Voltando às origens – Capítulo 18



        Vinícius desligou a TV e ali mesmo naquele sofá ele me agarrou carinhosamente enquanto tirava peça por peça do meu corpo, até me deixar só de cueca.
        – Acho melhor a gente não ficar aqui – sussurrei em seu ouvido. – Ramón pode chegar e não ficar nada boa a situação.
        Ele me pegou no colo e me levou até o quarto dele. Fiquei surpreso com a força dele em me carregar. Assim que entramos no quarto ele me deitou na cama e depois tirou toda a sua roupa, expondo seu pau bem excitado.
        Aproveitei o momento, tirei minha cueca e me coloquei a chupá-lo.
        Após o sexo, Vinícius me puxou pra bem perto dele e ficou fazendo cafuné em mim. Nesse momento contei a ele minha história, principalmente sobre meu tio, exceto sobre a cena entre minha mãe e meu irmão. Em seguida, prometi mentalmente para mim mesmo que Vinícius seria a última pessoa para quem eu contaria tudo aquilo.
        Ao final do meu relato, Vinícius virou o corpo de lado, ficando de frente para mim e eu pude ver seus olhos marejados.
        – Deve ter sido horrível tudo isso que você passou – ele comentou.
        – Sim, foi.
        Vinícius me abraçou, fechei meus olhos e assim ficamos por um bom tempo em silêncio, ouvindo a respiração um do outro.
        Em certo momento ouvi o barulho de alguém batendo a porta e depois ela sendo aberta. Quando abri meus olhos, vi Ramón flagrando seu pai e eu juntos na cama.
        – O que está acontecendo aqui? – Ramón perguntou.
        – Seu amigo estava com dificuldade de dormir e pediu pra ficar um pouco aqui comigo – ouvi Vinícius responder.
        Ramón reagiu como alguém que não tinha acreditado naquela desculpa, e disse:
        – Tenho certeza que a história aqui é outra. Não precisa mentir pai. Vocês dois estão completamente nus. Eu sei o que rolou aqui.
        Eu não sabia o que dizer.
        – O que você acha que rolou aqui? – Devolveu Vinícius se ajeitando para sentar.
        Ramón subiu na cama e em resposta a pergunta de seu pai, tomou o pau dele em suas mãos e começou a chupá-lo.
        Eu fiquei assombrado com aquilo. Jamais passara pela minha cabeça que eles tivessem aquele tipo de intimidade. Porém, além do assombro, aquela cena estava me deixando bastante excitado.
        – Vai ficar aí só olhando ou vai participar também? – Me perguntou Ramón.
        Eu ia responder, mas um som ao longe chamando pelo meu nome me fez parar. A voz era de Vinícius.
        Fechei os olhos e quando voltei a abrir, dei de cara com Vinícius olhando para o meu rosto, com o rosto dele bem próximo ao meu.
        – Até que enfim você acordou – ele disse.
        Então eu cochilei e tive um sonho erótico. Faz todo sentido – refleti.
        – Ouvi o barulho do portão, acredito que é o meu filho chegando – comentou Vinícius. – Acho melhor você sair do quarto.
        – Tudo bem – disse levantando num salto.
        Vesti minha cueca e em seguida lembrei que o restante da minha roupa estava na sala.
        Antes de sair pela porta, Vinícius se aproximou de mim e me deu um beijo de boa noite.
        Peguei minhas roupas e vesti antes que Ramón alcançasse a porta da sala.
        Deitei no sofá no mesmo instante que Ramón acendeu a luz da sala.
        – Ricardo! Que susto!
        Fingi que tinha acabado de despertar e coloquei minha mão direita à frente do meu rosto para proteger meus olhos da luz da lâmpada.
        – Foi mal! Eu acabei pegando no sono aqui na sala.
        – Está nítido com esse cabelo todo bagunçado e essa camiseta amarrotada.
        – Você me ligou mais cedo – comentei após ficar de pé.
        – Sim. Meu pai e eu ficamos preocupados com o horário. Parece que você teve que trabalhar até mais tarde hoje.
        – Tive. Mas foi bom, consegui um extra.
        – Tá explicado.
        – Vou para o quarto voltar a dormir. Boa noite Ramón.
        – Boa noite Ricardo.


