Além disso, existia uma outra tensão, totalmente sexual entre nós duas. Não sei explicar o que estava acontecendo e você pode procurar achar a explicação onde desejar: o confinamento, a convivência forçada ou o fato de sermos duas garotas independentes e decididas, mas a verdade é que era visível que nos olhávamos ora com raiva uma da outra, ora com um desejo intenso. Mas nada era dito sobre isso. E nenhuma das duas tinha coragem de dar o primeiro passo. E essa indecisão só gerou mais e mais tensão.
A previsão era de mais uma noite de pouco sono. Muitos pormenores do projeto ainda para elaborar e decidir. Débora perguntou o que iriamos comer. Respondi para ela pedir algo por telefone. Chinês ou pizza, ela perguntou. Respondi que tanto faz. Foi aí que a briga começou. Ela me chamou de indecisa e que o projeto não andava por isso, passei a chama-la por outros adjetivos e também passei a receber vários. Tentávamos ganhar a discussão, não com argumentos, mas com a altura da voz.
Então, sem nenhum aviso, Débora começou a rir. Eu perguntei por que ela ria, mas ela não conseguia responder, completamente sem controle. Rindo. Quando, finalmente ela conseguiu explicar, ainda entre um riso e outro, que estávamos brigando por causa de uma pizza e um yakissoba, abracei-a e rimos juntas.
Quando conseguimos finalmente terminar de rir, ficamos ali, abraçadas, olhando uma nos olhos da outra. Era um momento mágico em que parecia que uma conseguia ler a mente da outra. Era um instante de carinho e compreensão mútua. Debora, então, tocou minha face lentamente, fechamos os olhos, nossos rostos se aproximaram e nossos lábios se tocaram pela primeira vez.
O carinho se tornou eletricidade e a eletricidade que sentíamos no ar envolveu nossos corpos. Sentimos um choque e tudo isso se tornou desejo e tesão.
Fui jogada no sofá e Débora veio por cima, tirando sua própria roupa. Tirei a minha. Suas mãos tocaram meu corpo e eu toquei o dela. Senti seus dedos entre minhas pernas, ainda sobre a calcinha, enquanto nos beijávamos. Senti meu gosto em seus dedos. A toquei e fui tocada. Gozamos e dormimos, ali mesmo, no sofá. O melhor sono que dormimos em três dias. No dia seguinte acordamos tranquilas e terminamos o projeto, felizes.
Adorei a história...