Carla

Estava em casa sozinha. Ocupava todo sofá da sala, deitada e lendo um livro qualquer. Um CD de Chico Buarque tocava baixinho no som. Realmente a agradava ficar assim. Sentia-se bem quando todos saiam. A família era grande – pai, mãe e irmãos, eram ao todo seis pessoas na casa e a oportunidade de ficar só era rara. Quando acontecia, aproveitava cada segundo de paz. Dessa vez, aproveitou para começar um livro novo. Estava quase terminando o terceiro capítulo quando a campainha tocou. “Quem será?”, pensou, levantando-se e indo até a porta.

– Estou indo. – Gritando para quem quer que fosse aguardar. Olhou pelo visor do olho mágico e viu a namorada do irmão mais velho. “o que será que ela veio fazer aqui? Estragar minha paz? Saco. Já não basta essa menina aqui quase todo dia, por causa daquele bobão, e sempre intrometida, fazendo perguntas sobre minha vida?”

Estava imersa em seus pensamentos negativos sobre Mariana, a namorada do irmão, enquanto abria a porta e já estava pensando em como “se livrar dessa menina intrometida”, quando foi desarmada pela cara de felicidade que a garota abriu ao lhe ver.

– Oi, Carla. Tudo bem?

– Oi, Mari. Tudo. – e, adiantando-se a pergunta que sabia ser inevitável, completou: Olha, o Leo nem está.

– Poxa – disse, perdendo lentamente o sorriso inicial – Eu tava aqui perto e resolvi arriscar, mas…

– Bem, entra, toma um suco ou refri e eu ligo pra ele e vejo se vai demorar.

Mariana sentou no sofá e Carla foi na cozinha. No meio do caminho pegou o telefone sem fio e enquanto procurava uma lata de refrigerante na geladeira, já foi ligando para o irmão. Quando voltou para sala, já sabia que ele demoraria.

– Ele está no jogo, Mari. Acho que vai demorar. – disse, enquanto entregava o copo de refrigerante e pensava no porquê de não tinha contado pro Leo que Mariana estava ali em casa.

– Que pena. Bem, então é melhor eu ir.

– Calma, menina, toma teu refrigerante.

Lembrando-se do sorriso de Mariana na porta, completou:

– É bom que você me faz companhia. – E percebeu que a outra voltava a abrir um sorriso que cortava a cara.

– Que estava fazendo, Carlinha?

– Só lendo.

– Livro bom?

E ficaram conversando banalidades por um tempo. E como é comum entre duas amigas, os assuntos eram os mais diversos, passando de fofocas familiares, pela a situação política e crise na Europa e, quando estavam falando sobre os diversos tipos de vinho, Carla comentou:

– Poxa, deu até vontade. Tem uma garrafa ali. Topa dividir, Mari?

– Adoraria, Carla. Vamos aproveitar que estamos sem os meninos e nos divertir.

Logo a garrafa chegou a metade. O disco de Chico, que já tinha terminado a algum tempo foi trocado para algo mais animado. Embaladas pelo álcool que começava a afetar a mente, começaram a dançar. A primeira garrafa terminou e abriram uma segunda. A música foi ficando mais alta e ouvia-se muitos risos.

– Não vai chegar ninguém, Carlinha? Não quero ser pega assim!

– Calma, Mari, o único que podia chegar era o bocó do teu namorado e ele avisou que vai demorar. Relaxa e vamos nos divertir.

Disse isso, indo para a cozinha. Estava posicionando o saca-rolha para abrir a terceira garrafa, quando sentiu as mãos de mariana por trás abraçando-a. Seu corpo estremeceu com aquele toque e por pouco não derruba a garrafa. Virou-se, sem contudo, se livrar dos braços que a cercavam. Ficaram frente a frente, se encarando, a centímetros de distância uma da outra.

– Mariana…

– Psss – foi sua única resposta, solicitando silencio e finalizando o pedido com um beijo.

A partir daquele momento não falaram mais nada. Entregaram-se ao beijo alucinadamente. Com as bocas coladas, foram cambaleantes até a sala. A roupa sendo depositada de forma aleatória pelo caminho. Chegaram ao sofá seminuas. Carla sentou e, por cima dela, Mariana terminava de tirar suas roupas, acariciando cada parte do corpo que ia sendo descoberta.

Sua boca encontrou os seios de Carla e sua mão seu sexo. A cunhada já estava completamente nua rebolando ao seu toque. Os risos de antes foram, transformados agora em gemidos de prazer.

Depois do toque, foi a vez da boca de Mariana encontrar o sexo da cunhada. Como em um beijo de língua, procurava desvendar o máximo daquele contato, penetrando-a ao máximo com seu órgão oral, deliciando-se com seu gosto.

Carla sentiu seu corpo tremer e sua mente desfalecer por segundos. Gozou. Como no conto de fadas, foi despertada pelo beijo de Mariana, sentindo, na boca dela, o seu próprio sabor.

– Meu deus, o que foi isso? O que foi que fizemos? – Perguntava Carla. Não esperando uma resposta objetiva da outra. Estava mais para uma pergunta para si mesma. Mesmo assim escutou a resposta.

– Só nos entregamos ao nosso desejo, Carlinha. A muito que quero fazer isso.

– Mas isso é errado. Você namora meu irmão…

– Amo seu irmão, mas sou a muito tempo apaixonada por você…

– Não, não pode… – E começou a se vestir. – É errado. Tá tudo errado, vá embora, por favor.

– Calma, Carla, calma…

– Vá embora! – Repetiu Carla, aumentando o tom da voz, quase gritando. Percebendo a seriedade que aquilo podia se tornar, Mariana resolveu mesmo se retirar.

– Tudo bem, Carla, eu vou, mas se precisar conversar, me liga ok?

A outra apenas a olhou com uma cara de poucos amigos. Carla tentava transferir a culpa do acontecimento para Mariana, mas no fundo sabia que não existiam culpados. Que ela própria tinha tanta culpa quanto a cunhada. E isso a deixava ainda mais furiosa.

Mariana vestiu-se e saiu. Carla passou o resto do dia no quarto, trancada. Durante a semana seguinte tornou-se mais silenciosa. Quase não falava com ninguém. Durante esses dias, recebeu algumas ligações da cunhada, mas não atendeu.

O domingo chegou e Carla percebeu que estava novamente sozinha e não parava de andar de um lado para o outro da casa. Decidiu, então, retornar a ligação de Mariana. Marcaram de se encontrar. Vinte minutos depois, finalmente, ela chegou. Carla abriu a porta, olho-a nos olhos, abraçaram-se e, finalmente, beijaram-se.


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Comentários


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Soninha88 Comentou em 22/04/2019

Dos melhores contos lesbo que já li...é assim mesmo que acontece entre duas meninas...elas se entregam ao prazer, que por sinal é muito mais intenso do que com homem!!! E uma vez que provou a fruta, não para mais!!! Votado...faltou umas fotos...




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Ficha do conto

Foto Perfil Conto Erotico kylesatori

Nome do conto:
Carla

Codigo do conto:
137582

Categoria:
Lésbicas

Data da Publicação:
22/04/2019

Quant.de Votos:
3

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