A Chave - Parte 5: Trancado numa gaiola de castidade contra a vontade pela ex

"Ops", Amanda disse, um falso tom de inocência em sua voz enquanto seus dedos deslizavam sobre a tela do celular com a precisão de um cirurgião realizando uma incisão fatal. "Apertei o botão de enviar sem querer.", disse, seu sorriso de predador satisfeito com sua caça.

Ricardo sentiu seu sangue gelar, uma onda de frio que começou em seu peito e se espalhou até as pontas dos dedos. Seu rosto, que segundos antes estava corado pelo esforço e excitação, agora estava pálido como mármore antigo. Levantou-se num movimento brusco, suas pernas tremendo como se tivessem esquecido como sustentar seu peso.

"Ei! Onde você pensa que vai?", Amanda perguntou, seu sorriso ferino brilhando na penumbra do quarto como o do gato de Cheshire. "Ainda não gozei. Volta aqui." Sua voz carregava aquele tom de comando que sempre funcionara com ele, mas algo estava diferente agora.

Ricardo permaneceu parado, seu corpo inteiro tremendo como uma folha ao vento. Algo em seus semblante - fez o sorriso de Amanda vacilar. Ela observou, fascinada e um pouco perturbada, enquanto

"Ricardo.", ela chamou. Ele continuou parado, os olhos vazios e evasivos fugindo dos dela. "Ricardo!", ela repetiu, agora quase um grito. Ele olhou pra ela. Aquele olhar - triste, perdido, sem luz - parecia penetrar suas defesas cuidadosamente construídas, fazendo seu sorriso diminuir até desaparecer completamente. Era como se, pela primeira vez, ela enxergasse o real impacto de suas ações."Vai", ela disse, sua voz surpreendentemente suave, quase tenra. "Pode ir embora." As palavras saíram quase como um sussurro, carregando um peso que nenhum dos dois estava preparado para entender.

Em silêncio, movendo-se como um autômato programado para executar funções básicas, Ricardo se vestiu. O metal entre suas pernas parecia pesar toneladas.

Na rua, o ar frio da noite não conseguia diminuir o calor da vergonha que queimava seu rosto como uma febre persistente. Pegou o celular, seus dedos tremendo sobre a tela como bailarinos nervosos em sua primeira apresentação. O que dizer? Como explicar? Como colocar em palavras algo que nem ele mesmo conseguia processar completamente? Após vários minutos de tentativas frustradas, conseguiu digitar apenas: "Precisamos conversar." Três palavras que carregavam um universo de significados e súplicas não ditas.

Alguns minutos depois, checou o celular novamente. A mensagem havia sido visualizada - aquelas duas marquinhas azuis nunca pareceram tão cruéis - mas não havia resposta. O silêncio de Penélope era ensurdecedor, preenchendo sua mente com mil cenários diferentes, cada um pior que o outro. Colocou os fones de ouvido, deixando que a melodia sintetizada de "True Faith" do New Order preenchesse o vazio.

Em seu apartamento, checou o celular mais uma vez, um gesto que já havia se tornado quase compulsivo. Havia uma mensagem, mas seu coração afundou ao ver que era de Amanda: "Foi divertido hoje... deveríamos repetir mais vezes! ??" Parece que a epifania que ela tivera já tinha terminado.

Deitado na cama, o sono o evadia como um amante cruel. Cada vez que fechava os olhos, via o rosto de Penélope ao receber o vídeo, imaginava sua expressão, sua decepção, sua raiva - ou pior, sua indiferença. O metal frio entre suas pernas parecia pulsar com cada batida de seu coração acelerado.

Em algum momento da madrugada, acordou coberto de suor, o eco do riso de Amanda ainda reverberando em seus ouvidos. Seu celular mostrava três mensagens não lidas, mas ele não tinha coragem de verificar de quem eram. O silêncio do apartamento era quebrado apenas pelo som suave do metal da gaiola roçando contra os lençóis a cada movimento seu - uma sinfonia particular de sua prisão.

