05 Parte – Primeira Namorada Bagual
Minha vida teve uma reviravolta muito repentina e rápida, séria necessidade da adaptação igual peido em bombacha, bem solto e largado. Todas experiencias aprendidas até aquele momento me impulsionaram em ver os acontecimentos mais tranquilo. Nesse relato busco descrever essa primeira interação. Obrigado por acompanhar : )
Passadas algumas semanas, conversamos tomando um mate tu de lá eu daqui. Do início desse espetacular mundo dos prazeres, toda interação entre corpos nesse entrevero de pega e solta, tipo puxa puxa na boca, é oque movimenta o mundão e no embalo tamo junto. Aliado a sorte tive um pé quente e tanto para conseguir presenciar relações muito próximo, alguns tão perto que sentia o calor do bafo pulsar em meu corpo. Naquela fase da vida o acesso à revistas ou filmes era bastante limitado pra mim, a gurisada do colégio mostrava lá vez outra meio escondido pela sala ou recreio, mais sempre a supervisora tava de olho... o bicho era atentado.
Matiando por vezes na sombrera do arvoredo, penso a facilidade que temos hoje. Toda capacidade de acessar conteúdos nos permite visitar mundos e histórias fantásticas, penso meio bronco, que a internet é essa tal máquina do tempo que muita gente estudada conta por ai nos galpão véio. Ela é capaz de nos levar ao passado e também lá pro futuro, mostrando tudo que foi realizado à tanto tempo atrás e o futuro que em momento desenhado, sempre se torna maior e mais exuberante quando realizado.
A primavera se inicia no Haras e junto toda volta. Flores, árvores, pássaros, bixaredo de tudo que é tamanho abertamente feliz pelo novo período de fartura. Em meu ser essa semente já desenvolvia nítidos ramos e galhadas, vigoroso caule com raízes fortes. Ainda uma única experiencia. Todo tempo passado com a égua me mostrou não ser mais só o guri de merda -a não meu querido-, agora já sabia me controlar, praticando de forma intuitiva uma técnica que depois se mostrou verdade e bastante eficiente, a freiadura do coito.
Aquela relação bruta e animal despertou meus instintos mais primitivos e grotescos, a tão desejada e agora velha punheta não me serviam demais nada, a não, porque razão vou me dar o luxo de me socar uma se tenho algo quentinho, vermelinho, toda se querendo e sempre prontinha não interessa-se a hora do desejo, ahhh. Me lembro uma ocasião de noite, era bem de noite mesmo, bateu o desejo de imediato... bah… já era muito passado hora de dormir e não me aguentei. Levantei da cama e me arrumei com uma roupa que encontrei jogada pelo chão por ali mesmo. Abri a janela quase que em câmera lenta, o quarto dos meus pais encontra só o banheiro como divisória pro meu, o barulho que faço naquela hora certamente vai ecoar o tinimbri nos ouvidos de graxaim do meu pai e certamente não quero ele pedindo explicação sobre barulho aquela hora.
Mais sorrateiro que lagarto no galinheiro vou bem na mãnhá, a cachorrada de longe começa caguetar minha presença, resabiados com aquele transeunte que passava moquiado hora da noite pelo pátio, por sorte e alguns gritos baixos, sonóros sem barulho, consegui os acalmar quando próximos, até esse momento tudo dentro do planejado. Próximo a báia tinha um banquinho pra lá de especial -vô ti dizer pra ti-, o danado quando usado me permitia ficar em pé com uma altura perfeita, sou capaz de dizer que feito sob medida pra função agora exercida.
É uma gracinha como se comporta comigo, têm grande carinho quando à chamo o relincho confirma, gosto de pensar semelhante a um “bom te ver de novo meu gostoso”. Geralmente acendo só a luz do corredor que é o suficiente e com o meu banquinho me encaminho pra dentro. O tempo sempre varia e isso repeti muitas vezes, muitas... muitas vezes.
Feito o carreto e desejo acalmado, cigarrinho aceso me volto com alívio. Agora despreocupado com a vida, achando tudo belo e magnífico, me perco pensando que parece o céu um monte de graxaim olhando pra baixo... só não percebo no meu caminho, passando o laguinho pela direita, ali na frente minha mãe mantinha num ponto d’água o regador, baldes, bacias, ferramentas e tudo que se pode imaginar meio que amontuado bem próximo de casa. Quando vejo caio por cima daquele caramba e faz um escarcél disgranido e na hora já me fico apavorado, caido intreverado no meio daquela coisarada, olhando em direção pra casa à luz de canto acender, pronto! pensei comigo, meu pai escutou! me levanto todo estabanado e saio correndo em direção a janela do meu quarto e que por sorte deixei aberta ao sair, parece uma cena de filme, quando eu entro pela janela meu pai sai pela garagem á fora. Hoje vejo isso como malandragem, na época puro instinto de sobrevivência.... De imediato me ponho de volta na janela e fico olhando pra fora como se tivesse também acordado com o barulho, enquanto isso o tio velho sai com o três oitão na mão aluminhando tudo com seu foco, me vê na janela mais não diz nada e continua por sua busca ao marginal que causou a arruaça aquela hora da noite.
– Orra em PiÁ! Tu viu esse barulho todo? - se aproxima da minha janela
– Nem vi não pai, levantei de sopetão tão logo o barulho começo. - falo com o coração na boca
– Eiitááá!! Cala boca cuscada dos cão, vão atrás da asombração!!!
– EetTÁaAaÁ lasquera da PorrÁÁ!
Nesse momento que taca-lê o ultimo grito, levanta a mão pro céu e dispara uns três tiros, sem aviso, TÁ.. TÁ.. TÁ....
