O sequestro - Parte 02

Olá pessoal, obrigada por lerem meus contos, obrigada pelas mensagens de apoio e incentivo, sugestões e elogios. Esse conto que comecei, não vai se focar em 100% na pura putaria, então prefiro deixar isso claro no começo, para não decepcionar aqueles que procuram esse tipo de relato. Pra quem gostou e quer saber da história se delicie e deixe comentários e curtidas tbom? Um grande beijo a todas e todos, e tenham uma ótima leitura!
**************************************************************

As visitas do Chefão ao meu quarto se tornaram frequentes, a cada dia que ele saia do quarto onde eu estava me sentia destruída, desvalorizada e um lixo. Pelo que percebi, a situação do meu resgate ainda não tinha sido regularizada e ele fazia questão de me humilhar cada vez mais por isso, mas eu não ligava, não queria que ninguém desse um valor se quer para aquele porco imundo, ele não merecia nenhum esforço. O problema começou a ocorrer, quando ele percebeu o real interesse que meu chefe tinha por mim, até algo que era oculto e guardado por ele, que eu não conseguia identificar, esse lixo imundo conseguiu fazer com que aflorasse. Dillan estava desesperado, já se faziam mais de 3 semanas que eu estava naquele inferno e o Chefão não queria fazer acordo. Depois que ele passou a transar comigo e desfrutar do meu corpo, acabou aumentando o valor da recompensa, estava pedindo agora cerca de R$500.000,00; eu sabia muito bem que meu chefe não podia dar essa grana, porque se ele o fizesse, iria acabar com a empresa que construiu. Eu precisava fazer algo, precisava fazer qualquer coisa para conseguir impedir que o Dillam fizesse qualquer besteira, porque pelo que o Chefão falava, ele estava quase cedendo.
Nas visitas que o Chefão me fazia, ficava cada vez mais solto e mais despreocupado, porque sabia que eu não iria mostrar nenhuma relutância, tanto que ele tinha parado de entrar no meu quarto acompanhado. Aproveitei isso como uma chance de conseguir, de alguma forma, manter um contato com o Dillan, de forma que auxiliasse no resgate. Nas idas e vindas dele, percebi que ele tinha muito contato com a tecnologia, sempre estava com um celular à vista, moderno e tecnológico, percebi também que ele usava mais de um, sempre estava com dois ou mais celulares. Teve algumas vezes que ele estava no quarto junto comigo e acabava tendo que atender uma ligação, isso começou a ficar cada vez mais frequente em suas visitas e comecei a distinguir qual era o mais importante e o menos importante. Com as suas visitas sendo cada vez mais frequente, ele mandou colocar um tipo de mesa no quarto onde estava, assim poderia colocar as suas coisas em um local mais limpo, ao invés de deixá-las no chão e quando ele não estava, eu a usava como mesa para fazer as minhas refeições, acredito que ele tenha se afeiçoado por mim e tentava me dar um pouco de conforto possível, talvez ele estivesse tentando me agradar, além desse detalhe, percebi que a comida que me era oferecida, tanto café da manhã, almoço, janta, tinham melhorado na qualidade, eles sempre deixavam uma garrafa de dois litros com água no quarto e toda vez que ele estava para me visitar, era levada ao banheiro de modo a fazer minhas necessidade pessoais e estar bem limpinha para recebê-lo. Como ele estava sempre com seus celulares, colocava-os na mesa que tinha improvisado para meu uso, no qual me facilitava para perceber qual ele mais usava e qual ele menos usava, assim poderia, de alguma forma, planejar algo.
Foi em uma dessas visitas que o Chefão me fez que finalmente consegui colocar meu plano em ação. Como ele estava já acostumado com meu jeito, não se preocupava mais com a forma que eu agia e sabia muito bem que eu iria manter certa distancia do seu corpo, tentando ter ao mínimo possível de contato com ele. Numa dessas visitas, percebi que ele estava com pressa e disse que hoje não iria usar e abusar do meu corpo como sempre gostava. Hoje eu iria simplesmente fazer um oral nele e depois ele voltaria mais tarde para terminar o serviço. Então, ele veio até a cama onde estava, arriou as calças pra baixo do joelho e sentou na cadeira que eu usava para fazer minhas refeições. Colocou o pau pra fora, se reencostou na cadeira e mandou eu chupar. Vez ou outra era obrigada a pegar naquele mastro para fazer o oral e em alguns momentos ele começou a me olhar com curiosidade, chegou