Penélope deixou a academia mais cedo que o habitual naquele dia, seu corpo ainda vibrando com a energia do treino intenso. Havia aumentado a carga em todos os exercícios, como se pudesse expulsar através do suor a ansiedade que a consumia desde que Ricardo começara aquela história toda com Amanda. O smartwatch em seu pulso registrava seus batimentos ainda acelerados enquanto ela dirigia para casa, gotas de suor ocasionalmente escorrendo por sua nuca, fazendo cócegas em sua pele aquecida pelo exercício.

No chuveiro, deixou a água quente massagear seus músculos doloridos, tentando não pensar em Ricardo, em Amanda, em toda aquela situação surreal. Falhou miseravelmente, é claro. Cada gota d'água que escorria por seu corpo parecia carregar uma memória diferente - os beijos de Ricardo, o modo como ele a tocava, como sua língua a fazia delirar...

O som da notificação cortou seus pensamentos como uma faca afiada. Seu coração disparou instantaneamente - seria ele? Sem nem se importar em se secar direito, enrolou-se na toalha e correu para verificar o celular, gotas d'água marcando seu caminho pelo piso frio do banheiro.

Número desconhecido. Uma foto de perfil que fez seu estômago revirar - Amanda, sorrindo aquele sorriso que ela tanto detestava, o mesmo sorriso que vira tantas vezes nas fotos que Ricardo mostrava durante suas sessões de desabafo, quando ainda namoravam. Um vídeo.

Seus dedos tremeram sobre a tela por um momento. Deveria assistir? Algo em seu íntimo gritava que não, que algumas coisas são melhor permanecerem desconhecidas. Mas a curiosidade... aquela maldita curiosidade que sempre fora seu ponto fraco...

O vídeo começou a rodar, e com ele, seu mundo começou a desmoronar. Cada segundo era uma pequena morte, cada gemido uma punhalada em seu coração. Ver Ricardo - seu Ricardo - naquela posição, obedecendo às ordens de Amanda como um cachorrinho adestrado... A água do chuveiro continuava correndo ao fundo, seu barulho constante um contraponto surreal para a sinfonia de humilhação que se desenrolava na pequena tela.

Quando acabou, ela continuou olhando para a tela escura, vendo seu próprio reflexo distorcido - os olhos arregalados, os lábios entreabertos num espanto mudo, gotas d'água escorrendo por seu rosto se misturando com lágrimas que nem percebera que estava derramando. O vapor do chuveiro ainda ligado embaçava o espelho do banheiro, criando uma atmosfera irreal, como se tudo aquilo fosse apenas um pesadelo particularmente vívido.

Nova mensagem. Ricardo. "Precisamos conversar." Três palavras que pareciam tão inadequadas, tão insuficientes diante da magnitude do que acabara de ver. O que responder? "Como você pôde?", "Por quê?", "Acabou"? Nada parecia adequado, nada parecia capaz de expressar o turbilhão de emoções que a consumia.

O vinho desceu amargo, nada parecido com as noites em que o compartilhava com Ricardo, quando cada gole era temperado com risos e promessas sussurradas. Onde ele estaria agora? A imagem dele ainda com Amanda, ainda satisfazendo seus caprichos perversos, fez seu estômago revirar. Ou estaria sozinho, tão perdido quanto ela?

Lembrou-se de quando o conheceu, três anos atrás, e de como a amizade floreceu rápido. Penélope se tornou o ombro amigo, a confidente. Quantas vezes ele apareceu em sua sala, devastado após mais uma briga com Amanda? Quantas vezes ela o ouviu desabafar sobre o ciúme doentio, as cobranças constantes, as manipulações emocionais? E quantas vezes seu coração apertou ao vê-lo voltar para ela, sempre perdoando, sempre dando mais uma chance?

Serviu-se de mais vinho. Lembrou-se de todas as vezes que quis dizer a ele que merecia coisa melhor, que Amanda o estava destruindo aos poucos. Mas se conteve - não queria ser a amiga interesseira, a que tenta separar o casal. Então assistiu de camarote enquanto ele se afundava cada vez mais naquele relacionamento tóxico.