        
        Na manhã seguinte, assim que eu acordei resolvi ficar um tempo na cama. Decidi entrar no aplicativo da OLX e procurar um lugar para alugar. Alguns minutos depois, encontrei um apartamento para solteiro bem em conta. Conversei com o responsável do anúncio e marquei a visita para aquela mesma tarde, às 4 horas.
        Saí da cama e encontrei Ramón na sala, sentado no sofá assistindo South Park na TV.
        – O dorminhoco resolveu levantar – ele comentou assim que me viu.
        – Bom dia para você também – disse de volta.
        – Senta aqui do meu lado – convidou Ramón. – Trouxe algumas coisas da cozinha. Têm roscas, pão de queijo, biscoitos de polvilho e suco.
        – Cadê seu pai? Dormindo ainda? – Perguntei enquanto me sentava ao lado dele.
        – Ele saiu para comprar frango assado.
        – Eu vou me mudar essa semana – disse enquanto pegava uma rosca.
        – Mas já? – Perguntou Ramón olhando para mim aparentemente chateado.
        – Se tudo der certo, sim. Vi um ótimo apartamento na OLX. Vou dar uma olhada hoje à tarde.
        – Posso ir com você?
        – Claro. Por que não?
        Ramón sorriu e me deu um beijo na boca. Depois voltou a atenção para a TV.
        Uma parte de mim não queria mudar dali tão cedo, mas por conta de tudo que já tinha rolado o melhor era eu sair antes que acontecesse alguma merda. Tomei para mim que o sonho erótico na noite anterior foi uma espécie de aviso.
        


        Durante o almoço, à mesa da cozinha, Vinícius contava a respeito da viagem que fizera. Eu fiquei me perguntando se ele realmente tinha viajado ou se estava inventando história para esconder a verdade do filho. Pois, estava na cara que Ramón não sabia sobre o trabalho onde Vinícius era meu chefe.
        – Mais tarde vou acompanhar o Ricardo para ver um apartamento que ele pretende alugar – disse Ramón depois que o assunto do pai deu-se por encerrado.
        – Sério? Já conseguiu arranjar um lugar? – Me perguntou Vinícius.
        – Ainda não é certo. Mas, se eu gostar, sim.
        Vinícius colocou um pedaço de frango na boca e não disse mais nada.
        Estava claro que ele queria que eu ficasse mais alguns dias com eles. Provavelmente ainda mais depois de ter tomado conhecimento do que me acontecera na casa dos meus pais. Eu senti o lado protetor dele de pai me acolhendo ontem durante o abraço antes de eu pegar no sono.

        
        Por volta das 3 da tarde Ramón foi tomar um banho antes de me acompanhar até o local do imóvel. Eu decidi que não iria tomar banho àquela hora, apesar do calor.
        Fui para o lado de fora da casa e encontrei Vinícius sentado à beira da piscina, sem camisa e com os pés dentro da água.
        – Tudo bem? – Perguntei assim que cheguei bem perto dele.
        Vinícius levantou o olhar para a minha direção e respondeu:
        – Sim, estou.
        – Não me convenceu – disse de volta, após sentar ao lado dele e colocar meus pés dentro da piscina.
        – Estou pensando em algumas coisas.
        – Está chateado comigo por eu decidir me mudar?
        – Um pouco, não vou negar. Mas, entendo o que você vai fazer.
        – Se fosse diferente eu até ficaria mais alguns dias – comentei olhando para as ondas que eu estava provocando na água ao subir e bater o pé esquerdo nela.
        – Minha esposa me ligou hoje pela manhã. O cara com quem ela está viajando a pediu em namoro.
        Eu parei de brincar com água imediatamente e perguntei para ele:
        – Espera sua esposa não foi viajar a trabalho?
        – Sim e não. Ela foi viajar a trabalho, mas levou um cara junto. As coisas que ela viu durante essa semana lá onde ela está, foram as que eu contei à mesa durante o almoço.
        – Não sei o que te dizer. Que situação!
        – Estamos próximos de assinar o divórcio. Já falamos com a advogada. Assinaremos os papéis assim que ela chegar de viagem.
        – E o Ramón? – Perguntei.
        – Vamos contar a ele, juntos. Falei com ela a respeito disso na ligação. Obrigado por se preocupar com ele.
        – É o mínimo que posso fazer depois de tudo que ele já fez por mim.
        Vinícius me puxou para bem perto dele e disse:
        – Você vai se afastar de mim depois que se mudar?
        – Sinceramente eu não sei. Pensei ontem antes de dormir que talvez fosse melhor eu me afastar. Mas, não tenho certeza. Você é o pai do Ramón, seria bizarro demais ele chegar, a saber, que você e eu temos intimidade na cama.
        – Não precisamos contar para ele agora.
        – Você está mesmo cogitando algo sério entre nós dois?
        – Por que não?
        Olhei para Vinícius tentando encontrar algum traço de brincadeira na expressão facial dele, mas aparentemente, estava falando sério.
        – Tenho idade para ser seu filho, seria muito estranho.
        – Então agora está me chamando de velho? – Ele perguntou me encarando.
        Revirei os olhos de um jeito engraçado.
        – Eu entendi o que você disse – ele me disse após me dar um beijo na testa. – Eu sei que é muito para você, nós dois em um relacionamento sério. Você tem todo o mundo de possibilidades a sua frente. Não posso tirar isso de você.
        Aquela fala me deixou um tanto emocionado. Era algo que eu esperaria ouvir da boca do meu pai em um contexto diferente.
        Abaixei minha cabeça quando percebi que uma lágrima estava teimando em rolar pelo meu rosto.
        – Não disse isso para você ficar triste, Ricardo – e me abraçou.
        – Eu sei que não. Agradeço pelo que me disse. Eu não vou me afastar de você. Até porque você também é meu patrão. Mas, podemos manter uma amizade.
        – Colorida? – E sorriu.
        No momento que eu ia respondê-lo, Ramón surgiu dizendo:
        – Ah, eu também quero um abraço pai.
        Vinícius se ergueu num pulo e foi de encontro ao filho para abraça-lo.
        Olhei para eles e novamente senti aquela saudade do meu pai.


