Voltando às origens – Capítulo 16



        Durante o banho, enquanto Ramón me ensaboava conforme o combinado, ele me disse:
        – Você sabe que amanhã temos prova de biologia né?
        – Sim.
        – Então podemos considerar esse banho um estudo preliminar sobre a anatomia humana. O que acha?
        Tive que rir daquilo.
        Fechei os olhos por um momento e refleti em tudo que me acontecera neste dia de hoje.
        Pela manhã recebi uma ligação de Fábio informando que minha mãe foi até seu escritório e pegou todo meu acerto. Depois, aceito seguir a sugestão do professor Tiago e ligo para Marcos a procura de emprego. Aceito o emprego e após preencher as informações solicitadas pelo sócio Vinícius, a reunião de negócios acaba em quase sexo. Por último, e não menos importante, o primeiro cliente que eu atendo acaba sendo meu professor de Língua Portuguesa, Gabriel.
        O que mais de bizarro poderia vir a acontecer depois disso tudo? – Me pergunto antes de voltar a abrir os olhos e dizer a Ramón:
        – Podemos sim. E quem sabe, fazer uma parte dois em cima da sua cama? – E o beijei com a água do chuveiro caindo sobre nossas cabeças.

        

        A prova de Biologia no dia seguinte estava em dificuldade mediana. Consegui responder todas as questões, mas com aquela pulga atrás da orelha a respeito de duas questões que me custaram um tempo pra responder.
        – Se eu não tirar dez nessa prova, eu troco de parceiro de estudos – disse Ramón no momento do intervalo, após sentar ao meu lado em uma das mesas da lanchonete do colégio.
        – E vai estudar com quem? Poliana?
        Ramón me encarou aparentemente chateado.
        – Desculpa. Admito que peguei pesado nessa.
        – Tudo bem. Até que mereço depois de tudo que te fiz passar. Mas, ainda estou intrigado por ela ter se afastado de mim.
        – Por que não chega nela e conversa a respeito?
        – Sei lá. Vou tomar coragem e resolver essa parada com ela o mais rápido possível.
        Dei uma mordida em meu sanduíche e senti meu celular vibrar.
        O tirei do bolso e vi que era uma mensagem da parte de Bruno, perguntando se eu podia ir para o lado de fora do colégio por um instante falar com ele.
        Respondi que sim e guardei o celular de volta.
        – Preciso resolver uma coisa – disse para Ramón enquanto me levantava da cadeira.
        – Vai lá. Vou ficar aqui pensando em como chegar na Poliana.
        Sorri e me afastei indo a caminho do portão.
        Uma vez do lado de fora, avistei Bruno encostado à sua moto bem próximo a esquina da rua.
        Ele estava vestido com uma jaqueta preta e calça jeans também preta. Muito charmoso por sinal, apesar de que não estava fazendo esse frio todo para ele estar com aquela jaqueta.
        Assim que ele me viu, abriu aquele sorriso que somente ele sabia dar e veio ao meu encontro, parando assim que se aproximou de mim, abrindo os braços para me dar um abraço bem caloroso.
        – Estava com saudades de você – ele disse após o abraço.
        – Por isso veio até aqui?
        – Sim, mas também vim por outro motivo.
        Ele ficou com o semblante sério e isso me deixou um pouco preocupado.
        – O que aconteceu? – Perguntei de uma vez.
        – Você sabe que eu curto muito ler todos os tipos de blogs né?