– Aqui não é casa de arruaça não o seus cambara. - fala berrando ao vento
– Ou vão durmi ou a bala vai cume nus quarto. - atira até acabar as balas do revolver TÁ..TÁ..TÁ
– Essa gambazada pai, o bixaredo tá tinhoso! - falo mostrando com a mão os mato
– E tu vai trata de durmir também píá. - fala iluminando toda volta em busca do motivo
Esse dia foi tenso… outra que me recordo também foi correndo égua. Essa foi uma vez à tarde durante limpeza das cocheiras. Tudo que é bom o matungo sempre acaba se lambuzando e muitas vezes durante o dia também batia aquele desejo. Fazia já alguns dias que tava nessa.. chegou ao ponto de eu assobiava e a ruano já relinchava animada, o bicho tava curtindo também… só pode, quando na frente da báia mostrava os dentes e caminhava em círculos com a cola levantada, muito parecido com as gurias nos bailinhos, a vantagem é que não incomodava kkkkkk.
Intimidade é tanto que até um tipo de conversa meio no olhar já tá rolando com ela. Meio alongo pra não dá mal jeito nas pernas… Antes de juntar o banquinho do chão e entrar na báia passo a mão no rosto formalizando o hábito. Ela já tá domada -ahahaha- fica na posição certa me esperando. Dentro da báia continuo fazendo carinho e conversar com ela… do nada, antes de me ajeitar começo escutar vozes… UÉÉ SÁÁÍ...penso que não pode ser e SIM.. as vozes vão aumentando como se estivessem se aproximando..
– AI MEU DEUS, CARAMBA... CARAMBA! Não pode ser. - pareço o urso fatso do pica-pau
E Agora falo apavorado com a égua… me desespero.. coloco o banquinho dentro do cocho e me jogo pra frente da báia, ao lado esquerdo do portão e me encolho, fico em posição fetal encostado na parede, mais espiado que ouriço em cima d’árvore!
Poucos segundos depois.. mais alí! quase no ato, quem diria né.. meu pai correndo mais Dona Isabel entreverados meio em uma discussão… pra lá de quente, não sei ao certo o porque de todo aquele aruacero, não consigo enxergar é nada de onde estou, só escuto.
– Tu sabe que isso é sério... não é a primeira vez que sinto... se estou sentindo é porque tem algo acontecendo.
– Ahhhri égua... de novo essa história... tu já invento essa prosa já antes..
– Por isso que eu penso ser séria e verdadeira.
– Isso parece conversa de assombração, conversa de bruxa... CRUZ CREDO!
– Não é isso não, tem nome! intuição!
– Tô cagando pra merda do nome…
– HRHUM..HRUMM...Continuando… quando eu sinto a I N T U I Ç Ã O.. sei que alguma coias pode acontecer ou vai.. não sei explicar.
– Tu tá é de frescura, primeiro no quiosque nada. galinheiro não podia porque era lá o problema… e agora aqui também não... UÉÉÉ mais que porquera!
– Eu to sentindo isso... não é a primeira vez… tu sabe!
– Não me interessa tuas frescura! Vêm Aqui!
– Não!!! Eu disse que nãaaooo..
– AhHhããã… esse negócio é sério sim… mais o chamego pode..
– AííIÍ.. paraa… aahhHHH.. já diss…. Genááá…. me solt…… aaííii…..
As vozes ficam mais abafadas, escuto só beijos e acredito que nessa hora parece que entraram na báia do lado que eu estou, as vozes ficam pouco mais abafadas, consigo continuar escutando igual.
– Tá bom.. mais só um pouquinho e já vou embora.
O tempo que passou foi talvez dois minutos, realmente foi muito rápido.
– Está bom já, vou ir embora! continua esse sentimento no meu peito e não estou gostando.
– AriÍi ÉGUA MULHER! mais que diabos é ISSO! está preocupada com oque afinal?
– Eu não sei! Eles podem nos encontrar juntos e eu não quero! Algo não está certo Gená!
– A Graciliana está na tua casa! Certo que sim! o guri está colado na ruano à campo fora...
– Como assim... se ela está aqui... OI MEU BEBÊ... oi queridinha da mamãe...
MEU CORAÇÃO PAROU! CONSIGO VER A MÃO DELA PASSANDO NO PESCOÇO DA ÉGUA ENQUANTO ESTOU ENCOSTADO NA PAREDE. EU SIMPLESMENTE NÃO RESPIRO NESSE MOMENTO. TÔ QUE NÃO PASSA UMA AGULHA. SÓ FALTO PRENDE A RESPIRAÇÃO POR COMPLETO.
– AhhTÁÁaah, grande bosta... tá fazendo alguma coisa peLA VOLTA! MAIS NÃO IMPORTA!!!
– Não! vou pra casa. - escuto o barulho de um beijo estalado e na mesma hora ela começa a caminhar de volta por onde vieram, depois de alguns passos o silêncio é quebrado...
– ESPERA AÍ MULHER!!! - meu pai fala mais bravo e forte
– Oque foi agora?
– Volta aqui AGORA!
– Tu está de brincadeira comigo??? - ela caminha devolta passando pela frente da báia
– Oque foi agora?
– Tu não aprendeu a guardar as ferramentas depois de usar?
– Ahhhh.. eu não acredito... AHAahahAHAh.. só tu mesmo.. era isso?
– Também quero um beijo de despedida melhor...
– Quero te ver depois no galpão então! Sem essas tuas frescaiadas aííí...
– AH As rs... talvez.... talvez, só talvez! mais tarde te encontro lá. TALVEZ!!!
– VIU!
– Oque?
– UtÁÁÁ mulher bem gostosa!!!
Ela passa caminhando de novo pela frente da báia, retornando de onde tinham vindo, direção do galinheiro. Bem.. continuo imóvel durante um tempo.. não sei onde está meu pai, por momentos pensei na minha cabeça que ele estava parado me esperando sair e me pegar no flagra -o peso da culpa é osso- começo aos poucos espiar muito de canto, bastante resabiado e quando penso está tudo livre, saio rápido e vou na primeira onde estão os materiais... de lá começo a varrer o chão pra disfarçar. Quase fui pego dessa vez, foi por pouco. Fiz vigia no galpão, vi a Dona Isabel entrar e quando fui espiar.,. foram pra área da clínica, não vi foi é nada.. só me sobrou o banquinho.