        Chegamos ao edifício Monte Leblon’s e encontramos o proprietário do apartamento esperando do lado de fora de seu carro, de óculos escuros.
        Assim que bati o olho nele, após descer do carro de Ramón, vi o quanto ele era charmoso. Estava de terno, camisa branca social, gravata azul e uma calça cinza escura social. A barba bem feita lhe conferia o charme final.
        – Boa tarde – ele disse estendendo a mão para mim. – Você deve ser o Ricardo.
        – Sim, sou eu mesmo. E esse aqui é o meu amigo Ramón.
        – Prazer Ramón. Meu nome é Wendel.
        Se eu não estava doido, Wendel acabara de dar em cima de Ramón, mas resolvi ignorar.
        – Vamos entrar? – Convidou Wendel.
        Passamos pela portaria depois que ele falou com o porteiro e seguimos rumo ao elevador que nos levou para o sétimo andar. Em seguida, paramos em frente ao apartamento 701. Wendel destrancou a porta e a abriu para que entrássemos.
        – Então este é o apartamento. Dois cômodos e um banheiro – disse Wendel. – Os cômodos são grandes como pode ver. E, se for só para você mesmo, pode transformar este em sala e cozinha e o outro cômodo fica sendo o quarto.
        – Quanto é o aluguel? – Perguntou Ramón.
        – São seiscentos reais por mês. Já incluso condomínio, gás, água e energia.
        – Barato – comentou Ramón.
        – Eu quero! – Disse de uma vez.
        – Ótimo! Eu vou até o carro buscar o contrato, se não se importarem.
        – Tudo bem. A gente espera aqui – disse Ramón.
        Assim que Wendel saiu porta afora, Ramón me puxou e me beijou.
        – E se ele voltar e nos pegar aqui?
        – Fica de boa. Ele vai demorar pelo menos uns sete minutos. E se ele nos pegar pode acabar virando uma suruba.
        – Na verdade seria um sexo a três.
        – Pena que não tem uma cama aqui – comentou Ramón.
        – Seria muito ousado.
        Ele desceu as mãos até a minha bunda e perguntou:
        – Você tem o dinheiro do aluguel?
        – Sim. Consegui com aquele extra de ontem – menti.
        – Uau! Menos de uma semana e você já recebeu bem. Também quero esse emprego – ele disse brincando.
        – Acho que você não ia gostar.
        – Se for várias tarefas, provavelmente não. Mas, mudando de assunto, como vai fazer com os móveis?
        – Vou comprar o que eu conseguir com o pouco que vai me sobrar.
        – Eu vou te dar um de presente de casa nova.
        – Qual? – Perguntei curioso.
        – Uma cama de casal, com certeza – e deu aquele sorriso que me deixava louco.
        Puxei a cabeça dele e nos beijamos mais uma vez. Em seguida desci minha mão até a bermuda dele e a enfiei por debaixo dela, alcançando seu pau.
        Ramón abaixou a bermuda e a cueca deixando o pau totalmente livre. Olhei para ele e ele me devolveu aquele olhar sacana, e disse:
        – Culpa sua!
        No instante seguinte ouvimos um pigarrear, e quando olhei para o rumo da entrada, era o dono do imóvel. Eu fiquei bem sem graça na hora.
        – Imaginei que ia acabar acontecendo isso – Wendel comentou.
        – Foi mal aí – disse Ramón enquanto erguia a cueca.
        – Não precisam parar por minha causa – disse Wendel levando a mão esquerda até o rumo de sua virilha, e vi que ele estava excitado.
        – Melhor não. – Falou Ramón. – Vamos ao contrato.
        Percebi que Wendel ficara um pouquinho desapontado, mas se apressou em explicar o contrato.
        – Vai ficar no seu nome mesmo Ricardo? – Ele me perguntou depois de ter tirado nossas dúvidas a respeito de algumas cláusulas.
        – Na verdade no meu – se adiantou Ramón.
        – Por quê? – Perguntei para ele.
        – Seus pais.
        Eu não entendi muito bem aquele motivo, mas aceitei. Depois perguntaria para Ramón o que ele quis dizer com: meus pais.
        Ramón apresentou alguns documentos pessoais, depois assinou algumas folhas e por fim, eu entreguei o dinheiro para Wendel.
        – Ótimo. Então está tudo certo. Vou deixar essa cópia das chaves da entrada e do quarto e o recibo do pagamento feito – e me entregou.
        – Muito obrigado – agradeci.
        – Eu que agradeço... Certeza que não querem que eu participe um pouco daquilo que estava rolando entre vocês?
        – Não. – Respondeu Ramón. – Temos que ir. Deixa pra outra hora.
        – Beleza. Até mais! – Disse Wendel.
        – Até! – Disse me despedindo dele.
        Quando entramos no carro de Ramón ele disparou a rir.
        – O que foi? – Perguntei.
        – Que cara safado!
        – Mas você não queria a suruba?
        – Já te disse Ricardo. Você é o único por quem sinto tesão. Vai ser difícil eu sentir isso por outro cara – ele respondeu enquanto colocava o cinto de segurança.
        – Entendo.
        Depois que ele deu a partida, disse:
        – Não falei que você e o meu pai iam se dar bem?
        – Está falando isso por causa daquele momento na piscina.
        – Sim. Meu pai comentou comigo hoje antes de sair pela mahã, que você desabafou para ele ontem a respeito do que sua família fez a você.
        – Sim, verdade.
        – Pode crer que você ganhou um ótimo amigo. Meu pai é gente boa.
        Sorri pensando no que já tinha rolado entre Vinícius e eu, que Ramón nem fazia ideia...