        – Sim – respondi, lembrando que quando sentávamos para conversar com a galera do skate, Bruno era o que mais trazia assuntos variados que havia lido em algum blog na internet.
        – Essa semana estava lendo o blog de um cara anônimo de codinome Ilusionista.
        – Um blog de mágicas? – Perguntei.
        – Não. Ele cria posts de assuntos variados. Porém, essa semana ele escreveu um bem diferente que eu acho que tem a ver com a sua família.
        – O que ele escreveu?
        – É melhor você ler o texto – Bruno me respondeu entregando seu celular.
Na tela eu vi a interface do blog que tinha por título: Desvendando as mentiras.
        O post estava datado a 2 dias atrás, com o seguinte título: Será que conhecemos as pessoas?
Comecei a ler o texto que dizia: “Sabe quando você nasce em um berço de ouro, mas é colocado para fora dele depois de 18 anos? Então, deve ser uma sensação desagradável. Ainda mais quando o motivo que te levou a ser expulso foi o fato de você ter ido para a cama com um parente. Isso mesmo, o protagonista dessa história foi para a cama com um parente, e não foi apenas uma vez, foi mais de uma vez... Por enquanto vamos chama-lo de Rick. Os pais de Rick são bem sucedidos. O pai dele é dono de uma empresa e vamos chama-lo de Sr. G. A mãe de Rick tem um trabalho na área do Direito, para não sermos tão diretos, e vamos chama-la de Sra F. Até porque, para quê entrarmos em todos os detalhes de uma vez? Tenho certeza que depois que lerem esse post irão querer saber mais. E prometo, que sempre que possível, eu iriei atualizar vocês a respeito de novidades sobre a família de Rick. Para encerrar, vou deixar aqui algumas interrogações. Quem será Rick? Qual é o grau de parentesco da pessoa com quem Rick foi para a cama? Onde Rick vive atualmente? Essas e mais perguntas serão respondidas em breve. Se você gostou desse post, deixe seu comentário!”.
        Devolvi o celular para Bruno enquanto minha mente fervilhava de pensamentos.
        – Isso é mentira não é? – Perguntou Bruno. – Você ter sido expulso de casa?
        – Por que você acha que é sobre mim esse post?
        – Por causa de alguns detalhes, como, sua mãe ser da área de Direito. Seu pai ter um negócio próprio. Você ter dezoito anos e as iniciais dos nomes dos seus pais, Gustavo e Fernanda, se não me falha a memória. Então, você foi ou não foi expulso de casa?
        – Acho melhor eu voltar para dentro.
        – Ei, eu não sou seu inimigo aqui, Ricardo. Eu vi esse post hoje pela manhã. É a primeira vez que esse cara escreve algo desse tipo no blog dele.
        Abaixei a cabeça para pensar.
        Não havia motivos para eu colocar Bruno na lista de pessoas não confiáveis. Mas, também não estava muito confortável para falar sobre aquilo em frente ao colégio. Além disso, o intervalo entre as aulas já estava próximo do fim.
        – Vamos fazer o seguinte. Marcamos um horário para conversarmos e eu te falo o que está acontecendo comigo. Pode ser? – Propus.
        – Sim. Mas, só quero que entenda que vim aqui porque te considero pra caramba.
        – Eu sei. Peço desculpas por ter dado a entender outra coisa.
        – Relaxa.
        Bruno me deu um abraço antes de ir e eu voltei para dentro do colégio curioso para saber quem era o dono do blog: Desvendando as mentiras...

