Assumindo a postura de uma governanta gentil, saiu para o quintal com a mesma imponência sedutora de sempre, equilibrando uma bandeja com refresco e pão de queijo. Caminhava com naturalidade, mas cada passo era um espetáculo. Sabia que estava sendo observada. Sentia os olhares masculinos pesando sobre cada curva sua, o desejo evidente, inegável.
As moças, por outro lado, silenciaram. Uma delas, Nicole, a mais nojentinha de todas, fingiu desinteresse, as outras Catarina e uma que Guida não lembrava do nome, lançaram olhares enviesados, incômodas com a atenção que rla estava recebendo dos garotos, ao desfilar pelo quintal com aquele rebolado confiante e natural.
E, numa reação instintiva, ela acabou provocando um pouco mais.
Ao alcançar a mesa próxima à piscina, inclinou-se para organizar os copos, permitindo que a calça jeans justa destacasse ainda mais sua bunda generosa. O tecido moldava suas curvas com perfeição, e o efeito foi imediato.
Fernando, um dos amigos de Célio, cutucou discretamente seu ombro antes de cochichar proximo ao seu ouvido, tentando ser discreto:
— Caramba, Célião… que bunda gostosa a Guida tem!
Célio reagiu na hora, empurrando o amigo de leve, envergonhado e indignado:
— Se liga, mano!
Guida ouviu, lógico, atenta como estava, mas fingiu ignorar. Por dentro, no entanto, sentiu aquele misto de orgulho e excitação pulsar em seu ventre. Era esse tipo de reação que a fazia se sentir realizada.
Enquanto os amiguinhos de Célio continuavam cochichando sobre a formosura de suas ancas, ela percebeu que ele também estava olhando. É claro que estava. Mas havia algo diferente no olhar dele. Mais intenso. Quase reverente, embora tímido.
Seus olhos se cruzaram. Mas dessa vez, Célio claramente se esforçou pra não deixar a timidez fazê-lo abaixar o olhar.
Guida sentiu de novo o arrepio voluptuoso percorrer seu corpo. O calor proibido tomou conta de seus sentidos. Sua parte sensata ainda sussurrava que aquilo era extremamente inapropriado. Um sacrilégio. Mas sua “outra parte” sabia que era exatamente isso que tornava tudo ainda mais excitante. Com um sorriso discreto, ela virou-se e voltou para dentro da casa, sentindo cada olhar queimando em sua pele.
Desejo nos homens e inveja nas mulheres. Exatamente como ela sempre gostou.
De dentro da cozinha, Guida continuava a observá-los pela janela. As moças atacavam o lanche sem cerimônia, mas os rapazes ainda estavam dentro da água, conversando em voz baixa, sérios. Ela sabia exatamente o motivo. Estavam tentando disfarçar. Tentando esperar as coisas se acalmarem.
“Todo mundo de pau duro. Coitadinhos…” — pensou, mordendo o canto do lábio, rindo baixinho com malícia e satisfação.
Mais tarde, no começo da noite, os amigos de Célio já tinham ido embora. O quintal estava mais silencioso, apenas o barulho das cadeiras sendo arrastadas quebravam a quietude da área da piscina. Guida organizava as cadeiras, secava o chão e se preparava para organizar o jantar.
Mas sua cabeça estava longe. Pensava nas loucuras que estavam lhe tomando. No fogo que parecia impossível de apagar. Em tudo o que estava fazendo. E, principalmente, em tudo o que estava arriscando.
Ela devia tanto à Dona Lívia. Àquela casa. Àquela família. E, no entanto, ali estava ela, brincando com fogo. Sabia que deveria se controlar, se afastar. Mas aquele volume excitad, apertado na bermuda molhada de Célio, era o que sempre voltava á sua mente.
“Tú quer voltar com as suas safadezas, muié? Tudo bem. Mas faz isso longe daqui, pelo amor de Deus!”
O tom de sua autorecriminação lhe fazia lembrar da voz da mãe. O mesmo tom severo de sempre. O mesmo olhar de reprovação que recebia desde a adolescência. A mãe passou a vida inteira tentando domá-la, tentando sufocar sua natureza despudorada. Mas nunca adiantou.
Aquilo era ela. Sempre foi. Só estava adormecido por um tempo. E agora, por mais que tentasse se repreender, por mais que tentasse se convencer de que estava brincando com algo proibido, cada pensamento de culpa era eclipsado por aquela vontade.
O jantar foi estranho. Guida e Célio estavam sentados à mesa, mastigando em silêncio, evitando a todo custo se olhar. O som metálico dos talheres batendo nos pratos parecia amplificar o desconforto, ecoando pelo ambiente como se estivesse zombando deles. O coração de Guida batia acelerado. Ela sentia que Célio também estava nervoso. Ele mal conseguia manter os olhos no prato, e suas mãos tremiam levemente ao segurar o garfo.
Estava à beira de um ataque. Sabia plenamente que o certo seria ir direto para sua edícula e se trancar lá até que a pequena Priscila voltasse. A presença dela, com certeza, seria o suficiente para apagar aquele fogo e deixar a razão finalmente assumir o controle, evitando que a tragédia acontecesse.
