ela gosta muito de mim e não sei como ela reagiria de saber que eu não curto mulher.
- Imagina se ela soubesse o que rola entre nós dois?
- Nossa ela ia surtar, mas como já te disse, ninguém precisa saber, o que ninguém sabe, ninguém estraga.
Essas palavras dele pareciam uma profecia, porque até agora ninguém tava sabendo de nós dois, mas tudo estava prestes a mudar e essa noite ainda ia terminar de cabeça pra baixo...
CONTINUA...
Você sabe criar climax, hein?
Achei que não ia ter continuação. Continua que o conto está perfeito!!