Na escola meu comportamento está bastante diferente. As brincadeiras da gurisada eu não entrava mais, ficar zoando as gurias muito menos, comecei olhar pra elas diferente, sei la, acho que é dessa forma que consigo explicar. Me lembro que zuava muito com a DIRCILA. Uma guria que além do nome ser pretexto pra tirar sárro, ela tinha os dentes encavalados, eram um pouco pra frente e dava um motivo pra gurisada cair na cabeça sempre que possível.
A vida tem dessas que não da para explicar. O ano tava ali por outubro e era diciplína de história. Me lembro porque era minha preferida, tipo aquelas aulas que não via o tempo passar, realmente até hoje gosto muito sobre assuntos relacionados a história. Nesse dia a professora começou a falar para toda turma sobre a reta final do ano, os planos que tinha e nos deu algumas opções. Fazer as matérias que restavam em provas ou cobraria trabalhos, muitos começaram a incomodar como sempre e encher o saco, foi foi… no final ela revolveu ajudar todos e fazer trabalho em duplas. Entregar e também apresentação do assunto em poucos minutos. Ela sorteou todos, a gurisada com panelinhas chiaram enfurecidos com o golpe que a professora causou neles, alguns queriam ver o circo pegar fogo e só faziam arruaça mesmo, eu no meu canto, mais quieto que urso pardo hibernando... tava ali, nem de longe entrosado na fuzuarca.
Quando me chamou junto falou o nome da DIRCILA. Bem, oque vou dizer, eu também zuava ela, no momento que se sentou ao meu lado, tudo mudou. Bastante tímida e acanhada é verdade, olhei ela do meu lado, de perto, quase rosto no rosto, eu a vi bem diferente. Gosto de pensar que quando nos aproximamos se rompeu uma bolha, o jeito como eu enxergava ela não existia mais e vi uma guria muito bonita comparando com a imagem quem tinha. Ela é uma alemoa de cabelos bem loiros, tinha a minha altura e era também motivo de deboche por ser alta chamavam de taquara, eu acabei gostando, ela tem uns olhos bem azuis, não são claros, são azuis de ficar olhando e se perder, são lindos.
Com aquela confusão de hormônios da idade, estava gordinha, não gorda, gordinha gostosa, o rosto gordinho, nos braços, pernas, barriga, ela estava gordinha oque dava uma beleza do corpo especial, seios com um volume que percebi logo quando puxou a classe pra colocar ao lado da minha, pernas fartas e roliças oque fazia a calça que vestia apertada, um cabelo que cobria na altura da nuca, meio ondulado com liso, não sei bem explicar, resumo, bati o olho nela e gostei de imediato, mesmo, não tinha visto ela da maneira como até então à vi.
Mandei ela ir pedir para professora qual era nosso tema, se levantou e quando voltou me mostrou que tinha um cronograma de temas, teríamos que fazer algumas semanas de trabalhos e apresentações, conversamos sobre isso, qual seria a melhor maneira e horários, bem legal, eu estava bem tranquilo, nem um pouco nervoso ou me sentia incomodado, estava muito bem conversando com ela e demonstrava bastante reciprocidade para comigo.
Finalizado a aula venho de apézito bem de boa pra casa, chego próximo ao horário do almoço. Deixo minha mochila na sala da casa grande e vou em direção à cozinha. Para minha surpresa vejo Dona Isabela no fogão, minha mãe na bancada ilha cortando legumes e uma mulher que não conhecia, nunca tinha visto antes. Com cabelo preto bem escuro e cumprido, pele bem clara, parece ter a mesma altura que a Dinda, um corpo m a r a vi lhoso. Fiquei em choque, tive uma pequena arritmia em ver aquele monumento vestida só de bikini assim como a Dinda, as duas estavam tipo com uma manta, algo desse tipo por cima, oque cobria mais ou menos seus belíssimos corpos. Ela tomava em sua taça espumante. Os Lima sempre tiveram excelente gosto para bebidas, principalmente as da Serra Gaúcha que são de excelente qualidade e os próprios conhecem os donos de algumas vinícolas de renome e tradição.
Ela me vê ao entrar e com um sorriso bonito me cumprimenta de imediato, passa a taça de mão e estende a direita em minha direção, retribuo o cordial gesto e apertando com ponderada força me apresento assim como ela também a faz.
– Olá, muito prazer, me chamo Luana, pode me chamar de Lu - ahh Lu... que lindeza de mulher
– Oo.. Oláaa.. he he he... me chamo Sandro... pode me chamar de Sandro…
Ela me olha com uma cara risonha, penso que me achava uma mico de circo... porque acredito certo que tenha segurado sua mão por mais tempo que o correto e ficado encarando seu monumental corpo, o bikini era um cheio de estampa de floradá, parecia um jardim botânico todo colorido.
– Bom dia meu querido, chegou na hora certa. - Dona Isabel fala comigo se curvando em nossa direção
– Arruma a mesa que vamos almoçar, por favor. Sua mãe está me ajudando. - fala enquanto meche a grande panela
A Dinda vestia um bikini estilo maio, também todo cheio de cor e coisarada, pura delícia. Me alegro de largada, que ambiente gostoso de chegar ao meio dia, estava iluminado e com o cheiro delicioso. Dona Isabel gosta de vez outra cozinhar alguma receita que viu na TV ou em alguma das revistas que recebe as dezenas por mês. Possui um apurado gosto para boa culinária, tem sofisticação ao escolher os materiais, panela de porcelana ou de bronze, as vezes de vidro, paladar oas ingredientes e principalmente $$$... tempo… muito tempo para encontrar os condimentos e especiarias necessárias para realizar os exóticos e especiais pratos.