a perguntar se eu estava começando a gostar disso, no qual a única resposta que ele recebeu foi meu silencio e a chupada que estava dando. Ele riu e voltou a curtir, não se preocupando mais com meus toques. Às vezes me apoiava em suas coxas, mas nada que levasse muito tempo e ele só curtindo, nem se preocupando com nada. Por descuido ele acabou deixando um dos celulares que menos usava no bolso, o mais esquecido, que era usado em ocasiões especificas e raramente na minha frente. Com isso, consegui facilmente enfiar a mão no bolso da calça dele a procura do celular, achando perdido, como estava ajoelhada em cima da cama improvisada que me fizeram, coloquei o celular embaixo da cama e deixei lá, torcendo para que ele não tocasse. Terminei de fazer o oral nele, como sempre ele me obrigou a engolir toda a sua porra, se vestiu e foi embora, como não fizemos sexo, as moças que me levavam para banhar e cuidar do meu anus não vieram, então, antes que o outro porco imundo entrasse com a minha comida, peguei o celular, coloquei escondido atrás de onde ficava o meu travesseiro, mas antes deixei no modo silencioso, afim de evitar qualquer situação que me constrangesse. Depois que o porco imundo recolheu o que tinha sobrado da comida e foi embora, sem antes me lançar aquele olhar guloso e cheio de desejo, sabia que a partir daquele momento, ninguém mais entraria no quarto onde estava trancafiada, somente de manhã, que entraria alguém para me trazer meu café da manhã. Esperei um pouco mais de tempo, prestando atenção no movimento da casa, até perceber que estava tudo em silêncio, eles não tinham o costume de ficar muito tempo parado na frente do meu quarto, se preocupavam mais em guardar outros cantos da casa, menos a porta do meu quarto, só fiquei prestando atenção, se da janela do quarto onde estava, tinha alguém que poderia me ouvir. Ao ter total certeza de que ninguém poderia me escutar ou algo do tipo, peguei o telefone que tinha escondido e liguei para a casa do meu chefe, ele me atendeu em questão de 3 a 4 toques, quando ouviu minha voz, percebi o alivio que sentia em me ouvir, perguntou como eu estava, queria saber o que eles estavam fazendo comigo, mas eu cortei, dizendo que não era seguro e não tinha muito tempo, disse pra ele procurar a polícia o mais urgente possível e não fizesse nenhuma besteira, ele só me escutava. O telefone que eu tinha saqueado, não era lá essas coisas, mas era com andrioid, antes de ligar para ele, vi que tinha alguns aplicativos que davam para ser usados como ponto de localização e imediatamente consegui ativá-los, enquanto eu falava com meu chefe, pedi para que ele me passasse seu número, afim de que eu iria tentar mandar a localização de onde eu estava, para que ele passasse para a polícia e ocorresse o meu resgate. Ele disse que na primeira vez que ligou para o meu celular e eles atenderam, que ele já tinha contatado a polícia e eles estavam tentando achar uma forma de conseguir localizar onde eu estava sendo mantida, que com isso, seria bem mais fácil e rápido a minha liberdade. Depois que eu desliguei o telefone, comecei a ter um pouco de esperança e comecei a acreditar que enfim eu iria conseguir minha liberdade. Fiz o que tinha combinado em fazer com ele, não antes de mandar uma mensagem dizendo que como tinha conseguido roubar o telefone, eu teria que mantê-lo desligado, pois precisava poupar a bateria do celular, mas com a localização que eu mandei, seria fácil para eles me resgatarem e se acontecesse alguma coisa, eu faria de tudo para conseguir manter contato com ele.
Os dias se passaram agonizantes para mim, já estava no terceiro dia que eu tinha feito essa loucura e nada tinha acontecido. O Chefão continuava a me fazer as visitas, tinha achado um jeito de esconder o celular em baixo da cama, de forma que mesmo eles arrumando a cama para eu dormir, não iria conseguir achar o celular. Já não estava aguentando mais, a espera me matava e a esperança que tinha crescido foi-se esvaindo. Comecei a entrar em um estado de depressão tão grande, não conseguia comer mais, não conseguia beber nada, só ficava deitada. No começo isso não foi percebido pelo Chefão, pois acreditava que eu ainda estava lhe ignorando, porém ele começou a perceber que eu estava mais fraca, que quando eu sangrava, era mais constante e estava ficando cada vez mais debilitada. Ele começou a se preocupar e tentou fazer algo, ele não queria que eu morresse, queria que eu continuasse viva, queria usar mais meu corpo, queria se satisfazer mais.
