Voltando às origens – Capítulo 3



– Acorda Ricardo ou vai ficar para limpar a sala?
Levantei a cabeça da carteira e esfreguei os olhos. Era Miranda quem falava comigo, parecia um déjà vu.
Olhei em volta e só havia ela, eu... E o professor Gabriel apagando o quadro negro... Seus movimentos graciosos...
– Ricardo, vamos embora?
– Pode ir Miranda, eu vou ficar mais um pouco aqui.
– Entendo – ela disse olhando para a mesma direção que eu. – Se quiser passar mais tarde lá em casa...
– Eu te procuro... Tudo bem, obrigado.
Miranda me encarou por alguns segundos intrigada, depois balançou a cabeça, se inclinou para me dar um beijo no rosto, e foi embora.
Então está acontecendo novamente, ele vai me beijar no final, só preciso abaixar minha cabeça agora e começar a guardar meus materiais – pensei.
Os segundos foram passando e nada. Quando voltei meu olhar em direção à mesa do professor ele já estava arrumando suas coisas para ir embora.
O que eu faço? – Pensei aflito.
Gabriel olhou para minha direção e isso me deixou animado, mas ele apenas deu um aceno de cabeça e saiu da sala.

Durante o trajeto de volta para casa fiquei pensando que não seria certo ficar imaginando meu professor e eu... Talvez eu fosse certinho demais e me privava de ultrapassar certos limites... Certo ou errado...
Entrei em casa fazendo o menor ruído humanamente possível, porém dei de cara com meu irmão na sala.
– Chegou tarde hoje. Ficou de castigo no colégio?
Ignorei a pergunta e caminhei em direção ao meu quarto. Antes que eu alcançasse o corredor, ele agarrou meu braço.
– Vai me ignorar mesmo?
– E daí? Por que está se importando com isso? Poderia largar meu braço?
– Não me importo nem um pouco. Sobre seu braço, se eu não quiser largar o que você vai fazer a respeito?
– Eu gostaria de fazer tantas coisas a respeito, porém se eu disser pode ser que se torne realidade, então prefiro não dizer nenhuma delas.
Ele apertou meu braço com mais força tentando me intimidar.
– Você se acha o último refrigerante do deserto né?
– Pensei que só os gays usassem essa expressão – falei para irritá–lo.
– A vontade que eu tenho de dar um soco nessa sua cara... – ele falou em tom ameaçador e ao mesmo tempo diminuindo a pressão em meu braço, mas não soltou de imediato.
Empurrei o braço dele com a minha mão direita, e dei as costas rumo ao meu quarto.