Começo a arrumar a mesa, comprimento minha mãe que está cortando os legumes pelo visto pra salada, ela parece está animada também. As vezes tem um gênio um tanto complicado, parece que se apossa do lugar que está e quando outro começa a fazer alguma coisa no espaço que julga ser dela… o bicho fica uma fera. A toalha já está arrumada, venho com os pratos e a Lu me ajuda, só alegria, busco os talheres e também os descansa panelas. A conversa é entre as duas todo momento, eu e a mãe só escutamos e junto rimos quando alguma fala algo engraçado sobre suas proezas. Pelo entendido da proza a Luana também é casada com algum homem bem de vida e naturalmente faz ela viver muito bem. Conta sobre as viagens recentes para lugares que na época eu nem sabia que existiam, muito menos onde ficavam.
Leio muito hoje em dia, nos aplicativos de paquera oque as gurias escrevem: “procuro homem inteligente e bonito” “inteligencia é afrodisíaca” “Antes grande inteligencia que grande dingulim”.
Bem, devo admitir, mulher bonita e com inteligencia apurada é algo excitante, vendo e ouvindo à Lu com toda beleza de corpo, demonstrava grandes conhecimentos em áreas diversas, sua presença naquela aconchegante cozinha era mais que só estética, fazia todos viajarem juntos com ela aos lugares que relatava com tamanho entusiasmo e detalhes vividos.
Dona Isabel perguntou como tinha sido na escola e falei sobre o trabalho de história que precisava ser feito em casa e era em dupla, que minha colega escolhida foi a Dircila e queria saber se ela nos ajudava. Vibrou com a notícia e demonstrou entusiasmo, me disse sim e que iriamos fazer juntos o trabalho. Me pediu para lembrá-la depois e também marcar no quadro, concordei com a cabeça, levantei da mesa e levei meu prato na pia, me despedi e fui no meu cantinho de sempre. Azulado e a cuscada pelo delicioso cheiro que se desprendia da cozinha estavam pela volta só aguardando sua vez. Me deitei após finalizar meu digestivo e ali cuxilei até a hora do pega.
Me levantei pra trabalhar, espreguicei e voltei pra cozinha, minha mãe alimentava a cachorrada e perguntei se a Dona Isabel pediu alguma tarefa especial pra ela. Minha mãe com uma cara pra lá de estranha falou que elas estavam na piscina e que não era para incomodar porque estavam bem intimas e isso não era coisa pra eu ver. Ué saí, pensei pra mim, como assim, oque elas estão fazendo que não posso ver, qual o carreto.. e como a curiosidade derrubou o pião do cavalo não perdi tempo, fui pelos fundos, costiando a cozinha, fazendo a volta na casa.
Noutra ocasião em que mateávamos, contei pra ti como a casa grande era e sua arquitetura. Módulos individuais, ligação por corredores altos e bem iluminados fazia desa uma casa pra lá de diferente e acredito não ter mencionado ainda a piscina. Pois bem, hoje ela é natural, tem planta, peixe, areia no fundo... se não contar... de longe parece um lago natural em algum recanto paradisíaco do mundo, tipo naquela cidade BONITO de MS que os lagos naturais são perfeitos. Ambiente parecido foi construído no lugar da antiga piscina de fibra, que era desse tempo.
A piscina é reservada e privativa. O capão de mato, vai da entrada do Haras e passa costeando a casa grande e se vai até lá pra bem no ombro do galpão. Segura a poeira da estrada, ajuda na privacidade onde quem passa pela estrada de terra não consegue ver nada e por algum lado acaba servindo de proteção. Se embrenha naquele brejo não é fácil, passei por ali nos trilhos das capivaras e bixaredo, é complicado.
A piscina fica entre o capão e a casa grande, um módulo bem ensolarado, mais alto que o nível do extenso gramado em volta. Com um calçado de pedras e madeira como arremate, se encontra cadeiras de descanso para relaxar, guarda sol estilo gazebo, um pequeno quiosque com banheiro, geladeira/freezer, pia para fazer drinks. Um lugar muito bom pra se fazer festa.
Me escondi daquele jeito, um piá de 13 anos espionando de dia, era eu e um elefante num milharal. De onde estava via o final da piscina, consegui me esconder numas plantas, tipo agaves que ficam ao pé do quarto da Dona Isabel, escutava uma musica agitada que vinha de lá, só que como o nível do gramado é bem mais baixo que as construções, não tinha jeito de ver. No capão, toda lateral que dava início ao gramado era composto de árvores frutíferas e ainda hoje é das mais diversas, próximo a piscina me recordo que subi em uma desas árvores, não tenho certeza se era goiaba ou araça, uma das duas, subi mais rápido que gato fugindo de perdigueiro e me ajeitei bem.. AHHHH MULEQUE!!! Estava eu no camarote, ali era eu e galvão vendo o jogo da seleção, estava no paraíso assistindo as musas dançando, mais feliz que bicicleta morro a baixo.
Conseguia agora ver as duas belíssimas mulheres ao lado da azul piscina, Dona Isabel deitada na confortável cadeira, com um chapéu beje, fumando seu cigarrinho enquanto assistia à Lu, ó Lu... em pé dançando insinuosamente para ela. Não faço a mínima ideia de qual era a musica tocando mais parecia que tinha sido feita pra esse momento, o corpo se movimentava ritmado ao som, usava seus braços leves junto dos movimentos, tocando seus seios, sua barriga e também as torneadas cochas enquanto caminhava em direção a Dona Isabel que à assitia hipnotizada, óÓó Lu... quando entornado em um único gole o espumante, Lu deixa em cima da cadeira a taça e se aproxima dos pés que com beijos e lambidas, avançava vagarósamente pelo corpo ensolarado da Dona Isabel. Quando na barriga, ela resolve se sentar em seu colo, com os sutís movimentos do quadril obriga que a segure com as mãos em sua cintura. óÓó Lu... infelizmente, joga seu comprido e volumoso cabelo ao seu lado direito, tampando toda minha visão daquele momento memorável e delicioso. Pela inclinação do corpo de uma sobre a outra, toda forma como elas se acariciavam com as mãos, certamente um espetacular beijo desfrutando estavam, em momento tão particular de baixo daquele sol só é interrompido quando.