Agora a entrega das refeições era sempre supervisionada com alguém que ficara responsável em fazer com que eu me alimentasse. No começo eles forçavam os alimentos boca adentro, mas nada adiantava, mesmo me alimentando ainda estava fraca e quando o Chefão me penetrava, eu sangrava sem parar. Ele parou de fazer sexo comigo, afim de que eu me recuperasse, mas continuou com as visitas. No começo ele ainda investia contra mim, mas depois de ver a minha situação, parou até de se masturbar na minha frente, não gostava de me ver naquela situação. Acredito que o que ele começou a sentir por mim, se passava mais do que sexo, acho que ele realmente estava gostando de mim.
Vendo que eu não melhorava e meu quadro só piorava mais, pois eu estava tendo crises de cólicas e quando iria evacuar no banheiro meus restos saiam moles e com sangue. Ao saber disso o Chefão não quis mais saber, como já se passava mais de 1 mês que eu estava ali, presa, e nada do meu resgate ocorrer e viram que realmente não teriam a grana que pediram, resolveram me largar em um lugar qualquer, pois a única coisa que ele não queria é que eu morresse e morresse ali dentro. Um dia eu estava deitada, muito mal, quando o grandalhão porco entrou com as minhas coisas nas mãos, mandou eu me vestir e ficou parado a fim de ver. Ao ver que ele não iria sair, eu fiquei sentada olhando pra cara dele e vendo que eu não me trocaria na frente dele, resolveu sair. Assim que a porta do quarto se fechou, peguei o celular que estava escondido, coloquei na minha bolsa, me troquei e dei o sinal que estava pronta. Quando a porta se abriu, vi que não era o porco imundo que estava ali, mas o próprio Chefão que iria me levar, disse que me deixaria na porta do hospital sozinha, mas que faria de tudo para me encontrar, não que iria me sequestrar de novo, mas que iria me ter, só pra ele e dessa vez ele iria me conquistar, fazer com que eu sentisse algo por ele, eu não olhava na cara dele, pois ainda sentia nojo por tudo que ele fez comigo. Ele me pegou no colo, me levou pra fora da casa e quando me colocou no carro algo confuso aconteceu. Ouvi gritos, tiroteios, estrondos, correrias e xingamentos. Ele pulou pra fora do carro, me deixando jogada dentro e correu pra dentro da casa. Depois disso não consegui ouvir mais nada, compreender mais nada, entender mais nada, estava cansada, estava exausta, queria a morte, me sentia abandonada e esquecida, só quis fechar meus olhos, deitar meu corpo naquele banco e não acordar nunca mais, não queria ver mais a cara de nenhum daqueles homens, principalmente o do Chefão. Queria apagar tudo o que aconteceu comigo e simplesmente ir.
Ao abrir meus olhos, senti uma dor horrível na minha Iris e voltei a fechá-los, aos poucos fui abrindo e fechando meus olhos, até me acostumar com aquela claridade que estava na minha cara. Quando tudo entrou em foco, percebi que estava em um ambiente claro, limpo, bem cuidado, mas com cheiro de gente doente. Olhei para os lados e só vi algumas cabeças ou corpos, achei que tinha morrido. Tentei levantar a minha cabeça, mas ouve um apito tão forte e minha cabeça voltou a girar, que desisti e fechei os olhos. Quando os abri outra vez, percebi estava em um ambiente diferente, escutava o som contínuo de um bip, mas eu percebi que não estava no mesmo lugar. Olhei para os lados e compreendi que estava em uma espécie de quarto, dessa vez o cheiro de doença tinha sumido, ao invés estava um cheiro de flores, um perfume suave de rosas, misturadas com violetas e margaridas, que exalava em todo o ambiente. Soltei um pequeno gemido para ver se alguém me ouvia e percebo uma movimentação dentro do quarto, fecho meus olhos a fim de tentar manter a concentração, mas de repente tudo fica escuro, o som desaparece e o cheiro de rosas também. Ainda tudo está escuro, mas ouço alguém chamando meu nome, falando algumas coisas confusas, alguns pedidos e confissões, mas nada que eu conseguisse assimilar e compreender. De repente tudo começa a entrar em foco e sinto alguém apertando a minha mão, quando sinto o tato, de primeiro me assusto, mas logo percebo que não são mãos grossas, grandes e peludas, mas uma mão macia, suave, carinhosa, aconchegante. Essas mãos seguram a minha de forma firme, mas carinhosa, me