Eu trabalho meio período em uma firma de advocacia, como secretário.
Com o dinheiro que minha família tem, não há necessidade de eu trabalhar. Mas, eu preferia ter um emprego para ter uma liberdade financeira do que ficar dependendo do dinheiro dos meus pais mensalmente para coisas pessoais.
Minha mãe me ajudou a arranjar o trabalho. Ela soube no início do mês de Agosto que um antigo colega da turma de Direito da época da faculdade estava precisando de um secretário em seu escritório de advocacia e me indicou depois que completei 18 anos no dia 23 de Agosto. Fui contratado na segunda-feira seguinte, no dia 24.
Nesse mesmo dia, Fábio – esse é o nome do meu patrão –, me contou um pouco da trajetória dele até se tornar um advogado. Uma história muito bonita que me deixou encantado.
Fábio é um homem alto, careca, com olhos castanhos escuros e dono de uma pele negra quase reluzente. Belo de se ver e admirar, e outras coisas mais. Contudo, comprometido com outro cara, George. Um cara branquelo rosado, quase da mesma altura que Fábio, a barba sempre bem feita, olhos azuis acinzentados e lábios chamativos. Muito bonito, por sinal.
Quando George aparecia por lá para ver Fábio, o comportamento de Fábio mudava completamente. Como por exemplo, naquela tarde de quinta–feira, assim que cheguei para trabalhar, Fábio me cumprimentou todo sorridente dizendo que era um ótimo dia, pois havia ganhado uma causa na parte da manhã que lhe rendera um ótimo retorno financeiro. Porém, minutos depois que George chegou para vê–lo, Fábio ficou totalmente sério.
Apesar disso, com um mês de trabalho ali, nunca tinha visto um casal gay tão apaixonado quanto os dois. Vê-los juntos me fazia pensar quando eu viveria algo assim como eles...
– Ricardo eu vou dar uma saída. Qualquer ligação para mim diga que retorno às dezessete horas – disse Fábio parado frente a minha mesa acompanhado de George.
– Combinado – respondi.
Alguns minutos depois que os dois saíram, provavelmente para um motel ou para a casa de Fábio para transarem – imaginei que essa seria uma das formas deles comemorarem –, meu celular tocou, era Miranda me ligando.
– Fala amiga!
– E aí, como você está?
– Eu estou bem... Advinha quem saiu daqui acompanhado minutos atrás?
– Seu patrão e o boy dele?
– Exatamente. Vão comemorar uma causa que ele ganhou hoje de uma senhora que estava sendo injustiçada por um vizinho.
– Não sei como você se aguenta aí perto desse deus do ébano. Se eu estivesse no seu lugar já teria dado para ele faz tempo.
– Ele é gay se esqueceu? Você não teria essa chance.
– O mundo é bissexual meu caro. Acontece que nem todos afloram o outro lado.
– As teorias de Miranda...
– Ricardo e sua família... Você vai mesmo deixar seu pai no escuro?
– Melhor. Não quero correr o risco de ser expulso de casa.
– Você pode vir morar comigo se isso acontecer.
– Obrigado pela oferta, mas vamos deixar as coisas como estão. Apesar de eu estar com nojo do meu irmão e da minha mãe, é minha família.
– Entendo. Mas, se seus pais se separassem, acho que eu daria uma ótima madrasta.
– Miranda! Por isso você está tão interessada no assunto né.
– Você não concorda Ricardo? Pense pelo lado positivo. Eu não ficaria no seu pé pelo fato de você gostar da mesma fruta que eu. E poderia ajudar seu pai a entender isso.
– Você é louca Miranda!
– Sou nada. E mais, seu pai é um partido e tanto, eu o acho um homem maduro e sexy.
– Vou desligar, tenho que atender ao telefone e trabalhar, está ouvindo tocar?
– Estou. Até mais seu chato. Beijos!
– Beijos!
Finalizei a ligação e atendi ao telefone na minha mesa que já estava no quinto toque.
– Advocacia Fábio e associados, boa tarde.
– Sou eu Ricardo.
– Fábio?
– Sim. Liguei no seu celular, mas estava dando ocupado – o tom de voz dele estava estranho, como se ele tivesse chorado.
– Desculpa, estava falando com a minha namorada...
– Você tem namorada?
– Sim.
– Claro. Um cara pinta como você... Enfim, estou ligando para pedir a você que feche aí e tá dispensado por hoje. Não vou voltar aí hoje.
– Ah sim, tudo bem com você?
– Sim... Vou ficar bem, só um contratempo que eu não pude evitar. Mas estou bem. E não estou te mandando embora, pode vir trabalhar normalmente amanhã. Até amanhã!
– Até!