– HRÃM.. HRÃMM.. HRÃMHRÃMM!!! Senhora…
– HRÃMMMM HRÃMMMM!! Senhora Isabel.. Senhora Isabel…
A Lu parece escutar primeiro, olha com um movimento sutil da cabeça e pelo visto uma piada surge porque as duas começam a rir descabidamente. Ela se levanta meio rápida, pega sua taça que ficará em cima da cadeira e vai em direção ao quiosque, caminhando normalmente. Vejo a Dona Isabel sinalizando o rádio pra Lu e pelo gesto entende que é para desligar a musica e assim o faz. Minha mãe está em pé no corredor, fora do espaço da piscina. Dona Isabel está se arrumando pra ir conversar com ela. Pela distância não escuto oque as duas falam de frente uma para outra, Dona Isabel vai em direção a Lu que está se servindo com o espumante, fala alguma coisa que ela parece concordar, coloca seus chinelos e vai em direção a casa.
Lu dança animada sem som enquanto termina de servir sua taça com espumante novamente. Ao encontrar a caixa de cigarros a balança em busca de saber se continha algum dentro, abre e agora em duvida procura onde está o esqueiro, não encontrando vai até o fogão que lhe serve com perfeição. Sai fumando seu cigarrinho e bebendo seu espumante, continuo em cima da árvore olhando ela que caminha pela beirada da piscina, para e olha em direção aos quartos, fica apreciando a paisagem e eu em cima da árvore, mais escondido que avião em aeroporto.
Ela caminha como se estivesse desfilando, fico observando em silêncio, só limpando a bába e não me movo por nada. Ela olha em direção ao corredor em busca de movimento e quando percebe que está sozinha, coloca sua taça no criado mudo ao lado de uma das cadeiras, o cigarro já fumado, ela resolve ficar por ali lagarteando ao sol. Bem, em vez de eu aproveitar essa deixa e me largar a mil pro mato.. não! Fico ali parado, achando que tava tranquilo e bem camuflado, espero também a volta de Dona Isabel.
Leva algum tempo, chego a fica impaciente, tanto tempo que a Lu vai uma ou duas vezes encher sua taça e fumar outro cigarro. Quando Dona Isabel volta, apressada, agora sem musica me esforço para escutar um pouco oque falam, sem conseguir compreender nem uma palavra. De frente uma para outra, meu coração congela quando a Dona Isabel só vira a cabeça em minha direção e baixa os óculos de sol, isso leva uma fração de segundo e ela começa a caminhar em direção ao final da construção da piscina, em minha direção.
– Muito bonito em Senhor!!! PODE descer JÁ DAI! - me caguei todo.
Ela fica com as mãos na cintura me olhando, vejo a Lu ao fundo parada também me olhando, percebo que fui pego, a diversão tinha acabado e agora sem desfile ou carícias, pelo tom da voz certo que vou me ferrar valendo.
Desço da árvore e com a cabeça baixa vou me retirando em bora, voltando pelo gramado por onde tinha vindo, em direção aos fundos da casa.
– Onde o Senhor pensa que está indo em??? VENHA JÁ AQUI! AGORA!
– Vamos Vamos.. vamos!! se meche! Sobe logo aqui! - gesticulava com o braço mostrando o caminho que devo subir.
Com a cabeça mais baixo que pintado na toca, vou costiando por entre as estruturas, até chegar no corredor que faz um grande degrau com a grama, subo e ólho pra Lu que está com um meio sorriso me encarando enquanto bebe seu espumante, continuo caminhado e subo até a borda, o início área da piscina e fico ali, com minha cabeça baixa e as mãos cruzadas sobre minha barriga, percebo ela chegando próximo, vem batendo palmas enquanto caminha.
– Que bonito em! Muito bonito mesmo! Não esperava isso de ti Sandro! Nãoo! Nunca imaginei isso de ti!
Estou sem reação diante delas. Toda excitação e adrenalina que circulava violentamente pelo meu corpo desapareceu tão imediato foi aquele chamado furioso vindo em minha direção. Agora, bem próxima e de frente pra comigo, percebo que a Lu, óÓó Lu fica ao seu lado. Duas líoas prontas pra devorar sua indefesa vítima. Uma conversa nada normal começa em meio aquele tumulto...
– Isso não se faz Sandro -deixa eu brincar com ele- não -deixa vai- não! Pare com isso -só um pouquinho- não! ele é filho dos caseiros -olha só como ele está, não vai falar pra ninguém- não!!! a mãe dele pode chegar denovo -bem capaz Isa, ela veio antes- não! Ele é quase meu sobrinho -eu sei, por isso fica mais exitante- Ai ai Ai ai ai...isso vai gerar problemas -não vai não, ele já foi pego- sim… mais olha lá -vai... deixa vai- tá! Só um pouquinho -sim,sim.. vai ser só um pouquinho sim-
Bem.. escuto a conversa com a cabeça baixa, estava com à vergonha sentada em cima dela. Não entedi oque se passava e acontecia e muito menos tive coragem de olhar pra elas em busca de saber de fato oque se passava. De modo escuto Dona Isabel sinalizando um “Ahh,TÁ! Faça como quiser.” e vejo que caminha pro lado do quiosque, a Lu se aproxima de mim, mais bem próxima mesmo.
– Mais que bonitinho em neguinho, estava nos espiando então?! - ela me tóca e começa a girar por volta do meu corpo
– Estava curioso com nós duas… aqui sozinhas… hãm? - continua encostando em diferentes partes do meu corpo enquanto caminha em minha volta
Se coloca de frente pra mim, levanta minha cabeça com sua mãe esquerda e olha fundo nos meus olhos. Me encara à alma e além, bicho temeroso tenho dito.
– Tu gostou do que viu? Hããmmm….Sabe… isso é algo muito, mais muito pessoal entre nós duas. - ao finalizar a fala me da um beijo com seus olhos abertos me olhando e eu olhando pra ela por não esperar tal atitude.