dando certo tipo de segurança. Ele suspende no ar até ocorrer um contato macio e molhado, percebo que estão beijando minhas mãos, de repente sinto algo que faz com que meu coração acelere e comece a me dar agonias e medo, a repulsa volta, o desespero retorna, me sinto confusa e aquela imagem horrendo volta a minha cabeça, os lábios me tocam são grossas e sinto uma barba roçando em minhas mãos. Abro meus olhos para realmente compreender o que está acontecendo e quando eu olho desesperada para o rosto de quem me beija, vejo o rosto daquele monstro, a mesma barba, os mesmo olhos predadores, o mesmo nariz, a mesma boca. Entro em desespero, levanto meu corpo com rapidez e isso me causa náuseas, mas não vou me entregar dessa vez, ele não vai mais abusar do meu corpo, começo a gritar, pedir ajuda, gritar por socorro, quando sinto uma mão macia, delicada, aconchegante e tranquilizadora, com uma voz suave pedindo para que eu me acalme, uma voz que até mesmo no escuro, me orientaria e a reconheceria de qualquer lugar. Sou abraçada e acalentada, no meu desespero, ele solta as minhas mãos e se afasta com medo de me perturbar mais. Quando tudo para de girar e começa a entrar em foco, olho para o homem que estava segurando minhas mãos e começo a perceber que ele tem algumas pequenas diferença dele, na verdade, não são algumas e nem pequenas, são várias diferenças e grandes, quer dizer, ele não é ele, é totalmente o oposto daquele monstro, não, ele só está um pouco desarrumado, não tem aquele penteado certinho e arrumado, o rosto liso e bem feito, mas ele não se parece nada com ele, estou tão confusa, me aperto mais no abraço que estou recebendo, quando a porta do quarto se abre e uma mulher vestida de branco entra no quarto. Olha pra mim, para a mulher que está me abraçando e para o rapaz que está um pouco afastado de mim, depois vem até a minha direção e pede para que eu me concentre nela, ela tenta me deitar, que irá aplicar algo em mim, mas eu digo que não quero, que quero ficar sentada, consciente, não quero mais apagar, então ela levanta a cama, de forma que eu consiga ficar recostada e pede para que eu respire fundo, a mulher que estava me abraçando fica ao meu lado e quando o rapaz faz menção de sair do quarto, eu solto uma exclamação e ele para, me olha e não se move. Me sinto mal pelo que aconteceu, como eu pude confundi-lo com aquele monstro, tudo bem que nunca tivemos nenhum contato mais intimo, mas eu deveria perceber a diferença naquele olhar, a forma que ele me olhava todos os dias, não era de um predador, de um animal querendo me devorar, mas de admiração, de carinho, de analise, de sentimento, de cuidado, mesmo que ele mantivesse distancia, sentia que ele tinha um olhar cuidador comigo. Enquanto ele me olhava, pude perceber que naquele olhar tinha um brilho diferente, um brilho frustrante, triste, arrependido, magoado, ferido, culpado. Pedi para ficar sozinha com ele, quiseram relutar, mas eu mantive minha palavra. Enquanto todos saiam do quarto, nossos olhares ficaram firmes, eu o olhava com ternuras, com pedidos de desculpas por ter confundido com aquele mostro, com alivio de ter escapado de todo aquele inferno, satisfação em poder olhar pra ele de novo, enquanto o olhar que ele me dava estava carregado de dor, culpa, tristeza, arrependimento. Ficamos nos olhando durante alguns minutos e ele só se mexeu quando uma lágrima escorregou pelo meu rosto, seus movimentos foram rápidos e precisos, e antes que a lágrima chegasse à metade de minha bochecha, seus dedos estavam lá para amparar. Ao sentir seu toque suave na minha pele, um misto de emoção percorreu pelo meu corpo, em cada parte e pedaço do meu corpo, começou a fluir um sentimento diferente, ora era alivio, ora era angustia, ora era vergonha, ora era saudade, eram tantos sentimentos que eu não conseguia desvendá-los e foram subindo até a minha face, fazendo com que um calor, uma quentura inundasse meu rosto e se concentrasse em meus olhos. Eu já não conseguia olhar mais pra ele, tinha vergonha, medo de ser julgada, ser vista como uma fraca, uma mulher que lutou tanto para chegar aonde cheguei e no momento real que precisava ser forte, fui fraca e submissa. Meu corpo começou a se sacudir, da minha boca começou a sair soluços e dos meus olhos jorraram, não lágrimas, mas águas, águas salgadas que provavam o quanto eu não merecia estar ali, viva, a