À noite, em meu quarto, enquanto fazia um trabalho da matéria de História, fiquei tentando imaginar o que acontecera com Fábio depois que ele saiu com George.
Ouvi batidas na porta do meu quarto, e em seguida escutei:
– Tem alguém aí? – Perguntou meu pai.
– Pode entrar pai, está destrancada – respondi.
– Oi, tudo bem filho? – Disse assim que entrou.
– Tudo.
Ele puxou para si a cadeira giratória e ficou sentado de frente para mim.
– É sobre o que conversamos mais cedo. Estou preocupado com você. Você está estranho, mais quieto.
– E por que o senhor está preocupado com isso?
– Porque eu sou o seu pai.
– Eu sei disso. Mas, é algo que eu posso lidar, não precisa se esquentar comigo – e baixei meu olhar para o livro de História sobre o qual estava debruçado.
– Por que parece que você está mentindo para mim?
Que droga! – Pensei.
Eu não fazia ideia do que dizer no lugar da verdade. Parecia que ele estava vendo além de mim, mas só não fazia ideia exata sobre o que eu sabia e não estava a fim de falar.
– Eu não estou mentindo para o senhor... Apenas é embaraçoso falar a respeito, e eu não quero criar confusão ou qualquer coisa parecida.
– Então tenta me contar, talvez não seja tão embaraçoso assim.
Eu tinha que falar alguma coisa senão ele não sairia do meu quarto tão cedo. Não que eu não curtisse a presença do meu pai, mas não estava curtindo aquela pressão. Maldito dia em que vi o que eu queria “desver”, se fosse possível.
– É sobre minha namorada. Estou desconfiado de que ela esteja me traindo, e, se for verdade, eu vou terminar o namoro. É isso que está me incomodando – menti.
– Sério?
– Sim. Fiquei sabendo ontem quando estava com meus amigos, por isso voltei para casa mais cedo.
Pronto agora arrematei tudo, ele vai acreditar e eu não vou precisar contar a verdade – pensei.
– E você conversou com ela sobre isso?
– Não. Estou sem ideia de como abordar o assunto. É complicado.
– Concordo com você, filho. É um assunto delicado, ainda mais que você não tem a total certeza de que seja verdade.
– Pois é. Ela é uma ótima garota e eu não queria que as coisas acabassem assim.
– Entendo. Você vai encontrar uma forma de resolver isso. No mais está tudo bem?
– Sim, obrigado por perguntar, pai.
– Por nada. Se precisar de alguma coisa ou conversar, só me procurar.
– Obrigado.
Antes de sair do quarto ele colocou a mão em minha cabeça e bagunçou meu cabelo dando um sorriso para mim.
Ufa! Escapei por pouco, mas agora preciso ligar pra Miranda e compartilhar com ela o que eu acabei de fazer – pensei.
Liguei para ela e depois que contei a conversa que tivera com meu pai, ela riu de mim.
– Pare de rir. Eu até que fui criativo.
– É, tenho que concordar, foi bastante criativo. Mas sabe de uma coisa que andei pensando hoje.
– O quê dona Miranda?
– Você precisa de um namorado, um rolo qualquer. Já que está decidido em não contar nada para o seu pai, então pelo menos dê uma agitada em sua vida sexual. Seu irmão está pegando até a mãe e você ninguém.
– Desse jeito só falta dizer que para compensar eu deveria transar com meu pai.
– Até que não seria uma péssima ideia. Seu pai é um gostosão.
– Você só pode estar de brincadeira comigo.
– Talvez.
– Está bem. Vou fingir que você não sugeriu esse absurdo e vou voltar para o trabalho de história que eu estava fazendo.
– Ricardo você leva a vida muito a sério, precisa se desprender um pouco, relaxar e gozar.
Nós dois rimos juntos com a última fala dela e depois nos despedimos.


Passei o resto da noite até a hora de pegar no sono com o que ela disse na minha cabeça. E acredito que por conta disso acabei tendo o sonho mais bizarro de todos. Sonhei com meu pai entrando no meu quarto sorrateiramente e deitando–se ao meu lado. No sonho ele me puxou para perto dele e nos beijamos enquanto ele tirava a minha roupa e a dele. No meio desse ato, meu irmão aparece na porta do quarto e nos surpreende, e eu acordo assustado.
O sonho foi tão intenso e perturbador, que não consegui mais dormir depois dele até a hora de me arrumar e ir para o colégio.