Mas saber, não era querer. Não queria se trancar no seu quarto sozinha. Ela queria era pular em cima daquele menino e fazer ele foder ela gostoso naquela mesa.
Não importa o que custasse... Ela queria fazer aquele menino virar homem.
Aquele jeito tímido dele a deixava louca. Quanto mais Célio evitava olhá-la, quanto mais suas mãos hesitavam nos talheres, mais Guida sentia sua calcinha encharcar. Tentava esfregar discretamente as coxas uma na outra, buscando aliviar aquele comichão insistente entre as pernas, mas só conseguia se deixar ainda mais acesa. Precisava dizer algo. Quebrar aquele silêncio antes que fizesse alguma besteira. Então, se precipitou:
— Célinho...
O menino quase saltou na cadeira, assustado. Guida também se sobressaltou, e os dois ficaram se encarando, olhos arregalados, como se tivessem sido pegos no flagra.
— Que foi? — murmurou ele, depois de um instante, a voz um pouco trêmula.
Guida abriu a boca, mas as palavras sumiram. A mente ficou em branco. Falou a primeira coisa que lhe veio à cabeça:
— A Priscila foi pro sítio com sua tia.
A frase saiu sem jeito, solta demais, e no instante em que a proferiu, Guida se arrependeu. Célio piscou algumas vezes, parecendo confuso, e respondeu baixinho:
— É... eu... eu sei.
— Fica muito quieto sem ela aqui, né? — tentou puxar assunto, mas a conversa soava forçada, artificial.
— É... — Célio concordou, num fio de voz.
O silêncio voltou, ainda mais espesso, quase insuportável. Guida sentiu que precisava falar mais alguma coisa, qualquer coisa. Era a pessoa mais experiente ali. E tinha que controlar a situação. Então, sem pensar, soltou:
— Vai fazer alguma coisa agora?
Célio pareceu pegar a pergunta no ar, processá-la devagar. Seu olhar a percorreu por um segundo, antes de balançar a cabeça negativamente.
— Vamos ver um filme na Netflix? — sugeriu ela, a voz saindo hesitante, quase sem querer.
Célio demorou a responder. O tempo se alongou, e Guida sentiu o arrependimento subindo. Talvez tivesse falado besteira. Mas então, depois de um momento que pareceu durar uma eternidade, ele assentiu.
— Tá bom.
Assim que o jantar acabou, Célio foi para a sala. Guida jogou os pratos na pia sem a menor cerimônia, os dedos inquietos, o coração disparado.
Era agora. Ia fazer mesmo.
Mas, ao dar um passo em direção à sala, algo a fez parar. Olhou para si mesma.
Moletom velho.
Camiseta larga.
Sensualidade nota ZERO!
Nem sabia por que tinha escolhido aquela roupa, ainda mais com o calor que fazia. Talvez fosse uma tentativa inconsciente de se esconder, de parecer o menos atraente possível. Só que mesmo assim não adiantava. Naquela altura do campeonato, Célio sentiria tesão nela mesmo que colocasse uma burca. Ela sabia disso. Mas por isso mesmo não queria que fosse daquele jeito. Tinha certeza absoluta que ele ainda era virgem. E se ela havia decidido que seria a primeira mulher dele, então pelo menos deveria estar vestida um pouco melhor. Tinha que ter o mínimo de charme.
Correu para o quarto, sentindo uma mistura de excitação e culpa queimando dentro dela. Não queria parecer oferecida demais. Se aparecesse só de lingerie ia assustar o coitado. Então, pensou na opção mais “casual” possível. Algo que parecesse natural, como se já estivesse vestida para dormir assim que o filme terminasse.
Uma camisola.
Começou a caçar nas gavetas, mas só achava umas bem detonadas, rasgadas, desfiadas. Tudo velharia. Até que puxou uma. A sua peça preferida. Um conjunto com shortinhos, de seda rosa. Linda.
O problema, era que a Dona Lívia tinha dado de presente pra ela.
“Sério que se vai ter a cara de pau de seduzir o menino usando a camisola que a mãe dele te deu?”
Mas acabou que não tinha outra opção. Tirou a camiseta e a calça e enquanto deslizava os dedos pelo tecido macio, o conflito voltou com força.
“Você é uma puta mesmo, né?” — se recriminou, sentindo uma pontada de vergonha. Por que diabos tinha chamado o menino para assistir um filme? O que estava pensando?
“Deixa de frescura! Vai fugir agora? Quanto tempo tú não dá pra ninguém? Desde bem antes daquele traste te chutar, sua besta!”
A verdade era essa. Estava sozinha há tempo demais. Quase quatro anos sem sentir o toque de um homem. E agora, bem ali ao lado, tinha aquele menino, lindo, forte, louco para sentir o gosto dela.
Guida vestiu o conjunto e encarou de novo o próprio reflexo no espelho. Mas algo não estava legal. Não queria parecer oferecida, mas aquele look não a satisfez. Decidiu tirar o shorts e ficar só com a parte de cima. A camisola curtinha fininha, deixava agora parte da calcinha branca aparecendo e a bunda totalmente á mostra.
Só de se olhar assim, já sentia um calor subindo pelas coxas.