salvo. De repente sinto um toque no meu ombro, acompanhado de um aperto forte, depois um carinho e por fim um abraço, que a cada momento era mais forte e mais intenso. Ele colocou uma de suas mãos em minha cabeça e aquele toque me fez estremecer, não de repulsa, nem de medo, mas de conforto e segurança, pois eu sabia que aquele toque era suave, tranquilo, acalentador, enquanto suas mãos acariciavam minha cabeça, levemente ele foi conduzindo até seu ombro e ali eu encontrei o conforto que tanto procurava naqueles dias de desespero. Suas mãos percorreram minhas costas, me acalentando, me confortando e quando percebemos, ele estava deitado ao meu lado e eu encostada em seus ombros. Ficamos nessa posição durante um bom tempo, até eu me acalmar por completo. Quando finalmente parei de chorar, ele passou a mão em meu rosto e levemente levantou a minha cabeça até nossos olhos se encontrarem. Nos olhamos durante um período, pra mim era uma eternidade e não queria sair dela, uma de minhas mãos estava recostada em seu peito e ela começou a lhe acariciar, passando pelos seus braços, suas mãos, seu pescoço e quando tocou em sua face, ele fechou os olhos, não me rejeitando, mas satisfeito por poder sentir meu toque, acariciei seus cabelos e fiquei enrolando meus dedos nele. Deitei minha cabeça na cama, ficando de frente para o seu rosto e ele abriu seus olhos e direcionou-os para mim, suas mãos estavam em minha cintura, seus dedos subiam e desciam numa forma de me acalentar. Ele se virou de lado, afim de ficar frente a frente comigo e ficamos nos olhando, nenhuma palavra era necessária, não precisávamos verbalizar nada do que sentíamos ou gostaríamos de expressar, nossos olhares já diziam tudo. Ele foi se aproximando do meu rosto e quando estava perto eu fechei meus olhos esperando. O primeiro beijo foi na testa, o segundo foi na minha bochecha, todos eles quentes, cheio de sentimentos, e o terceiro foi em meus lábios, não era um beijo sensual, de desejo, voraz ou predador, era um beijo suave, tranquilo, calmo, paciente, carinhoso, protetor, era simplesmente o beijo que eu realmente esperava receber dele. Enquanto nos beijávamos, minhas mão continuavam em seus cabelos e as mãos dele continuavam em minha cintura, dessa vez ele me apertava, me segurava, não querendo me controlar, mas como se não quisesse mais me perder. Ficamos assim durante um bom tempo, até que aos poucos foi diminuindo, acalmando, ficando tranquilo, depois que paramos de nos beijar, ele voltou a beijar minha bochecha e depois a minha testa, ficando um tempo maior nela, ao mesmo tempo que ele me envolvia nos seus braços, depois eu reconstei em seu peito e fechei meus olhos, mas dessa vez eu não apaguei, simplesmente adormecei, sentindo seu calor, seu carinho, sua tranquilidade.
Quando acordei, ele ainda estava ali comigo, estávamos na mesma posição. Abri meus olhos e percebi que estava de dia, olhei pra ele e vi que ele ainda estava de olhos fechados. Voltei minha cabeça para o seu peito, ouvindo as batidas do seu coração. Era forte, mas tranquilas, fiquei ali um bom tempo ouvindo seu coração dançar, tive a impressão de ele estava feliz. Senti suas mão me acariciarem e quando levantei minha cabeça ele estava me olhando, dessa vez seu olhar era terno, tranquilo, calmo, ele abriu um sorriso pra mim e meus olhos brilharam de satisfação, que lindo ver ele sorrir, era o sorriso mais lindo e perfeito do mundo. Levantei minha cabeça, ficando rente com a sua e beijei seus lábios, ele retribui de forma tranquila e satisfeita, enquanto suas mãos dançavam em minhas costas.
Fomos interrompidos pela abertura da porta e quando olhamos, vimos um homem de jaleco branco, acompanhado de uma mulher com um uniforme azul, entrando no meu quarto. Ele abriu um sorriso pra mim, olhou para ele com olhar de satisfação e disse:
– Que bom que você acordou e pelo visto a sua noite foi tranquila, diferente das que você estava apagada.
Quando ele disse mais, olhei para o médico com olhar em dúvida e depois voltei meu olhar para o meu chefe, Dillan, questionando a quantidade de dias a que o médico se referiu, ele olhou em meus olhos, passou a mão em minha cabeça e disse:
– Você ficou um bom tempo apagada, chegou aqui apagada, tiveram que te levar as pressas para o centro cirúrgico, porque você estava com hemorragia interna, depois da cirurgia, você ficou em coma na UTI durante uns 4 dias, quando você abriu os olhos, foi transferida para o quarto, aqui, depois que você foi trazida, ficou mais 3 dias apagada, mas a situação estava estável, quando você abriu os olhos e soltou uns gemidos, eu corri para ver se você estava bem ou sentindo alguma dor, mas você apagou de novo e depois de 1 dia você acordou definitivamente, me dando o maior susto possível, com seus gritos e desespero. Achou que era outra pessoa que estava aqui?
Eu abaixei minha cabeça com vergonha e ele deve ter percebido isso, pôs a mão em meu queixo, levantou novamente a minha cabeça e disse:
– Hei, não precisa ficar assim, eu sei muito bem o que aconteceu com você, eu fui junto te resgatar, foi eu quem te achou deitada no banco do carro, quando eu te vi ali, aparentemente desfalecida, como uma morta, não pensei duas vezes, sai em disparada para o hospital mais perto de onde estávamos, lá eles não poderiam dar o suporte necessário para você e providenciaram uma ambulância que te trouxe pra cá. Quando você chegou, foi direto para o centro cirúrgico e depois para a UTI, quando o médico que cuidou de você saiu do centro cirúrgico, ele me abordou e disse que agora era só você se recuperar da cirurgia, que você aparentava um quadro estável, mas poderia mudar, se tratando de uma hemorragia interna, quando eu perguntei pra ele o que aconteceu com você, de primeira ele não quis dizer, com medo de que eu me afastasse ou até mesmo fugisse, achando que fui eu quem tinha feito isso, mas eu insisti, disse que você tinha sido sequestrada, então ele me falou que o seu quadro era de alguém que tinha sido violentada sexualmente durante vários dias consecutivos, a força, sem nenhuma preparação ou relaxamento necessário para esse tipo de situação, que além deles terem que controlar a hemorragia interna, tiveram que reconstruir uma boa parte do seu anus e reto que tinha sido ferido pela brutalidade. Então eu sei o que aconteceu com você e quando você acordou e me olhou, entendi o motivo de você ter entrado em desespero, eu sei o que você passou e sei que você vai ficar com algumas sequelas, não físicas, por que eles vão te recuperar 100%, mas emocionais, então eu vou entender muita coisa que acontecer com você e se você quiser vou ficar do seu lado, para te proteger e esperar o tempo que for necessário, te ajudando a conseguir chegar ao seu 100% emocional, então fica tranquila e me fale, o que foi que te fez achar que aquele cara estava aqui?
Eu olhei pra ele e timidamente respondi:
– Você pode me achar boba, mas quando eu voltei, a primeira coisa que eu ouvi foi você falando meu nome e algumas coisas que eu não entendi, enquanto você falava, senti que estava segurando a minha mão e comecei a ficar com medo, mas percebi que sua mão não é igual as dele, sua mão é macia, sem pelos, suave, mas o que me fez entrar em desespero que eu acordei de súbito e acabei vendo o rosto dele, foi quando você beijou a minha mão, quando seus lábios tocaram minha mão, eu senti a sua barba e pra mim foi igual a dele, quando abri meus olhos e olhei para o seu rosto, eu não vi você, eu vi ele, porque a primeira coisa que eu olhei para você foi a barba e ela, naquele momento, estava igual a dele, e ai seu rosto se transformou, na minha cabeça era no rosto dele, por isso fiquei desesperada, foi quando a minha mãe me abraçou e eu comecei a me acalmar e quando a enfermeira entrou no quarto, que eu te olhei, comecei a voltar a si e ver que você não era ele e isso me deu um grande alívio. Falando em minha mãe, onde ela está?
Ele sorriu e disse:
– Entendi, tudo bem, você está em uma situação pós-traumático, é normal acontecer isso, quanto a sua mãe, depois que você dormiu, ela entrou no quarto e nos viu deitados juntos, disse que iria para casa e voltaria hoje, afim de nos dar um tempo necessário para nos entendermos.
Olhei pra ele de forma confusa, mas preferi deixar isso para outro momento, não com um pequeno público que tínhamos naquele momento. Olhei de volta para o médico e a enfermeira, que assistiam tudo com um olhar alegre e um leve sorriso no rosto e perguntei:
– E então doutor, como está a minha situação agora?
Ele olhou pra mim, ainda com um sorriso nos lábios e disse:
– Olha, agora que você acordou, podemos analisar melhor como está à situação ai dentro, afinal você passou por um mal bocado e ainda está se recuperando, afinal, foram 8 dias que você ficou apagada. O bom de você ter apagado depois da cirurgia, é que você pode repousar bastante, não fez movimentos bruscos e isso vai te ajudar na recuperação, pois foi uma cirurgia bem delicada. Agora precisamos saber a real situação em que você se encontra, saber como está sua recuperação interna. Você ainda vai ficar aqui alguns dias, mas pode ficar tranquila que você vai ser bem cuidada e bem tratada, para ter uma ótima recuperação. Agora eu vou precisar te examinar, se você puder me dar licença, eu meio que preciso ficar no seu lugar, não deitado claro, mas do lado dela, você pode ficar ali, segurando a mão dela enquanto eu a examino vou ver alguns lugares e você me fala aonde dói, ta bom?
Enquanto o médico me examinava, Dillan ficou ao meu lado, segurando minha mão e me dando bastante carinho, passava a mão em meus cabelos e quando eu sentia uma dor forte, no contato que o médico fazia, ele me enchia de beijos na testa, ou então segurava minha mão bem forte. O médico saiu, deixando algumas recomendações para eu fazer durante meu dia, como tentar dar pequenas voltas acompanhada, alimentações e exames. Novamente ficamos a sós no quarto e ele ficou me olhando, percebi que ele queria falar alguma coisa e provavelmente essa coisa era sobre nós, mas não queria falar com ele ali, naquele momento, naquele instante. Quando ele me olhou decisivo e fez menção de falar algo, eu o interrompi com uma pergunta:
– O que aconteceu depois que você me levou para o hospital, você teve algum contato com a polícia, o que eles fizeram com aqueles, caras?
Ele me olhou chocado, não esperava essa pergunta, não agora, mas era a única que eu tinha que não envolvia especificamente a nós dois, ele me olhou por um bom período e começou a falar:
– Depois que eu entrei no carro, dei a partir e comecei a sair com o carro, olhei no retrovisor e vi um dos caras olhando, a principio achei que ele iria atirar, mas depois eu vi ele jogando a arma no chão e se ajoelhou deixando ser preso. Quando eu te levei para o hospital mais próximo, não foi só porque eles não tinham um atendimento adequado para te atender, mas eu queria te manter o mais longe possível do lugar onde você estava e insisti que na transferência, eles te mandassem para o lugar mais longe possível de lá, expliquei toda a situação e enquanto estávamos esperando a liberação da sua remoção, o delegado responsável foi me encontrar no hospital, expliquei pra ele a minha intenção, no que ele concordou comigo e entrou para falar com o responsável, eles liberaram a sua remoção para esse hospital, que fica a quilômetros de distancia de onde você estava. Quando você estava na UTI, não havia possibilidade de ter um acompanhante com você, então tive que voltar para a minha casa, quando eu cheguei lá, contatei o delegado e ele disse que de todos que estavam lá, 5 pessoas foram presas, 3 foram mortas e alguns fugiram, dos que foram presos, um deles era o que comandava e a única coisa que ele queria saber era se você tinha sobrevivido. O próprio delegado achou por bem em dizer que você não tinha sobrevivido, para evitar que ele te procurasse, assim você estaria segura e eles não poderiam fazer nada com você, ele disse que o que comandava o grupo, ficou aparentemente abatido, angustiado e depois que você saiu da UTI, eles me ligaram, falando que ele tinha se matado. Então, tudo acabou tranquilamente, você está bem e eles não vão te perturbar nunca mais. Pode ficar tranquila!
Ele sorriu pra mim, beijou minha testa e se acomodou do meu lado. Antes que ele voltasse a tentar tocar no assunto, novamente eu falei primeiro que ele falasse qualquer coisa:
– Eu sei que você quer conversar sobre nós e eu também quero, mas não agora e se possível não aqui, temos muito o que conversar sim, mas não nesse ambiente, deixa eu me recuperar e a gente volta a conversar sobre esse assunto, tudo bem?
Ele olhou nos meus olhos, abriu um sorriso e disse:
– Tudo bem, vou respeitar seu tempo!
– Só não se atreva a deixar de me beijar, gostei dos seus beijos e quero continuar a senti-los!
Ele deu um sorriso maior ainda, entendendo que eu não estava colocando um final e que eu não o estava rejeitando, mas que eu realmente queria falar sobre isso em um momento propício. Ele colocou a mão em meu queixo e me deu um beijo intenso, gostoso e pela primeira vez desde que nos beijamos um beijo cheio de desejos que me acendeu um fogo na alma.