        Enquanto realizava a prova de Língua Portuguesa, eu estava com duas coisas pairando em minha mente. A primeira era o fato de na noite anterior eu ter saído com o professor Gabriel, que estava um gato naquela manhã vestido com uma roupa justa social, o que me fez pensar algumas besteiras. E o segundo, o assunto que Bruno trouxera até mim horas atrás.
        Eu queria apontar minha mãe e meu irmão como responsáveis por detrás desse blog. Mas, não fazia sentido, uma vez que poderia se tornar um tipo de escândalo negativo para eles. Também pensei que o dono do blog poderia estar se referindo a outra família e não a minha. Porém, seria muita coincidência os detalhes do que li pertencerem à outra família a não ser a minha. Se não fossem as perguntas que ele deixara no final do post para os visitantes do blog especular, eu não estaria tão preocupado. As perguntas sugeriam que o tal Ilusionista sabia mais do que havia postado.
        Voltei à atenção para a prova e tentei me concentrar o máximo possível.
        Uma hora e alguns minutos mais tarde, fui praticamente o último a entregar a prova.
        Assim que deixei na mesa de Gabriel, ele disse:
        – Estava tão difícil assim?
        – Não. Eu que enrolei mesmo para fazer – respondi.
        Ele sorriu e eu retribuí o sorriso com outro sorriso.
        – Sobre ontem à noite, eu espero que não tenha ficado nenhum mal entendido.
        – Não ficou, professor. Você contratou o serviço e eu tentei prestar da melhor forma possível, apesar de tudo.
        – Você está chateado comigo por eu ter interrompido o momento ontem?
        – Não estou. Eu compreendi sua colocação.
        Ficou o silêncio por alguns segundos entre nós até que eu me despedi dele e saí da sala.
        Durante o caminho dentro do carro de Ramón, não contei nada para ele a respeito do assunto que Bruno me trouxera. Queria poupá-lo de mais drama a respeito da minha vida.
        Esse lance novo entre Ramón e eu poderia ser apenas temporário, não tinha intenção de me apoiar nisso, apesar de ter alimentado por um bom tempo certas fantasias e desejos por ele.
        – Meu pai me ligou, ele não vai poder vir almoçar. Houve um atraso no voo dele. Mas, disse que chega a tempo do jantar – comentou Ramón.
        – Então é hoje que vou conhecer seu pai.
        – Sim. Minha mãe só volta daqui duas semanas.
        – Pode ficar tranquilo que não vou comentar com seu pai a respeito do que rolou entre a gente.
        – Eu sei que não. Mas, você está bem com isso?
        – A respeito dessa amizade praticamente colorida?
        – Sim.
        – Até o momento estou de boa. E você?
        – Pra mim também.
        Meu telefone tocou, no visor vi que era da parte de Marcos.
        – Alô! – Disse ao atender.
        – Bom dia Ricardo. Meus parabéns! Segundo seu primeiro cliente, você se saiu muito bem ontem. Recebeu ótimos elogios. Ele disse que a conversa foi bastante agradável que nem viu o tempo passar.
        Sorri, pensando que Gabriel ocultara as informações a respeito do restante do encontro para Marcos.
        – Fico feliz em saber. Obrigado – agradeci.
        – Tenho um novo cliente para você hoje, às quatro da tarde. Tudo bem?
        – Tudo.
        – É um cliente especial. Vai ser companhia em domicilio. Duas horas de serviço. Adiantando a situação, ele é cadeirante.
        – Tudo bem. Aceito o desafio.
        – Isso aí. Antes de ir até o cliente, meu sócio pediu para você passar no escritório dele. Aí lá você pega as demais informações a respeito do cliente.
        – Eu passo lá.
        – Então é isso. Qualquer coisa eu te ligo.
        – Obrigado. Até mais patrão.
        – Até! – E o ouvi rir antes de finalizar a ligação.
        – Muito feliz por você ter conseguido esse emprego – disse Ramón.
        – Também estou feliz.
        – Que horas você tem que estar no trabalho?
        – Duas da tarde – menti. Dei essa resposta, porque eu teria um tempo para ficar com Vinícius antes de ir até o cliente.
        – Vou fazer um almoço bem rápido para nós, para não te atrasar – disse Ramón assim que passamos pelo portão de sua casa.
        