Sem pensar duas vezes, decidiu também ficar sem sutiã. Desabotoou e puxou para cima, deixando cair no chão. Os seios ficaram livres, um pouco caidos, mas quando apoiou os braços na cabeça, fazendo aquela pose sensual, eles ficaram divinos no espelho. Os mamilos marcando levemente o tecido. O decote mostrando parte das grandes areolas, como um convite.
Sensualidade nota 1000.
Ela inspirou fundo.
“O moleque tá doido pra te comer. Você tá doida pra tirar o cabaço dele. Pronto, mulher!”
E saiu do quarto, indo pra casa principal de novo, pronta para “assistir o filme”.
Célio já estava no sofá, zapeando os filmes, quando ela entrou na sala. Os olhos dele se arregalaram. O corpo inteiro congelou. O menino parecia que tinha esquecido como respirar.
Guida sentiu um frio na barriga.
“Pronto! Assustou o menino. Estragou tudo. Quem mandou vir sem o shorts?”
Já pensava em dar meia-volta, mas então ele piscou, engoliu em seco e, com a voz falhando, conseguiu murmurar:
— T-trocou de roupa?
Ela puxou a barra da camisola instintivamente, tentando cobrir melhor a calcinha, mas era inútil. A camisola não ia crescer.
— É que... já vou dormir depois. Aí já botei minha camisola. — tentou responder com naturalidade, mas sabendo o quão falso tinha soado.
A luz da TV iluminava a sala escura, criando sombras nas paredes e destacando sua silhueta. E puta que pariu! A nega estava gostosa demais. Ali, descalça, a pele brilhando sob a luz difusa, os cabelos curtos e oxigenados bagunçados, aquela camisola fina deixando entrever curvas escandalosas... Parecia que tava numa daquelas cenas de cinema.
O negócio de Célio enrijeceu num segundo, e ele teve que se ajeitar na poltrona, cruzando os braços para tentar disfarçar. Se não estivesse preso na bermuda, aquilo ia bater no teto.
Guida sentou no outro sofá, cruzando as pernas devagar. O tecido fino mal cobria os quadris, e aquela coxa carnuda marrom ficou totalmente a mostra. Ela viu, pelo canto do olho, Célio engolir em seco. Era exatamente a reação que queria causar, mas ainda assim estava tão nervosa quanto ele.
“Deixa de moleza, mulher! Cadê aquela neguinha safada do Capão...”
O silêncio pesava. A tensão era quase insuportável. E incrivelmente, Célio foi o primeiro a falar algo.
— O que cê quer assistir? — perguntou com a voz meio trêmula.
— Ah... Escolhe aí. — respondeu, tentando soar indiferente, mas sentindo aquele misto de tesão e vergonha.
Célio voltou a zapear, tentando se concentrar em qualquer coisa que não fosse aquele par de pernas ao lado dele. Foi então que uma lista apareceu na tela: “Filmes que você marcou”. Guida arqueou uma sobrancelha ao ler os títulos.
Terapia do Prazer. Esta Noite Você Dorme Comigo. A Vida Secreta de Zoe. Desejo Proibido.
A boca dela se curvou num sorriso malicioso.
“Jogando videogame, né? Esse safadinho fica é se acabando, assistindo putaria...”
Célio percebeu tarde demais o que tinha acontecido e tentou passar rapidamente pela lista, mas Guida já tinha visto. O pobre já não sabia mais onde esconder a cara. Mas então, ela viu um título específico que chamou sua atenção.
“O Lado Bom de Ser Traída.”
Sentiu um gosto amargo na boca.
“Desde quando tem um lado bom em ser traída?”
Guida odiava lembrar do ex, mas ao mesmo tempo... aquilo parecia uma provocação do destino.
— Põe esse aí pra eu ver! — apontou para a tela.
Célio quase engasgou.
— Esse aqui?
— É... Quero saber qual é esse tal lado bom de ser traída. — disse, carregada de sarcasmo.
Célio ficou nervoso. Já tinha visto algumas vezes aquele. E sabia o que tinha nele. Se já estava daquele jeito só de ver Guida sentada ali imagina vendo aquelas cenas juntos... Puta merda!
Ele não queria que Guida pensasse que era um punheteiro tarado. Ainda mais depois do que aconteceu ontem... Mas ao mesmo tempo, a ideia de assistir aquilo com ela...
“PUTA MERDA!!!!”
— Quer ver esse mesmo, Guida? — perguntou novamente, só para ter certeza de que tinha ouvido direito.
Ela, já daquele jeito, nem hesitou:
— É esse mesmo, Célinho. Põe aí!
Célio apertou o play. E discretamente pegou uma almofada do sofá, pra colocar no colo.
Pra falar a verdade, as cenas nem eram tão pesadas assim, comparando com a pornografia que se tinha acesso nos dias de hoje. Mas só a atmosfera do assunto já era combustível suficiente pra fazer os motores ali acelerarem.
No filme, a protagonista, uma mulher traída, descobria a infidelidade do marido e, em vez de se entregar à tristeza, decidia explorar sua própria sexualidade de forma libertadora.
— Essa ai não foi burra igual eu. – exclamou Guida, de maneira sarcástica e provocadora.
