Daniel 2 - A grande distância entre querer e poder

Mais ou menos uma semana depois eu e Daniel nos encontramos novamente. Fiquei esperando na catraca do metrô. Sua chegada me causou uma grande impressão. Ele parecia mais bonito do que eu lembrava. Foi um soco no estômago. Ele tinha uma chave de um sobrado vazio, para aluguel, da sua família. Uma boa casa, sem nenhum móvel. Daniel tirou sua roupa em segundos exibindo uma ereção. Nos sete dias entre o primeiro encontro e esta noite, tinhamos conversado muito por mensagens e e-mails. Foi discutida a possibilidade de transarmos. Eu ativo, ele passivo, porém sem beijos. Mais uma vez segui o mestre e tirei minhas roupas. Mais uma noite fria, seria no chão, apenas um papelão entre nós e o piso gelado. Desconforto, a falta da beijo que acho primordial para o sexo, a admiração que crescia em mim por ele, sua aparência, seus modos, tudo isso foi traduzido numa discreta ereção e na falta de orgasmo da minha parte. Daniel gozou, não consigo lembrar ou entender o que, comigo ou naquela situação, foi suficiente pra isso. Poucas vezes me senti tão pouco à vontade. Todo o sentimento que ele detonava em mim, não se traduzia fisicamente, sexualmente. Continuamos a nos falar, foi se criando uma amizade. Admirava sua mente ágil, seu amor por animais, sua melancolia, suas aventuras sexuais que agora ele compartilhava comigo. As vezes saíamos para almoçar, shopping. Me sentia privilegiado por privar de sua companhia. Muitas de suas defesas iniciais foram abandonadas. Ele ria quando eu comentava sobre ele ter dito que eu fazia muitas perguntas. Não se lembrava de ter dito. Me contava como era excitante pra ele sair com caras negros. Um em especial, casado, muito macho, um pênis enorme, e que gozava urrando quando Daniel mijava em sua cara, no seu peito, no seu pênis grosso, cabeçudo e cheio de veias. Ele relatava como se estivesse dizendo o que havia comido no café da manhã, numa impassividade desconcertante no rosto lindo. Conversar com ele era a melhor coisa do meu dia.