A Chave - Parte 3: Trancado numa gaiola de castidade contra a vontade pela ex

Ricardo estava perdido em pensamentos, repassando mentalmente os eventos da manhã, o gosto de Penélope ainda presente em sua língua, quando ela surgiu na porta de seu escritório como uma aparição. Ele nem percebera o som dos saltos dela pelo corredor, tão perdido que estava nas lembranças dos gemidos dela, do peso de suas coxas contra seu rosto, do modo como ela o havia usado para seu prazer repetidas vezes.

"Ei, esquecido, não íamos almoçar juntos hoje?" ela perguntou, encostada no batente da porta. Seu corpo atlético estava elegantemente vestido num conjunto social que destacava suas curvas - a saia lápis abraçava suas coxas, e o blazer justo realçava sua cintura e ombros bem trabalhados. Uma gota de suor escorreu pela nuca de Ricardo ao lembrar como aquelas mesmas coxas o aprisionaram horas antes, como aqueles mesmos seios balançavam sobre seu rosto enquanto ela o cavalgava.

Trazido de volta à realidade, Ricardo piscou algumas vezes, tentando afastar as imagens que o perseguiam. A gaiola entre suas pernas parecia pulsar com as lembranças. "Que horas são?"

Penélope puxou a manga do blazer e checou seu smartwatch. "Meio-dia e quinze. Vamos? Precisamos amarrar as pontas pra reunião."

Durante o almoço, o celular de Ricardo vibrou, fazendo seu coração saltar. Nova mensagem de Amanda: "Hoje, 20h, Bistrot du Chef. Não se atrase. Senão..." Segundos depois, uma foto que fez seu sangue gelar: a mão delicada dela segurando a pequena chave prateada sobre a privada aberta, suas unhas vermelhas contrastando o com o metal.

Pela cara de Ricardo, que ficou branca como papel, Penélope viu que havia algo errado. Quando ela perguntou o problema, ele lhe mostrou a mensagem. "Ah... Vamos nos concentrar na reunião. Depois pensamos nisso.", ela disse.

De volta ao escritório, Penélope consultou novamente o smartwatch, o display digital refletia em seus olhos castanhos como pequenas constelações eletrônicas. "Ainda temos vinte minutos antes da reunião..." Ela trancou a porta com um movimento deliberado, o clique da fechadura soando como uma sentença. Virou-se para ele com aquele sorriso que ele conhecia tão bem. "Você parece nervoso..."

Ele assentiu. Estava uma pilha de nervos. Sentia que não havia se preparado como deveria para a reunião (e, como poderia?), a qual teria que apresentar. "Será que uma chupadinha ajudaria?", ela perguntou, os olhos brilhando de lascívia.

"Hã... Atrapalhar não vai.", Ricardo respondeu.

Ela empurrou sua cadeira para trás, o som das rodas no piso ecoando no escritório silencioso como um prelúdio. "Bota ele pra fora, vai.", ela disse.

Ricardo obedeceu, observando com uma mistura de apreensão e excitação enquanto ela se ajoelhava entre suas pernas, sua saia subindo levemente para revelar o início de suas coxas bronzeadas. O cheiro dela invadiu suas narinas. Do interior de sua bolsa de grife, Penélope sacou o familiar vibrador roxo, um sorriso malicioso brincando em seus lábios pintados de vermelho escuro. O zumbido baixo preencheu o escritório quando ela o ligou, o som fazendo seu membro aprisionado pulsar dolorosamente contra o metal.

Quando ela pressionou o vibrador contra a gaiola de metal que aprisionava seu pau e, ao mesmo tempo, deslizou sua língua quente e molhada pela parte exposta de sua glande, Ricardo teve que morder o próprio punho para abafar seus gritos de prazer. Seu membro pulsava violentamente dentro da prisão metálica enquanto a língua dela brincava com a única parte livre que tinha, provocando e chupando sem piedade. Os dedos dela manipulavam o vibrador com precisão cruel, fazendo o metal vibrar contra sua carne sensível e dolorida. A combinação do vibrador, da língua dela e das unhas em sua pele criava uma tempestade de sensações que o deixava delirante, seu corpo inteiro tremendo incontrolavelmente enquanto gemidos desesperados escapavam por entre seus dentes cerrados.

O orgasmo explodiu através dele como um raio - violento, confuso, um misto de prazer extremo e dor aguda que fez seu corpo inteiro convulsionar. Suas bolas se contraíram dolorosamente contra o metal frio enquanto jatos de porra escapavam pela pequena abertura da gaiola, alguns pingando no chão, outros sendo avidamente capturados pela língua habilidosa de Penélope. Suas mãos agarraram os braços da cadeira com tanta força que as pontas dos dedos ficarm brancas, enquanto ondas e mais ondas de prazer misturado com dor atravessavam seu corpo. Penélope riu. "Mais relaxado agora?"

"Sim.", ele respondeu, espatifado na cadeira.

