O ano era 2017, salvo algum engano, e na época eu trabalhava em um escritório de advocacia de médio porte e trabalhava como assistente do gerente administrativo. Neste escritório eu mantinha minha sexualidade e vida pessoal em sigilo (até hoje mantenho a discrição), nessa época eu já estava cursando direito e não tinha certeza de que rumo seguir na carreira.
Pois bem, naquele ano estávamos enfrentando uma grave crise interna por conta da separação do casal proprietário do escritório, a sócia majoritária era uma mulher maravilha, super parceira e sempre preocupada com o bem estar da equipe.
Por conta dessa crise o escritório precisou passar por uma fusão com outro escritório de médio porte e, consequentemente, nossos empregos estavam em risco.
Certo dia fomos comunicados que parte do escritório (pertencente ao ex-marido) seria assumido por outro escritório, este gerenciado por uma família bastante tradicional (Pai, filho e filha).
Em uma das reuniões sobre esse novo rumo que o escritório tomaria, fomos comunicados dos cortes que seriam realizados nas equipes e graças a Deus, naquele momento, meu emprego estaria garantido. Nessa mesma reunião, descobrimos um pouco mais sobre a família que iria assumir o comando do escritório. Acho que na época só tínhamos eu que era gay não assumido no administrativo e uma advogada abertamente lésbica e por conta disto, a atual gerência resolveu nos "alertar" que a nova gestão seria realizada por um advogado abertamente gay e sua irmã. Ocorre que não só eles fariam parte da nova gestão, mas também seus companheiros.
Em meados de abril de 2017, após algumas demissões no setor administrativo, inclusive do nosso gerente, em meio ao caos que eu estava vivendo naquele momento, fui comunicado que às 14h daquele dia, seríamos definitivamente apresentados aos novos gestores do jurídico da empresa e ao novo gerente administrativo e ao novo gerente jurídico. Aquele momento estava sendo terrível, pois até então não estávamos conseguindo dar conta do trabalho e eu, como estava com uma equipe desfalcada, estava me virando em mil para dar conta da demanda.
Eram aproximadamente 14:15 daquele dia do mês de abril, meu telefone toca e saio do meu transe profissional e me dou conta de que estou atrasado para a reunião de apresentação da nova equipe de gestão. Subo correndo para a sala de reuniões e entro pedindo milhares de desculpas, sento em uma das cadeiras a volta da enorme mesa da sala de reuniões e começo a analisar os novos gestores. Qual foi a minha surpresa? O cara que mamei duas vezes na rua era uma das pessoas que iria assumir o escritório. Mas quem era ele? Era o filho advogado ou o marido da outra sócia? Minha cabeça rodava, estava nervoso e ele da mesma forma, olhei diretamente pra ele e só via ele pálido e visivelmente desconfortável, pelo menos pra mim.
A reunião foi transcorrendo, pautas apresentadas por nós enquanto os novos gestores apenas analisavam as informações trazidas por nós. No momento em que foi necessária a minha apresentação, já estava mais calmo, voz tranquila e suava bem menos.
Mas aí é que a coisa ficou tensa, naquele momento descobri que o Matheus, um cara com menos de 30 anos na época, seria o chefe do meu chefe, enquanto seu MARIDO seria o novo gerente administrativo, ou seja, eu seria subordinado a ele.
Naquele momento só pensava no escândalo que aquilo poderia ser, no fim trágico da minha carreira que nem tinha começado, mas também pensava na delícia que poderia ser ter um caso com o chefe dos chefes.
Pois bem, findada a reunião, nossos novos gestores e a sócia anterior, pediram que eu ficasse na sala e naquele momento o nervosismo voltou. Ali fui apresentado diretamente ao novo gerente administrativo, um cara super jovem, bonito, extremamente padrão e marido daquele que mamei. Achei ele um cara gente boa demais, aí é que fudeu de vez, porque começou a bater aquela culpa haha pois enquanto o papo informal rolava, Matheus e eu nos olhavamos com um misto de desejo e medo.
Nessa breve conversa fui convidado a ocupar o cargo de assistente administrativo sênior, o que não aceitei de imediato, para surpresa de todos. Nesse ritmo fui intimado a apresentar meu setor e mostrar o dia a dia do meu trabalho, meus colegas de equipe e nossa organização, o que foi aprovado pelo meu novo gerente que aqui vou chamar de Thales.
Já eram umas 16h da tarde, estava cansado física e mentalmente e me dirigi à cozinha, onde me deparo com Matheus e Thales tomando um café. A cara do Matheus para mim denunciava que algo tinha acontecido, ele deixava transparecer, mas acredito que Thales não tinha percebido até então, mas me mantive extremamente tranquilo e consegui fingir total controle (creio eu). Servi meu café e me dirigi para uma área externa da cozinha, onde era possível sentar em sofás externos. Sentei com meu café e um cigarro e logo após Thales voltar para o interior do escritório, fui surpreendido pelo Matheus:
- Tu me reconheceu né?
- Claro que reconheci, mas pode ter certeza que não vou falar absolutamente nada, até porque teu marido é meu chefe.
- Quanto a isto tu não se preocupa, ele não desconfia de absolutamente nada e se fizermos direito, podemos manter um lance, já que agora não somos dois desconhecidos.
- Cara, não vai rolar nada aqui, preciso desse emprego e não quero ser alvo de um escândalo, a gente não precisa disso.
Nesse momento ele se aproxima, com aquele volume marcando na calça social e roça aquele pau delicioso em mim, que não consigo contar e aperto de leve, dando as costas e deixando ele ali.
Volto para minha sala, incrédulo por conta daquele turbilhão de informações e sento para finalizar meu trabalho e passar mais algumas informações sobre o setor para o Thales.
Bom, essa é o meu terceiro relato e a segunda parte do capítulo que envolve o Matheus, essa história com ele não parou por aí e caso vocês tenham se interessado peço que votem, comentem para me motivar a escrever sobre essa parte da minha história.
Beijos a todos. E ao pessoal de Porto Alegre, mandem mensagem, será um prazer conversar com vocês!