Célio riu sem graça, um risinho meio sem ar, meio de apoio. Já conhecia a história do casamento de Guida e o motivo dela ter vindo morar com eles. Mas o que estava pegando mesmo, era que seu pau já latejava de tão duro debaixo daquela almofada, que até doía.
E do outro lado do sofá, Guida travava sua própria batalha. Ela já tinha decidido que ia em frente com aquilo, não importava os riscos. Mas o “anjinho da razão” ainda tentava, num último esforço desesperado, contra-atacar.
“Toma vergonha nessa cara e vai tomar uma ducha gelada, sua despudorada! Você viu esse menino crescer!”
Mas o “diabinho da safadeza”... Ah, esse já tinha botado o pé na mesa, aberto um vinho e acendido um cigarro.
Ela apertou os lábios, tentando disfarçar o calor absurdo que subia pelo corpo. Mas, por dentro, o pensamento martelava enlouquecedor:
“Ai, caralho... Se esse moleque não me comer agora, eu vou endoidar.”
Do outro lado, Célio estava num estado ainda pior. O coração parecia que ia sair pela boca. Cada cena do filme, cada suspiro, cada gemido na TV, era um lembrete cruel do que ele queria fazer ali, naquele exato momento.
Pegou mais uma almofada e colocou no colo junto da outra.
“Ela vai perceber, porra!”
A sala estava mergulhada numa tensão espessa, quase sufocante. O brilho da TV deixava aquele clima de chiaroscuro parecido com de um cabaré. O som abafado dos gemidos na tela misturava-se à respiração acelerada dos dois.
Guida cruzou as pernas e esfregou uma coxa na outra. Má ideia. O movimento roçou o tecido fino da calcinha na buceta já molhada, atiçando mais ainda aquele fogo. Não conseguiu evitar de soltar um gemidinho discreto. Mas no meio do delírio, percebeu que Célio a observava de relance.
“Filho da puta... Esse pauzão tá durasso aí, né?” – viajou lembrando da noite anterior, quando se masturbou com as pernas abertas na cama, imaginando exatamente aquilo. E agora, ele estava ali, do lado dela.
E foi.
O “anjinho” foi nocauteado de vez.
Guida começou a se mexer, com as pernas abertas no sofá, num desespero silencioso, de se aliviar. Mas os movimentos eram lascivos, cada vez mais descarados. As mãos subiram devagar, deslizando pelos próprios seios, circulando os mamilos rijos por cima do tecido da camisola.
Os “faróis acesos” feito faroletes.
Depois, os dedos desceram, escorregando pela barriga, parando entre as pernas. A palma pressionou por cima da calcinha molhada, e ela arfou baixinho.
“Agora já era... Se esse menino não se ligar, eu mato ele!”
Célio agora nem ligava mais pra TV. Estava de olhos arregalados na direção de Guida.
Travado. Cativo. Hipnotizado.
Aquelas coxas grossas, a pele negra brilhante, os seios apontando na camisola... Deus... Que tentação...
— Nossa... Que calor... Tô suando. — murmurou Guida, tomada pelo desespero voluptuoso entre as pernas. O sangue pulsava nas têmporas. O corpo inteiro estava em chamas. Ela se virou, aberta daquele jeito e cravou os olhos nele.
— Não tá com calor, Célinho?
A voz saiu baixa, carregada de malícia. E, enquanto falava, se masturbava por cima da calcinha, mexendo os dedos rapidamente. Sem pudor, sem medo, como se estivesse dizendo: “Eu sei que você quer ver. Eu também quero mostrar.”
Ele se mexeu no sofá, tentando manter o controle.
— N-não... — respondeu Célio, num fio de voz, quase inaudível, sem piscar.
Ela sorriu e se levantou devagar, indo na direção dele, e se sentou ao seu lado no outro sofá. Bem pertinho, em cima do braço lateral. Seu ombro ficou colado no dele. O cheiro do perfume misturado ao calor da pele invadiu Célio como um soco no estômago.
— Tira essas almofadas daí! Dá até agonia ver você se escondendo debaixo dessas coisas quentes...
Antes que ele pudesse protestar, Guida já tinha agarrado as almofadas e jogado longe. O único escudo que protegia o cavaleiro de sua situação vulnerável. E agora, aquele volume cheio e ereto saltava evidente por baixo da bermuda.
Os olhos dela desceram. Os lábios se abriram num sorriso cheio de fome.
— Eita... Tá animado, é?
Célio literalmente parou de respirar. O rosto queimava de vergonha, mas o corpo não mentia. Ele estava completamente à mercê dela. Guida, por sua vez, voltou os olhos pra TV, disfarçando uma normalidade que não existia.
— Deixa de besteira, Célinho. Só tá nós dois aqui. Já te falei que isso é normal na sua idade. - a voz dela era baixa, quase preguiçosa, como se estivesse apenas comentando o clima.
Célio sentiu o coração disparar. Ele olhou para Guida, buscando alguma confirmação de que aquilo realmente estava acontecendo. Mas ela não parecia interessada nele — ou pelo menos fingia bem. Continuava com os olhos na tela, enquanto seus dedos continuavam a dançar a dança proibida, por cima da calcinha.