Faca o seu login para poder votar neste conto.


Faca o seu login para poder recomendar esse conto para seus amigos.


Faca o seu login para adicionar esse conto como seu favorito.


Twitter Facebook

Comentários


foto perfil usuario paulojk

paulojk Comentou em 10/03/2016

Show.votado

foto perfil usuario mestre1990

mestre1990 Comentou em 04/10/2015

belo conto. votei

foto perfil usuario bert321

bert321 Comentou em 03/10/2015

Puta merda muito bom!Conseguir criar uma imagem de toda história...Parabéns foi muito bem escrito merece meu voto abraços




Atenção! Faca o seu login para poder comentar este conto.


Contos enviados pelo mesmo autor


84390 - Uma semana inesquecível em Marília - IV - Categoria: Travesti - Votos: 7
84388 - Uma semana inesquecível em Marília - III - Categoria: Travesti - Votos: 5
81844 - Uma semana inesquecível em Marília - II - Categoria: Travesti - Votos: 3
81764 - Uma semana inesquecível em Marília - I - Categoria: Travesti - Votos: 10
79815 - Diário de uma prostituta - I - Categoria: Travesti - Votos: 7
72288 - A flor da pele - Categoria: Travesti - Votos: 16
72280 - O sequestro - Parte 04 - Categoria: Travesti - Votos: 3
71729 - O sequestro - Parte 05 - Categoria: Travesti - Votos: 3
71722 - O sequestro - Parte 03 - Categoria: Travesti - Votos: 6
71438 - O sequestro - Parte 01 - Categoria: Travesti - Votos: 15
60513 - Na garagem com um estranho - Categoria: Travesti - Votos: 35
59729 - Uma carona na madrugada - Categoria: Travesti - Votos: 55

Ficha do conto

Foto Perfil jfsousa
jfsousa

Nome do conto:
O sequestro - Parte 02

Codigo do conto:
71689

Categoria:
Travesti

Data da Publicação:
02/10/2015

Quant.de Votos:
13

Quant.de Fotos:
0