Lu afasta seu rosto e acompanha com os olhos Dona Isabel que passa por nós, com olhar pra minha esquerda vejo ela colocando a taça com espumando sobre um banquinho e ajeitando-se pra se deitar na cadeira. Continuo em pé, imóvel. Observo atentamente a Lu tomar um pouco mais de espaço que me olha com mão direita na sua cabeça, parecia pensativa ao me encarar. Se aproxima e em movimento único me vira de frente para Dona isabel, fico paralisado e Lu se senta ao limite da mesma cadeira. Olhando a Dona Isabel pergunta manhosa “devemos continuar Isa?” depois de uma longa tragada no cigarro, Dona Isabel só da risadas e fala “Bem…tu começou agora precisa terminar” finaliza a frase com risadas.
Lu… óÓó Lu rouba um beijo dela que recebe reciprocidade ao mesmo gosto, se levanta e fica de frente comigo. Coloca suas duas mãos, uma em cada lado do meu rosto e me beija, sim, meu coração começa a bater de forma descomunal, seus lábios carnudos e molhados me beijam apaixonados e inquietos, com sua língua a invadir minha boca, explorando cada parte, retribuo com a mesma intensidade seu delicioso beijo. Quando busco encostar no seu escultural corpo com as mãos sou surpreendido com dois tapas rápidos, sinalizando claramente em deixar elas onde estavam e com isso o beijo também acaba.
Me olha rindo, seu sorriso demonstrava que se divertia, olho pra Dona Isabel deitada na cadeira que nos observa com o mesmo sorriso e leves mordidas nos lábios, continuo em pé e agora com meu dingulim em pé e posição de sentido também. Lu, com seu longos cabelos pretos começa a beijar meu rosto com selinhos. Beija meu nariz, beija minha bochecha, beija meu queixo, quando beija meu pescoço, sindo cócegas e me esguio, indicando muita sensibilidade, ela percebe à fragilidade e com os dedos começa a encostar em pontos buscando estimular minha fraqueza, de imediato começo à gargalhar e buscar de toda forma sair daquele ataque repentino de cócegas, deliciosas cócegas que me invadiam o corpo por todos locais sensíveis, tamanha graça que escutava risadas de Dona Isabel deitada a cadeira.
Quando consigo me recupera ao finalizar o delicioso ataque, Lu sorrateira chega ao meu ouvido e com sua língua de cobra invade, desbrava aquele virgem que até então não tinha sentido uma língua quente e ligeira, o prazer é tamanho que me arreganho todo, me encolhendo ao lado esquerdo onde ela usava de sua artimanha ao máximo naquele jovem indefeso. As duas rindo com tamanho prazer em ver o comportamento tão inocente.
Lu começa remover minha camiseta, ajudando ela levanto os braços que fácil é removida, nitidamente duro, mantenho as mãos como cobertura e ela começa a passar a mão deliberadamente pelo meu corpo, em minhas costas. Estou dominado, entregue, maneado praqueles olhos claros que me dominaram sem usar da força.
Ela com a mão passa por sobre minha calça que encontra meu duro bimgulim, com um apertão em busca de confirmar o faz enquanto olha em direção da Dona Isabel e fala “Pelo visto encontrei um tronco bem duro aqui Isa” de pronto recebemos a resposta “Humm.... então temos que dar um jeito nisso, talvez use sua técnica especial Lu” fala sorridente me olhando.
Lu não perde tempo, se senta na cadeira da Dona Isabel e pede pra eu me aproximar, enquanto começa remover minhas calças, estou de frente pra ela, continua executando a tarefa enquanto olha pra Dona Isabel buscando aprovação, ela baixa minha calça e o bingulin salta causando um “IIIiiRrRRráááá”..
Bem..a descrição do ocorrido se dá mais ou menos assim e sim, eu sei, parece ser impossível tamanha sorte do guri em cima do pé de goiaba ou araça espiando oque seria sua chefe com outra mulher espetacular em momento de tamanha intimidade e luxuria. é.. é impossível mesmo.. isso foi tudo criação da minha imaginação, não aconteceu nada disso….
Ela me esculachou e xingou de monte, não me bateu ou encostou a mão em mim, faltou foi é pouco pra isso. Me mandou pros infernos e disse espionar ser errado e tudo o mais, um sermão dos escambaus, me fez ir embora e que não queria saber de imaginar me ver pela volta aquele dia ou no final de semana que se aproximava. Me mandou ir embora e se virou, fui com os rabinho entre as pernas. Fiz as tarefas da tarde com medo que ela fosse contra pra minha mãe ou meu pai que tinha saído e ainda não voltado até aquele momento, pra minha sorte. Naquela noite escutava musica da casa grande e também via bem iluminada, me coçava em querer saber oque podia estar acontecendo de magnífico lá, mais me mantive quieto em casa, sabia se por um acaso fosse pego novamente irria me incomodar seriamente e isso não queria, de jeito nem um.
Na escola, no o outro dia conversei com Dircila combinando que na próxima semana lá em casa era o trabalho, falei que a Dona Isabel iria nos ajudar a fazer e tinha demonstrado bastante interesse pelos nossos temas. Fiquei impressionado quando expressou um leve interesse por mim, eu nunca tinha reparado porque só debochava dela e junto com a gurisada tirava sáro. Não olhava ela como guria. Durante nossa conversa percebo que ela gosta de ficar próxima de mim, me encostava no braço, sorria bastante e mexia no cabelo enquanto explicava os assuntos descontraída. Minha maturidade foi transformada, a semente germinará e daquele ponto em diante não tinha mais volta, semelhante a um interruptor, foi mudado a chave e o novo surgia.
Comecei a prestar atenção mais nas gurias e não foi só na Dircila que percebi, várias gurias de dentro da sala pareciam diferentes, percebia que tinham seios e algumas uma boa bunda, me ficava pedindo onde elas estavam que nunca tinha reparado isso, o cheiro delas me deixa já atiçado, comecei a perceber todos os cheiros, algumas tinham um cheiro ótimo, outras já fediam mais azedo, cada uma tinha sua característica em especial, tava tipo um bodão em meio as cabras.