— Ficou assim por causa do filme, né? — a pergunta veio casual, sem pressa.
Ele engoliu em seco e apenas assentiu. Não tinha iniciativa pra dizer nada.
— Eu também fiquei, sabia? — numa confissão carregada de malícia. — Aiii... Tô quase subindo pelas paredes...
Guida suspirou e, num gesto que parecia espontâneo, mas era calculado até o último milímetro, puxou a calcinha pro lado e afundou os dedos na própria buceta.
Célio arregalou os olhos.
Ela gemeu baixinho, como se estivesse se tocando sem perceber que ele estava ali. Mas, claro, ela sabia muito bem.
— Eu já te vi batendo punheta... Então acho que não tem problema eu fazer isso na sua frente, né? – a voz dela era uma mistura de deboche e promiscuidade. Não estava pedindo permissão. Estava apenas constatando um fato.
Os dedos de Guida se moviam sem pudor, entrando e saindo com estalos molhados que preenchiam o silêncio da sala. Ela mantinha agora o olhar preso ao dele, como se estivesse desafiando o menino. Mas Célio não desviou. Estava hipnotizado. Alternava o olhar entre os dedos encharcados dela e o rosto que agora exibia um sorriso lascivo, entregue.
— Célinho... — gemeu baixinho, chamando por ele em palavras.
— Oi? — respondeu ele completamente em transe.
— Tá com vontade de bater punheta também? — perguntou, num tom que parecia o de alguém oferecendo um petisco delicioso.
Ele assentiu, a respiração entrecortada.
— Pode bater. Não precisa mais fazer escondido, não. – permitiu, como se tivesse aberto as portas do inferno. Ou do paraíso.
Célio ainda hesitou por um segundo, como se o próprio cérebro não acreditasse que aquilo estava acontecendo. Começou devagar, alisando por cima da bermuda. Mas Guida não queria assim.
— Põe pra fora! Deixa eu ver como tú faz. – a ordem veio macia, mas com uma autoridade que fez o pau de Célio latejar ainda mais.
Com mãos trêmulas, ele abriu o zíper. A bermuda desceu um pouco, e então o membro saltou para fora, grosso, quente, pulsante.
Foi a vez de Guida arregalar os olhos.
— Nossa...?!?
A admiração dela não era encenação. Aquilo ali era quase uma obra de arte. Era grande, mas sem exagero, imponente o bastante para impressionar. Mas era mais grosso que o normal. Com a cabeça rosada e reluzente sob a luz baixa da TV, o tronco reto, firme, latejando como se clamasse por atenção. As veias saltavam pelo comprimento, criando um relevo provocante que acentuava ainda mais a virilidade do rapaz.
Um menino lindo... Com uma pica linda. Por que seria diferente?
Um líquido translúcido já brotava da pontinha, escorrendo devagar pela extensão, tornando tudo ainda mais tentador. Sem parar de se tocar, Guida acelerou os movimentos, enfiando os dedos com força, enquanto assistia ao espetáculo do jovem se masturbando na frente dela. Célio segurava o próprio pau com uma reverência quase tímida no começo, mas o desejo logo venceu a inexperiência. A mão deslizou ao longo da extensão, ritmada, firme.
Finalmente, estavam ali. Dois corpos quentes, duas mentes incendiadas, dois desejos se cruzando. Os dois “amantes distantes”, finalmente na mesma sala, de frente um pro outro, sem barreiras, entregando-se juntos ao auto prazer.
Guida se abriu toda no braço do sofá, ficando logo acima de onde Célio estava, como uma deusa a ser venerada. Era exatamente isso que Célio estava fazendo. Venerando a sua deusa do sexo com sua “homenagem”.
Junto com o entra e sai dos dedos, o balançar do braços, e o peito subindo e descendo em um ritmo que já denunciava sua urgência. A buceta pulsava, se contraindo a cada penetração, sentindo os espasmos de prazer percorrerem por sua pele como uma descarga elétrica. A carne quente e acolhedora se fechava ao redor de seus dedos, querendo quase prendê-los ali. As pernas tremiam mais e mais, conforme ia metendo os dedos com mais força, mais fundo. Cada estocada era uma promessa de alívio, mas o prazer crescia logo a seguir, num ciclo delicioso e insuportável ao mesmo tempo.
Célio observava tudo aquilo de perto, sem filtros, sem distâncias. Não era mais uma foto roubada, nem um olhar furtivo por uma fresta qualquer. Ela estava ali, de carne e osso, escancarada em prazer bem diante dele. O cheiro quente da excitação de Guida impregnava o ar, misturado ao suor que deslizava pela pele negra e brilhante, encharcando a camisola fina até deixá-la praticamente invisível. Cada rufada de ar que escapava dos lábios entreabertos dela vinha carregada de luxúria, soprando direto contra ele, como uma provocação, um convite silencioso.
Era o tesão vivo, pulsante, ao alcance de suas mãos. Não um devaneio adolescente, não uma memória distorcida pela imaginação, mas a própria mulher que inspirou incontáveis punhetas suas, desde a primeira aos 12 anos, quando a viu de biquini na piscina uma vez.