        À noite, Marcos me ligou e me contou que passara no teste em relação a Bernardo. Fiquei feliz pela informação, pois, apesar de ter ficado a impressão que Bernardo gostara da minha companhia, também fiquei com certa dúvida se realmente ele iria querer continuar comigo.
        – Ele me ligou para fazer elogios a seu respeito.
        – Sério? – Perguntei tentando imaginar como rolou a conversa entre eles nessa parte dos elogios.
        – Sério. Além disso, pediu para você ir lá amanhã, às dez da manhã, é possível?
        – Sim. Amanhã é feriado, não tenho aula no colégio.
        – Ótimo! Ele quer companhia por três horas. Na verdade ele já pagou adiantado. Na terça feira, caí na conta do seu cartão.
        – Muito obrigado.
        – Eu que agradeço Ricardo. Você está se saindo muito bem. Na terça-feira, por volta das duas da tarde, passe aqui no meu apartamento para a gente conversar a respeito da lista VIP e sobre Bernardo.
        – Combinado.
        – Boa noite, então.
        – Boa noite para você também.
        Desliguei a chamada e pensei no quanto as coisas estavam melhorando para mim...


        Bernardo me recebeu naquela manhã com um humor melhor do que nosso primeiro contato no sábado passado, com um enorme sorriso no rosto, após abrir a porta do apartamento.
        – Oi, pode entrar – ele disse. – Estou preparando um prato diferente. Uma receita que vi na internet hoje. Já tomou café da manhã?
        – Sim tomei... Qual é o prato? – Perguntei sentindo o delicioso aroma no ar.
        – Bacon com açúcar mascavo. Está sentindo o cheiro?
        – Sim. Muito bom por sinal.
        Bernardo sorriu.
        O segui até a cozinha e ele pediu para que eu sentasse.
        – Quer comer alguma coisa?
        – No momento não, obrigado.
        Ele estava muito bonito naquela manhã. Não sei se era por conta do avental de cozinheiro, pensei brincando com meus pensamentos.
        – O que foi? – Ele me perguntou.
        – Nada – respondi.
        – O que você estava pensando?
        Decidi arriscar e respondi:
        – Estava te admirando. Você está bonito.
        – Você é uma figura. Obrigado. Mas, não precisa me agradar. Eu te contratei por dois meses adiantados.
        Eu fiquei de cara com aquela informação.
        Então será que é sobre isso que o Marcos quer falar comigo na terça-feira? – Me perguntei.
        – Está surpreso? – Perguntou Bernardo.
        – Um pouco.
        – Imaginei. Seu patrão ainda não deve ter te contado sobre isso. Mas, foi ótimo ver sua cara de surpresa.
        – Obrigado pelo voto de confiança – disse para ele.
        – Você mereceu – e me deu as costas para dar atenção ao forno.
        Eu estava me sentindo muito bem. Aquele era o melhor trabalho que eu poderia ter arrumado.

        Bernardo falou um pouco a respeito do seu trabalho como contador em algumas empresas. Com esse assunto ele acabou falando um pouco mais sobre si, sobre sua paixão por números desde a infância.
