Entre nós, sempre houve um ar de desejo. Nada explícito, mas a gente sabe quando tem algo no ar. Era na troca de olhares, no jeito como ela dançava quando achava que ninguém estava olhando, na forma como nossas mãos quase se tocavam ao passar o sal durante o jantar. Era um jogo silencioso, perigoso, mas irresistível.
E foi em uma dessas noites que tudo mudou.
O relógio marcava 1:14 da manhã quando estacionei o carro em frente à casa. O cansaço do trabalho pesava em meus ombros, mas algo naquela noite parecia diferente. O céu estava estrelado, e uma brisa suave balançava as folhas das árvores na entrada da casa. Entrei em silêncio, tentando não fazer barulho para não acordar ninguém.
Ao cruzar a porta, notei que a sala estava iluminada apenas pela luz fraca de um celular. Jaque estava deitada no colchão, enrolada em um cobertor, mas com parte do corpo para fora. Quando percebeu que eu havia feito barulho na cozinha, fingiu estar dormindo, desligando rapidamente a tela do celular.
Senti um aperto no peito. Sabia que a separação dela tinha sido difícil, e vê-la assim, frágil e vulnerável, despertava algo em mim que eu preferia não nomear. Aproximei-me lentamente, me ajoelhando no chão ao lado do colchão.
— Jaque — chamei em um sussurro, minha voz quase sumindo no silêncio da sala.
Foi então que percebi que ela estava com a bunda de fora, e aparentemente sem calcinha. Fiquei imóvel ao perceber, mas o instinto de desejo naquela mulher me fez ir além. Coloquei a mão entre a coberta e a bunda dela, sentindo a maciez da sua pele, e sussurrei seu nome no ouvido.
Ela não abriu os olhos, mas, para minha surpresa, se mexeu, fingindo estar incomodada, quase acordando, mas se manteve na posição, agora com a cabeça virada para cima. Tirei logo minha mão do corpo dela, pensei que seria realmente uma grande loucura, mas o risco e o tesão que eu estava sentindo não me deixaram sair dali.
Me virei de costas, pronto para sair. Estava muito excitado, com o pau totalmente duro de tesão naquela mulher e nas possibilidades. Pensei em satisfazer meu desejo, aproveitando a posição em que ela estava e por ter percebido que ela fingia estar dormindo, mas decidi não avançar o sinal.
Ela virou-se com o corpo todo para o meu lado, deixando ainda mais seu corpo exposto. Vi que estava também sem sutiã, e começou a fingir que estava delirando, dizendo: — Acho que estou pensando demais, amor, cadê você?
Olhei para ela, sentindo uma mistura de compaixão, tesão e algo mais, algo que eu não queria admitir. — Jaque — disse, minha voz suave, quase um sussurro. — Você é uma mulher incrível, eu estou aqui.
Ela sorriu ainda com os olhos fechados, mas havia uma tensão no ar, algo que ambos sentíamos, mas não ousávamos mencionar. Ficamos em silêncio por um momento, apenas ouvindo o som do relógio na parede e a respiração suave dela.
De repente, ela se moveu, estendendo a mão para tocar meu rosto. O toque foi leve, quase imperceptível, mas suficiente para fazer meu coração acelerar. Seus dedos eram quentes, e o perfume dela — algo doce e floral — envolveu-me como um véu.
— Você é um homem bom, Paulo — ela disse, sua voz tremendo levemente. — Às vezes, eu me pergunto como seria se...
Prendi a respiração, sentindo o calor do toque dela se espalhar por meu corpo. — Jaque... — comecei, mas as palavras falharam.
— Não quero saber — ela interrompeu, sua voz um sussurro rouco. — Só espero que minha irmã não saia daquele quarto.
Ela se inclinou para frente, seus lábios quase tocando os meus. O mundo parecia ter parado, e tudo o que eu conseguia pensar era no quanto eu queria fechar a distância entre nós. Mas então, um barulho vindo do quarto nos fez recuar.
— É a Sandi — Jaque sussurrou, afastando-se rapidamente. — Ela deve ter ouvido a gente.
Levantei-me, sentindo um misto de alívio e frustração. — Eu... eu devia ir tomar banho, como faço todos os dias ao chegar. Amanhã é outro dia.
Ela assentiu, deitando-se novamente no colchão. — Boa noite, Paulo.
— Boa noite, Jaque.
Afastei-me, mas antes de fechar a porta do corredor, olhei para trás e disse: — Jaque, vou deixar a porta do banheiro aberta. Ela estava de costas para mim, mas eu podia ver o movimento suave de seus ombros, como se ela estivesse chorando silenciosamente. Meu coração doeu, mas eu sabia que não podia fazer muita coisa. Algumas linhas não podem ser cruzadas, não importa o quanto você queira.