E agora... agora ele estava preso - literal e metaforicamente - nas garras dela novamente. O vídeo voltou à sua mente com força total: a submissão dele, os gemidos dela, as palavras cruéis... Cada detalhe gravado em sua memória como uma tatuagem indesejada.

Uma lágrima solitária escorreu por sua bochecha, caindo silenciosamente na taça de vinho como uma gota de chuva num lago escuro. O que mais doía? Ver ele naquela situação humilhante? Saber que, mesmo depois de tudo que passaram juntos nas últimas semanas, ele ainda estava sob o controle de Amanda? Ou era seu próprio coração partido, que finalmente admitia para si mesma que talvez - só talvez - seus sentimentos por Ricardo fossem mais profundos do que jamais ousou confessar?

O silêncio do apartamento era ensurdecedor, quebrado apenas pelo ocasional tilintar de suas pulseiras quando levava a taça aos lábios. Lá fora, a cidade continuava sua vida normal, alheia ao drama que se desenrolava em seu pequeno universo particular. Em algum lugar, Ricardo estava esperando sua resposta. Em algum lugar, Amanda estava saboreando sua vitória. E ali estava ela, presa entre o desejo de salvar Ricardo e a vontade de proteger seu próprio coração já tão machucado.

O sol mal havia nascido quando Penélope abriu os olhos, seu corpo dolorido protestando contra a noite mal dormida. O smartwatch em seu pulso mostrava 5:47 - quase uma hora antes de seu alarme habitual. Seus dedos encontraram o celular por puro reflexo, a tela iluminando seu rosto no quarto ainda escuro. Nenhuma mensagem nova de Ricardo desde aquele "Precisamos conversar" da noite anterior.

Do outro lado da cidade, Ricardo também acordava prematuramente, seu corpo protestando contra o sono agitado. O metal frio entre suas pernas parecia ainda mais pesado naquela manhã, como se tivesse absorvido todo o peso de sua vergonha durante a noite. Seus dedos tremeram levemente ao checar o celular - nada de Penélope. O vazio da tela espelhava o vazio em seu peito.

Penélope ficou deitada, olhando para o teto, seu dedo ocasionalmente deslizando pela tela do celular, abrindo e fechando o WhatsApp como se a resposta para seus dilemas pudesse magicamente aparecer ali. O que dizer? "Tudo bem"? Não estava tudo bem. "Como você pôde"? Ele provavelmente já estava se torturando o suficiente com essa pergunta. "Vamos conversar"? Sobre o quê, exatamente?

No escritório, o encontro foi inevitável - e doloroso em sua banalidade. O corredor do décimo segundo andar nunca pareceu tão estreito quanto naquela manhã, quando seus caminhos se cruzaram próximo à copa. Ricardo parecia um fantasma de si mesmo, olheiras profundas marcando seu rosto como hematomas emocionais, a gravata levemente torta de uma maneira que não era característica dele.

"Nossa, que cara é essa, Ricardo? Pegou uma virose?" Paulo perguntou ao passar, sua preocupação genuína apenas aumentando o desconforto da situação.

"Intoxicação alimentar", Ricardo mentiu, sua voz rouca traindo noites mal dormidas. "Sushi duvidoso."

O "oi" que trocaram foi tão superficial quanto profundo - uma única sílaba carregando o peso de mil palavras não ditas. Penélope manteve sua expressão profissional perfeitamente calibrada, a mesma que usava em negociações particularmente difíceis, enquanto por dentro seu coração se contorcia como um animal ferido.

Durante o almoço, sozinha em seu escritório com um sanduíche pela metade esquecido sobre a mesa, as imagens do vídeo voltavam para assombrá-la. Os gemidos de Amanda, as palavras cruéis, a submissão de Ricardo... Cada detalhe era um pequeno aperto em seu coração. Mas pela primeira vez, sua raiva não estava direcionada principalmente à Amanda.