Já perto da hora de ir embora, Penélope voltou a aparecer na sala de Ricardo. Dessa vez, ela estava diferente - o ar provocante e sensual que a acompanhara durante todo o dia, aquela energia sexual que fizera Ricardo gemer em sua própria cadeira horas antes, havia sido substituído por seriedade. Sentou-se na cadeira em frente à sua mesa e pousou a mão sobre a dele.

"Ricardo... Quer que eu vá com você?", ela disse, uma genuína preocupação em sua voz que o pegou de surpresa. Não havia vestígio da mulher dominadora que o fizera gozar em sua cadeira horas antes, que brincara com seu prazer e sua humilhação com tanta desenvoltura - em seu lugar, estava a amiga que sempre esteve ao seu lado nos momentos difíceis, que o ouvira chorar por Amanda tantas vezes, que o fizera rir quando tudo parecia desmoronar.

Ele sorriu, sentindo o calor reconfortante de sua mão sobre a dele, um toque que agora não carregava nenhuma intenção sexual, apenas apoio - embora seu corpo ainda respondesse involuntariamente à proximidade dela, o metal frio entre suas pernas um lembrete constante de sua atual condição. "Não sei. Quero dizer, adoraria que você fosse... Mas não sei o efeito que isso teria na Amanda." E era verdade - Amanda podia ser bem imprevisível, uma característica que ele conhecia bem demais de seus três anos de relacionamento, onde cada dia era uma montanha-russa emocional. Talvez encarasse aquilo como uma afronta e desse um fim na chave ali mesmo, jogando-a na privada como ameaçava em suas mensagens. "E não quero te envolver nisso."

Ela sorriu. "Não acho que deveria ir sozinho."

"E eu não quero ir. Sozinhou ou não. Mas preciso..."

Ela apertou sua mão. "Vou com você."

"Obrigado, Pê."

Chegaram ao Bistrot du Chef e sentaram-se à uma das mesas. O ambiente intimista do restaurante, normalmente acolhedor com suas luzes baixas e música suave, parecia sufocante naquela noite, cada mesa ocupada uma potencial testemunha de sua humilhação. Oito em ponto, Amanda chegou - pontual como sempre, uma das poucas qualidades dela que ele realmente admirava. Trazia a tiracolo um homem, jovem, grandalhão, bombado, o tipo de cara que mulheres em crise de meia-idade adoram fantasiar sobre.

Ricardo viu Amanda percorrendo o ambiente com seu olhar à sua procura, aqueles olhos azuis que um dia o fizeram se apaixonar, e que agora o faziam perder o sono de apreensão. Quando o encontrou, ela abriu um sorriso ferino, predatório... que sumiu logo depois, quando ela viu Penélope ao seu lado, como um gato que encontra outro em seu território cuidadosamente marcado.

Quando namorava Ricardo, Amanda e Penélope se encontraram poucas vezes (duas vezes em aniversários dele e uma numa festa de fim de ano no escritório), o que não devia ser suficiente para gerar grandes inimizades, mas elas não se bicaram desde o primeiro momento. Era como se cada uma reconhecesse na outra uma ameaça fundamental: Amanda via em Penélope a mulher que poderia roubar Ricardo (e, de certa forma, já o havia roubado emocionalmente), enquanto Penélope via em Amanda a personificação de tudo que considerava tóxico em um relacionamento. Penélope, por oferecer ombro amigo a Ricardo durante as (muitas) brigas do casal, ficava sabendo de tudo, e, claro, tomava o lado do amigo. As histórias que ouvia sobre Amanda a faziam ter uma opinião bem formada sobre ela, mesmo antes de realmente conhecê-la. Histórias de ciúme doentio, de manipulação emocional, de drama constante. Já Amanda não gostava de Penélope por causa da forma como Ricardo falava dela e com ela, com leveza, alegria nos olhos.

Amanda e seu acompanhante navegaram pelo quase sem espaço restaurante até chegarem à mesa, ela com a graciosidade de uma pantera prestes a dar o bote, ele com a sutileza de um rinoceronte em uma loja de porcelana. Sentou-se na cadeira em frente de Ricardo, cruzando as pernas em um movimento estudadamente sensual. Amanda estava linda, um vestido preto que abraçava suas curvas como uma segunda pele, revelando e escondendo na medida certa, os cabelos loiros com chapinha caindo como uma cascata dourada sobre seus ombros. No pulso esquerdo (mesmo sendo canhota - um detalhe que sempre o intrigou), ostentava um relógio dourado Michael Kors que ele próprio havia dado, em uma tentativa fútil de comprar a paz após uma de suas inúmeras brigas. Seus lábios, pintados com um batom vermelhíssimo que parecia gritar "perigo", se curvavam em um sorriso que não alcançava seus olhos. Por algum tempo, ficaram assim, trocando olhares, com Amanda alternando entre Ricardo e Penélope, eletricidade estática no ar carregado de tensão.

"E então, Amanda? Por que me chamou aqui?", Ricardo quis saber, sua voz mais firme do que se sentia, o metal frio entre suas pernas parecendo pulsar com cada palavra.

