NAMOROS No início dos 70 encontros amorosos não eram como hoje. Não havia motéis, a surgirem no final da década, a não ser me engane. Aliás, nunca cultivei ir a motéis, principalmente por se ficar muito exposta e eu não gostaria que o Sérgio soubesse que é corno. Amo-o como não amei outro homem. É ótimo marido e também muito bom de cama. Ainda fazemos sexo com frequência, salvo nas raras vezes a ficarmos amuados, situação de duração efêmera, com os dois a chegar a bom termo rapidamente. Durante a semana as relações sexuais eram convencionais, “papai-e-mamãe”. Em dias sem se trabalhar, com maior disposição, sexo mais demorado, com felação, cunilingus, coito anal, posições diferentes: “coqueirinho”, “em conchinha”, sentados, em pé. Mas, voltando aos velhos tempos. O tabu da virgindade era o mais destacado. No fundo, havia hipocrisia, os homens sempre a dizer não terem preconceitos, mas preferiam casar com virgens. Nós fazíamos de conta que acreditávamos. Algumas de nós tinham intercurso vaginal antes do casamento. Era norma serem devolvidas pelo marido a seus pais, embora alguns não o fizessem. Fingíamos nada ter feito antes, induzindo o homem a pensar ter sido o primeiro. Uma das ocasiões se dava quando se pegava no pênis. Não se tomava a iniciativa. Reagia quando ele levava nossa mão ao pênis por cima da calça, cedendo após certo tempo. Depois, quando ele tirava para fora, pegava de leve, como se fosse uma taça de cristal, dedos hesitantes, mão bem mole, até ele dizer: “pode apertar”. Mesmo com o pênis na mão, ouvia com atenção os ensinamentos sendo transmitidos, fazendo cara de receio em machucar. “Como é duro! Eu já tinha sentido dançando com você. É assim que se faz?”. Com o tempo ia se soltando, desabotoando a braguilha, enquanto estávamos nos beijando. Felação, então... Tinha que ser também a primeira vez. E depois que tinha feito, “Como é bom, nunca pensei pôr uma rola na boca. Tinha ouvido falar por alto, mas não acreditava se fazer isso. Pensei ter nojo. Mas, deve ser por ter sido feito com você, não senti”. Obviamente, como já antes o masturbara, pedia para ser avisada da ejaculação, tirando da boca antes. E, quando acontecia, cuspia e procurava lavar a boca. E se tinha sucesso na enganação. Sabia de casadas há mais de dez anos, por vezes com 40 anos, a jurar ao parceiro jamais ter feito com o marido e que não fariam depois com ele, mesmo depois de ter visto ser bom com o homem do momento. Sodomia: “Não pensei dar antes, mas com você vou tentar. Ouvi dizer que dói. Vá devagar. Se eu pedir para parar, por não estar aguentando essa coisa grande, você tira?”. E a inconfidência masculina. Bastava se deixar pegar nos peitos por dentro da blusa, corria-se o risco de “ser falada”, pois o guri espalhava ter feito. Por essa e outras, mesmo sabendo por ter assistido Suzana com os namorados e minha mãe e o Roberto, além de ouvido o que as outras diziam e lido Carlos Zéfiro, sentindo grande vontade, tinha um medo daqueles. Tive namoradinhos antes dos 18, mas somente permitia andar de mãos dadas, beijos no rosto e “selinhos”, sentindo o pênis duro ao dançar boleros. Meu primeiro namorado antes dos 19 tinha 25 anos, não sendo boboca como os demais. Um dos hábitos dos menininhos era meter a língua na orelha, babando. Parecia ser obrigatório, terem sido ensinados ter que fazer. Não sou avessa a carícias da língua na orelha, como preliminares ou durante a cópula, mas não como ritual obrigatório. Eu, não é para me gabar, era muito bonita, uma Ava Gardner, mas não conseguia atrair a atenção de homens mais velhos e experientes. E também as “primeiras vezes” em carícias além de beijinhos, aconteceram em viagens a outras cidades, para “não ficar falada”. O primeiro beijo “de verdade”, de língua, foi com um rapaz chamado Maurício. Dele não me esqueci. Antes de me ter masturbado, ele me alisara os peitos por cima da blusa e convidada, dancei, ele ficando com o membro duro, sentindo-o nas coxas. Um dia, enlaçou-me como se fora para dançar, aproximou minhas mãos de seu rosto, beijou-as, primeiro no dorso e depois na palma. Aproximou seu rosto do meu, nossas testas se encostando, eu sentindo seu hálito. Roçou os lábios nos meus, eu os abri um pouco, ele pressionou de leve. Umedeceu meus lábios com a língua, deslizou-a por entre eles, tocando nos dentes e nas gengivas. Afastou-se, olhou-me nos olhos e retornou a meus lábios e os lambeu. Dei-lhe o rosto para beijos no queixo, faces, testa, orelhas, pálpebras. Foi com a boca ao pescoço, beijando. Pegou minha cabeça com as duas mãos, aproximou sua boca da minha e enfiou a língua. As duas línguas, dele e minha, ficaram se roçando, misturando a saliva, enquanto suas mãos, suavemente, percorriam meus seios, nuca, indo até as nádegas e o púbis, enquanto eu acariciava sua nuca, de olhos semicerrados, deslizando a mão até seu pênis, por cima da roupa. Foi o Maurício o primeiro a pôr nas minhas coxas. Ele era experiente e me fez chegar ao orgasmo. Nem todos dos outros antes e depois dele não o conseguiam. Quando o pênis duro