"Ela é uma vadia narcisista", pensou, seus dedos inconscientemente apertando o copo d'água com força suficiente para fazer os nós dos dedos embranquecerem. "Está apenas seguindo sua natureza, como o escorpião da fábula. Mas ele..." A decepção com Ricardo era diferente, mais profunda, mais dolorosa. Ele deveria ser melhor, deveria ser mais forte, deveria...

E então, como um flash, o rosto de Débora surgiu em sua memória. Sua amiga da faculdade, sempre tão forte e decidida, que acabou presa em um casamento abusivo por anos. Lembrou-se do café que tomaram juntas após anos sem contato, de como Débora - agora finalmente divorciada - tentava explicar o inexplicável: por que ficara tanto tempo, por que perdoara tanto abuso, por que não conseguira simplesmente ir embora.

"É como estar preso em uma teia", Débora havia dito, seus dedos nervosamente girando a xícara de café. "Você sabe que precisa sair, mas cada movimento só parece te prender mais..."

A realização atingiu Penélope como um soco no estômago. O relacionamento de Ricardo com Amanda sempre foi abusivo - as manipulações emocionais, o controle obsessivo, as humilhações constantes. E agora, com essa história da gaiola, a teia havia se tornado literal, física, inescapável. Como podia julgar Ricardo por não conseguir escapar quando tantas pessoas fortes e inteligentes como Débora passaram pela mesma situação? Só por ele ser homem?

Uma lágrima solitária escorreu por sua bochecha, caindo silenciosamente sobre sua blusa de seda. Com dedos trêmulos, pegou o celular. Desta vez, as palavras vieram naturalmente: "Podemos conversar? Só nós dois. Sem briga. Prometo." Enviou antes que pudesse mudar de ideia, seu coração batendo como um pássaro assustado contra suas costelas.

O visto apareceu instantaneamente - ele provavelmente estava olhando fixamente para o celular, assim como ela estivera fazendo toda manhã. Três pontinhos apareceram, desapareceram, apareceram novamente... A resposta, quando veio, era simples mas carregada de alívio: "Estou indo."

Não se passou nem um minuto quando Penélope viu uma silhueta familiar através do vidro fosco de sua porta. A sombra parecia ligeiramente distorcida, maior que o normal, como se a própria ansiedade de Ricardo o tivesse inflado. Por um momento, um pensamento absurdo e quase infantil cruzou sua mente - imaginou-o correndo pelos corredores do escritório ao som de "Take On Me" do A-ha, como naquelas comédias românticas bobocas dos anos 80 que seus pais assistiam. O absurdo da imagem quase a fez rir, um som que ficou preso em sua garganta como uma bolha de sabão.

A porta se abriu com um rangido suave, e lá estava ele - não o Ricardo confiante que conhecera anos atrás, nem o amante apaixonado dos últimos meses, mas uma versão quebrada de si mesmo, como um espelho rachado que ainda reflete, mas de forma distorcida. Suas olheiras pareciam ainda mais profundas sob a luz fluorescente do escritório, a gravata ainda torta daquela maneira que a incomodava visceralmente, fazendo seus dedos coçarem com a vontade de arrumá-la.

"Penélope, eu..." ele começou, sua voz carregando todo o peso do mundo, as palavras se acumulando atrás de seus lábios como uma represa prestes a romper. Ela podia ver em seus olhos - aqueles mesmos olhos que a fizeram se apaixonar silenciosamente ao longo dos anos - todo um discurso preparado, repleto de justificativas, explicações e pedidos de perdão.

Antes que ele pudesse continuar, ela ergueu a mão, seus dedos pousando suavemente sobre seus lábios num gesto que era simultaneamente íntimo e controlador. O toque fez algo dentro dela se contorcer - uma mistura de desejo, proteção e uma pontada de dor ao lembrar do vídeo, das palavras cruéis de Amanda, da submissão dele. Mas agora, olhando em seus olhos, vendo a vergonha e o arrependimento que os nublava como uma tempestade distante, ela entendeu algo fundamental: ele não precisava de mais julgamentos, não precisava de mais cobranças. O que ele precisava - o que ambos precisavam - era desse momento de conexão pura, sem palavras para complicar tudo.