E agora ele estava ali, olhando, sentindo, vivendo aquilo. Gemia baixinho enquanto deslizava a mão firme pelo próprio sexo, bombeando com uma fome que nunca sentira antes. Pra cima e pra baixo, o ritmo frenético, a pele quente escorregando sobre as veias saltadas. Era uma volúpia surreal. Ele não queria que aquilo acabasse. Mas ao mesmo tempo, queria gozar logo, queria explodir ali, queria ser consumido inteiro por aquele momento proibido e perfeito.
Durante tudo isso, nada era dito ou falado. Os dois apenas se olhavam nos olhos, numa espécie de jura silenciosa.
Guida então jogou a cabeça para trás, os olhos semicerrados, a boca entreaberta soltando gemidos mais altos. Com a outra mão, apertou os próprios seios, beliscando os mamilos túrgidos, aumentando ainda mais o tormento delicioso.
A fricção aumentava, os movimentos ficando erráticos, desesperados. O som molhado dos dedos brincando dentro dela ecoava pelo cômodo, misturado à sua respiração ofegante e também aos gritos que soltava agora. O prazer subiu como uma onda furiosa, arrebatando-a sem piedade. O corpo inteiro se retesou, e então veio a explosão—um orgasmo violento, arrastando-a para um abismo de puro êxtase escandaloso. Como sempre era com ela. O corpo se contorcendo conforme os espasmos sacudiam cada músculo. Os dedos ainda sentiam as contrações fortes, aquele aperto intenso que parecia sugar até a última gota de prazer.
Ficou ali, tremendo e gritando, com a respiração descompassada, o suor escorrendo entre os seios e a vulva ainda latejando em pequenos pulsos de prazer residual.
Célio acelerou os movimentos, sentindo que também estava atingindo a chegada. Mas antes que pudesse se entregar ao gozo, sentiu a mão firme de Guida segurar seu membro, interrompendo-o. Ele parou e tirou a própria mão. Os dedos quentes e úmidos envolveram sua carne pulsante, apertando com uma força tão possessiva, que parecia que queria arrancar aquilo para ela.
Surpreso por aquele contato direto, pela sensação da pele dela contra a sua, pelo olhar carregado de desejo e urgência, sentiu Guida deslizar os dedos devagar, de cima a baixo, brincando, provocando, com uma precisão quase cruel, como se testasse sua resistência, como se provocasse cada fibra do seu autocontrole, desafiando-o a se segurar.
O olhar dela queimava sobre o dele, com uma expressão quase de desespero. Guida pareceu hesitar por um momento. Ainda ofegante, os lábios entreabertos, a buceta pingando de molhada encostada no colo dele e os olhos carregados de um prazer febril, fitou-o como se perguntasse silenciosamente: “O que a gente tá fazendo?”
Mas antes que qualquer resposta pudesse existir, foi como se uma decisão avassaladora a tomasse por completo. Mesmo com aquele olhar que parecia transmitir dúvida ou até arrependimento, ela subiu em cima dele. Os joelhos afundando no sofá, as coxas carnudas abertas de cada lado do corpo de Célio. A camisola molhada de suor colada ao corpo, os bicos dos peitos duros como pedras. A respiração dos dois se misturava ali naquele pequeno sofá de dois lugares, enquanto sua mão, segurando aquele pênis como se fosse a coisa mais preciosa do mundo, guiava-o para a sua entrada quente e ensopada. O jovem Célio sentiu pela primeira vez o quente e sedoso roçar do toque vaginal na sua glande. O ar pareceu desaparecer dos pulmões dele.
Então, ela começou a descer.
Devagar, milímetro por milímetro, como se o próprio tempo se esticasse naquele instante. Ela parou de repente soltando um grito. A dor do sedentarismo sexual a preencheu, aguda, por um breve momento. Os músculos da vulva se contraíram ao redor da cabeça. Célio gemeu alto. Guida apertou os lábios com os dentes. A expressão oscilando entre prazer, surpresa e saudade daquela sensação que não tinha há quase 4 anos. Era sim dor, mas uma dor deliciosa e desejada.
Se encararam de novo. Sem palavras outra vez. Nada precisava ser dito, só sentido.
Célio estava em puro êxtase. As mãos seguraram firme as coxas dela, sentindo a pele suada, a carne tremendo. A sensação de estar dentro dela era quente, apertada, absurda.
E então, num impulso de pura fome, Guida sentou de vez, enterrando tudo dentro dela. Sua cabeça tombou para trás, e mais um grito longo e escandaloso escapou de sua garganta. Célio soltou um gemido grave, sentindo-se sugado para dentro daquele corpo macio e escaldante. As unhas dela cravaram em seus ombros, os olhos vidrados nos dele, uma expressão sofrida mas ao mesmo tempo maliciosa. O menino lutou ferozmente pra não gozar já ali. Estava inteiro dentro dela.