        Às quatorze horas em ponto eu desci do táxi em frente ao local do escritório de Vinícius.
        – O que achou da desculpa de passar aqui antes de ir até o cliente de hoje? – Perguntou Vinícius após me receber no portão.
        – Ah, é uma desculpa?
        – Sim e não. – ele respondeu enquanto trancava o portão. – O Marcos poderia ter te passado todas as informações, mas ele me ligou falando da urgência desse cliente e eu disse a ele que poderia resolver essa parte com você aqui.
        – Esperto! – E caminhamos para dentro da casa.
Vinícius me puxou para si depois que entramos, e me deu um beijo bem demorado.
        – Fiquei com saudades do seu beijo – ele me disse.
        – Você diz isso a todos quem você seduz? – Devolvi com um sorriso de canto de boca.
        – Pode parecer mentira, mas você é o primeiro com quem fico assim. Nunca tive coragem de passar do lance de uma vez apenas.
        – Não precisa me falar essas coisas Vinícius, eu sei que o que está rolando entre a gente é apenas diversão – e me afastei dele caminhando rumo casa adentro.
        – Você não pode dizer uma coisa dessas e dar as costas – ele retrucou.
        – Não te dei as costas. Só estou adiantando as coisas.
        – E se eu não quiser apenas diversão com você?
        – Você é tipo meu segundo chefe, acho que não seria possível ir além de uma diversão.
        Ele ficou em silêncio como se tivesse refletindo sobre o que eu dissera e depois tomou meu braço e me levou até o quarto onde ficamos da última vez.
        Vinícius posicionou o colchão no chão e o forrou com um lençol, em seguida tirou a camiseta e a calça e pediu para que eu fizesse o mesmo, ficando apenas de cueca, nós dois.
        Depois ele me puxou para bem perto de si e voltou a me beijar. Sentir o corpo quente dele tocando o meu foi a melhor sensação.
        Deitamos no colchão e rapidamente tiramos nossas cuecas. Em seguida, Vinícius se pôs a passar a língua por todo meu corpo, descendo pela minha barriga até chegar ao meu pau e praticamente o engolindo enquanto me chupava.
        Depois dele foi a minha vez de retribuir. E eu chupei bastante aquela rola deliciosa dele, com todos aqueles pentelhos ruivos em volta.
        – Que delícia! – Ouvi Vinícius dizer.
        Após isso, ele pegou uma camisinha e colocou em seu pau. Pediu para eu deitar de lado e veio por trás. Antes de me penetrar, ele me lubrificou com seu cuspe.
        Vinícius foi bastante carinhoso do início ao fim. Mordiscando minha orelha, beijando meu pescoço e minha boca enquanto me penetrava com uma maestria sem precedentes. Os gemidos dele me excitaram bastante. Aquela voz grave e rouca no final quando ele gozou foi a melhor parte.
        – Você ainda acha que quero apenas me divertir com você? – Ele me perguntou um tempo depois de ter gozado, me mantendo em um abraço bem aconchegante.
        – Talvez.
        – Vem dormir comigo hoje à noite.
        – Hoje não posso, tenho aula amanhã cedo.
        – Então amanhã à noite. O que acha?
        – Pode ser. Isso é para provar que você não quer apenas diversão comigo? – Devolvi.
        – Não, não é para provar nada. E sim, por que eu quero passar mais tempo com você.
        – Tudo bem. Preciso tomar um banho antes de ir.
        – Vou te acompanhar nesse banho e aproveitar para falar a respeito do seu próximo cliente.