        Depois o almoço foi servido e pude experimentar o delicioso bacon com açúcar mascavo que ele fizera.
        – Meus parabéns! Você é um ótimo cozinheiro – o elogiei.
        – Obrigado.
        Após o almoço acompanhei Bernardo até a varanda.
        – Eu gosto muito de morar aqui – ele comentou.
        – Aqui é muito bonito, mas deve custar uma grana.
        – Sim. Mas, vale o custo.
        Alguns minutos antes de dar o meu tempo, teve um momento que Bernardo ficou mais próximo a mim e consegui sentir o calor que emanava do corpo dele.
        Então, aconteceu. Sem querer, esbarrei meu braço no braço dele. No instante seguinte fui logo dizendo:
        – Desculpa.
        – Relaxa, está tudo bem.
        – Encostei em você. Quebrei uma das suas regras.
        – Foi só um esbarro Ricardo.
        Mesmo assim eu fiquei preocupado. Tão preocupado que com certeza ficou nítido em meu semblante quando estava para ir embora e Bernardo me disse:
        – Está até agora preocupado por ter esbarrado em mim?
        – Um pouco. Você foi claro com as regras... – e fui interrompido por ele, que naquele instante tocou em meu ombro, olhou diretamente em meus olhos e disse:
        – Está tudo bem de verdade.
        Sorri me sentindo melhor.
        Ele deu uma piscadinha e se despediu com um aceno de mão.

        Passei o restante do feriado na companhia de Vinícius e Ramón em um shopping. Nós fomos ver os móveis para o meu novo apartamento. Vinícius se prontificara em pagar com o dinheiro dele e depois eu passaria para ele. Foi o que ele disse para mim com Ramón de testemunha a caminho do shopping.
        Depois que escolhemos os móveis, Vinícius nos levou para tomar sorvete e nesse momento sugeriu que nós três fossemos ao cinema. Ramón topou no mesmo instante e em seguida os dois olharam para mim.
        – Claro! Hoje é o dia das crianças – e ri.
        Assistimos Perdido em Marte.
        Foi um momento muito divertido com eles. Comemos bastante pipoca e tomamos refrigerante à beça. Depois do filme voltamos para a casa deles.
        Descemos do carro e Ramón ligou para uma pizzaria pedindo pizza para todos nós. Assim que ele finalizou o pedido, foi tomar um banho. Eu ia fazer o mesmo, quando Vinícius virou para mim e perguntou:
        – Gostou do nosso passeio?
        – Adorei. Muito obrigado!
        – Não precisa agradecer. Você merece – e me abraçou.
        O abracei de volta dando um beijo em seu rosto.
        – A respeito dos móveis, não precisa me devolver o dinheiro. São presentes da minha parte.
        – É muito dinheiro Vinícius.
        – Não é. Pode ficar tranquilo – e me deu um beijo na boca. – Eu só quero que você tenha o que precisar. Pode contar comigo sempre que precisar. Você conquistou meu respeito.
        Eu ia agradecer outra vez, mas, a única coisa que consegui, foi ficar emocionado com aquela consideração, e chorei.
        Vinícius me abraçou bem forte e disse:
        – Estou gostando muito de você!
        – Eu também.
        E assim ficamos por um tempo naquele abraço...