Ela começou a cavalgar já em velocidade máxima, feroz, com um ritmo que fazia o sofá gemer quase tão alto quanto ela. As mãos de Célio a tocavam em toda a parte, desajeitadas, tão perdidas no prazer quanto ele. Guida soltou dos seus ombros e as segurou, guiando-as para sua bunda, onde as apertou, indicando a ele que queria uma pegada forte ali. Célio então obedeceu e apertou as nádegas carnudas com uma força que a deixaria com manchas roxas no dia seguinte – e ela adorou. Tanto que gritou de novo e retribuiu, cravando as unhas curtas no seu peito, enquanto continuava a cavalgar alucinada. Cada estocada para cima, cada mergulho para baixo, fazia aquele pau grosso bater fundo exatamente no seu ponto G. Seus seios balançavam livres, suados, os mamilos tão intumescidos que lembravam a ponta de um taco de sinuca. Ela arqueava as costas, jogando o peso todo para trás, fazendo ele entrar ainda mais fundo, até ela sentir a cabeça dele bater de novo naquele ponto lá dentro, como se aquele pau tivesse sido feito sob medida pra sua buceta.
As batidas dos quadris de Guida ecoavam como o som de tapas fortes na pele, cada estocada mais sonora que a anterior. E então, num momento entre um grito e outro, um pensamento invadiu sua mente como um raio - Nunca, em todos esses anos, com todos aqueles homens, ela tinha sentido um furor daqueles. Quatro anos de abstinência podiam explicar parte dessa disposição, mas não justificavam como aquele menino virgem, de mãos desajeitadas, a fazia sentir coisas que nem o ex-marido, no auge do casamento, conseguira.
O choque dessa revelação só a deixou mais sedenta ainda.
Ela sorriu, sacana, e diminuiu o ritmo, quase parando. Levantou-se devagar, sentindo cada centímetro dele escorregando para fora, até ficar só a ponta encaixada. E então, num movimento brusco, sentou de novo com tudo, fazendo os dois gritarem.
Célio olhava para ela como se estivesse vendo uma deusa. Os olhos arregalados, a boca entreaberta, a respiração ofegante. Guida devorava aquele olhar — a mistura de devoção e tesão, como se ele não acreditasse que aquilo estava acontecendo.
Com um movimento brusco, ela levantou-se, deixando Célio lá, perdido, o pau latejando no ar, melado dela. Ela olhou pra ele ali sentado, com aquele negócio em pé, duro pra cima, e depois de um segundo de admiração, puxou o menino pelo braço com força. Ele resistiu por um segundo, confuso, mas ela não teve paciência — agarrou com mais força e o fez ficar de joelhos no sofá.
Tesão demais para delicadeza. Tesão demais para qualquer coisa que não fosse ela no controle.
Quando ele se posicionou como ela queria, Guida virou-se de costas, empinando aquela bunda que ninguém nesse mundo conseguiria resistir, ficando de quatro por sobre o braço do sofá. Com os dedos puxou de novo a calcinha pro lado, abrindo caminho e com a outra mão, mais uma vez guiou aquele membro para a sua entrada molhada. E não esperou a iniciativa dele – empinou a bunda mas pra trás com tudo, enterrando-se até o talo num único movimento, fazendo os dois gritarem de novo.
Ela, mais uma vez, guiou suas mãos até afundarem na sua carne macia, com firmeza e raiva, indicando a força que exigia na pegada. Depois começou a rebolar, lenta, depois rápida, depois lenta de novo, controlando os movimentos e cada gemido que saía da boca dele. Célio começou a puxá-la com vontade, bombando nela com estocadas violentas, e Guida devolvia na mesma moeda, empurrando a bunda pra trás com toda a força. As vezes se atrapalhavam na cadência e desencaixavam, mas voltavam de novo para o movimento, com um desespero lascivo.
Mas Guida não parou ali. Queria mais. Queria o seu Célinho de todos os jeitos.
Arrancou ele do sofá de novo, empurrando-o de costas contra o tapete no chão e jogou-se sobre ele, os seios suados colados no peito dele, a boca a um fio de distância. O hálito quente de Célio batia em seus lábios, e, pela primeira vez em anos, ela sentiu uma vontade absurda de beijar aquela boca. Algo que ela nunca fizera com ninguém além do ex-marido.
Mas se segurou. Por mais hipócrita que pudesse parecer, naquele momento ela achou que seria demais. Recuou, roçando os lábios no pescoço dele em vez disso, sentindo o pulso acelerado sob a língua. Começou a esfregar o corpo nele, a buceta ainda pulsando em volta daquele pau delicioso, mas sem deixá-lo entrar de novo. Queria vê-lo enlouquecer de vontade.
E ele estava. Os olhos dele vidrados nela, a boca tremendo, as mãos agarrando o tapete macio como se fosse a única coisa segura no mundo. Ela acelerou a fricção e sentiu o orgasmo chegando. Uma onda que subiu, cresceu e explodiu, enquanto ela se contorcia, os músculos da buceta apertando o pau dele como se quisesse sugar até a alma.
Não demorou pra que o urso entrasse na caverna sozinho, com todo aquele esfrega-esfrega, e a meteção continuou alucinada, com Guida de novo por cima de Célio, mas agora com os dois se abraçando apertado. Guida, com o rosto colado no de Célio, movimentava o quadril pra cima e pra baixo, como uma odalisca desvairada, não demorando nadinha pra alcançar mais um orgasmo frenético. Os gritos agora se abafaram no pescoço de Célio. Ela se contorcia em cima dele, os músculos internos apertando o pau de Célio como um punho.
