Rodrigo e Bernardo - III Cap.

Tudo começou tinha eu 19 anos, o Bernardo 39, foi uma relação particularmente feliz. Viamo-nos duas a três vezes semanalmente, uma hora ou mais, conforme a disponibilidade mutua. Encontros discretos mas muito, mesmo muito, fortes. Ele corria do emprego, eu da faculdade. As roupas desapareciam, somente ficavam os corpos de duas pessoas que se apaixonaram, depois amaram-se, depois se completavam! Como eram bons, excepcionais bons, esses encontros, lábios se uniam em beijos longos, corpos juntos, caricias, lambidelas da cabeça aos pés. Eu adorava sentir cocegas em determinados locais. O Rodrigo também, eramos tão parecidos. Eu lambia as orelhas dele, todo o corpo, ele olhava num misto de carinho e paixão. Sei perfeitamente que os sentimentos, altos e profundos, eram mútuos. Ele tinha um certo paternalismo comigo, normal, era pai, eu com ele desenvolvi uma relação de aço, mas de respeito, somente na intimidade o tratava por tu. Ele masturbava-me, como era bom, nunca mais senti nada de parecido, mesmo nunca mais. Eu (Bernardo) era muito novo, mas sabia perfeitamente o que pretendia na vida, o Rodrigo também, foi das pessoas mais bem formadas que conheci, e, claro, aquela que mais amei. Nunca me arrependi de nada, hoje teria feito exactamente o mesmo. Ao longo dos anos tivemos muitos e muitos encontros, encontros sempre apaixonados, muito fortes, raramente nos zangamos, nunca discutimos. Hoje dia comum olho para trás e penso que tive uma sorte enorme. Continua.