        Assim que cheguei à casa de Saulo, fui recebido pela mulher dele, uma loira alta, bastante simpática. Ela me deu um beijo no rosto ao me cumprimentar, e me convidou para entrar.
        Levou-me até a sala e me apresentou ao seu marido que estava na cadeira de rodas assistindo TV.
        – Amor esse é o novo garoto que eles mandaram – disse ela. – E esse é o meu marido, Saulo.
        – Prazer – disse estendendo minha mão para o marido dela. Porém ele não correspondeu, deixando minha mão no ar até que eu recolhi um pouco sem graça com aquele vácuo.
        – É simples, Ricardo. Eu preciso que você fique com meu marido por duas horas. O que ele precisar da cozinha ou ajuda com qualquer outra coisa, ele possa contar com você.
        – Já disse que não preciso de uma babá! – Saulo resmungou.
        – Não é um babá. É alguém para ajudar se você precisar.
        – E ficar me vigiando – ele retrucou.
        Ela revirou os olhos e disse:
        – O outro garoto que acompanhava a gente fez o que não devia. Roubou alguns pertences nossos. Foi lastimável. Mas, eu sinto que você tem boa índole. Além de ter sido bem recomendado – ela concluiu.
        Vinícius me contara aquela história durante o banho, que esse garoto chegou a ser demitido quando foram provadas as coisas erradas que ele fez. Onde além dos roubos, ele também desrespeitou o casal em algumas conversas.
        – Vou fazer meu melhor – disse a eles.
        – Ótimo! Agora preciso ir para essa reunião. Até mais tarde!
        Ela se despediu do marido com um beijo na boca e saiu porta afora.
        Voltei meu olhar para Saulo e ele permanecia olhando para a TV como se nada tivesse acontecido.
        Eu só tinha que aguentar por duas horas – pensei.
        Tomei a liberdade de sentar no sofá próximo a cadeira de rodas e acompanhar o que ele estava assistindo: jogo de futebol.
        Nesse momento pensei em meu pai. Lembrei que às vezes eu o acompanhava para assistir jogo na TV. Senti saudades dele, apesar de tudo.
        – Você é quieto assim ou só está com vergonha? – Perguntou Saulo.
        – Depende da situação – respondi.
        – Você parece ser menor de idade.
        – Tenho dezoito anos.
        – Sim, eu sei. Nós vimos no seu perfil.
        Vinícius me contara minutos atrás que havia dado a ideia a Marcos no início da semana de criar perfil para os funcionários no site da empresa, com acesso apenas para clientes cadastrados. Um perfil limitado a uma foto de rosto atualizada de cada um e algumas informações básicas, como: características físicas e hobbies. Aparentemente as mesmas que Vinícius coletou na entrevista-teste.
        Eu achei Saulo atraente e bem charmoso com toda aquela barba bem desenhada, lábios grossos e um tom de voz aveludado. Mas, tomei cuidado para não pensar besteiras enquanto estivesse ali.
        Quando o jogo acabou ele disse:
        – Você pode ir buscar água para mim na cozinha?
        – Sim.
        Levantei, fui até a cozinha, peguei uma jarra com água da geladeira e dois copos.
        Quando voltei para a sala vi que ele havia colocado em um canal pornô. Encarei na maior naturalidade possível, enchi um copo com água, entreguei um para ele, e depois enchi o outro para tomar.
        – Quando ela não está em casa é o momento que eu tenho para ver essas coisas – disse Saulo.
        – Ela não gosta que assista pornô? – Perguntei.
        – Mais ou menos. Isso me ajuda um pouco com a dor que às vezes sinto. Algo relacionado à endorfina – disse apontando para a TV.
        Eu tinha ouvido algo a respeito uma vez, mas me reservei a ficar calado e não fazer nenhum comentário.
        Na tela havia uma mulher bem peituda chupando a rola enorme de um cara. Eles estavam na cozinha. E, enquanto ela chupava ele empurrava a cabeça dela com força no vai e vem.
        – Você curte? – Saulo perguntou.
        – Um pouco – respondi timidamente.
        – Pode ficar à vontade.
        Não estava conseguindo. Na verdade, estava me sentindo um pouco desconfortável. Por um instante eu achei que ele fosse tirar o pau para fora e bater uma, mas não aconteceu, e eu fiquei aliviado por isso.
        Alguns minutos depois, quando a cena de sexo chegou ao final, Saulo disse:
        – Preciso tomar um banho.
        Ele destravou as rodas e passou a empurrar saindo da sala.
        Eu fiquei sentado sem saber se deveria ir com ele ou não, até que o ouvi dizer:
        – Vou precisar de você. Pode vir garoto!
        Levantei rapidamente e o segui até o quarto.
        Uma vez lá ele tirou a camiseta e me pediu ajuda para tirar a calça.
        Ajudei e vi que ele estava bem excitado quando ficou só de cueca.
        – Vou ficar de costas enquanto você tira a cueca.
        – Claro que não! – Ele retrucou. – Preciso da sua ajuda.
        – É para te dar privacidade.
        – Você tem a mesma coisa que eu entre as pernas.
        O ajudei a tirar a cueca e o pau dele saltou todo babado. Uma delícia só de olhar.