Quando se recuperou de mais esse, sem parar o remelexo do quadril, foi então que ela percebeu.
Tava chegando. A primeira gozada de verdade do seu menino.
Num movimento rápido, ela se levantou, deixando ele vazio, ofegante. Ajoelhou-se na frente dele, pegou o pau com uma mão e começou a bater punheta loucamente, os dedos fechados em volta daquela carne quente e melada.
Célio gemeu, o corpo todo tremendo, os olhos fechados, a cabeça jogada para trás, os músculos do abdômen contraindo-se em espasmos.
Guida viu que ele estava a um segundo de explodir.
Ela esticou o outro braço, pegou ele no queixo e chamou sua atenção.
— Olha pra mim! Olha o que eu tô fazendo!— ordenou, a voz rouca de tanto gritar. E ele obedeceu prontamente. Os olhos de Célio, cheios de um êxtase quase doloroso, encontraram os dela.
— Isso! – exclamou acelerando o máximo que podia aquela punheta.
Era assim que ela gostava. Ver o olhar de agonia e êxtase que causava, quando fazia o parceiro explodir sob o controle total de suas mãos. Totalmente entregues. Submissos ao seu poder.
E assim, Guida viu os jatos espirrarem longe e pra todos os lados, junto com seus gritos, finalmente libertos, de êxtase. O primeiro jato acertou seu queixo. Os seguintes se espalharam pelo tapete, pela barriga dele, seu pescoço, seus seios, e até no seu cabelo.
Um estouro de champanhe.
O furor foi se assentando. Os ultimos jatos não mais jorravam, apenas escorrendo pela sua mão , toda besuntada de sêmen.
Enquanto se recuperavam, Guida sorriu ao ver que Célio ainda olhava pra ela. E naquele olhar — desesperado, perdido, como um menino que tinha acabado de descobrir o céu — Ela viu a verdade cravada mais fundo que qualquer palavra. Tinha dado a ele um presente que nenhuma outra mulher no mundo deu. A primeira vez dele não seria só um fôlego rápido no escuro, um gemido abafado na mão. Não.
Ela... A sua musa... A sua Guida tinha feito daquele um dos momentos mais intensos da vida daquele menino. O seu menino.
Uma lembrança que estaria ali pra sempre.
A sala ficou em silêncio de novo, só o som da TV ecoando, com aquele filme que ninguém mais assistia. O ar pesava com o cheiro de sexo e suor, misturado ao aroma adocicado do esperma que ainda pingava do queixo de Guida.
Ela olhou para baixo, os olhos percorrendo os respingos brancos espalhados por todo o lugar. Um riso meio abafado escapou dos seus lábios.
— Nossa, Célinho... Que sujeira... — murmurou, a voz ainda rouca dos gritos, enquanto erguia uma mão para examinar a meleca entre os dedos. O sorriso dela era uma coisa estranha — parte surpresa, parte orgulho, parte nervosismo. O garoto tinha gozado como um touro no cio. Ela levantou os olhos e encontrou o olhar dele de novo. Os lábios entreabertos, os olhos marejados, a expressão de um devoto diante de sua santa. Aquele olhar a atravessou mais fundo do que tudo.
Os dois ficaram parados, ainda respirando forte, o silêncio crescendo entre eles como uma terceira pessoa na sala. Até que, num impulso que nem ela mesma entendeu, Guida se inclinou para frente e prendeu a boca dele num beijo. Não foi um selinho, nem um beijinho de namoradinha. Foi um beijo de verdade — língua, dentes, saliva e tudo. O gosto dele era quente, um pouco salgado, misturado ao suor. Ela sentiu o corpo dele endurecer com a surpresa, mas em segundos ele respondeu com a mesma fome, as mãos agarrando seus ombros como se tivesse medo que ela desaparecesse.
Foi ela quem também parou com aquilo, puxando o rosto para trás e rompendo o contato. Os dois ficaram se olhando, sérios, a respiração ainda acelerada.
E então algo mudou no rosto de Guida.
Os olhos dela escureceram, a expressão endureceu. Ela se levantou de um salto, como se tivesse tocado em algo quente, e ficou parada por um segundo, o corpo tenso, a mente correndo a mil por hora.
“Fodeu... Que caralho de merda eu fiz?”.
Sem uma palavra, virou-se e saiu. Cruzou a sala com passos firmes, ignorando a bagunça, a TV ainda ligada, o cheiro deles impregnado no ar. Atravessou a cozinha, saiu correndo pelo quintal e bateu a porta da edícula atrás dela como um ponto final.
Dentro, no escuro, Guida encostou as costas na parede e se sentou no chão.
Agora que a vontade do diabinho tinha sido saciada, o choque da realidade tinha batido como um soco no estômago.
Ela tinha tirado a virgindade do filho da Dona Lívia. Tinha fodido com um menino de 17 anos, que praticamente ajudou a criar.
E pra piorar ainda mais... Acreditava de verdade que tinha sido a melhor foda da sua vida.
“PUTA QUE O PARIU!!!”
CONTINUA...
delicia de conto e fotos
Realmente muito bom.