Na terça da outra semana, chegou o dia do trabalho em casa. Dircila já estava agora sentada ao meu lado, não com classe encostada, mais na fileira ao lado. Em todas as aulas sentávamos em fileiras um atrás do outro e ela fez uma troca sem eu pedir e tomou aquele lugar como seu. Tu vê só como são as coisas, até aquele momento não tinha reparado nela e quando “reparei” minha vida mudou. Além da sua beleza ímpar também era muito esforçada e dedicada, copiava toda matéria, fazia os temas, prestava atenção, muitas vezes eu estava no mundo da lua e ela me dizia que página era a leitura, maravilhosa de fato.
Ao finalizar a aula me acompanhou pra casa, Dircila concordou de primeira em fazer o trabalho lá em casa. Fomos caminhando bem tranquilo. No caminho quando acendi um cigarro ela me olhou duvidosa, não disse nada, mais percebi que estranhava aquilo. Por ser dia quente e seco, atalhamos pelo campo, ela aceitou fácil, me disse que gostava dessas coisas e não tinha problema, passamos pelos piquetes onde os cavalos estavam, assobiei e a recepção foi amigável, vieram a cerca oque causou espanto e clara alegria da Dircila, conversamos e me falou do amor que sentia pelos animais, como gostava e queria ter alguns, só que sua mãe a repreendia e cortava qualquer possibilidade.
Os cachorros de pronto com o chamado também responderam e sentindo o coração bondoso dessa estranha, com lambidas e amigável recepção provaram sua boa lealdade. Ao presenciar tamanha beleza que não conhecia, o brilhar dos seus olhos mostravam toda sua alegria, pura prova do tamanho gosto pelo lugar que enxergava, passando pela ultima porteira da divisa do campo bruto com o agora jardim que compunha toda área de convivência, ela estava em suspiros.
À cada nova observação me cutucava apontando com sua mão, maravilhada com tudo aquilo na volta, pela frente do galpão, meu pai nos aguardava, talvez pelo escutar dos latidos da cuscada sabia que alguém tinha chegado e nos vendo, a recepção fez.
– Tarde gurisada medonha, essa é a coleguinha que tinha comentado mais antes Sandro?
– Tarde meu pai, sim, esse é a Dircila. - falo apresentando ela com o braço
– Oi, oi senhor. - ela fala com tamanha timidez que possível meu pai não ter escutado
– Tarde Dircila, seja bem vinda. Vêm, vamos ir almoçar que a bóia tá pronta.
Vamos caminhando em direção à cozinha, meu pai continua falando sobre os causos da manhã e vamos escutando, nessa manhã com bom humor, possível pela presença dela. A mesa já tá posta, os lugares com pratos e talheres, as panelas tampadas nos aguardam como dito, minha mãe na pia lava alguma louça. O pai entra retirando o chapéu assim como nós dois retiramos as mochilas, ajudo ela com a dela e as coloco no canto da porta. Meu pai se senta e com a mão indica onde Dircila deve se sentar, quando vou me sentar minha mãe manda eu ir me lavar lá no tanque, meio sem jeito me arrumo pra ir e Dircila me acompanha sem pestanejar.
Bem na lateral da cozinha, por fora tem um telhadinho com um tanque, ali nos lavamos as mãos e depois de sacar entramos novamente, nos sentamos cada um em seu lugar e minha mãe está retornando após chamar Dona Isabel. A mãe se senta ao lado do pai e em silêncio faz uma oração própria, do mesmo jeito de sempre, meu pai sem fazer nada aguarda ela finalizar, ele não acompanha a oração, só aguarda ela indicar que acabou e assim também é em casa.
– Bora bóia que a fome tá grande. - fala meu pai animado removendo uma das tampas
Dona Isabel chega facerra vinda do corredor de dentro, se vestindo sempre muito bem, ela estava com uma blusa clara cheia de frufru no pescoço e nas mangas e com uma calça de cor parecida, um claro pra creme, sei lá, estava muito bonita, sempre muito elegante ajeita a cadeira do canto da mesa que é seu lugar e nos olha.
– Bom dia... Bom dia! então quer dizer que essa é a namoradinha que tu disse trazer pra fazer o trabalho… humm é Sandro? - enquanto se organiza pra sentar
Bem, a Dircila vira um pimentão ao meu lado, o vermelhão é tanto que faz todos rirem não de deboxe mais sim de engraçado pelo momento, ela cumprimenta a Dona Isabel bastante sem jeito. Eu pego o prato dela e indico que vou servi-la, provável que por tamanha vergonha, acaba pedindo só um pouco de cada refeição. Minha mãe havia feito feijão novo do preto, aipim, arroz e carne de porco na panela de ferro, bem, pura delícia. Quando finalizei o prato dela meu pai olha.
– Não.. não.. não.. guria, tem que comer, saco vazio não para em pé, Sandro! taca um pouco mais de aipim e feijão aí pra ela.
Ah ah ah.. com toda certeza fiz me rindo, ela estava envergonhada de mais pra dizer não, claro, me dizia que não precisava mais também não dei ouvidos e a servi com fartura como deveria ser. Almoçamos muito bem, levei nossos pratos pra pia e apanhei nossa mochilas, ela se propôs em ajudar minha mãe, Dona isabel disse que não precisava, nos mandou entrar pra sala e já ir arrumando o material pois logo ela estaria disponível pra começar o trabalho.
Me acompanha pelo largo e longo corredor principal que une da cozinha a esquerda vai aos quartos e a frente a grande sala de jogos e já próximo a sala do escritório. Passa olhando tudo com atenção e chegamos a sala de estar, solta um “uau” por ver aquela imensa sala, assim como eu ela também vem de uma família mais humilde, mora em uma casa de madeira, talvez a casa inteira seja do mesmo tamanho da sala. Mora ela, os pais e sua irmã menor, nunca passou fome ou necessidade só que grande luxo também não fazia parte do seu dia a dia.