Amanda, que naquele momento encarava Penélope como se pudesse fulminá-la apenas com o olhar, voltou sua atenção para ele, seus olhos azuis gélidos como um lago congelado em pleno inverno. "Chamei você aqui, não essa vadia...", ela disse, cada palavra pingando veneno, cada sílaba carregada com anos de ressentimento acumulado.

Penélope ignorou o "elogio" com uma calma que surpreendeu Ricardo - normalmente ela não deixava passar esse tipo de provocação, mas algo em sua postura indicava que ela estava determinada a manter o controle da situação.

Em vez de revidar, Penélope interpelou Amanda com voz calma e profissional, como se estivesse conduzindo uma das temidas reuniões do escritório: "Qual é a razão de tudo isso, Amanda? Ricardo te traiu alguma vez?"

Amanda pareceu furiosa por não poder responder que sim - a raiva em seu rosto apenas aumentando por ter que admitir, mesmo que silenciosamente, que ele sempre fora fiel. Por mais que estivesse com raiva de Ricardo, sabia que ele era um dos poucos homens verdadeiramente fiéis que conhecera em toda sua vida.

"Ele alguma vez te agrediu?", Penélope continuou.

Amanda riu, um som sem humor que ecoou pelo restaurante, a ideia de Ricardo batendo numa pessoa - mulher, ainda por cima - soando quase alienígena... Logo ele, o bom samaritano.

"Então, qual é seu problema, maluquinha?", Penélope perguntou, sua voz carregando aquele tom que usava nas reuniões quando queria desestabilizar alguém, o mesmo tom que fazia estagiários tremerem e sócios repensarem suas posições.

"Quero que ele pague... Terminar comigo por mensagem! Me ignorar por seis meses!" Amanda disse, o olhar fulminante em Ricardo, suas palavras saíram como chicotadas, cada uma carregando anos de mágoa acumulada. O acompanhante dela fazia cara de paisagem.

Ninguém disse nada. Os olhos dela desanuviaram. O sorriso falso voltou ao rosto, e ela apanhou o cardápio. "Vamos pedir?"

No caminho de volta do restaurante, o silêncio dentro do carro era quase palpável. Penélope dirigia, seus dedos tamborilando ocasionalmente no volante ao ritmo da música que tocava baixinho no rádio: Crystal, da banda New Order. As luzes da cidade dançavam sobre o painel do carro, criando sombras que pareciam refletir os pensamentos turbulentos de ambos. O smartwatch em seu pulso ocasionalmente iluminava seu perfil com notificações ignoradas - naquele momento, o mundo exterior parecia distante e irrelevante.

"Ela ainda ama você.", ela disse de repente, seus olhos fixos na rua à frente. Havia algo em sua voz, uma nota de vulnerabilidade que Ricardo raramente ouvia nela.

Ricardo riu, um som sem humor que pareceu ecoar no espaço confinado do carro. "Que forma de demonstrar." A gaiola pareceu pulsar em amarga concordância.

O silêncio retornou por alguns segundos, denso e carregado de palavras não ditas, quebrado apenas pelo som suave do motor e pela voz rouca de Lou Reed cantando 'Vicious' pelos alto-falantes. "E você?", Penélope perguntou finalmente, sua voz quase se perdendo sob a música.

"Eu o quê?"

"Ainda ama ela?" As palavras pairaram no ar como fumaça, pesadas de significado.

Ele abriu um sorriso de quem ouviu algo particularmente estúpido, mas o sorriso morreu em seus lábios quando notou a expressão no rosto dela. Séria. Curiosa. Quase... vulnerável. Ele balançou a cabeça e disse que não, embora não tivesse tanta certeza assim - o amor e o ódio às vezes se misturavam de formas confusas em seu peito.

Na casa de Penélope, ela manteve uma distância respeitosa, presumindo que, após a cena no restaurante, Ricardo não estaria no clima para intimidades. O ambiente estava carregado de uma tensão diferente, mais emocional que sexual. Por isso, sua surpresa foi genuína quando ele a atirou na cama e mergulhou entre suas pernas com uma fome que ela nunca tinha visto nele antes - como se precisasse provar algo, talvez para si mesmo. Seu corpo respondeu instantaneamente, arqueando-se contra a boca dele enquanto suas mãos agarravam os lençóis. Três orgasmos depois, ela ainda tremia, seu corpo coberto por uma fina camada de suor que brilhava à luz tênue do quarto.

Quando finalmente recuperou o fôlego, ofereceu a Ricardo fazê-lo gozar com o vibrador, mas ele recusou. "É muito intenso", ele explicou, passando a mão pelos cabelos úmidos de suor. "Um misto de sensações, nem todas boas."

Dormiram. Naquele dia, seu cativeiro completava uma semana.


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Comentários


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anadiario Comentou em 06/12/2024

Lerei todos. Continue assim.




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Nome do conto:
A Chave - Parte 3: Trancado numa gaiola de castidade contra a vontade pela ex

Codigo do conto:
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Categoria:
Fetiches

Data da Publicação:
06/12/2024

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