        Na manhã seguinte, terça-feira, eu estava bastante ansioso para que o horário combinado com Marcos chegasse. Mal prestei atenção às aulas daquela manhã. Contudo, antes de ir embora de carona com Ramón, professor Gabriel pediu para falar comigo.
        – Tudo bem com você? – Ele me perguntou.
        – Sim, estou bem.
        – Será que consigo sair com você hoje à noite através do site?
        – Acredito que sim.
        – Então você não sabe como está sua agenda hoje?
        – Não. Mas, tenta agendar. Vai ser um prazer.
        – Sim. Eu vou fazer isso. Até mais!
        – Até!
        Enquanto saía da sala fiquei pensando porque Gabriel me perguntara sobre aquilo se ele poderia simplesmente solicitar o serviço diretamente, sem me avisar.
        Logo afastei esse pensamento da cabeça e me concentrei em Ramón que estava me apressando para ir embora, falando que o pai dele estava terminando de preparar um almoço bem delicioso para nós. Chegou a mandar via WhatsApp, a foto de um cordeiro assado, o que nos deixou com água na boca.

        No horário combinado, estava em frente à porta do apartamento de Marcos, tocando a campainha.
        – Eu ia te receber com a porta aberta, mas você foi mais rápido que eu – comentou Marcos após abrir a porta.
        – Estou um pouco ansioso – confessei, enquanto entrava no apartamento.
        – Está na cara – ele comentou enquanto fechava a porta.
        Marcos estava totalmente vestido, o que foi uma surpresa para mim.
        – Água, suco, refrigerante? – Ele ofereceu.
        – Água por enquanto – e sorri.
        – Enquanto eu busco na cozinha, pode ficar a vontade na sala.
        Acomodei-me no sofá maior, e, instante depois, Marcos apareceu com uma jarra com água e dois copos. Ele encheu os dois copos e serviu um para mim e o outro para si. No momento em que ele foi virar seu copo, errou o rumo da boca e derramou água em si mesmo.
        – Bosta! – Ele exclamou. – Acabei de colocar essa camisa.
        Estava na cara que ele havia feito propositalmente, mas eu continuei tomando minha água como se nada tivesse acontecido.
        Marcos tirou a camiseta revelando aquele corpo já tão conhecido, porém ainda intocável por mim.
        – Certo, talvez o Bernardo já tenha te contado. Ele contratou seus serviços por dois meses, e ele pagou esses dois meses no sábado à noite.
        – Sim, ele me contou. É normal isso acontecer?
        – Já tiveram clientes que pagaram por uma semana. O maior prazo que Bernardo pagou adiantado foi por cinco dias. Então, sua impressão a ele no sábado foi realmente das melhores.
        Fiquei tentado em contar para ele sobre como foi o meu primeiro contato com Bernardo, mas em seguida mudei de ideia. Julguei desnecessário falar a respeito.
        – Então, conquistei a lista VIP? – Perguntei mesmo já sabendo a resposta.
        – Com toda certeza. Estou tão orgulhoso de você, que pode ter certeza que irá sempre ter a prioridade nas solicitações dos clientes da carteira VIP. Mas, antes de entramos nesse assunto, tenho que te informar a respeito dos dias agendados com Bernardo e a quantidade de horas.
        – Okay. Vá em frente.
        – Os dois meses que ele pagou adiantado serão por três vezes na semana, terça-feira, quinta-feira e sábado, das cinco e meia da tarde às oito e meia da noite.
        – Então começo hoje?
        – Não. O tempo de hoje ficou por ontem, segundo o que ele me informou. Ah, e pode acontecer dele precisar em outro dia fora desse cronograma, mas aí ele vai pagar à parte.
        – Tudo bem. E os clientes Vips?
        – Você está realmente ansioso – e sorriu. – Vou encaixá-los junto aos clientes que você já tem da sua carteira não VIP.
        – Então vou ficar nas duas?
        – Exato! Afinal de contas, você já tem alguns clientes fidelizados. O Saulo, Gabriel, Denis, Milton e o Bernardo.
        – Denis e Milton?
        – Sim. Surpreso?