Assistimos TV durante o tempo que Dona Isabel nos deu de descanso, animada pela oportunidade passa essa empolgação para nós quando chega. Nos organizou e pediu que na mesa principal retirássemos à toalha e os vasos com flores, nos sentamos e mostrando o caderno com todas anotações exigidas pela professora.
Ela leu com atenção o caderno da Dircila porque o meu além dos garranchos, nem eu entedia oque ali em hieroglifo tava rabiscado. Em pouco tempo, depois de compreender o cerne do trabalho nos passou instruções, em nossos livros encontramos o tema e ela foi buscar na biblioteca livros que na sua interpretação conseguiam suprir o conhecimento necessário. Volta com uma pilha, nos fala que muitos talvez em nada possam ajudar e que outros possível que sim. O conhecimento era igual mapa do tesouro, hora mais hora, o baú da fortuna encontraríamos. Dona Isabel demonstrava imensa alegria em conseguir nos ajudar nessa tarefa.
Passamos da metade da tarde e as duas faziam boas amigas passar vergonha por tamanha sincronia e correlação, eu estava ali como mero observador, escutava e fazia tudo que me mandavam, até água na cozinha fui buscar. O tempo se mostrou curto e nos disse que tinha um compromisso em realizar e noutro dia a gente continuava, pediu para dizer ao meu Pai levar Dircila pra sua casa por ordem dela.
Fizemos o solicitado que o velho cumpriu de imediato. Já em caminho dentro do Verona, fomos conversando bem tranquilos, ela no banco da frente e eu atrás, estava satisfeito e bastante contente, meu sentimento por ela aumentou muito. No outro dia, ela estava muito próxima de mim, se mostrando mais sorridente e atenciosa, passamos o recreio juntos, ela muitas vezes pegou no meu braço e bastante vezes encostava em lugares do meu corpo, muito sutil mais constante, percebo isso agora, o comportamento dela demonstrava claro interesse.
Eu era pior que uma jumento, matungo de fundão… não sabia como funcionava isso, na quinta, agora novo dia do trabalho, ao final da aula ela já estava ao meu lado sorridente, quase na porta do colégio meu pai nos esperava, disse que tinha ido na venda e que minha mãe pediu para levar nós junto com ele. Mesma história, almoçamos e aguardamos o início do trabalho. Dircila se mostrou entusiasmada e fez bastante em casa, com pesquisas no livro que Dona Isabel havia emprestado.
Bem, eu mal sabia o tema do trabalho, oque dirá fazer alguma pesquisa, elas nem se importaram pelo visto, hoje com tempo livre, disse que teríamos a tarde inteira para trabalhar e pela metade, três e meia por ai, nos disse pra descansar um pouco. Resolvi levar ela pra caminhar pelo Háras, nesse passeio acabamos chegando pelas chocheiras, separei um cigarro e comecei a fumar, Dircila ficou me olhando com atenção e se aproximou de mim puchando assunto.
– Posso experimentar uma vez. - me pede um pouco acânháda
– Ué... pode... só que não sei se é legal pra ti. - falo olhando pra ela
– Meu pai também fuma, sempre tive uma curiosidade.
Entrego o cigarro pra ela, quando traga começa a tossir muito forte. Começo a rir dela enquanto vejo sua cabeça dela ficar vermelha pela pressão que fazia, meio tonta me olha sorrindo e eu digo pra ela puxar bem devagar, ela faz e na segunda vez se sai melhor, depois de algumas puxadas fica meio tonta que se apoia na parede. Eu dou risada e me adianto em pegar o cigarro, me paro bem na frente dela, ela fica parada, quando vou pegar o cigarro ela faz chacóta e afasta a sua mão e a cada vez que tento pegar ela repete a brincadeira, me aproximo bem mais próximo do corpo dela, quase me encostando e ela fica onde está, encostada na parede e de frente pra mim.
Eu aproximo meu rosto do dela e ela matem o rosto no lugar, encosto só meu nariz no dela, e aceita também, estamos tão próximos que consigo sentir sua respiração, invisto meu rosto em direção do dela... encostando, ela me beija e eu me afasto sorrindo, ela morde os lábios, abre um sorriso e com sua mão direita puxa minha cabeça, ela me faz beijá-la.
Com uma vontade deliciosa que retribuo com tamanha intensidade, é um beijo bastante estranho mais delicioso, rápido vagaroso. Ela continua segurando o cigarro com sua mão esquerda e mantém a mão direita na minha cabeça, pressionando contra seu rosto e muitas vezes roçando os dedos pelos meu cabelo pixainho, eu mantenho as mãos na sua cintura e depois de um tempo tento levar minha mão direita pro seu centro, puxa meu cabelo pra trás, só com um nãm nãm nãm…. hum e movimento negativo com a cabeça. Compreendo o sinal vermelho e não avanço, entendo que não é a hora, faço oque me mandou pianinho e obediente.
Não tinha maldade ou malícia pra continuar tentiando ela, aceitei as ordens com satisfação. Nos beijamos mais um pouco e me afasto, ela da uma ultima tragada de leve no cigarro e me entrega, a alemoa fica me olhando na parede um tempo e eu à ela. Enquanto fumo nos olhamos, um sonoro silêncio preenche toda cocheira, a celebração da ruano é ouvida ao longe kkkkk.
Nos arrumamos e juntos voltamos pra sala continuar os estudos com a Dona Isabel. Nessa altura do campeonato bem na verdade, não fazia mais importância pra mim, Dircila sempre muito esforçada e dedicada se mostrava apta em apresentar de primeira uma das duas partes do trabalho na próxima semana.
A Dircila me capturou com seu láço igual um boi é laçado em rodeio, gostei e me lambuzei! Admito... naquele final de ano se intensifica nosso namoro em muito, só que mesmo com todo amor, carinho, paixão e prazer sempre têm os meios do caminho tortuosos e servagens.
Então é isso, esse foi o quinto capítulo da história, espero que tenha gostado. Críticas,sugestões e complementos são bem vindos, vou evoluindo no decorrer das próximas histórias.
Parabéns!!!belo conto! Me lembrei da minha vivência na fronteira!