Então ela o abraçou. Não foi um abraço romântico ou sensual, nem um abraço formal como os que ocasionalmente trocavam no escritório em ocasiões especiais. Foi um abraço protetor, quase maternal em sua intensidade, o tipo de abraço que diz "estou aqui" sem precisar usar palavras. Sentiu como ele tremeu levemente em seus braços, como sua respiração estava irregular contra seu pescoço, como suas mãos hesitaram antes de se fecharem em suas costas, agarrando o tecido de sua blusa como se ela fosse uma âncora em meio a uma tempestade.

O perfume dele desencadeou uma avalanche de memórias: as noites compartilhadas, os momentos de intimidade, as risadas durante o almoço, as confissões sussurradas na escuridão. Por um momento, ela quis dizer tudo - sobre Débora, sobre relacionamentos abusivos, sobre como ela entendia agora que ele não era fraco por não conseguir escapar de Amanda, que na verdade ele era forte por ter sobrevivido tanto tempo, por ainda estar ali, de pé, lutando.

Mas não era hora para palavras. Não ainda. Por enquanto, esse abraço silencioso dizia tudo que precisava ser dito, cada batida de seus corações transmitindo mensagens que palavras jamais conseguiriam expressar adequadamente.

Quando o abraço finalmente terminou, Penélope ergueu o rosto para olhá-lo. Seus olhos se encontraram, e naquele momento, todo o peso dos últimos dias pareceu se dissipar como névoa sob o sol da manhã. O beijo que se seguiu foi suave, quase hesitante, como se ambos estivessem reaprendendo a linguagem um do outro, redescobrindo o sabor e a textura dos lábios que já conheciam tão bem. "Depois do trabalho", ela sussurrou contra seus lábios, sua voz carregando uma promessa que fez o coração dele acelerar, "vamos pra minha casa conversar." Seus olhos brilharam com malícia quando acrescentou: "E quem sabe algo mais?" A piscadela que acompanhou suas palavras arrancou o primeiro sorriso genuíno de Ricardo em dias, iluminando seu rosto cansado como um raio de sol atravessando nuvens de tempestade.


No apartamento dela, horas depois, o vinho tinto ajudou a soltar as línguas e relaxar os ânimos. O líquido rubi dançava nas taças de cristal, refletindo a luz suave do abajur, criando pequenos arco-íris nas paredes quando eles gesticulavam. Ricardo explicou tudo, sua voz ocasionalmente falhando ao reviver os eventos da noite anterior, cada palavra parecendo arrancar um pedaço de sua alma. Penélope o ouviu em silêncio, seus dedos ocasionalmente acariciando a borda da taça enquanto absorvia cada palavra, cada hesitação, cada tremor em sua voz.

"A culpa não é sua", ela disse finalmente, seu tom carregado de certeza. "É dela. Sempre foi dela." Seus olhos encontraram os dele por cima da taça de vinho, transmitindo uma compreensão que palavras jamais conseguiriam expressar adequadamente.

O vinho já havia tingido suas bochechas de rosa quando ela decidiu provocá-lo, um sorriso malicioso brincando em seus lábios: "Sabe... você parecia bem empenhado naquele vídeo." Seus olhos brilhavam com uma mistura fascinante de malícia e ciúme, o tipo de olhar que sempre fazia algo dentro dele se contorcer de desejo. "Deve ser porque ela é toda rosadinha e delicada, né? Tipo uma bonequinha de porcelana..." Seus dedos brincavam com a borda da taça enquanto falava, o movimento hipnótico atraindo o olhar dele.