        – Pelo menos com o Milton sim.
        – Pois é. Fecharam conosco todos os sábados, mesmo horário.
        – Entendi.
        – Tem um detalhe. Antes de você ingressar totalmente na carteira VIP. Você vai pegar um treinamento com o Tiago. Ele pediu para que fosse hoje às sete da noite, na casa dele, tudo bem?
        – Sim, sem problemas. E hoje, não tenho ninguém na agenda?
        – Tem sim. Dois clientes. Um deles é o Gabriel. O ponto de encontro é na casa dele, vou te enviar o endereço por e-mail. Vai ser às cinco horas, uma hora e meia, o combinado.
        – E o outro?
        – O outro cliente também é na própria residência. Às três e meia da tarde, uma hora de serviço. Ele quer um voyeur.
        – Alguém para observá-lo?
        – Isso mesmo garoto!
        – Vou observar o que exatamente? – Perguntei torcendo para que não fosse o que estava imaginando.
        Marcos ficou de pé num pulo, desceu a bermuda e começou a bater uma na minha frente sem nenhum pudor.
        – O que você está fazendo? – Perguntei assustado e ao mesmo tempo surpreso.
        – Exatamente o que esse cliente vai fazer.
        – Não poderia ter simplesmente falado? – Retruquei.
        – E perder o momento de ficar nu na sua frente? Jamais!
        Revirei os olhos divertidamente.
        Mas, sim, foi uma visão e tanto ver o pau dele. Mais ou menos grosso, comprido, um pouco torto para a direita e com a glande rosada.
        – Então vou apenas olhar o tempo todo, não vou poder tocar?
        – Só se ele pedir – Marcos respondeu enquanto suspendia a cueca de volta.
        – Compreendi.
        – Desculpa pela empolgação da minha parte – disse Marcos.
        – Tudo bem. Até que foi divertido.
        Marcos sorriu.
        – É isso Ricardo. Alguma dúvida?
        – Não.
        – Ótimo. Vou chamar um táxi para você.
        Enquanto Marcos ligava, peguei meu celular e vi uma mensagem no WhatsApp da parte de Bruno. Ele me informou que o tal Ilusionista havia postado um novo texto. Respondi que depois iria dar uma olhada.
        Eu tinha me esquecido daquele blog. Mas, não tinha tempo para resolver aquilo agora. À noite eu ia dar uma olhada nesse novo post.
        Marcos me passou as informações do taxista e eu saí do apartamento rumo aos meus compromissos do dia.

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Opa galera!
Para quem estava ansioso por mais um capítulo, aí está... O que acharam?
A história só está esquentando... Imagino as perguntas sobre, quem será o tal ilusionista? Ou, o que o professor Gabriel quer com Ricardo? Será que Vinícius e Ricardo vão ter um romance? E Ramón, como fica na história?
Leiam os próximos capítulos e descobrirão... Até lá!


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Comentários


foto perfil usuario anjogabriel

anjogabriel Comentou em 17/08/2018

Tem que ter um relacionamento com o Ramon.

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carlosevero Comentou em 17/08/2018

Caro Beto ou Escritor. Excelente narração e de fato , o conto está ficando ótimo. Espero que a situação desse jovem melhora mesmo e para o bem. atenciosamente Carlos.

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aventura.ctba Comentou em 17/08/2018

Adorei seu conto, teve meu voto. Iria adorar sua visita na minha página. Beijnhos Ângela.




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113179 - Voltando às origens – Capítulo 10 - Categoria: Incesto - Votos: 3
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109130 - Voltando às origens – Capítulo 2 - Categoria: Incesto - Votos: 6
108973 - Voltando às Origens - Capítulo 1 - Categoria: Incesto - Votos: 8

Ficha do conto

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Nome do conto:
Voltando às origens – Capítulo 18

Codigo do conto:
124227

Categoria:
Incesto

Data da Publicação:
17/08/2018

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