        – Vai me dar um banho ou fazer outra coisa antes? – Ele perguntou alguns segundos após.
        – Como?
        – Preciso que me ajude com o banho.
        – Claro.
        Ele me instruiu a encher a torneira com água quente e água fria. Depois que a banheira encheu um tanto bom, fechei as torneiras e em seguida ele usou os apoiadores de ferro que estava próximo à banheira e saiu do carrinho de rodas e depois entrou na banheira.
        – Pega o sabonete ali na saboneteira – ele pediu.
        Fiz o que ele pediu.
        – Pode ensaboar minhas costas com ele, eu não mordo.
        Segurei pra não revirar os olhos, peguei um banquinho que estava perto da pia, coloquei perto da banheira, sentei e passei a ensaboa-lo.
        – O outro rapaz que trabalhou antes de você, parecia que tinha nojo de tocar em mim. Fazia de má vontade.
        – Imagino – comentei.
        – Você é bem diferente dele. Parece ser simpático.
        – Obrigado.
        A questão ali para mim não era nojo, até porque sem roupa Saulo era bem mais sexy. A questão é que aquele momento era muito íntimo para mim.
        Ia entregando o sabonete pra ele passar na parte da frente, mas ele me interrompeu dizendo:
        – Pode continuar você mesmo!
        O encarei por alguns segundos enquanto pensava sobre o quanto aquela situação estava ficando estranha. Porém, para não criar problema ali, fiz o que ele me pediu. Evitei olhar para o rosto ou o pau dele enquanto passava o sabonete.
        – Eu sei que ela não foi a uma reunião – Saulo comentou.
        – A sua esposa?
        – Sim. Eu desconfio que ela faça sexo com outros caras por aí.
        Era triste ouvir aquilo. Lembrei sobre a minha mãe e a traição incestuosa dela com meu irmão sem o conhecimento do meu pai.
        – Pronto, terminei.
        – Você não ensaboou a parte de baixo e as minhas pernas.
        – Verdade...
        – Estou brincando. Eu mesmo faço isso – e tomou o sabonete da minha mão.
        Após o banho o ajudei a vestir roupa.
        – Pode perguntar. Eu sei que você quer saber – Saulo disse assim que terminei de ajuda-lo a vestir a bermuda.
        – Sobre?
        – A respeito de como vim parar nessa cadeira de rodas.
        – Eu fiquei me perguntando mesmo – resolvi falar. – Mas, não queria ser intrometido em perguntar.
        – Tranquilo, eu te conto o que aconteceu. Dois anos atrás eu atravessei um sinal vermelho. Estava de moto e um carro bateu em mim. Não aconteceu nada com a motorista do carro, já eu...
        – Sua lesão é irreversível?
        – Segundo os médicos que me trataram sim. Não há chances de que eu possa voltar a andar.
        – Lamento.
        – Obrigado. Faz três anos o acidente. O primeiro ano foi o pior. Mas, agora eu estou na fase da aceitação.
        Tomei a liberdade de sentar na cama, e perguntei:
        – Eu não sei como é estar no seu lugar. Imagino que seja horrível, mas, nenhum médico apresentou alguma possibilidade de algum tipo de tratamento pra você recuperar?
        – Foi me dado um tempo atrás, mas era muito arriscado. A Sheila minha mulher quis que eu aceitasse o tratamento, mas era minha vida em jogo, eu optei por não. Acredito que seja por isso que depois de um tempo percebi que ela anda me traindo com outros por aí.
        – Desculpe o comentário, mas, se você não ficasse duro lá embaixo seria compreensível por um lado o comportamento dela.
        Saulo riu de um jeito bem solto e depois disse:
        – Sheila é exigente. Quando minhas pernas funcionavam o sexo entre nós sempre foi selvagem. Agora diversas posições que antes fazíamos são praticamente impossíveis sem eu poder movimentar as pernas.
        – Entendi.
        – Cheguei, onde vocês estão? – Ouvi Sheila perguntar.
        – Estamos aqui no quarto – Saulo respondeu.
        Ouvi os passos de Sheila pelo corredor até chegar à porta do quarto.
        – Deu tudo certo? – Ela perguntou.
        – Sim. O Ricardo me deu banho e estávamos aqui conversando sobre meu acidente.
        – Ah, que bom. Eu vou tomar um banho, mas, se você quiser já está liberado Ricardo.
        Peguei o celular e vi que ainda faltavam 20 minutos para dar as duas horas de serviço.
        – Pode ir tranquilo – ela disse como se tivesse lendo meus pensamentos. – Eu sei que ainda não deu tempo das duas horas de trabalho, mas iremos pagar pelas duas horas.
        – Tudo bem. Obrigado.
        – Você vai precisar chamar um táxi – disse Saulo. – Eu o acompanho até o portão enquanto você toma um banho, amor.
        – Certo. Obrigada Ricardo, até a próxima.
        Peguei o celular e liguei para a central de táxi e passei o endereço de onde estava enquanto caminhava com Saulo até a sala.
        Após a ligação, Saulo me disse:
        – Gostei de você, garoto.
        – Obrigado por dizer.
        – Eu quero te dar um abraço antes de você ir embora. Posso?
        – Sim. Por que não?
        Abaixei para ficar na altura dele e nos abraçamos.
        