Após as aulas no colégio, passei em casa como de costume, tomei meu banho, almocei e depois fui para o trabalho.
A tarde no escritório foi normal para uma sexta–feira, porém desde o momento que eu cheguei, percebi que Fábio estava estranho, mas não quis perguntar para ele o que havia acontecido no dia anterior.
Alguns minutos antes do final do meu expediente, Fábio me chamou para ir até a sala dele.
– Tudo bem com você Ricardo? – Ele perguntou assim que me apresentei à porta de seu escritório.
– Tudo.
– Eu te chamei aqui para saber se tem algum problema alterar sua folga de quarta–feira para sábado da próxima semana em diante?
– Nenhum problema. Mas, a quarta–feira não é o dia da semana que você e...
– George terminou comigo ontem. Ele disse que conheceu outro cara e que prefere o outro a mim – Fábio me interrompeu e falou de uma vez sem rodeios.
Eu fiquei surpreso com aquela informação.
Ele levantou da cadeira e foi até a janela ficando de costas para mim.
– Acabou tudo entre ele e eu. Já estava desconfiado dele. Ele andava meio estranho comigo desde duas semanas atrás. Ontem, enquanto eu estava tão feliz e esperando a mesma sintonia da parte dele, ele me despeja esse balde de água fria. Arrasou-me!
Notei que ele falou as últimas palavras com voz de choro. Vi quando ele levou a mão esquerda à altura do rosto, e pelo movimento que fez, deduzi que enxugou o rosto com as costas da mão. Depois disso, ficou de frente para mim e apoiou as costas na janela.
– Desculpa desabafar assim. Sei que você é apenas meu funcionário. Mas, eu precisava colocar para fora...
Ver um homem como ele naquele estado me fez refletir que independente do cargo ou formação que temos, socialmente falando, nós estamos sujeitos como qualquer outra pessoa às mesmas fragilidades emocionais e afins.
Estava apreensivo com o rumo daquela conversa. Parte de mim queria ir embora e nunca mais pisar os pés ali, mas a outra dizia para eu ficar e falar, dar apoio moral ou qualquer coisa do tipo.
– Eu não sei o que dizer – comecei dizendo. – Mas espero que você melhore emocionalmente falando.
– Obrigado Ricardo. Obrigado mesmo.
Ele veio caminhando em minha direção e me deu um abraço bem apertado. Eu o abracei de volta um pouco desajeitado. O abraço durou mais do que eu esperava, com isso, senti o calor que vinha do corpo dele, o perfume de uma essência fraca, com o toque equilibrado e inebriante.
Assim que soltamos do abraço, ele novamente enxugou o rosto com as costas da mão e agradeceu outra vez. Nesse exato momento eu me lembrei da conversa que havia tido com Miranda na noite anterior. Exatamente da parte que ela disse que eu precisava dar uma agitada em minha vida sexual.
Movido por uma força totalmente estranha eu dei um passo à frente e o beijei. No instante seguinte eu me arrependi da minha atitude impulsiva e me afastei. Ele olhou para mim um pouco surpreso, porém ao invés de me pedir para sair da sala dele, me puxou para bem perto dele, e segurando delicadamente minha cabeça, disse:
– Vou te mostrar um beijo inesquecível.
Beijou-me demoradamente. Eu fui seguindo o ritmo, me envolvendo a cada volta, a cada passada de língua. E ele não parou por aí. Foi descendo sua mão direita pelas minhas costas e agarrou minha bunda.
Parte de mim ainda brigava comigo para me afastar dele, enquanto a outra queria continuar. Esqueci o lugar onde estava e me deixei levar pelo momento. Em seguida ele abriu o cinto com apenas uma mão, e pegando a minha mão esquerda a conduziu até dentro da calça dele, por baixo da cueca e eu senti aquele mastro pulsante, quente. Comecei a temer que pela minha falta de experiência eu passasse vergonha, mas ele, como se estivesse lendo a minha mente, disse sussurrando ao meu ouvido:
– Relaxa, não vou fazer nada que não queira.
Eu havia fantasiado uma vez Fábio e eu, mas minha fantasia não se comparava nada àquilo.
        Ele estava ficando mais excitado a cada segundo. Estava bastante curioso em ver o pau dele fora da cueca. Mas, eu tirei a minha mão, dei um beijo em seu rosto, saí do escritório e fui embora para casa.

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Comentários


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anjogabriel Comentou em 28/07/2018

uau

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oliveira956 Comentou em 10/12/2017

Como deve ter sido imenso o seu tesão.Um momento mágico.




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Voltando às origens – Capítulo 3

Codigo do conto:
109244

Categoria:
Incesto

Data da Publicação:
20/11/2017

Quant.de Votos:
6

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