começava a roçar minha vulva, uns gozavam logo. Cabe falar aqui de coito anal. Eu já tinha visto a Suzana e a primeira vez tentei em pé, encostada num muro. Após o namorado passar cuspo, enfiou de vez, sem preparativos. Senti aquela dor. As vezes que se seguiram também foram desastrosas, a tal ponto a me recusar tentar de novo. Contarei adiante como tive sucesso, após ter visto minha mãe com o Roberto. A partir daí, se acostumar a gozar foi um bocado de tempo, mas consegui, mesmo sem ser masturbada. Felação, também depois de ter visto minha mãe, foi fácil, mas fazendo charminho, como disse. A primeira vez que engoli o esperma achei salgado, mas me acostumei com o tempo. Namorado me fazer cunilingus, somente foi possível em viagem, pois estando em hotel, pude ir para cama com um homem pela primeira vez. Ele era casado, 35 anos, eu com 23. Logo no café da manhã começou a me paquerar. Fiquei fascinada por despertar atenção de homem como aquele. Alto, lindo de morrer, elegante, espadaúdo, olhos castanho-escuros, cabelos pretos, sorriso encantador. À noite, eu estava no saguão do hotel, lendo uma revista. Aproximou-se e começou a conversar. Convidou-me ir a uma casa noturna. Dançava divinamente e beijava melhor ainda. Percebeu logo como eu o estava desejando e me cantou. Disse a ele não ter experiência de sexo genital e, portanto ser virgem. Respondeu-me não devia temer, pois não me desvirginaria. Voltando ao hotel fomos para seu apartamento. Entrando, pedi licença para ir ao banheiro. Segui o costume de minha mãe. Lavei-me bem. Naquele tempo havia um desodorizante genital, chamado “Intim’s”, mas nunca usei. (Embora as excretas somente cheguem ao reto pouco antes de eliminadas, sempre tive por hábito limpa-lo com o dedo ensaboado, procurando tirar tudo de sujo, preparando-me para a eventualidade de sexo anal ou beijo na região). Depois de tiradas as roupas, fiquei admirando seu corpo e ele me elogiando. Tinha um pênis de cerca de uma polegada menor que um palmo, não muito grosso, sem prepúcio. Deitamos, beijamo-nos, em carícias. Deitado, ele exibia o membro ereto. Não resisti e chupei-o com a experiência já adquirida. Ele, devagarzinho, lambeu-me os peitos, a barriga, delicadamente afastou-me as coxas. Olhou para minha vulva, acariciou-a com o nariz e os lábios de baixo para cima e de cima para baixo. Comecei a sentir algo próximo do inefável. Correu o dedo pelas ninfas, já com líquido no local, passando a lamber a entrada da vagina. Brincou com o clitóris, lambendo-o roçando a língua de leve. Colocou-o entre seus lábios. “Carlos, que prazer. Nunca fui chupada. Ouvi ser bom mas não imaginei fosse tanto. Continue que sinto o gozo chegando”. Deixou o clitóris e voltou às ninfas, enfiando a ponta da língua na vagina, movendo-a como se fosse um pênis, delicadamente, sem forçar o hímen. Retornou ao clitóris, iniciando movimento da língua. “Oh amor! Como é gostoso ser chupada! Quero que me faça sempre” “Como é bom o sabor de sua boceta”. Enquanto a língua lambia com ritmo lento o clitóris, umedeceu um dedo com o suco que irrigava o vestíbulo e enfiou aos poucos em meu ânus. “Ai! Enfie o dedo assim. Não pare de me lamber. Vou gozar! Aaaai!”. Peguei sua cabeça e apertei contra minha vulva. Gozei como nunca antes. Após eu gozar, pôs o membro em minha boca, chupei-o um pouco, tirou e me beijou em seguida. Descansamos. Fizemos sexo oral simultâneo, ele me enfiando a língua no ânus, após com ela ter se feito de minette. Eu gozei de novo. Ele ficou sem amolecer de todo sua genitália. Cantou-me para me deflorar. De novo recusei, repetindo me guardar, pois era noiva e breve me casaria. Esse namorado foi também o primeiro com quem fiz coito anal com sucesso, com dor mínima, graças ao que vira minha mãe fazer e ele saber muito bem sodomizar. “Meu bem, já tentara antes ser enrabada, mas não consegui. Será que você vai me comer sem doer?” Senti seu membro quente encostar no orifício. Em seguida, “Já está entrando a cabeça”, “Passou o anel” “Mariana, continue vindo de ré” “Doeu só um pouquinho, vou recuar mais” “Agora pode empurrar essa vara”. Senti seus pelos pubianos e saco escrotal encostarem em meu traseiro. “Comece a me foder a bunda. Está gostoso. Que bom esse caralho inchado. Como você sabe comer um rabo”. Demoradamente tirava um pouco e enfiava todo o caralho vagarosamente, até acelerar e eu sentir sua porra quente me encher, enquanto seu dedo na minha vulva me levava a outro orgasmo. Até o casamento fui várias vezes sodomizada pelo Sérgio, que também me fez sexo oral, em garçonnière cedida por amigo. Mas somente ele praticou penetração vaginal, após nos casarmos. Depois de meu marido outros se seguiram. Quando tinha 43 anos, o Carlos, divorciado, me informou estar morando em cidade próxima. Cabelos grisalhos, um pouco calvo, mas continuando bonitão. Encontramo-nos várias vezes, nessas com intercurso vaginal. Dez anos mais tarde, quando passei a reatar ligações com antigos parceiros, de novo conseguimos estar juntos.
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