O rubor que se espalhou pelo rosto dele a fez rir, um som baixo e musical que ecoou pelo apartamento silencioso. "Você fica uma graça assim, todo sem jeito." Em um movimento fluido, digno de suas horas dedicadas à academia, montou em seu colo, suas coxas abraçando seus quadris com uma familiaridade possessiva. O metal da gaiola pressionou contra ela através das roupas, uma lembrança física da situação peculiar deles, fazendo-a sorrir com uma mistura de ternura e desejo.

O beijo que se seguiu foi diferente - profundo, possessivo. O gosto do vinho em suas línguas apenas intensificava a intimidade do momento. "Seu último orgasmo foi com ela", Penélope murmurou contra seus lábios, sua voz rouca de desejo e determinação, cada palavra uma pequena carícia. "Isso não pode ficar assim." Suas unhas arranharam levemente a nuca dele, provocando arrepios que percorreram sua espinha como pequenos choques elétricos.

Na cama, ela o despiu com movimentos deliberadamente lentos, saboreando cada centímetro de pele exposta como se estivesse redescobrindo um território familiar após uma longa ausência. A camisinha sobre a gaiola foi um desafio interessante, mas ela conseguiu, seus dedos hábeis fazendo Ricardo tremer com o contato, cada toque uma promessa de prazer e tortura. O contraste entre o látex suave e o metal frio criava sensações que o deixavam tonto de desejo.

Quando ela começou a se abaixar sobre ele, foi com bastante cuidado, seus olhos fixos nos dele, registrando cada micro expressão que cruzava seu rosto. O metal limitava a penetração, mas havia algo intensamente erótico na situação - a vulnerabilidade dele, a dominância dela, o contraste entre o metal frio e sua carne quente e pulsante. Cada centímetro conquistado arrancava gemidos diferentes de ambos, criando uma sinfonia particular de prazer e desejo.

"Está gostando?", ela perguntou, seus quadris se movendo em círculos lentos e torturantes, seu corpo brilhando com uma fina camada de suor sob a luz difusa do quarto. Seus seios balançavam suavemente com cada movimento, hipnóticos, fazendo Ricardo desejar poder tocá-los, prová-los, mas suas mãos estavam ocupadas demais agarrando os lençóis, tentando manter algum controle sobre seu prazer crescente.

"Sim", ele respondeu, sua voz estrangulada de desejo, cada sílaba carregada de necessidade urgente. Cada movimento dela enviava ondas de prazer misturado com desconforto através de seu corpo, o metal da gaiola simultaneamente restringindo e amplificando suas sensações, criando um coquetel de sentimentos que o deixava à beira da loucura.

O orgasmo o pegou de surpresa - intenso e confuso como todos desde que fora aprisionado, uma mistura de prazer e dor que o fez gritar, suas mãos agarrando os lençóis com força suficiente para deixar marcas. Seu corpo inteiro tremeu sob ela, cada músculo tenso como uma corda de violino sendo tocada no limite de sua resistência. O metal frio parecia pulsar contra sua carne sensível, transformando cada onda de prazer em algo novo e alienígena, mas não menos intenso.

Depois, deitados em conchinha - ela atrás dele, seus seios pressionados contra suas costas como pequenos montes macios e reconfortantes, suas pernas entrelaçadas num nó complexo de intimidade e possessão - Penélope traçava padrões preguiçosos em seu peito enquanto uma ideia tomava forma em sua mente. O cheiro dela o envolvia como um cobertor familiar e reconfortante.

"Sabe", ela murmurou contra sua nuca, seus lábios roçando sua pele sensível, provocando novos arrepios que o fizeram tremer levemente em seus braços, "acho que deveríamos retribuir o favor do vídeo..." Sua voz carregava aquele tom que ele conhecia tão bem, aquele que sempre prenunciava algo simultaneamente excitante e perigoso.


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Ficha do conto

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Nome do conto:
A Chave - Parte 5: Trancado numa gaiola de castidade contra a vontade pela ex

Codigo do conto:
224256

Categoria:
Fetiches

Data da Publicação:
07/12/2024

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