        No caminho para a casa de Ramón, dentro do táxi, fiquei pensando naquele contato com Saulo e a esposa. De todo não fora ruim. Até que gostei de atendê-lo.
        Desci do táxi, paguei a corrida e assim que passei pelo portão da casa de Ramón, ele veio ao meu encontro dizendo:
        – Meu pai finalmente está em casa!
        – Ele sabe que estou aqui?
        – Ainda não. Mas ele é muito de boa, não precisa ficar com medo.
        – Você disse que ia contar pra ele sobre eu estar aqui.
        – Eu sei. Acabei esquecendo. Ele chegou faz nem dez minutos.
        – Você é doido Ramón.
        – Sou nada. Vai dar tudo certo. Confia em mim.
        Revirei os olhos e dei um sorriso.
        Ramón pegou em meu braço esquerdo e me conduziu até a cozinha.
        – Pai, esse aqui é o Ricardo.
        – Eu estou pensando em preparar a janta essa noite – ouvi o pai dele dizer antes de ficar de frente para nós. Mas nem precisava disso para confirmar que o pai de Ramón era o Vinícius, meu segundo chefe...


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Olá pessoal!
Que capítulo foi esse? Espero que estejam gostando. Tem bastante coisas para acontecer, muitas delas de tirar o fôlego.
Obrigado a todos que estão acompanhando e também aos que deixam seus comentários, muito importante para mim.
Até o próximo capítulo.
Abraços!!!



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Comentários


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djbarreto7 Comentou em 04/08/2018

Perfeito! Ansioso para a continuação! Não demora para escrever




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Ficha do conto

Foto Perfil betoson
betoson

Nome do conto:
Voltando às origens – Capítulo 16

Codigo do conto:
123680

Categoria:
Incesto

Data da Publicação:
03/08/2018

Quant.de Votos:
3

Quant.de Fotos:
0