O ESTRANHO

- Minha mãe falou pra eu não conversar com estranhos.

- Mas eu não sou estranho!

- É sim!

- Eu sou seu avô.

- Mas não mora na minha casa, então é estranho.

- Posso fazer outra pergunta?

- Qual?

- Você tem pelinhos?

- Onde?

- Lá...

- Eu não posso falar.

- Por quê?

- Você é estranho, lembra? E eu não posso falar com estranhos.

- Falar sua mãe não deixa, né?

- Não, nunca.

- Mas e mostrar? Pode?

- De mostrar ela não falou nada.

- Então, me mostra.

- O que?

- Você sabe.

- Não sei não.

- Posso te mostrar o que eu quero ver?

- Pode.

- Primeiro vou tirar isso...

- Mas é a minha calcinha!

- Tenho que tirar para olhar.

- Só se for rápido.

- Nossa! ela é bem peludinha!

- Faz muito tempo, né?

- Hum! e está molhadinha também...

- Então...! senti uma coisa aí, agora...

- Coisa boa?

- Sim.

- E você quer ver alguma coisa do seu vô?

- Quero sim.

- O que?

- O que é essa coisa grande e dura que você tem no bolso?

- Quer ver?

- Ver eu acho que posso.

- É isso aqui...

- Nossa! que grandão!

- Gostou?

- Senti um negócio bom de novo!

- Quer pegar?

- Você usa muito?

- Quer ver ele funcionando?

- Quero!

- Senta aqui no meu colo...

- Assim?

- Não, de frente pra mim.

- Pronto. E agora?

- Vixe! você está mais molhadinha ainda...

- E agora?

- Agora eu vou colocar ele aqui...

- Vai doer? Ele é muito grande.

- Não, eu vou colocar bem devagarinho.

- Ai! está entrando e doendo um pouquinho.

- Passa logo...

- Já passou.

- Posso colocar mais um tiquinho?

- Põe tudo!

- Inteiro?!

- Inteirinho!

- Assim?

- ééééééééééééééééé!!!

- Está bom?

- Ahaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa...

- Você está gostando, tá doendo?

- Para de falar e me come logo vovô.

- Rápido?

- SIM! Antes que a mamãe chegue.

- Sua mãe está vindo pra cá?!

- SIM! E ela não gosta que eu converse com estranhos.