A festa acontecia no apartamento do chefe. Apartamento? Aquilo era uma mansão nas alturas. Quadragésimo quinto andar. Tinha certeza que seu apartamento devia caber no closet do homem. Pensando bem, pelo que estava vendo, o closet deve ser mais espaçoso.
Deu mais uma olhada em volta. Não encontrava o chefe, nem mais ninguém conhecido do escritório. “Onde estará esse povo?”
Foi quando ela entrou. Vestia um vestido verde escuro de seda com detalhes brancos que contrastava com seus cabelos vermelhos e sua pela leitosa. “Nossa” – pensou Natally – “Poderosa…quem será?”. Acompanhou-a por um instante e percebeu que todos falavam com ela. Todos a conheciam. Menos ela. Ficou ainda mais intrigada.
Decidiu tomar um ar e seguiu para a varanda. No caminho, encontrou com mais uma bandeja e mais uma taça. Lá, encostou-se no parapeito e ficou admirando a paisagem.
Não saberia dizer quanto tempo passou ali, até o momento que escutou uma voz:
– Lindo não!
Assustou-se, tirada abruptamente de seus devaneios, e virou-se. Era a mulher de verde. O coração estava disparado. Nesse momento não saberia dizer se pelo susto ou pela presença da estranha ruiva.
– Assustei-a? Desculpe-me.
– Não, sim…quero dizer…tudo bem.
A ruiva olhava-a bem nos olhos, encarando-a. Ela não sabia o que fazer. Incialmente tentou desviar o olhar, tímida, mas as mãos brancas da outra tocou-lhe delicadamente o rosto, levantando-o e forçando os olhares se cruzarem novamente.
– Como se chama, bela?
– Natally.
– Que está achando da festa, Natally?
– A festa está linda, mas está muito chata para mim.
– Percebi que está só, menina. Uma menina linda como você não deveria ficar só.
– Agora estou bem acompanhada – respondeu sorrindo. A ruiva também sorriu.
Naquele momento Natally sentiu-se extremamente confortável com a presença da outra. Mas, mais uma vez foi surpreendida pela ruiva, quando ela, do nada disse:
– Você me deixa com tesão. Vamos ao quarto?
– Com… como assim.
– Assustei-a novamente. Não se assuste, garota. Não gosto de perder tempo. Estou com vontade. Quero você. Acho que você também sente algo. Porque perder tempo? Se não quiser, tudo bem.
– E… eu nunca fiz…
– Com uma garota?
– Sim. – A voz de Natally quase não saia. Estava assustada demais para falar. Teve vontade de correr, mas algo a segurava. Sentia o sexo úmido entre as pernas.
– Hum… Não tenha medo. Venha comigo. – Não era um pedido. Estava mais para uma ordem. Mas pegou delicadamente a mão de Natally, e guiou-a, entre as pessoas até um quarto. “Estou louca. É isso. Enlouqueci completamente.”, pensava ela, enquanto seguia a mulher vestida de verde.
No quarto, sentiu suas roupas sendo tiradas, com um misto de velocidade e delicadeza. Quando estava completamente nua, a ruiva posou a sua frente admirando seu corpo.
– Linda!
Posou-a sentada na cama, abrindo delicadamente suas pernas e ajoelhando-se a sua frente. Nathally sentiu, então, pela primeira vez, a língua de uma mulher em seu sexo. Em poucos segundos teve que pegar um travesseiro e cobrir o próprio rosto, para abafar os gritos e gemidos.
A ruiva pulou sobre seu corpo, beijando-a a boca. Era o primeiro beijo com uma mulher. O primeiro beijo com o seu gosto na boca dela. Onde estava a língua, ocupava-se agora a mão dela. Dedilhando-a com maestria, Natally rebolava. Gozou.
Sem tirar o vestido, a ruiva sentou-se sobre seu rosto. Natally percebeu que ela já estava sem calcinha desde sua chegada, pois não a tinha visto tira-la. Mesmo sem ter certeza se estava fazendo certo, começou a chupa-la. Inicialmente estranhou o gosto, mas os movimentos da mulher foram excitando-a e fazendo-a lamber mais, e mais forte. Em pouco tempo, sentiu o gozo vindo. Beijaram-se.
A ruiva se levantou.
– Obrigada, minha linda Natally. Arrume-se devagar e volte para festa em uns dez minutos. – E saiu.
Ainda sem entender bem o que tinha acontecido, restava a ela apenas obedecer. Lembrou-se por um momento que era a primeira vez que fazia aquilo. Nunca, em toda sua vida tinha sido tão impulsiva. E de uma única vez, tinha traído o noivo e logo com uma mulher. E nem sabia o nome dela.
Quando saiu, procurou pela Ruiva, mas não a encontrou. Encontrou apenas algumas poucas pessoas do escritório. Finalmente tinham chegado. Conversava um pouco com eles, quando percebeu o chefe do outro lado da sala. Foi até ele, cumprimenta-lo. Ao vê-la, disse:
– Ola, Natally, que bom que veio.
– Chefe… – Respondeu, oferecendo a mão para cumprimenta-lo. Ele, então, virou-se, pegando uma mulher, delicadamente, pelo braço.
– Gostaria que conhecesse minha mulher, Marisa.
Natally ficou sem voz. Marisa era uma estonteante ruiva, de olhos e vestido verdes. E vendo-a, apenas limitou-se a sorrir e dizer:
– Prazer.