A água quente do chuveiro escorria pelo meu corpo, mas minha mente estava longe dali. O som do choro suave de Jaque ainda ecoava em meus ouvidos, misturado com a imagem dela deitada no colchão, frágil e ao mesmo tempo irresistível. Meu coração batia forte, e eu sabia que aquela noite não seria como as outras.
Foi então que vi, pelo vidro embaçado do box, a porta do banheiro se abrindo lentamente. Meu corpo congelou por um instante, mas o calor da água continuou a cair sobre mim, como se tentasse me manter ancorado à realidade. A porta se moveu quase imperceptivelmente, como se alguém estivesse testando os limites, sondando o terreno.
— Paulo... — ouvi um sussurro suave, quase inaudível sob o barulho da água.
Era Jaque. Sua voz era como um fio de seda, delicado e ao mesmo tempo carregado de intenções. Meu coração acelerou ainda mais, e eu senti um nó na garganta. O vapor do banho parecia engrossar o ar, tornando tudo mais intenso, mais íntimo.
— Jaque? — chamei, tentando disfarçar a tensão na minha voz. — Está tudo bem?
Ela não respondeu imediatamente. Em vez disso, a porta se abriu um pouco mais, e eu pude ver sua silhueta através do vidro embaçado. Ela estava parada ali, hesitante, como se estivesse lutando consigo mesma. Então, com um movimento quase imperceptível, ela entrou no banheiro e fechou a porta atrás de si.
Meu corpo reagiu antes que minha mente pudesse processar completamente o que estava acontecendo. A água continuava a cair, mas eu mal conseguia sentir. Tudo o que eu sabia era que Jaque estava ali, a poucos metros de mim, e o ar entre nós estava carregado de algo que não podíamos mais ignorar.
— Jaque, você não deveria estar aqui — eu disse, mas minha voz soou mais fraca do que eu gostaria. Era como se eu estivesse tentando convencer a mim mesmo, não a ela.
Ela deu um passo à frente, e agora eu podia ver seu rosto e seu corpo perfeito através do vidro embaçado. Seus olhos estavam brilhando, cheios de uma mistura de medo e desejo. — Eu sei — ela respondeu, sua voz quase sumindo no barulho da água. — Mas eu não consigo parar de pensar em você.
Meu coração parecia querer sair do peito. Eu sabia que aquilo era errado, que estávamos brincando com fogo, mas algo em mim não conseguia recuar. Jaque estava ali, tão perto, tão vulnerável, e eu não conseguia mais negar o que sentia.
Ela deu mais um passo à frente, e agora estava próxima ao box, separada de mim apenas pelo vidro embaçado. Eu podia ver a silhueta do seu corpo, a curva dos seus seios, a cintura estreita e os quadris arredondados. Ela estava totalmente nua.
— Paulo — ela sussurrou, colocando a mão no vidro. — Eu preciso de você.
Foi como se algo dentro de mim tivesse se rompido. A tensão que vinha se acumulando há semanas, meses e até anos talvez, finalmente encontrou uma válvula de escape. Eu abri a porta do box, e o vapor quente escapou, envolvendo Jaque em uma névoa úmida.
Ela olhou para mim, seus olhos escuros cheios de uma mistura de medo e desejo. — Eu não quero pensar mais — ela disse, sua voz quase sumindo no barulho da água. — Só quero sentir.
E então, sem mais palavras, ela entrou no box comigo. A água quente caiu sobre nós dois, misturando nossos corpos em um abraço que parecia ter sido esperado por uma eternidade. Seus lábios encontraram os meus, e o mundo ao nosso redor desapareceu.
Estávamos ofegantes, cheios de desejo. Com sua mão, ela pegou no meu pau totalmente duro, e eu apertava com vontade a sua bunda, fazendo com que ela gemesse baixinho. A adrenalina e o medo de Sandi acordar e nos pegar faziam com que nós dois olhássemos para a porta, mas não havia mais volta. A gente ia matar nosso desejo ali naquele momento.
E assim, ela virou de costas para mim, abrindo sua bunda com uma mão e apoiando-se com a outra mão na parede. — Coloca esse cacete gostoso em mim, por favor — ela sussurrou, sua voz carregada de desejo. — Me faz delirar essa noite. Prometo não gritar nem gemer alto.
Fodemos gostoso embaixo do chuveiro, mesmo não podendo fazer barulho. As estocadas, com a água do chuveiro caindo, pareciam palmas batendo. Gozamos juntos, com muito tesão e adrenalina. Nos beijamos, e pedi para que ela ficasse uns minutos no banheiro para que eu pudesse sair e verificar se era seguro.
Sai e fui direto até a porta do meu quarto, onde Sandi dormia calma e serena, pois tem um sono pesado. Voltei ao banheiro para me despedir, e Jaque disse: — Minha vontade só aumentou. Vamos precisar de outra, mas que não seja tão rápida como essa...
Mas isso é história para outro conto.
cunhada sempre é uma tentação